O creme feito com células tronco retiradas
da placenta de ovelhas promete melhorar o
viço e a luminosidade da pele. Foto: Divulgação
Creme de placenta de ovelha
ou muco de caracol: você usaria?
O muco de caracol.Foto:Divulgação.
Cosméticos com ingredientes como muco de caracol, placenta de ovelha, vômito de baleia e fezes de rouxinol podem causar estranheza, mas dão resultado.
Já imaginou tratar as rugas e os famosos pés de galinha com um creme a base de veneno de cobra? E usar sêmen de touro para garantir cabelos sedosos e brilhantes? Pode parecer estranho, mas a indústria de cosméticos cada vez mais usa ingredientes incomuns – alguns até bizarros – em suas fórmulas.Angelina Jolie e Kate Moss seriam adeptas de um creme que tem como princípio ativo uma versão sintética de veneno de cobras. Victoria Beckham usa creme de placenta de ovelha. Já Tom Cruise, segundo o site “The Huffington Post”, teria aderido a um tratamento com fezes de rouxinol para esfoliar a pele. Kate Middleton seria uma das entusiastas do lifting facial com veneno de abelha, que vem sido chamado de botox orgânico. E não para por aí. Caviar, muco de caracol, sangue coagulado e óleo de café podem ser encontrados nos cosméticos preferidos dos famosos.
Mas será que tudo isso realmente funciona? Antes de sair por aí desesperada pelos milagres prometidos por tais produtos, é essencial consultar um especialista. “É importante sempre ter acompanhamento de um dermatologista que indique cosméticos de acordo com o tipo de pele do paciente”, diz Mauren Seidl, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Ela ainda acrescenta que não dá para apostar todas as fichas nesses tipos de tratamentos: “Vale ter em mente que por mais interessante que seja a ideia, milagres não são possíveis”.
Veja abaixo alguns ingredientes incomuns presentes em cosméticos e tratamentos e a opinião de dermatologistas sobre a eficácia dos produtos:
Veneno de cobra
O princípio ativo syn-ake, versão sintética do veneno de uma serpente asiática que paralisa suas presas ao atacá-las, é o ingrediente principal de cremes queridinhos das celebridades, como o “Glamoxy Snake Serum”, da britânica Rodial. No Brasil, a Adcos possui a linha Gradual Complex 2, que também faz uso da substância e promete o mesmo efeito: enrijecer as rugas e marcas de expressão. No entanto, a eficácia do tratamento não é unanimidade entre os especialistas. A dermatologista Vanessa Metz, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology acredita que tais cremes não cumprem 100% com o prometido. “Será que esses cremes conseguem absorção na pele a ponto de atingirem os receptores musculares e fornecer esse relaxamento 'botox-like'?”, diz.
Veneno de abelha
A esteticista Deborah Mitchell, que cuida da pele de Kate Middleton e Camilla Parker Bowles, desenvolveu um creme à base de melitina que também promete efeito botox. A substância é um aminoácido presente na toxina das abelhas e a ideia é que, logo após a aplicação do produto, ocorra um aumento do fluxo sanguíneo e da produção do colágeno e de elastina, deixando a pele mais rígida e viçosa. “Na verdade, ele causa, quando muito, um leve edema no local onde for aplicado, dando uma impressão falsa de tratar a ruga”, discorda a dermatologista Mauren Seidl. Segundo ela, o efeito é efêmero e não justifica seu uso.
Veneno de abelha vira botox natural em Tatuí-SP
Um laboratório de Tatuí, a 140 km de São Paulo, desenvolveu uma linha de cremes de beleza à base do veneno de abelhas.
A substância "engana" a pele, transmitindo a sensação de uma picada de abelha e desencadeando uma reação ao veneno
A circulação sanguínea melhora e as peles mortas são eliminadas, reduzindo as rugas. Protta pesquisa as abelhas há mais de vinte anos e já desenvolveu outros produtos à base de mel, própolis e veneno, lançados comercialmente. A obtenção do veneno sempre foi um problema: quando uma abelha ataca uma pessoa, ela perde o ferrão e acaba morrendo.
O pesquisador criou e patenteou um equipamento que permite a coleta do veneno sem matar as abelhas. Trata-se de uma haste metálica levemente energizada e colocada na entrada da colmeia. Quando a abelha pousa, leva um pequeno choque e reage com ferroadas, expelindo o veneno que escorre para um recipiente. Como não perde o ferrão, a abelha sai ilesa do ataque.
Fonte:Agência Estado
Fezes de rouxinol
Conhecido no Japão como o segredo da pele das gueixas, o pó feito das fezes de rouxinol moídas, higienizadas e expostas à luz ultravioleta é usado para esfoliar a pele deixando-a mais lisa e com mais brilho. O produto é manipulado e, aqui no Brasil, ainda não foi aprovado pela Anvisa. “Sei que essa substância está sendo misturada ao ácido retinóico em base de peeling para que haja uma renovação celular com leve descamação”, explica Vanessa Metz.
Vômito de baleia
Antes de morrer de nojo, saiba: o vômito da baleia cachalote, chamado âmbar cinzento, é ingrediente-chave para alguns dos mais sofisticados perfumes do mundo. O papel do ingrediente nos perfumes é aumentar o poder de fixação da fragrância, além de ter um cheiro muito peculiar. Por ser um ingrediente raro e caro, o âmbar cinzento já ganhou reproduções sintéticas, que são mais usadas na perfumaria moderna.
Muco de caracol
Pode parecer nojento, mas o muco de determinados tipos de caracol contém substâncias que fazem muito bem para a saúde da pele, como o colágeno e a elastina. Do Chile, vem a Elicina, “um creme cosmético a base de extrato de caracol conhecido desde 1995 que contém alantoína, proteínas, colágeno, elastina e ácido glicólico”, explica Daniela Landim, dermatologista pós-graduada em medicina estética pela Sociedade Brasileira de Medicina Estética. “Os resultados conhecidos são eficazes tanto para controle de envelhecimento como na ação de queloides”, completa.
Placenta de ovelha
Células tronco retiradas de placentas de ovelha conquistaram diversas celebridades pelo mundo, entre eles Victoria Beckham. Os cremes e tratamentos prometem melhorar o viço e a luminosidade da pele. “É sabido que a utilização de cremes com células tronco de vegetais, como macieiras, rosas e orquídeas, são capazes de estimular as nossas células a se diferenciarem em fibroblastos com consequente produção de colágeno e elastina. O creme de placenta de ovelha funciona da mesma maneira”, explica Vanessa.
Vampire face lift
A moda dos vampiros ultrapassou as barreiras do cinema e da televisão e chegou na medicina estética. Um tratamento nos Estados Unidos chamado de Vampire Face Lift promete melhorar a pele do rosto por meio de preenchimentos com o sangue do próprio paciente. “Primeiro é injetado ácido hialurônico para já esculpir e fornecer o contorno desejado do rosto, depois é aplicado um concentrado de plaquetas ativadas, conseguido através da centrifugação de uma amostra de sangue do próprio paciente”, explica Vanessa, que acredita que não é o sangue o principal causador dos benefícios. “Esse método consegue efeito no mesmo dia pois utilizou anteriormente o já consagrado ácido hialurônico”, diz.
Sêmen de touro
Um salão de beleza britânica faz sucesso oferecendo hidratações a base de sêmen de touro. Eles dizem que o material colhido do animal é rico em proteínas, deixando o cabelo com brilho e acelerando o crescimento dos fios. “Essas modas são baseadas em práticas tradicionais, na maioria muito antigas, quando não havia tecnologia molecular e farmacologia”, afirma Daniela Landim. Você arriscaria?
Caviar
Os caríssimos cremes feitos com caviar funcionam. A pele fica hidratada e com um aspecto mais saudável. “O caviar faz muito bem para a pele e é usado desde do século XII por ser rico em vitaminas A, E e F, aminoácidos, proteínas, sais minerais e ácidos graxos essenciais”, garante Daniela Landim.
Fonte:http://delas.ig.com.br/beleza/produtos/2012-11-16/creme-de-placenta-de-ovelha-ou-muco-de-caracol-voce-usaria.html
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