IMUNOTERAPIA: A REVOLUÇÃO NO TRATAMENTO CONTRA O CÂNCER
6 DE JULHO DE 2016
Nos últimos três anos, especialmente, cancerologistas do mundo todo puderam acompanhar o surgimento de inúmeros medicamentos para o tratamento do câncer. Os avanços na biologia molecular e na ciência translacional proporcionaram o desenvolvimento de pesquisas voltadas para uma forma revolucionária de tratar a doença, a imunoterapia. Diferente da forma de atuação dos medicamentos tradicionais como a quimio e radioterapia, a imunoterapia parece ser até então a grande alternativa para o câncer deixar de ser incurável.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, a estimativa para 2016 é que cerca de 300 mil mulheres e aproximadamente 295 mil homens desenvolvam algum tipo de câncer. Hoje há mais de 100 tipos da doença e os tratamentos, embora diferentes para cada uma delas, resumem-se em: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormônio terapia e terapia alvo.
O oncologista, da clínica Le Santé – Centro Avançado em Oncologia, Dr. Marcelo Ceron, explica que todos, de uma forma ou de outra, agem na tentativa de impedir que a célula doente desenvolva-se e multiplique-se. Na quimioterapia, por exemplo, o tratamento intoxica a célula cancerígena de uma maneira indiscriminada, o que pode ou não, matar também células sadias do organismo.
“Atualmente a gente está vendo uma revolução no arsenal terapêutico que o oncologista dispõe para combater o câncer. Praticamente todos os medicamentos novos que vêm surgindo nos últimos anos são baseados na imunoterapia”, revela Ceron. A nova vertente que está revolucionando o tratamento do câncer age de forma diferente dos tratamentos tradicionais. Ela usa alguns medicamentos não para destruir diretamente a célula, mas para fazer com que o próprio sistema imunológico do paciente combata a célula cancerígena.
Dr. Ceron explica ainda que todos nós possuímos células neoplásicas (cancerígenas) desde que nascemos, mas o sistema imunológico ou as elimina ou as mantêm travadas. Em alguns casos elas conseguem escapar do sistema de defesa e multiplicar-se indiscriminadamente causando o câncer. O grande sucesso desses novos medicamentos é que eles conseguem retirar essa trava que o sistema imunológico sofre durante o processo de câncer. “É um tratamento mais no sentido de fortalecer e liberar a própria imunidade do organismo do paciente para que ele mesmo consiga eliminar a doença”, destaca o oncologista.
Referente às reações provocadas pelo uso da imunoterapia, o médico explica que podem ser diferentes em cada caso e estão ligadas basicamente aos efeitos colaterais pelo excesso de atuação do sistema imunológico. O paciente pode desenvolver doenças autoimunes como reumáticas e alérgicas, por exemplo.
Dr. Ceron acredita que dentro de algumas décadas o câncer vai, no máximo, se tornar uma doença crônica. Nos pacientes que não conseguirem eliminá-la completamente será possível ao menos mantê-la bloqueada, sendo possível uma vida normal com a doença sob controle, semelhante como ocorre hoje com a diabetes e a hipertensão, explica o médico. “Isso não há dúvidas de que vai acontecer, só que vai levar ainda algumas décadas para termos imunoterápicos que consigam bloquear todos os tipos de câncer”, ressalta ele.
Hoje, no mercado, já existem alguns imunoterápicos que estão aprovados e disponíveis para serem utilizados, principalmente no câncer de pele melanoma e no câncer de pulmão. O desafio é encontrar maneiras para que a população do mundo todo tenha acesso a estes medicamentos, porque ainda possuem custos elevados em função da alta tecnologia envolvida, que na grande maioria é americana e um pouco europeia. Segundo o cancerologista, no Brasil ainda há pouca pesquisa na área, o que existe aqui são alguns estudos multicêntricos que colaboram com pesquisas referentes à imunoterapia de outros países.
Paralelo a toda essa revolução no tratamento do câncer, Dr. Ceron lembra, ainda, sobre a importância da prevenção. “Algumas atitudes possuem efeito comprovado no combate ao câncer como a atividade física, a dieta rica em frutas e verduras, o baixo consumo de carne vermelha, boa qualidade de sono, o não consumo de cigarro e de álcool”, alerta o médico.
Fonte:http://blog.lesante.com.br/imunoterapia-a-revolucao-no-tratamento-contra-o-cancer/
Fonte:http://blog.lesante.com.br/imunoterapia-a-revolucao-no-tratamento-contra-o-cancer/
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