Em todo treinamento é necessário fazer uma pausa.
Foto: Goran Bogicevic/ Fotolia
Menos é mais: treinar em excesso não garante desempenho
Corredores que "puxam ferro" demais podem prejudicar a performance nas pistas
Num passado não tão distante a regra básica era que os corredores deveriam correr e os levantadores de peso deveriam fazer musculação. A preparação física para corredores era correr cada vez mais, até que vieram os treinos intervalados e regenerativos de Bowerman e Prefontaine, quando ficou bem definido que depois de um dia de treino intenso, deve-se treinar leve.
Nos anos 70, o então treinador da Universidade de Oregon, Bill Bowerman,treinava diversos competidores de elite, entre eles o recordista americano de diversas distâncias Steve Prefontaine. Entre suas teorias revolucionárias, ele contrariou os formatos de treinamento da época, em que os atletas costumavam pegar pesado vários dias da semana antes de descansar ou realizar uma atividade leve.
Hoje, vamos muito além desse conhecimento. Sabemos a partir de artigos científicos que o movimento e o fortalecimento leves, quando bem aplicados, são fisiologicamente importantes pelo efeito da mecanotransdução, ou seja, a explicação de como o estímulo mecânico atua sobre a célula muscular para que ela produza fibras estruturais que possibilitem a regeneração tecidual. Este processo ocorre também no alongamento e no fortalecimento.
Mas, muito além de estudos científicos, é importantes trazer essas informações para nossa realidade e entender como isso interfere no nosso treino diretamente. Não é possível fazer um treino de fortalecimento agressivo, seja ele qual for: pilates, crossfit, musculação, treinamento funcional, etc, sem aumentar as microlesões que foram adquiridas durante o treinamento intenso de corrida. É bom entender que sou totalmente a favor desses tipos de fortalecimentos, mas quando feitos com consciência e planejamento.
Portanto, a regra é bem simples: o que te prepara para o seu esporte principal, para o qual você realmente está treinando para ter resultado, não pode ser agressivo a ponto de causar dor. A não ser que esteja num planejamento de início de temporada para ganho de massa muscular, o trabalho de força tem sempre que ser regenerativo para o corredor e nunca lesivo.
Trocando em miúdos: menos é mais!
Claudio Cotter*
*Graduado em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo UNICID), especialista em RPG. Formação no Método Força Dinâmica e especialista em Fisioterapia Esportiva.
Fisioterapeuta-assistente da Confederação Brasileira Macabi e ex-fisioterapeuta da Seleção Brasileira Feminina de Futebol (CBF).
Atende na CM.2 Fisioterapia, localizada na Av. Cidade Jardim, 114, Jardim Europa - SP. Contato: (11) 2389-8970.
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