VIDA LONGA E SAUDÁVEL : EXERCÍCIOS PARA IDOSOS VÃO ALÉM DA CAMINHADA OU HIDROGINÁSTICA

euatleta idoso musculação (Foto: Getty Images)
Acreditar que idoso só combina com hidroginástica e caminhada é ideia ultrapassada(Foto: Getty Images)

Vida jovem: exercícios para idosos vão além da caminhada ou hidroginástica

01/10/2016 09h07 - Atualizado em 01/10/2016 09h07


Incentivo à atividade física, dentro dos limites do corpo, deve ser feito. E se o limite permitir correr, levantar peso e ganhar medalhas, não há motivos para agir diferente


Hoje é dia do idoso e por isso um bom momento para refletirmos a relação de pessoas nessa faixa etária com o esporte. Acreditar que idoso só combina com hidroginástica e uma caminhada em volta do quarteirão é uma ideia ultrapassada e que subestima a capacidade do corpo humano.
A corrida de rua, por exemplo, é um esporte com a faixa etária média elevada. Essa prática esportiva prolonga a expectativa de vida e é benéfica para os idosos, dentro dos limites físicos de cada um. O fato de a corrida ser um esporte de impacto pode trazer mais benefícios do que prejuízos, pois sabe-se que estimular o corpo com impacto ajuda na manutenção da densidade óssea, que tende a diminuir com o avanço da idade.  
Além dos ossos, o passar dos anos também tem influência nos músculos, que perdem massa e força. Por isso, um treino de força periódico, como a musculação, o pilates ou o treinamento funcional, ajuda a manter o corpo forte, mais resistente e saudável. 


Daniel Dias Sebastian Rodriguez Roy Perkins evento-teste natação paralímpica (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)Aos 56 anos, Sebastian Rodriguez, de vermelho, ganhou medalhas (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)

Tivemos a oportunidade de ver nas Paralimpíadas um exemplo de que a idade por si só não é um fator limitante ao esporte. O nadador espanhol Sebastián “Chano” Rodríguez ganhou medalhas aos 56 anos de idade, competindo com atletas muito mais jovens. Ele ainda não entra na faixa etária considerada idosa, mas imagine se ele tivesse em algum momento se considerado “velho demais” para competir. Teríamos perdido a oportunidade de assistir a um nadador de alto rendimento inspirador.

A frase “esporte é saúde” se mostra verdadeira em qualquer idade. Ser idoso não obriga ao sedentarismo, pelo contrário. O incentivo à atividade física, dentro dos limites do corpo, deve sempre ser feito. E se o limite permitir correr, levantar peso e ganhar medalhas, não há motivos para limitá-lo.

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com

EuAtleta Raquel Castanharo Fisioterapia Especialista (Foto: EuAtleta)

RAQUEL CASTANHARO
Fisioterapeuta formada e mestra em biomecânica da corrida na USP. Realizou pesquisa em biomecânica da coluna na Universidade de Waterloo, Canadá. Trabalha com fisioterapia e avaliação biomecânica em São Paulo e Jundiaí. www.raquelcastanharo.com.br


Fonte:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2016/10/vida-jovem-exercicios-para-idosos-vao-alem-da-caminhada-ou-hidroginastica.html

Idosos que praticam exercícios físicos diários podem viver por mais tempo

Pesquisa afirma que pessoas da terceira idade que praticam ao menos meia hora de atividade física por dia vivem cinco anos a mais. Orientação profissional é importante

Várias pesquisas apresentadas em Congressos de Cardiologia e de Geriatria afirmam que uma pessoa de 60 anos, fisicamente ativa, tem capacidade física próxima de uma pessoa com 20 anos ou até menos. Além disso, as doenças degenerativas que se manifestam terão um curso menos grave e com maior chance de recuperação do que numa pessoa sedentária. A British Heart Foundation alerta para o fato de que o número de pessoas ativas é muito aquém do esperado: "Fazer atividades físicas regulares, seja em que idade for, é benéfico para a saúde de seu coração e isso faz você viver mais tempo".
euatleta idosos (Foto: Getty Images)Idosos devem realizar atividades físicas sempre sob a supervisão de um profissional de educação física (Foto: Getty Images)

A medicina moderna e ética do envelhecimento saudável, que não tem nada a ver com antienvelhecimento, foi tema de recente artigo do Eu Atleta, onde se ressalta a obrigação de se exercitar nessa faixa de idade. A ausência de doenças não é sinônimo de saúde, a condição física e mental deve ser levada muito em conta. A decisão de iniciar uma atividade física é muito relevante. Lembrando que a orientação de um profissional de educação física é fundamental ( nada de ouvir blogueiros fitness, sem currículo profissional validado).

A avaliação médica é sempre obrigatória e direcionada para essa faixa etária. Algumas academias ainda utilizam um questionário superado e um termo de responsabilidade pessoal sobre sua própria saúde, sem qualquer valor jurídico, no lugar da avaliação médica.
Já contabilizamos algumas arritmias, crise de hipertensão arterial e angina do peito naquele exame físico dito ''ergométrico” inicial (atenção: não é um exame médico). Este exame pode ser feito por alguém que não é médico, mas que diz ser apto para avaliar os batimentos cardíacos, pressão, etc.
euatleta idosos (Foto: Getty Images)Pessoas da terceira idade devem fazer um check up antes de começar a praticar exercícios físicos (Foto: Getty Images)

O que deve ser discutido na avaliação médica são os riscos da participação esportiva e o atual estado de saúde do paciente; a necessidade de reprogramação das medicações em uso e as condições ambientais do local do evento esportivo, já que uma temperatura abaixo dos 14 graus ou acima de 32 graus é extremamente perigosa para cardiopatas e idosos em geral. A obrigatória realização do teste ergométrico cardiológico, sempre até a exaustão, diminuirá o risco de uma avaliação clinica mal feita. Lembrando também da importância de seguir uma planilha de treinos com um profissional de educação física.  
Um estudo recente quantifica esse benefício de uma maneira que deve fazer com que muita gente coloque um tênis e saia para caminhar no parque. Pesquisas da Universidade de Oslo concluíram que se exercitar pode aumentar em até cinco anos a expectativa de vida de um idoso. Mais do que isso, pode ser tão eficiente quanto parar de fumar.
Os pesquisadores acompanharam 5.700 noruegueses, entre 68 e 77 anos, durante 12 anos, e uma das conclusões foi a de que os idosos que praticavam ao menos três horas de atividades físicas por semana, viveram cerca de cinco anos a mais do que os sedentários. Assim, a prática de meia hora de exercícios seis dias por semana está ligada a uma redução de 40% no risco de morte em idosos. Publicado no "British Journal of Sports Medicine", o estudo mostrou que qualquer tipo de exercício, seja leve ou moderado, tem impacto na expectativa de vida.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
EuAtleta Nabil Ghorayeb Cardiologia Especialista (Foto: EuAtleta)

NABIL GHORAYEB
Doutor em Cardiologia pela FMUSP, Especialista em Cardiologia e Medicina do Esporte, chefe do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e do Hospital do Coração, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, além de ter recebido o Prêmio Jabuti de Literatura em 2000.www.cardioesporte.com.br

Fonte:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2016/02/idosos-que-praticam-exercicios-fisicos-diarios-podem-viver-por-mais-tempo.html

5+: exercícios indicados para os idosos

Nunca é tarde para adotar uma vida saudável. Por este motivo, o Eu Atleta montou uma lista de atividades físicas que podem e devem ser praticadas na terceira idade

A adoção de hábitos saudáveis é importante em todas as etapas da vida. Acreditar que a terceira idade é tarde demais para cuidar da saúde é um mito. Pelo contrário, a prática de atividades físicas adequadas pode prevenir doenças, retardar o declínio funcional, aumentar a longevidade e trazer mais qualidade de vida aos idosos.
A medida que o ser humano envelhece, torna-se ainda mais necessário permanecer ativo. Nesta fase da vida, as doenças não-transmissíveis são as principais causas de incapacidade e mortalidade. O sedentarismo, a alimentação inadequada e o tabagismo são os maiores fatores de risco na terceira idade.
Idosos disputam em atividades esportivas variadas (Foto: Jackson Souza)

- Antes de tudo, é importante saber quem é o idoso que vai praticar a atividade. As pessoas tendem a associar atividade física para essa faixa etária à hidroginástica, musculação e pilates.
Estas são excelentes atividades, mas o praticante pode ter sido lutador e gostar de lutar, ou corredor ou nadador, e preferir voltar a praticar essas atividades. O mais importante é ter orientação e saber como dar os primeiros passos - explica o preparador físico Gustavo Luz.

A prática regular de exercícios físicos também melhora a saúde mental, promove o contato social, reduz o risco de quedas e traz mais independência. Apesar destes benefícios, uma grande proporção de idosos leva uma vida sedentária na maioria dos países.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. Para incentivar a prática regular de atividades físicas desta grande parcela da população, o Eu Atleta traz cinco sugestões de exercícios para esta fase da vida.
euatleta header_5+ exercícios idosos (Foto: Eu Atleta)


euatleta coluna nabil (Foto: Getty Images)
1. Dança

A dança é uma atividade física que pode ter várias intensidades de acordo com cada um. Além de trabalhar o corpo e a coordenação, é altamente indicadas para uma socialização com outras pessoas.


euatleta idoso natação (Foto: Getty Images)
2. Natação
Atividade segura e com baixo risco de lesão. Trabalha a coordenação e, principalmente, o ritmo de respiração. Se o idoso já tiver praticado, melhor ainda. Os nados crawl, peito e costas são indicados e mexem a musculatura de uma forma global. O borboleta não precisa ser praticado.

idosos Eu Atleta (Foto: Getty Images)
3. Corrida

Por que não correr? Quase todo mundo pode correr se seguir um plano bem orientado e que respeite e acompanhe as evoluções. Não existe idade para começar a correr, encare isso como uma oportunidade.


Dona Leda pratica hidroginástica há sete anos (Foto: Renato Pereira)
4. Hidroginástica

Um trabalho de força e equilíbrio que pode trazer excelentes adaptações musculares. Como é praticada com mais de metade do corpo na água, é ótima opção para quem tem problema com equilíbrio, pois uma eventual queda tem consequências brandas.

idosa idoso malhando musculação euatleta (Foto: Getty Images)
5. Musculação

Atividade coringa, pois é ajustável para trabalhos específicos em qualquer parte do corpo. Como pesos e halteres são graduados, é possível fazer uma progressão suave. No início, os aparelhos podem ser mais eficientes. Com a prática, sugere-se fazer exercícios com peso livre.

Expectativa de vida de idosos cresce com exercícios diários de 30 minutos

De acordo com estudo norueguês, homens entre 60 e 70 anos que fazem atividade física seis vezes por semana, seja ela moderada ou intensa, vivem por mais tempo


Recente pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine, feita na cidade de Oslo, capital da Noruega, onde o consumo de gorduras animais e o tabagismo são fatores de risco bem presentes, demonstrou que a atividade física regular na maioria dos dias da semana (seis) e na intensidade moderada ou superior, trouxe em ambas, enorme benefício ao praticante.

No estudo de homens entre 60 e 70 anos, que rotineiramente faziam 30 minutos de exercício/dia, seis dias por semana, diminuíram em 40% o risco de morrer, durante um período de acompanhamento de 12 anos, em comparação com homens que eram sedentários. Mesmo pessoas ativas com mais de 73 anos viveram mais que os inativos fisicamente.
Idosos caminhando euatleta (Foto: Getty Images)Exercícios leves de 30 minutos contribuem para o aumento da expectativa de vida de idosos (Foto: Getty Images)


Na verdade, o exercício foi tão benéfico entre os homens nesse estudo que os seus efeitos foram semelhantes com o de parar de fumar, disseram os pesquisadores. As estratégias de saúde pública para idosos devem aumentar a atividade física, tanto quanto reduzir o comportamento de fumar.

As novas descobertas são baseadas nos resultados do Estudo de Oslo, que investigou 15.000 homens nascidos na Noruega entre 1923 e 1932. O estudo começou com um check-up em 1973, que incluiu uma avaliação de peso, altura, colesterol, pressão arterial, tabagismo e quanto eles exercitavam por semana.

Uma análise que começou em 2000 avaliou cerca de seis mil dos homens sobreviventes e isso resultou em novas descobertas. Foram repetidos exames e questionário, nos quais mantiveram a monitoração nos 12 anos seguintes.

Classificaram as pessoas em:

1- sedentária (assistir TV ou praticar leitura),

2- praticante de exercícios leves (andar ou pedalar menos de quatro horas semanais).

3- praticante de exercícios moderados (formal ou jardinagem pesada pelo menos quatro horas semanais),

4- praticante de exercícios vigorosos (treinamento intenso ou várias vezes praticava esportes competitivos semanais).

Velhice x sedentarismo: a importância da prática de atividade física por idosos

Na terceira idade, dores articulares e degenerativas aumentam e ocorre a redução
da capacidade funcional. Para retardar esses sintomas é necessário manter-se ativo


Como ortopedista, recebo muitos pacientes idosos com queixas de dores musculoesqueléticas generalizadas. Elas ocorrem pelo fato de o envelhecimento celular ocasionar uma desordem da homeostenose (perda de reservas orgânicas e funcionais que é uma característica inerente do avançar dos anos), promovendo declínio estimado de algumas funções e maior vulnerabilidade a doenças em todo o corpo como as cardiovasculares, infecções, neoplasias e no caso da minha especialidade: as artropatias e doenças degenerativas osteomusculares.
Na terceira idade (estabelecida a partir dos 65 anos pela Organização Mundial da Saúde) as dores articulares e degenerativas aumentam e ocorre a redução da capacidade funcional, por isso é importante manter a independência e prevenir a incapacidade, reabilitando esses pacientes e garantindo qualidade de vida. A atividade esportiva ajuda a prevenir e melhorar as condições físicas e mentais do paciente geriátrico, desde que bem orientado e medicado (quando necessário).
euatleta coluna ana paula velhice (Foto: Getty Images)
Muitos adultos com idades entre 65 anos ou mais, gastam em média, 10 horas ou mais por dia sentado ou deitado, tornando-os o grupo etário mais sedentário. Eles estão pagando um alto preço por sua inatividade, com maiores taxas de quedas, obesidade, doenças cardíacas.

Por isso, conforme envelhecemos, torna-se ainda mais importante permanecermos ativos, pois nossos corpos declinam a função e a atividade física ajuda a retardar essa degeneração, inclusive podemos falar até em progressão, ou seja, com o passar dos meses o condicionamento melhora e podem até ser intensificados. Atividade física nos ajuda a permanecer saudável, com energia e independente à medida que envelhecemos.
Há fortes evidências de que as pessoas que estão ativas têm um menor risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, depressão e demência. Do ponto de vista ortopédico melhora a mobilidade articular, alongamento e flexibilidade, isso sem falar na resistência física e muscular que melhora com a prática esportiva.

Se você não tem dor e pratica esporte, irá reduzir o risco de doença mental, ser capaz de sair e ficar bem independente na velhice. É aconselhado a manter-se sempre em movimento. Pode começar com uma simples caminhada diária de 15 minutos, ou 3 vezes por semana de 20 minutos. Obviamente, esses valores terão que ser adequados a cada perfil.

Consideramos atividade física o que faz seu corpo se manter em movimento com aumento da frequência cardíaca em pelo menos acima de 10% da basal. Pode incluir desde uma simples caminhada até a prática de esportes coletivos. Idealmente, podemos tentar alguma coisa todos os dias, de preferência em episódios de 10 minutos ou mais. Uma forma de atingir o que a OMS considera ideal (150 minutos de atividade moderada)  é fazer 30 minutos em pelo menos cinco dias por semana, sendo que 75 minutos de atividade rigorosa mais de uma vez por semana é tão benéfico quanto 150 minutos de atividade moderada.

Exemplos de atividades aeróbicas de intensidade moderada incluem andar rápido, dançar, hidroginástica ou natação, andar de bicicleta em terreno plano ou com poucas colinas, jogar tênis ou peteca de duplas. Além da parte aeróbica tente orientar fazer algumas atividades que trabalham os músculos. Isso pode incluir musculação, pilates, yoga, tai chi ou outras artes márcias.

Tarefas diárias, como fazer compras, cozinhar ou trabalho doméstico, não contam para seus 150 minutos, porque o esforço não é forte o suficiente para aumentar a sua frequência cardíaca, embora eles ajudem a quebrar o tempo de sedentarismo.

Nunca é tarde demais para adotar um estilo de vida mais ativo. Adultos mais velhos que estão ativos irão reduzir risco de doença cardíaca e acidente vascular cerebral a um nível semelhante como as pessoas mais jovens que estão ativos. Se por outro lado esteve inativo por um tempo, você pode construir sua atividade gradualmente até atingir os níveis recomendados. Você ainda vai ver melhorar a sua saúde no processo, e vai ver reduzir o risco de quedas e de outras doenças.

Vamos começar?
**As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
EuAtleta Ana Paula Simoes Ortopedia Especialista (Foto: EuAtleta)
ANA PAULA SIMÕES
Mestre em ortopedia e traumatologia pela Santa Casa de São Paulo. Especialista e delegada regional do Comitê de Traumatologia esportiva, médica assistente do grupo de traumatologia da Santa Casa de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Futebol Feminino e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. www.anapaulasimoes.com.br

Idosos corredores "rejuvenescem" energia e têm melhor coordenação

Estudo mostra que pessoas mais velhas adeptas ao esporte podem se equivaler a jovens sedentários em relação ao rendimento dos movimentos


idoso, velho correndo, eu atleta (Foto: Getty Images)
Corrida melhora coordenação (Foto: Getty Images)

As mudanças do corpo com o envelhecimento também vêm acompanhadas de alterações em seu padrão de movimento. Os passos ficam mais curtos, a coluna mais curvada, e a eficiência da caminhada diminui, ou seja, a pessoa gasta mais energia para andar do que alguém mais jovem. Porém, pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, descobriram que alguns idosos andam da mesma forma que jovens, com o mesmo gasto de energia. A peculiaridade desses idosos com melhor eficiência de energia é que eles são corredores.
A pesquisa avaliou trinta pessoas com em média 70 anos. Quinze delas faziam caminhadas de pelo menos meia hora 3 vezes por semana e as outras quinze corriam pelo menos 30 minutos também 3 vezes por semana. Os resultados mostraram que os corredores gastavam menos energia para andar (sendo a mesma quantidade de energia que um jovem sedentário gasta), davam passos de comprimento maior e tinham melhor coordenação nos movimentos.
A corrida melhorou a capacidade dos idosos ou eles só corriam porque já tinham mais capacidade em relação ao outro grupo? Esse tipo de estudo não permite responder a essa pergunta, mas é nítida a melhora da qualidade de vida de uma pessoa que pratica corrida. E aparentemente nunca é tarde demais, pois a maioria dos participantes desta pesquisa começou a correr somente por volta dos 60 anos.
Cada vez mais a ciência vem mostrando que atividades físicas um pouco mais intensas podem “rejuvenecer”, aumentar a espectativa de vida e trazer mais saúde ao dia a dia. Respeitando os limites e condicionamento do corpo, a corrida se mostra bem-vinda em qualquer idade.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
raquel castanharo CARD NOVO (Foto: Editoria de Arte EU ATLETA)

Eu Atleta no "É de Casa" mostra como os exercícios podem ajudar os idosos

Movimentos simples para serem feitos em casa combatem as principais perdas que
eles têm, como a força muscular, flexibilidade, mobilidade, equilíbrio e coordenação

 Dicas de exercícios para os idosos fazerem dentro de casa. São os movimentos básicos para quem está sedentário começar a se mexer. O objetivo maior é combater as principais perdas que a pessoa idosa tem, como a força muscular, flexibilidade, mobilidade, equilíbrio e coordenação.
- Eles são básicos para quem é iniciante e não somente para os idosos. O importante é prestar atenção na execução do movimento e em como o corpo está respondendo. Oferecem ao idoso uma sensação de independência - enfatizou a professora de educação física Deborah Povoleri.
Euatleta é de casa exercícios idosos (Foto: Editoria de Arte/Eu Atleta)
EuAtleta É de Casa Idosos Carrossel (Foto: Eu Atleta)
Confira os três exercícios para os idosos fazerem dentro de casa:
Subida e descida na escada
Comece com o exercício de subida e descida do degrau da escada, como se fosse um step da academia. Você vai colocar um pé sobre o degrau, vai apoiar a mão na parede ou no corrimão e vai subir e descer. O objetivo é melhorar a coordenação, já que vai usar uma perna de cada vez. Isso vai ajudar a melhorar a força muscular de glúteos e posterior de coxa e o equilíbrio, devido ao desnível de altura. Nas primeiras sessões, o indicado são duas séries de dez repetições.

Flexão em pé na parede
O segundo exercício é uma pressão de parede ou a chamada flexão em pé. Você fica de frente para a parede com os braços estendidos e a mão espalmada na linha do peito, Ela vai resistir à aproximação do corpo e vai empurrar de volta. As mãos vão segurar o peso do corpo e empurrar a parede esticando o braço completamente para trás. Esse exercício fortalece o músculo peitoral, as costas, os braços e também estabiliza o tronco e a musculatura do core (paravertebral e o abdômen). Para essa primeiras sessões, o indicado são apenas duas séries de dez repetições.
Educativo de polichinelo
Para fechar a lista, vamos mostrar um educativo de polichinelo, ensinando o idoso a executar o movimento, mas sem colocá-lo para saltar logo de cara. Pode começar com os braços parados na linha do corpo, elevando uma das pernas de cada vez. Com os braços parados (tipo Cristo Redentor), eleve um joelho de cada vez e alterne as pernas. Isso vai ativar a musculatura do quadril e abdômen, melhorando o equilíbrio e a coordenação, pois tem que usar uma perna de cada vez e controlar o balanço do corpo no exercício. Depois, pode adicionar o movimento do braço. Junto com a elevação do joelho, você vai elevar o braço da linha dos ombros até a da cabeça. Ao mesmo tempo que eleva o joelho, sobe o braço. O joelho desce e o braço volta na linha dos ombros. Nas primeiras sessões, o indicado são duas séries de dez repetições.

Principal causa de morte entre idosos, quedas podem diminuir com exercício

Na terceira idade, um simples desequilíbrio é capaz de causar prejuízos sérios à saúde. Fortalecimento muscular traz mais estabilidade e segurança 



idosos Eu Atleta (Foto: Getty Images)
Exercícios podem evitar queda (Foto: Getty Images)

A quantidade de idosos internados com fraturas causadas por quedas cresce de forma alarmante. Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de pacientes da terceira idade aumentam a cada ano, só em 2009 foram quase R$ 81 milhões. Um simples desequilíbrio pode causar sérios prejuízos à qualidade de vida daqueles que têm mais de 60 anos e, nos casos mais graves, o acidente pode até levá-los à morte.
Segundo a especialista em fisiologia do exercício Laina Saurin, que trabalha há mais de dez anos com idosos, a queda e as complicações dela decorrentes são as principais causas de morte na terceira idade. De acordo com pesquisas, aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 caem ao menos uma vez por ano.
- A consequência mais temida das quedas é a fratura, principalmente a do colo do fêmur. Ela exige tratamento cirúrgico e um longo período de repouso - alerta o fisiologista Turibio Barros.
A grande incidência de quedas entre idosos está associada, principalmente, a alterações típicas do envelhecimento, como problemas de visão, redução da massa óssea, deficiência auditiva, dificuldade de equilíbrio, perda progressiva da força nos membros inferiores e uso inadequado de medicamentos.
- Os maiores problemas que os idosos enfrentam, em geral, decorrem da desaceleração natural que acontece nesta fase da vida. O decréscimo do sistema neuromuscular, a perda de massa muscular, a redução da flexibilidade, da força, da resistência e da mobilidade, além da limitação da capacidade de coordenação e do controle do equilíbrio corporal, podem acarretar quedas frequentes - explica Laina.
Além das mudanças naturais que ocorrem com o aumento da idade, algumas doenças também potencializam os riscos de acidentes. O infarto, a labirintite, a insuficiência cardíaca, doenças neurológicas, hipotensão postural - dificuldade de manter a pressão arterial ao levantar -, AVCs, diabetes, entre outras, também são causas recorrentes.
- Muitas doenças degenerativas comuns na velhice são agravadas pela diminuição das atividades físicas e a redução da capacidade de manter o equilíbrio corporal, que são fundamentais para a adoção de um estilo de vida independente - afirma a especialista.
idosos correndo eu atleta (Foto: Agência Getty Images)Além de trazer mais equilíbrio, a atividade física ajuda na prevenção de doenças (Foto: Agência Getty Images)

Independentemente do motivo, os acidentes podem ser evitados com o aumento do equilíbrio e o fortalecimento da musculatura através da prática regular de exercícios físicos. A musculação é capaz de melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos idosos, mesmo no caso daqueles que sofrem de doenças crônicas.
- Além dos benefícios para a mobilidade e equilíbrio, a atividade física moderada auxilia no controle e prevenção de doenças, como diabetes, problemas posturais, doenças cardíacas e pulmonares - ensina Laina.
- A atividade física é, sem dúvida, a melhor intervenção, pois faz desacelerar a perda de massa muscular, podendo promover um ganho de massa magra, reduz o sobrepeso, que pode ser considerado outra causa de quedas, previne o desequilíbrio e promove o ganho de massa óssea, fortalecendo os ossos e reduzindo o risco de fraturas - enumera Turíbio.
Com o envelhecimento, há também uma redução na absorção de cálcio, nutriente responsável pelo fortalecimento da estrutura óssea. Portanto, a alimentação pode contribuir para a redução dos acidentes entre os idosos. O aumento da ingestão de produtos lácteos, como iogurtes e queijos, ajuda na prevenção e tratamento da osteoporose - doença que diminui a quantidade de massa óssea –, o que deixa os idosos menos vulneráveis a quedas.
- O consumo de cálcio, os exercícios físicos e a exposição à luz solar, que promove a síntese de vitamina D na pele, melhoram a densidade mineral óssea e a força muscular, diminuindo as quedas e o risco de fraturas - explica a nutricionista Cristiane Perroni.
idosos Eu Atleta (Foto: Getty Images)
Musculação reduz medo de cair 
(Foto:Getty Images)

Além de reduzir a incidência de quedas, o treinamento físico também diminui o medo de cair que leva as pessoas com mais de 60 anos a restringirem suas atividades, se tornando cada vez mais dependentes. Levantar da cama, se vestir, tomar banho e abaixar passam a ser tarefas fáceis outra vez.
- Muitas vezes o indivíduo perde sua independência por medo de cair de novo, e passa a precisar de ajuda até para tarefas corriqueiras, tais como entrar no carro e subir escadas. Até o deslocamento dentro de casa fica comprometido - observa Laina.
- A inatividade representa um sério problema, pois a falta de atividade física faz acelerar a perda das massas muscular e óssea, criando um círculo vicioso - revela Turibio.
- Sempre fiz caminhada e há dois anos pratico musculação. A atividade física melhorou muito a minha saúde, diminuindo o colesterol, a pressão e aumentando o meu equilíbrio. Antes eu tropeçava muito. Agora tenho muito mais equilíbrio para andar e executar as minhas atividades diárias com total independência - conta Geraldo Pereira, de 89 anos.

euatleta coluna nabil (Foto: Getty Images)Novas amizades e novos amores sugem à medida que os idosos vão aos bailes (Foto: Getty Images)

Uma das matérias do programa “Como Será”, da TV Globo, exibido no último sábado, dia 13 de junho, versou sobre os benefícios da dança de salão. Com a equipe do programa, fomos ao Clube Atlético Ypiranga, tradicional clube de São Paulo fundado em 1906, onde se realiza um baile à moda antiga.
Nos deparamos com um público acima dos 50, 60, 70 anos, numa animação e capacidade física impressionantes. Para boas imagens, cheguei a dançar com algumas senhoras com mais de 80 anos e uma delas, com 91 (confirmada por documento), rodopiava e deslizava. Enfim, todas dançavam a plena forma física e técnica.
O interessante desta história é o que a cardiologia recomenda há alguns anos. Essa lúdica modalidade de atividade física foi valorizada por vários estudos de prevenção cardiovascular e geriátrica, até nos indivíduos com mais de 80 anos. Lógico que os mais jovens também se beneficiam, mas nessa faixa mais elevada consegue-se o que mais se precisa para a saúde, pois uma dança de salão movimentada protege e fortalece o esqueleto e músculos, diminuindo a osteoporose, fortificando os músculos e os deixando em condições para um dia a dia sem cansaço físico. 
A famosa dificuldade para sentar e levantar de uma poltrona mais funda, deixará de existir, e o terrível risco de quedas, tão danosas para os idosos, quase que desaparece. Outro benefício fundamental é o equilíbrio, tão comum nos sedentários, chega a uma incidência de 40% em pessoas ativas (como os dançarinos), tão baixa quanto a diagnosticada em jovens com menos de 40 anos. 
Quanto ao aparelho cardiovascular? Logicamente não esperemos um risco zero de cardiopatias, mas em várias pesquisas científicas feitas no Brasil e em outras paragens, os resultados foram impressionantes. Meia hora seguida de dança de salão, em ritmos não muito rápidos até os mais rápidos equivale a um gasto de calorias entre 3,5 a 10 kcal/min para pessoas com mais de 60 anos. Ou seja, uma corrida regular de 60 minutos.                
Seguindo um volume de “bailar” três vezes/semana, podemos concluir que este “ritmo de treinamento”, após 12 semanas, trará enormes benefícios para a saúde e longevidade: melhor controle da pressão arterial, do diabete, das gorduras sanguíneas, como triglicérides, e um evidente aumento do colesterol bom, o HDL. Os pulmões captam melhor o oxigênio, fato esse registrado por equipamentos médicos portáteis.
O aspecto psicossocial é muito relevante e que piora com o avançar da idade. O fator depressão é comum nessa população, além do desinteresse sexual. Por várias razões, os escassos relacionamentos familiares e sociais, que acontecem pelas poucas amizades que sobram, marcam esta faixa etária.
Quando passam a frequentar os “bailes” (antigamente chamados da saudade), mudam totalmente. Novas amizades, novos amores, a volta do prazer dos relacionamentos amorosos, enfim saúde pra dar e vender, a verdadeira volta à vida.    
euatleta colunista saude nabil ghorayeb (Foto: eu atleta)


Fonte:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2015/06/danca-de-salao-traz-beneficios-para-saude-e-vida-social-na-terceira-idade.html

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