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Prevenção contra o câncer – dicas e alimentação
A luta contra o câncer não é de hoje, mas ultimamente ganhou forças com as pesquisas e estudos avançados sobre sua cura e suas prevenções. Sabe-se que o câncer pode ser sim hereditário, porém muitos podem ser evitados com algumas medidas básicas, como a mudança de alimentação.
O cigarro e o álcool, como todos já sabem, são fortes aliados ao câncer, e seus usos devem ser interrompidos o quanto antes.
A quimioterapia assim como a radioterapia são dois tratamentos para o câncer muito conhecidos, mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia 60% dos tipos de câncer podem ser evitados com a mudança de hábito, principalmente na hora de se alimentar. Determinados alimentos são verdadeiros combatentes contra o câncer.
A luta contra o câncer não é de hoje, mas ultimamente ganhou forças com as pesquisas e estudos avançados sobre sua cura e suas prevenções. Sabe-se que o câncer pode ser sim hereditário, porém muitos podem ser evitados com algumas medidas básicas, como a mudança de alimentação.
O cigarro e o álcool, como todos já sabem, são fortes aliados ao câncer, e seus usos devem ser interrompidos o quanto antes.
A quimioterapia assim como a radioterapia são dois tratamentos para o câncer muito conhecidos, mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia 60% dos tipos de câncer podem ser evitados com a mudança de hábito, principalmente na hora de se alimentar. Determinados alimentos são verdadeiros combatentes contra o câncer.
Dicas para prevenir o câncer:
1. Elimine a gordura abdominal
Perder aquela barriguinha não é só questão de estética, mas principalmente de saúde, pois ela é um dos agravantes para o câncer de intestino. Estudos feitos por pesquisadores do Imperial College London afirmam que a cada 2,5 cm a mais de gordura abdominal, aumenta em 3% o risco de tumor no intestino. A gordura que envolve cintura e barriga reveste muitos órgãos e liberam toxinas, além de desequilibrar os hormônios que o câncer se alimenta. A medida de barriga ideal para as mulheres tem margem de 80 cm e para os homens 94cm. Exercícios aeróbicos são essenciais para a perda dessa gordura. Correr, pedalar, nadar e dançar ajuda e muito para essa prevenção.
2. Evite o consumo de gordura
Fast-Food, batata frita, chocolate, bolachas recheadas entre outros alimentos ricos em gordura, são os pratos preferidos de muitas pessoas, principalmente dos adolescentes. Todos esses alimentos são comprometedores para a saúde, pois produzem inflamações nas glândulas e facilitam a produção de tumores. Mulheres tem maior tendência a ter câncer de mama se consumir esses alimentos.
3. Coma maça diariamente
Um estudo feito pela universidade polonesa de Jagiellonian descobriu que ao comer todos os dias uma maça, reduz em 35% de chance de se ter câncer no intestino. Outro estudo feito pela universidade Cornell, norte-americana, revelou que ao pingar extrato de maça em células de tumores, suas multiplicações cessam.
O efeito da maça em tumores, se deve ao grande número de antioxidantes que neutralizam os radicais livres, os causadores do problema.
É necessário comer a maça inteira, pois a casca tem 5x mais os benefícios da polpa. Lembre-se que exageros também não são bem vindos, mais de três maças ao dia aceleram a produção de radicais livres.
4. Coma cenoura e repolho
O consumo de repolho, assim como qualquer outro crucífero, combate o câncer de pulmão, pois contêm isotiocinatos, protetores naturais contra o câncer. É recomendado sempre associar ao repolho outros alimentos crus, assim como a cenoura.
A cenoura contém betacaroteno, um eficaz protetor contra o câncer de pulmão. Para esse combate basta ingerir um miligrama no dia de betacaroteno, sendo que uma cenoura média é constituída de pelos menos seis miligramas.
5. Consuma vegetais
Os vegetais são fortes agentes contra o câncer de mama. Uma pesquisa feita pela Universidade de Hopkins, nos Estados Unidos, revelou que os brócolis tem sulfonana em abundancia, um fitobioquímico que inibe a fabricação das proteínas responsáveis pela sobrevivência das células cancerígenas.
Outro combatente do câncer de mama é a soja, que é constituída de isoflavonas, que atuam como hormônio feminino (estrogênio). A prevenção se deve a esse hormônio, pois ele faz o papel do estrogênio na mulher, não contendo a implicações cancerígenas.
6. Observe-se
A observação de nosso próprio corpo é essencial para o autoconhecimento e principalmente na descoberta de possíveis manchas, caroços e pintas anormais. Se olhar no espelho é um exercício indispensável.
No Brasil é comum o bronzeamente, pois é sinônimo de beleza, porém a alta exposição ao sol traz consequências graves para o corpo, em especial a pele, podendo causar câncer de pele.
Esteja sempre atento a qualquer mudança em sua pele, tais como:
– Alterações em pintas, como tamanho, cor e forma;
– Ferimentos que não cicatrizam, sangram e coçam;
– Caroços mais claros, que brilham ou causam coceiras;
– Caroços vermelhos que sangram;
– Manchas ressecadas, ásperas e vermelhas;
As pessoas de tons de pele claro e idosas tem maior probabilidade a ter câncer de pele. Use filtro solar sempre, inclusive no inverno, não se exponha ao sol no período de 10h as 16h. Evite o bronzeamento artificial.
7. Aleitamento Materno
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios tanto à criança quanto a própria mãe. Ao ser amamentada a criança fica protegida de inúmeras doenças, e ao amamentar a mãe diminui suas chances de câncer no ovário e útero, pois para a formação do leite materno, o corpo terá que produzir ainda mais glândulas mamárias, nessa formação os causadores do câncer são eliminados.
8. Exercite-se
O exercício físico é fundamental para qualquer pessoa. Ao caminhar, correr, pedalar ou nadar você acelera o ritmo cardíaco, que regulam os níveis de hormônio, ajudando então na prevenção do câncer.
Se tratando do câncer de cólon, exercitar ajuda no aceleramento do processo digestivo, evitando assim o tempo de contato dos agentes cancerígenos com as paredes do intestino.
9. Fique atento com seu estômago
Nos dias atuais fala-se muito sobre gastrite. Muitas pessoas acham a doença comum e não dão tanta importância. Porém isso é um risco a saúde, pois uma simples dor de estômago pode não ser gastrite, mas início de um câncer.
Se alimente bem, consuma vegetais crus, frutas frescas e alimentos que contêm muitas fibras. Evite comer produtos defumados e alimentos industrializados, com corantes e conservantes.
Alho é um alimento forte contra o câncer, basta comer um dente por dia que você estará contribuindo para sua prevenção, pois é um grande antioxidante.
10. Cuidado com seus pensamentos
A mente tem influência sobre todo nosso corpo, ela é muito mais forte do que imaginamos. Muitas doenças podem se desenvolver por meio da mente doente. Pessoas que sentem muita raiva e rancor liberam em excesso em seu corpo hormônios como a adrenalina e o cortisol, esses hormônios vão para o sangue, podendo causar perda de estrutura óssea, redução da síntese de colágeno e mal funcionamento do metabolismo. Contribuindo para o aparecimento do câncer.
Estar com a mente sadia, ter bons pensamentos e uma boa relação com o próximo é uma ótima maneira de afastar-se desse mal.
1. Elimine a gordura abdominal
Perder aquela barriguinha não é só questão de estética, mas principalmente de saúde, pois ela é um dos agravantes para o câncer de intestino. Estudos feitos por pesquisadores do Imperial College London afirmam que a cada 2,5 cm a mais de gordura abdominal, aumenta em 3% o risco de tumor no intestino. A gordura que envolve cintura e barriga reveste muitos órgãos e liberam toxinas, além de desequilibrar os hormônios que o câncer se alimenta. A medida de barriga ideal para as mulheres tem margem de 80 cm e para os homens 94cm. Exercícios aeróbicos são essenciais para a perda dessa gordura. Correr, pedalar, nadar e dançar ajuda e muito para essa prevenção.
2. Evite o consumo de gordura
Fast-Food, batata frita, chocolate, bolachas recheadas entre outros alimentos ricos em gordura, são os pratos preferidos de muitas pessoas, principalmente dos adolescentes. Todos esses alimentos são comprometedores para a saúde, pois produzem inflamações nas glândulas e facilitam a produção de tumores. Mulheres tem maior tendência a ter câncer de mama se consumir esses alimentos.
3. Coma maça diariamente
Um estudo feito pela universidade polonesa de Jagiellonian descobriu que ao comer todos os dias uma maça, reduz em 35% de chance de se ter câncer no intestino. Outro estudo feito pela universidade Cornell, norte-americana, revelou que ao pingar extrato de maça em células de tumores, suas multiplicações cessam.
O efeito da maça em tumores, se deve ao grande número de antioxidantes que neutralizam os radicais livres, os causadores do problema.
É necessário comer a maça inteira, pois a casca tem 5x mais os benefícios da polpa. Lembre-se que exageros também não são bem vindos, mais de três maças ao dia aceleram a produção de radicais livres.
4. Coma cenoura e repolho
O consumo de repolho, assim como qualquer outro crucífero, combate o câncer de pulmão, pois contêm isotiocinatos, protetores naturais contra o câncer. É recomendado sempre associar ao repolho outros alimentos crus, assim como a cenoura.
A cenoura contém betacaroteno, um eficaz protetor contra o câncer de pulmão. Para esse combate basta ingerir um miligrama no dia de betacaroteno, sendo que uma cenoura média é constituída de pelos menos seis miligramas.
5. Consuma vegetais
Os vegetais são fortes agentes contra o câncer de mama. Uma pesquisa feita pela Universidade de Hopkins, nos Estados Unidos, revelou que os brócolis tem sulfonana em abundancia, um fitobioquímico que inibe a fabricação das proteínas responsáveis pela sobrevivência das células cancerígenas.
Outro combatente do câncer de mama é a soja, que é constituída de isoflavonas, que atuam como hormônio feminino (estrogênio). A prevenção se deve a esse hormônio, pois ele faz o papel do estrogênio na mulher, não contendo a implicações cancerígenas.
6. Observe-se
A observação de nosso próprio corpo é essencial para o autoconhecimento e principalmente na descoberta de possíveis manchas, caroços e pintas anormais. Se olhar no espelho é um exercício indispensável.
No Brasil é comum o bronzeamente, pois é sinônimo de beleza, porém a alta exposição ao sol traz consequências graves para o corpo, em especial a pele, podendo causar câncer de pele.
Esteja sempre atento a qualquer mudança em sua pele, tais como:
– Alterações em pintas, como tamanho, cor e forma;
– Ferimentos que não cicatrizam, sangram e coçam;
– Caroços mais claros, que brilham ou causam coceiras;
– Caroços vermelhos que sangram;
– Manchas ressecadas, ásperas e vermelhas;
As pessoas de tons de pele claro e idosas tem maior probabilidade a ter câncer de pele. Use filtro solar sempre, inclusive no inverno, não se exponha ao sol no período de 10h as 16h. Evite o bronzeamento artificial.
7. Aleitamento Materno
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios tanto à criança quanto a própria mãe. Ao ser amamentada a criança fica protegida de inúmeras doenças, e ao amamentar a mãe diminui suas chances de câncer no ovário e útero, pois para a formação do leite materno, o corpo terá que produzir ainda mais glândulas mamárias, nessa formação os causadores do câncer são eliminados.
8. Exercite-se
O exercício físico é fundamental para qualquer pessoa. Ao caminhar, correr, pedalar ou nadar você acelera o ritmo cardíaco, que regulam os níveis de hormônio, ajudando então na prevenção do câncer.
Se tratando do câncer de cólon, exercitar ajuda no aceleramento do processo digestivo, evitando assim o tempo de contato dos agentes cancerígenos com as paredes do intestino.
9. Fique atento com seu estômago
Nos dias atuais fala-se muito sobre gastrite. Muitas pessoas acham a doença comum e não dão tanta importância. Porém isso é um risco a saúde, pois uma simples dor de estômago pode não ser gastrite, mas início de um câncer.
Se alimente bem, consuma vegetais crus, frutas frescas e alimentos que contêm muitas fibras. Evite comer produtos defumados e alimentos industrializados, com corantes e conservantes.
Alho é um alimento forte contra o câncer, basta comer um dente por dia que você estará contribuindo para sua prevenção, pois é um grande antioxidante.
10. Cuidado com seus pensamentos
A mente tem influência sobre todo nosso corpo, ela é muito mais forte do que imaginamos. Muitas doenças podem se desenvolver por meio da mente doente. Pessoas que sentem muita raiva e rancor liberam em excesso em seu corpo hormônios como a adrenalina e o cortisol, esses hormônios vão para o sangue, podendo causar perda de estrutura óssea, redução da síntese de colágeno e mal funcionamento do metabolismo. Contribuindo para o aparecimento do câncer.
Estar com a mente sadia, ter bons pensamentos e uma boa relação com o próximo é uma ótima maneira de afastar-se desse mal.
OS AVANÇOS NA LUTA CONTRA O CÂNCER
Câncer – A chave da vida e da morte
A doença mais mortal do século nasce dentro de cada um de nós, a partir do mesmo mecanismo que desenvolveu a nossa espécie. Por décadas, a ciência buscou armas para expulsar o tumor. Mas agora estamos virando o jogo - o inimigo é o corpo em desequilíbrio. E a resposta para lidar com o câncer está dentro de você.
– Mais de 100 tipos.
– 60 órgãos podem desenvolver câncer.
– 10% dos casos são hereditários.
– 90% são associados a fatores ambientais.
– Obesidade
– Falta de frutas e vegetais
– Falta de atividade física
– Cigarro
– Uso de álcool
– 12,7% pulmão
– 10,9% mama
– 9,8% colorretal
– 7,8% estômago
– 7,1% próstata
– Mama
– Próstata
– Colorretal
– Útero
Sentada no sofá da sala em São Paulo, numa tarde de sábado, Carmela Talarico sentiu um caroço na mama esquerda. Descobriu por acaso, enquanto coçava o braço. Aos 56 anos, ela sabia o que aquilo podia ser. Na segunda-feira, correu até o médico e marcou os exames que confirmariam o óbvio: estava com câncer de mama. O tumor não passava de um centímetro, mas ela teria de enfrentar uma operação para retirá-lo. Naquela época, começo dos anos 80, as ideias de William Halsted, cirurgião americano, ainda influenciavam os oncologistas de todo o mundo. Halsted só viveu até o ano de 1922, quando pouco se sabia sobre o câncer, mas defendia que se devia eliminar o maior número possível de tecidos ao redor dos tumores para não deixar nenhum fragmento para trás, o que possibilitaria o surgimento de um novo tumor. Em outras palavras, Halsted mandava caprichar na faca.
Reequilibrar o ambiente doente ao redor de um tumor pode ajudar a combatê-lo
Só em 1976, os pesquisadores se deram conta de que havia uma ligação entre câncer e os defeitos no DNA. Até então, a maioria deles se dedicava à busca de um possível vírus causador da doença. Peyton Rous, um médico americano, havia descoberto, ainda no início do século, um retrovírus que causava sarcoma em galinhas (um tipo de tumor que se desenvolve em tecidos, como osso ou músculo). Sem encontrar explicação para o câncer, a ideia do vírus atraiu os pesquisadores – tanto que, em 1950, chegou a ser criado, nos EUA, um Programa Especial de Vírus do Câncer. A busca não deu em nada: raros tipos de câncer são causados por micro-organismos. O que descobriram foi que o tal vírus dos sarcomas das galinhas na verdade não causava câncer. O que ele fazia era transportar para dentro dos animais um gene específico – e este, sim, alterava as células e fazia com que elas começassem a se dividir loucamente. Como um software que, uma vez instalado, faz a máquina inteira rodar de uma nova forma.
Entenda a análise de todas as proteínas do seu corpo
A cura definitiva para o câncer ainda não existe. E o mais provável é que ela nunca aconteça, deixando os cientistas do planeta inteiro frustrados (e a SUPER também: há 12 anos, publicamos que o câncer “estava com os dias contados”. Ops). A OMS acredita que o número de mortes por câncer, em 2030, chegará a 17 milhões por ano – pouco mais do que o dobro de casos relatados em 2008. Culpa do envelhecimento da população. O câncer não vai embora, mas tende a virar cada vez mais uma doença crônica, como o diabetes ou a pressão alta. Que o diga David Servan-Schreiber, neurocientista francês, professor de medicina da Universidade de Pittsburgh. Em 1992, ele trabalhava em um laboratório de neuroimagem, quando um dos pacientes agendados do dia não compareceu. Para passar o tempo, ele então decidiu se enfiar na máquina de ressonância magnética e se autoanalisar. Descobriu um tumor maligno no cérebro. Passou por cirurgia e quimioterapia. Oito anos depois, o câncer voltou. Depois de mais cirurgias e sessões de rádio e quimioterapia, David decidiu procurar alternativas – não com o objetivo de abandonar os tratamentos tradicionais, mas para aumentar suas chances de cura. “Fui procurar na literatura científica um jeito de ajudar meu corpo a vencer o câncer. E descobri que o jeito como vivemos e comemos aumenta a incidência do câncer”, disse em um seminário há alguns anos. Ele mudou a dieta e passou a praticar mais exercícios físicos.
Não há uma fórmula mágica – e, sim, pequenas atitudes que podem ajudar a combater a doença
Ele vai ajudar a manter uma rotina. Você será obrigado a levá-lo para passear ou a dar comida todos os dias no mesmo horário. Comer, dormir e fazer exercícios físicos sempre no mesmo horário deixa seu corpo menos estressado.
É tão prejudicial ao corpo quanto fumar. Passar horas sentado muda todo o metabolismo de um corpo feito para ficar em pé: aumenta as taxas de colesterol no sangue e pressão arterial.
A gripe espalha pelo corpo diversas inflamações e, para vencê-las, seu sistema precisa de muito esforço. Assim, seu corpo sofre um imenso desgaste, envelhece mais rápido – e abre possibilidade para algo pior depois.
Esqueça o salto alto e o bico fino. Sapatos confortáveis são a melhor maneira de evitar inflamações nas articulações e coluna lombar.
Orgânicos são sempre melhores. Mas, se você compra verduras no mercado, prefira os congelados. No momento em que saem do solo ou das árvores, os alimentos frescos começam a perder os nutrientes. No caminho até a venda, quase tudo já se foi.
PARA SABER MAIS
O Imperador de Todos os Males
Siddhartha Mukherjee, Companhia das Letras, 2012.
David. B. Agus, Intrínseca, 2013.
David Servan-Schreiber, Fontanar, 2011.
Câncer de A a Z
Tumor: No senso comum, a palavra tumor se tornou um sinônimo de câncer, quando na verdade ela é um sinônimo de neoplasia e significa qualquer crescimento anormal de um tecido, constituindo uma formação sólida com mais de 1 cm de diâmetro. Uma simples verruga, por exemplo, pode ser um tumor, mas do tipo benigno, causado por uma proliferação celular provocada por um vírus. Assim, os tumores podem ser classificados em benignos ou malignos, de acordo com sua agressividade, potencial de invadir tecidos vizinhos e capacidade de provocar metástases.
Tumor Benigno: o tumor benigno pode aumentar de tamanho, mas não invade os tecidos vizinhos e não provoca metástase. Na maioria das vezes eles crescem lentamente e podem ser removidos por meio de cirurgia, sendo a reincidência pouco frequente.
Tumor Maligno: trata-se de um sinônimo de neoplasia maligna, pois é um tipo de crescimento celular anormal e desordenado, capaz de invadir os tecidos vizinhos e provocar metástases. Na maioria dos casos a retirada de um tumor maligno por meio de cirurgia vem acompanhada por outros tipos de terapia, já que as células cancerígenas remanescentes nos tecidos circunvizinhos e/ou distantes podem originar um novo tumor, geralmente mais agressivo e resistente aos tratamentos que o primeiro.
Tipo de tumor e maior resposta à quimioterapia são fatores que facilitam o sucesso do tratamento das crianças
Câncer infantil é curado em 60% dos casos
da Reportagem Local
O percentual de cura de câncer em crianças já é de 60%, em média. A informação é da médica oncologista e pediatra Silvia Brandalise, do Centro Infantil de Investigação Hematológica Domingos Boldrini da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), especializado em tratar câncer infantil.
"É um padrão comparável ao do Primeiro Mundo", diz Silvia, que apresentou seus estudos no 1º Congresso de Pediatria, realizado há uma semana em São Paulo.
Segundo ela, há vários fatores para que crianças atinjam maior índice de cura. O principal deles é a diferença no câncer. "O câncer infantil responde melhor aos tratamentos, como a quimioterapia."
Segundo a oncologista Nise Yamaguchi, responsável pelo setor de desenvolvimento de pesquisas da Sociedade Brasileira de Cancerologia, crianças estão menos expostas a fatores complicadores. "Adultos estão expostos a mais elementos que provocam câncer, como tabaco, carnes e excesso de sol." Segundo Silvia, o câncer em crianças não é prevenível.
Segundo Silvia, o principal tipo de câncer infantil é a leucemia, que ataca o sangue. A leucemia, dependendo de sua gravidade e tipo, atinge até 70% de cura.
O segundo tipo de câncer mais comum entre as crianças é o cerebral, que, apesar de parecer mais assustador, também alcança alta taxa de cura.
No congresso em São Paulo, Silvia apresentou trabalhos que mostram avanços no tratamento da leucemia. "Hoje é possível detectar o início de um câncer em uma célula, ainda que a célula esteja ainda saudável."
Outra maneira de prevenir o câncer em crianças ainda está em fase de pesquisa. No futuro, os médicos terão condições de mapear os genes do indivíduo para determinar a possibilidade de uma criança desenvolver câncer.
"Isso ainda não é possível. O que se sabe hoje é que crianças com alterações nos cromossomos (responsáveis pelas características do indivíduo) têm mais probabilidade de desenvolver câncer."
Segundo Nise, o câncer nos adultos pode ter bons índices de cura, desde que o diagnóstico seja precoce. "Os adultos tendem a responder menos ao tratamento quimioterápico, por exemplo. Quanto antes for detectada a doença, maior a possibilidade de cura. Câncer nos testículos ou de mama, se diagnosticados rapidamente, são curados com eficácia."
O conselho de Nise e de Silvia para os adultos está em uma grande vantagem que eles têm sobre as crianças: 50% dos casos de câncer em adultos poderiam ser evitados se o cigarro fosse eliminado.
"Em adultos, muitos tipos de câncer chegam via tabaco, como o de pulmão, boca, estômago, bexiga etc. Cortar o cigarro pode indiretamente evitar outros cânceres, já que o tabaco circula pelo corpo. Parar de fumar ajuda muito."
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff190635.htm
Tratamento adjuvante e neoadjuvante
- Quimioterapia
- Hormonioterapia
- Radioterapia
- Imunoterapia
- Terapia-alvo
Câncer de mama | Tratamento
- Cirurgia
- Quimioterapia e hormonioterapia adjuvantes
- Trastuzumabe adjuvante (anticorpo)
- Radioterapia adjuvante
Como saber se o tratamento fez efeito?
Câncer de mama | Fatores de risco
Câncer de mama | Prevenção
QUIMIOTERAPIA
Guia do Paciente em Tratamento |
1. O que é quimioterapia?
A quimioterapia pode ser indicada antes ou após uma cirurgia, ou ainda isoladamente, sem que haja indicação cirúrgica. Pode, ainda, ser feita em conjunto com outros tipos de tratamento, como a radioterapia e a imunoterapia. A indicação do tipo de tratamento a ser feito depende de vários fatores, como o tipo de tumor, localização e estágio da doença.
A quimioterapia interfere nas células anormais do câncer, impedindo o seu crescimento e multiplicação desordenados.
Durante a aplicação do soro na veia geralmente não são observados sintomas. Porém, é importante que quando receba o medicamento o paciente mantenha-se bem posicionado, para evitar vazamentos. Caso o paciente perceba alguma alteração no momento da aplicação, deve comunicar imediatamente a equipe de enfermagem ou o médico responsável.
Na maioria das vezes não é preciso que o paciente fique internado para fazer a quimioterapia. Geralmente, ela é feita numa sala especial, dentro do próprio ambulatório onde são feitas as consultas com o médico oncologista.
2. Tempo de duração do tratamento
As aplicações podem ser diárias, semanais, mensais, obedecendo aos intervalos programados pelo médico. Durante o período de tratamento é feito um acompanhamento das condições do organismo através de exames de sangue. A maneira de o organismo reagir às drogas utilizadas é um dos fatores importantes na determinação do intervalo e da duração do tratamento.
A quimioterapia é feita sempre de acordo com uma programação, que deve ser discutida com o médico, quando o tratamento será iniciado. A duração desse tratamento pode depender, entre outras coisas, da resposta do tumor às drogas utilizadas.
3. Reações desagradáveis da quimioterapia
Estes efeitos não são obrigatoriamente apresentados por todas as pessoas que fazem quimioterapia, uma vez que dependem tanto do tipo de drogas utilizadas quanto da forma que o organismo responde ao tratamento. Assim, alguns pacientes podem apresentar efeitos colaterais mais severos enquanto outros podem mesmo não apresentar sintoma algum. De uma forma ou de outra, o médico deve sempre ser informado sobre os sintomas apresentados e seu tempo de duração.
De um modo geral, a maioria desses sintomas desaparece à medida que o paciente vai se distanciando do final das últimas sessões. Dentre as alterações mais comumente apresentadas, destacamos:
Estes efeitos aparecem porque a quimioterapia pode causar irritação nas paredes do estômago e intestino provocando enjôos e vômitos. Ela pode também agir diretamente em áreas do cérebro sensíveis, responsáveis por detectar intoxicações em geral - chamados de "centros do vômito".
Esses sintomas, quando associados apenas à quimioterapia, ocorrem principalmente no dia da infusão, podendo se prolongar por até 4 dias. A intensidade varia de acordo com o organismo do paciente e com o tipo de quimioterapia utilizada. Vários medicamentos foram lançados nos últimos anos para ajudar no controle da náusea e do vômito, após a quimioterapia. O médico responsável pelo tratamento deve prescrever os medicamentos mais apropriados para o tipo de quimioterapia que está sendo feita.
Algumas mudanças nos hábitos diários e na alimentação também auxiliam o paciente no combate desses sintomas, tais como:
- preferir alimentos com rápida digestão
- não encher o estômago de uma só vez, preferindo fazer várias alimentações ao dia, em pequenas quantidades
- evitar alimentos gordurosos e frituras
- comer devagar, mastigando bem os alimentos
- preferir alimentos frios, gelados, ou em temperatura ambiente
- evitar odores fortes
- procurar não exercer atividades que exijam esforço físico
- procurar vestir roupas leves
- manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com maior freqüência
- evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados
- procurar usar cremes dentais mais suaves, fazendo bochechos quando necessário com produtos indicados pelo médico
- ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos)
Nesta situação, o médico deve ser imediatamente avisado, para que possa iniciar o tratamento adequado. O risco de infecções mais graves, pelo fato de o paciente estar com a imunidade comprometida é muito maior.
- procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos)
- evitar tomar leite e derivados
- procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras
Alguns desses efeitos podem ser amenizados pelo próprio paciente, que deverá manter a pele limpa, fazer uso de hidratantes, evitando a exposição ao sol. O médico é ainda a pessoa mais apropriada para indicar os cuidados e medicamentos que podem ser utilizados. Geralmente as alterações desaparecem após algum tempo do tratamento.
4. Orientações práticas gerais
No entanto, é importante que o paciente saiba que a quimioterapia não o impede de manter relações sexuais normalmente.
5. Sintomas que merecem cuidados imediatos
- febre (temperatura igual ou maior que 38 graus)
- falta de ar ou dificuldade respiratória
- dificuldade de controlar a urina
- dificuldade na visão (dupla ou borrada)
- dor de localização ou intensidade anormal
- sangramento em qualquer região, que persista por tempo mais prolongado
1,5 milhão de mortes prematuras por câncer poderiam ser evitadas todos os anos
Dados de agências internacionais apontam que maioria dos países em desenvolvimento não tem políticas eficazes de prevenção da doença
7. Nova radioterapia pode tratar câncer nos rins
O que diz a pesquisa: Um novo tipo de radioimunoterapia, chamado In-111-cG250, começou a ser estudado para tratar uma forma resistente de câncer de rim, o carcinoma renal de células claras. O remédio é capaz de atingir as células cancerígenas e aplicar uma dose poderosa e precisa de radiação diretamente no tumor. A pesquisa mais recente mostrou, no entanto, que a substância que pode ter sua efetividade diminuída se usada junto com outras drogas, como o sorafenib. Esse medicamento interfere no crescimento das células do câncer, mas também afeta a habilidade do In-111-cG250 de encontrar esses tumores.
Como foi feita: Os pesquisadores recrutaram 15 pacientes que sofriam com câncer de rim. Destes, 10 recebiam o tratamento com o sorafenib. Todos passaram pela radioimunoterapia. Os estudos mostraram que o tratamento foi menos efetivo entre aqueles que consumiram anteriormente o outro remédio.
Porque é importante: A pesquisa ajuda a desenvolver regimes terapêuticos mais efetivos para tratar o carcinoma renal de células claras. Como resultado, os pesquisadores sugerem que o tratamento com In-111-cG250 deveria ser prescrito antes do sorafenib.
Opinião do especialista: Stênio de Cássio Zequi, cirurgião oncologista do Núcleo de Urologia do Hospital A. C. Camargo.
"Existem cinco tipos de câncer de rim. O carcinoma renal de células claras é uma das formas mais letais da doença, e representa 80% dos casos. Ultimamente, o diagnóstico de cânceres pequenos tem aumentado. No entanto, embora a gente faça o diagnóstico mais cedo, a mortalidade não tem caído. Pelo menos 30% dos doentes já têm metástase quando o diagnóstico é feito. Esse carcinoma não responde bem tanto à quimioterapia quanto à radioterapia convencional."
"Nos últimos anos, tem aparecido uma infinidade de novas drogas que funcionam de modo diferente da quimioterapia. Elas são conhecidas como drogas inteligentes. Quando você joga a quimioterapia no sangue, ela mata tudo que está crescendo, como o cabelo e a mucosa oral e digestiva. Não consegue distinguir entre mocinho e bandido. Já essa nova terapia de alvos moleculares é inteligente. São anticorpos voltados contra determinados fatores de crescimento tumoral, e vão atingir só aquele alvo. Logo, têm menos efeitos colaterais."
"O estudo usou um radiofármaco de alcance pequeno, o In-111, que emite uma radiação de milímetros quando é injetado na veia. Já o cG250 é um anticorpo inteligente, que gruda no receptor PKI, presente em uma parte dos cânceres de rim. Ao juntá-los, os pesquisadores fazem com que o In-111 irradie somente onde tiver tumor."
"Os pesquisadores estudaram pacientes que já tinham recebido uma outra droga bastante usada, o sorafenib. Nesses casos, o anticorpo aderiu menos ao seu alvo. A conclusão da pesquisa é que esse tratamento tem efeito, mas é inibido se aplicado depois do sorafenib."
"A pesquisa é pequena, precisamos de mais estudos. Adina assim, ela abre uma nova janela para tratar o câncer de rim no futuro. O que me alegra nessa notícia é o conceito por trás dela.”8. Tratamento pode curar câncer de pele sem necessitar de hospitalização
O que diz a pesquisa: Um novo tipo de adesivo cutâneo foi capaz de destruir tumores faciais em 80% dos pacientes estudados, sem necessidade de cirurgia ou terapia radiológica. Os pacientes tratados sofriam com carcinoma de células basais, o tipo de câncer mais comum a atingir as camadas superficiais da pele. O adesivo, chamado de p-32, é capaz de aplicar doses de radiação nos pontos afetados, sem necessitar a internação do paciente.
Como foi feita: Os cientistas aplicaram os adesivos em 10 pacientes com carcinoma de células basais na face. As lesões se concentravam ao redor dos olhos, nariz e testa. Eles usaram os adesivos durante três horas, em três dias diferentes. As doses de radiação foram aplicadas somente nas regiões lesionadas, sem causar danos em outras áreas da pele. Três meses depois, os pesquisadores realizaram biópsias nos pacientes: em 8 dos dez casos, eles estavam completamente curados.
Porque é importante: É um tratamento simples e barato, que não necessita da internação do paciente. Com mais estudos, ele pode se tornar tanto o tratamento padrão para esse tipo de câncer quanto uma terapia alternativa, a ser usada quando a cirurgia e radioterapia não forem possíveis.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"O carcinoma é o tipo mais comum de câncer de pele, com altas chances de cura. Normalmente, ele é tratado com cirurgia. Muitas vezes ele se desenvolve em áreas expostas ao sol, como a face. Infelizmente a cirurgia nessa região tem um aspecto mutilador. Esse estudo facilita o tratamento do tumor nessa região."
"É uma pesquisa inicial, feita em poucos pacientes. Ela não substitui a necessidade do diagnóstico precoce e da intervenção cirúrgica. Não vejo esse tratamento disponível de forma rotineira, porque depende da medicina nuclear. Ele é um adesivo contendo fósforo 32, um elemento radioativo. Isso exige uma certa estrutura, não dá para ter em qualquer lugar do país. Vai ser uma opção para os casos em que as cirurgias possam trazer muito dano. Mas os pesquisadores ainda precisam mostrar que a regressão do tumor é definitiva."9. Técnica permite descobrir rapidamente resultado de tratamentos contra câncer no cérebro
O que diz a pesquisa: Uma nova técnica de imagem molecular permite descobrir o resultado do tratamento contra um tipo de câncer cerebral, o glioma, em até duas semanas. Normalmente, esse tipo de tumor é tratado com cirurgias, radio ou quimioterapia, mas ele é conhecido por reaparecer depois do tratamento. A pesquisa descobriu que, para descobrir se a técnica foi efetiva, os médicos devem injetar no paciente uma substância que imita um aminoácido presente no cérebro. Eles podem concluir se o câncer ainda está ativo ao analisar a concentração dessas proteínas, uma vez que as células do tumor agrupam mais essa substância do que as saudáveis.
Como foi feita: Trinta pacientes com o glioma passaram pelo processo imediatamente antes do tratamento e duas semanas depois. Aqueles nos quais as imagens mostravam a regressão do câncer viveram até três vezes mais do que aqueles que não responderam bem ao processo.
Porque é importante: Esse tipo de tumor é extremamente agressivo. Nesses casos, uma técnica capaz de descobrir rapidamente se o paciente respondeu ao tratamento é essencial. Até agora, não existia nenhuma método não-invasivo de fazer isso.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"O glioma é muito agressivo, e costuma voltar depois do tratamento na maioria dos casos. É importante diagnosticá-lo rapidamente porque ele pode trazer muita morbidade. Se descoberto de forma tardia, pode trazer danos motores e neurológicos. Esse tumor pode deixar sequelas, dependendo de sua localização, extensão e do tipo de terapia. Quanto mais rápido se souber da existência do tumor, melhores as condições de tratá-lo e menos sequelas."10. Pesquisa mostra como o câncer no pâncreas engana o sistema imunológico
O que diz a pesquisa: Ela mostra a estratégia usada pelo câncer no pâncreas para não ser atacado pelas células do sistema imunológico do paciente. Isso se deve a uma mutação no gene KRAS, presente em 95% desses cânceres. Esse gene expressa a proteína GM-CSF, que gera uma acumulação de células supressoras em volta do tumor. São essas células que protegem o câncer, deixando-o livre para crescer.
Como foi feita: Os cientistas bloquearam a produção da proteína GM-CSF em células de câncer no pâncreas de ratos. Desse modo, eles conseguiram acabar com a acumulação de células supressoras, liberando a resposta do sistema imunológico dos animais.
Porque é importante: Descobrir como o câncer no pâncreas, conhecido por sua natureza agressiva, consegue escapar do sistema imunológico é o primeiro passo para interromper o avanço da doença. As terapias a disposição hoje em dia são pouco efetivas contra esse tipo de tumor — somente 4% dos pacientes conseguem sobreviver depois de 5 anos do diagnóstico.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"O diagnóstico de câncer de pâncreas é muito grave, já que normalmente acontece quando o tumor já está avançado. Nesta etapa, ele já tem muitas mutações, que o tornam resistente a tratamentos. Pela primeira vez, vislumbramos um tratamento efetivo para essa doença. No entanto, essa pesquisa foi realizada em nível laboratorial, ainda não foi testada em seres humanos."
"Nosso sistema imunológico vive em equilíbrio entre dois polos: o ataque e o repouso. O que o câncer faz é usar as células do corpo que atuam na modulação desse equilíbrio, e as estimula a trabalhar em seu benefício. A mutação nos genes KRAS é uma das mais frequentes no câncer de pâncreas — aparece em 95% deles. Uma das consequências dessa mutação é um estimulo que leva as células supressoras do sangue para o tumor, criando um ambiente que engana o sistema imunológico."11. Estudo mostra como infecções podem levar ao desenvolvimento de câncer no fígado e cólon
O que diz a pesquisa: Um dos maiores fatores de risco para o câncer no fígado, cólon e estômago são inflamações nesses órgãos causadas por infecções bacterianas ou virais. Um novo estudo conduzido no MIT mostrou como isso acontece. Quando o sistema imunológico detecta invasores, ele envia células chamadas macrófagos e neutrófilos para acabar com a ameça. Elas fazem isso englobando a bactéria, células mortas e restos soltos de células danificadas. Como parte desse processo, essas células liberam químicos muito reativos, que ajudam a combater a ameaça. No entanto, esses químicos também podem danificar o tecido humano. Essa inflamação, se durar muito, pode levar ao câncer.
Como foi feita: Os pesquisadores analisaram mudanças genéticas e químicas no fígado e colón de ratos infectados com a bactéria Helicobacter hepaticus, muito similar à Helicobacter pylori, que causa úlceras no estômago de humanos. Durante 20 semanas, os ratos desenvolveram infecções crônicas – algumas delas desencadearam câncer. Nesse período, eles descobriram por volta 12 danos nos DNA e RNA dos ratos, e analisaram que genes eram ativados ou desativados com o progresso da infecção. Por exemplo, os neutrófilos liberam ácido hipocloroso quando defendem o cólon. Esse ácido deveria atacar as bactérias, mas também provoca danos no DNA, ao adicionar nele um átomo de cloro.
Porque é importante: Ela deve ajudar os médicos a desenvolver modos de prever as consequências de inflamações crônicas, além de criar novas drogas para controlar essas inflamações. Os pesquisadores poderiam, por exemplo, desenvolver modos de bloquear seus efeitos tóxicos e impedir que acabem desenvolvendo um câncer.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"Há muito tempo sabemos que a inflamação crônica é uma situação que pode levar ao câncer. E que muitas dessas inflamações são causadas por infecções. O que esse estudo mostra de novo é como essas infecções promovem as inflamações, e como elas podem levar a alterações no ambiente normal do órgão."
"O câncer de intestino é sensível à quimioterapia e temos como tratá-lo. Já o câncer de fígado é muito agressivo, semelhante ao do pâncreas, e é resistente à maioria dos tratamentos. Entendendo como as inflamações acontecem, podemos bolar estratégias de prevenção."
"Essa pesquisa, além de gerar conhecimento, pode trazer novas oportunidades de tratamento. Em cada órgão, a infecção acontece de um modo diferente, então provavelmente uma droga só não vai cuidar de todos. Vamos ter que entender como elas acontecem em cada órgão."3. Hormônio experimental aumenta tempo de vida de pacientes com câncer de próstata avançado
O que diz a pesquisa: Um hormônio chamado enzalutamida é capaz de aumentar o tempo de vida de pacientes com câncer de próstata avançado em cerca de cinco meses, além de melhorar sua qualidade vida. Para crescer, o tumor na próstata necessita da ação da testosterona. O hormônio atrapalharia essa interação.
Como foi feita: Os testes foram realizados em 1.119 homens com uma forma avançada de câncer de próstata, que pararam de responder à quimioterapia. Para metade deles, os pesquisadores forneceram o hormônio, enquanto a outra metade recebeu placebos. Como resultado, aqueles que tomaram o remédio viveram em média 18,4 meses, enquanto o outro grupo viveu 13,6. Além disso, 43% daqueles que passaram pelo tratamento apresentaram melhoras em sua qualidade de vida. Entre os que tomaram placebo, o número foi de 18%.
Porque é importante: Até pouco tempo, não existiam tratamentos para esse tipo de câncer. Apesar de não representar uma cura para a doença, o hormônio pode dar a esse paciente mais alguns meses de vida, com menos dores e sofrimento.
Opinião do especialista: Stênio de Cássio Zequi, cirurgião oncologista do Núcleo de Urologia do Hospital A. C. Camargo.
"O principal combustível do câncer de próstata é a testosterona, o hormônio masculino. Até por volta de oito anos atrás, o tratamento para paciente com câncer de próstata metastático era tirar esse hormônio de seu corpo. Ele era submetido a uma espécie de castração. Enquanto o homem normal tem um nível de testosterona de 240 a 800, diminuíamos o nível do doente para 20. O tumor regredia, o cansaço e as dores diminuíam. Porém, depois de 15 a 18 meses, o câncer arranjava outros modos de se alimentar no corpo do doente, e a doença voltava. O próprio ambiente tumoral produz substâncias que estimulam o câncer. Mais recentemente, começamos a usar nesses pacientes substâncias que bloqueavam o receptor da testosterona, para não ter de realizar a castração. Esses remédios são conhecidos como antiandrogênicos."
"Há alguns anos, houve um grande avanço nesse campo e surgiram novas drogas superandrogênicas. Elas têm um efeito colateral menor e são de uso oral, o que aumenta a qualidade de vida do paciente. É o caso da enzatulamida. Os pesquisadores testaram a substância em pacientes que não respondiam mais à quimioterapia. Neles, ela aumentou sua vida em até cinco meses. Pode não parecer muito, mas é um ganho palpável. Normalmente o tratamento nessa etapa tem muitos efeitos colaterais. Nesta fase a gente quer aumentar o tempo de vida, mas também com qualidade de vida. E neste estudo 43% dos que tomaram a droga relataram melhoras na qualidade de vida."
"É uma droga que entra no arsenal terapêutico de uma doença que era muito mortal. A cada seis meses surgem novas notícias nesse campo. São várias luzinhas no fim do túnel. Estou nessa área há 19 anos e nunca ouvi tanta notícia boa quanto nos últimos dois."4. Ginseng reduz exaustão entre pacientes com câncer
O que diz: Pesquisadores da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, concluíram que tomar grandes quantidades de ginseng ajuda a reduzir a fadiga e a exaustão em pessoas com câncer. Segundo os pesquisadores, a fadiga entre esses pacientes pode estar associada um aumento dos níveis de citocina, molécula que desencadeia inflamações no corpo. Estudos feitos com animais mostram que o ginseng reduz a quantidade da citocina no organismo — o que pode ajudar a explicar resultados.
Como foi feita: Os cientistas estudaram 340 pacientes que haviam concluído ou que estavam em tratamento contra um câncer. Durante oito semanas parte deles recebeu placebo, enquanto o resto consumiu uma cápsula com dois gramas de ginseng puro por dia. Depois desse período, os pacientes que receberam a raiz relataram sentir 20% menos exaustão do que o restante dos participantes.
Porque é importante: Qualquer droga que possa diminuir a fadiga, um dos sintomas mais comuns em pacientes com câncer, é uma avanço. No entanto, os cientistas alertam que aqueles que queiram utilizar o ginseng devem procurar orientação médica, pois ele pode interferir no efeito de outros remédios utilizados para combater a doença.
Opinião do especialista: Solange Moraes Sanches, oncologista clínica do Hospital A. C. Camargo
"A fadiga é um sintoma muito comum nos pacientes com câncer e que atrapalha sua qualidade de vida. Existem muitas causas: a atividade da doença, o próprio tratamento e o efeito de alguns remédios."
"O problema dessa pesquisa é que ela não leva em conta outros fatores. A gente não sabe qual era o estado de humor do paciente, se o seu tratamento era preventivo ou se a doença estava ativa. Essas situações podem colaborar com maior ou menor grau na fadiga. O trabalho só levou um fator: o uso de ginseng. É um trabalho interessante, mas a meu ver não dá subsídio para prescrever a substância."
"É preciso tomar cuidado com a segurança das medicações. Mesmo as substâncias ditas naturais têm interação medicamentosa e podem causar efeitos colaterais. É importante que ninguém saia tomando ginseng sem falar com seu médico."5. Nova substância interfere no crescimento do melanoma
O que diz a pesquisa: Uma droga chamada trametinib atrapalha o crescimento do tumor em pacientes com um tipo avançado de melanoma, além de aumentar seu tempo de vida. O remédio só tem efeito em pacientes que apresentem mutação em um gene chamado BRAF, responsável por cerca de metade dos casos da doença.
Como foi feita: O estudo envolveu 322 pacientes com melanoma avançado. Uma parte recebeu o tratamento com trametinib, enquanto a outra parte recebeu quimioterapia comum. A droga desacelerou ou parou o crescimento do melanoma em 22% dos pacientes que receberam o novo tratamento. Somente 8% dos que passaram pela quimioterapia tiveram o mesmo resultado. Depois de seis meses, 81% dos pacientes que receberam a droga estavam vivos, número que ficou em 67% entre os que passaram pela quimioterapia.
Porque é importante: Se descoberto cedo, o melanoma pode ser facilmente curado ao se retirar cirurgicamente a região de pele danificada. No entanto, sempre foi difícil tratar o tumor depois que ele se espalhava. A nova pesquisa traz esperanças para os pacientes que sofrem da forma avançada da doença.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"Em 50% dos melanomas há uma mutação nos genes BRAF, que confere um estímulo ao crescimento do tumor. A droga não atua diretamente BRAF, mas numa molécula que é estimulada por ele. Nesse estudo, os especialistas compararam o uso desse tratamento contra a quimioterapia. Podemos observar um benefício em termo de sobrevida do paciente."
"Quando o melanoma é diagnosticado nas fases inicias, ele é curado na maioria dos casos. Mas depois da metástase, a chance de cura é pequena. Os números dessa pesquisa não são tão animadores, mas ela ajuda a entender melhor como o melanoma funciona e cresce. Isso, num horizonte mais longínquo, pode levar à cura."6. Remédio para câncer de pulmão se mostrou efetivo contra três tipos de tumores infantis
O que diz a pesquisa: A droga crizotinib, desenvolvida originalmente para combater o câncer de pulmão, também se mostrou efetiva contra três tipos de câncer infantil: o neuroblastoma, o linfoma anaplásico de grandes células e o tumor miofibroblástico inflamatório. Em alguns dos casos, o câncer desapareceu completamente. O remédio ataca especificamente mutações genéticas no gene ALK, que está presente em todos esses tipos de câncer.
Como foi feita: Os cientistas receitaram crizotinib para 70 crianças que possuíam um desses três tipos de câncer. Dezoito meses depois do tratamento, eles descobriram que 88% das crianças com o linfoma anaplásico de grandes células não tinham mais evidências do câncer. Já entre as 27 crianças com neuroblastomas, em três o tumor desapareceu, e em oito ele parou de crescer. O câncer também havia desaparecido ou diminuído na maior parte dos pacientes com o tumor miofibroblástico inflamatório.
Porque é importante: Essas três formas de câncer infantil são extremamente agressivas e resistentes. A nova descoberta pode levar a técnicas que interfiram no crescimento do tumor e a tratamentos efetivos contra a doença.
Opinião do especialista: Thiago Bueno de Oliveira, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"O crizotinib é uma droga nova utilizada no tratamento do câncer de pulmão. Alguns desses tumores têm sua progressão induzida por uma alteração genética. Por causa dela, a célula é levada a se dividir cada vez mais. É como um acelerador sempre pressionado. A partir desse conhecimento se desenvolveu a droga, que inibe o hiperfuncionamento desse gene. Descobriu-se agora que outros tipos de tumores também são induzidos por essa mesma causa, como alguns tumores que atingem crianças."
"Os resultados do crizotinib são muito melhores que a quimioterapia – 88% é um número muito alto. E é uma droga que não traz efeitos colaterais. Ela é muito recente, está em testes há cerca de dois anos, e ainda não está disponível comercialmente no Brasil."1. Nova droga usa o sistema imunológico do paciente para combater o câncer
O que diz a pesquisa: Usando uma substância chamada BMS-936558, cientistas conseguiram usar o próprio sistema imunológico de alguns pacientes contra o tumor que estavam desenvolvendo. Normalmente, o câncer consegue se disfarçar e não ser atacado pelas nossas células de defesa. Um dos métodos utilizados pelas células cancerígenas para passar despercebidas é pela ação de uma proteína chamada PDL1, que se comunica com uma outra proteína presente em nossos glóbulos brancos, a PD1. A nova droga impede essa comunicação, e faz com que essas células de defesa ataquem o tumor.
Como foi feita: O remédio foi administrado a 76 pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas, o tipo mais comum da doença. Em 18% dos casos, o tumor diminuiu ou parou de crescer. De 33 pacientes com câncer nos rins, 27% também responderam ao tratamento, e de 94 que tinham melanoma, 28% apresentaram melhoras.
Porque é importante: A pesquisa ainda é inicial, mas já se mostra promissora – são os melhores resultados conseguidos com algum tratamento de imunoterapia até hoje. Particularmente importantes foram seus efeitos nos pacientes com câncer de pulmão, que sempre se mostraram resistentes a esse tipo de tratamento.
Opinião do especialista: Milton José de Barros e Silva, oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo
"É uma pesquisa inicial, mas sem sombra de dúvida bastante estimulante, pelas perspectivas futuras que abre. Seu mecanismo de ação é inteligente e ela apresenta bons resultados preliminares."
"A célula que podia destruir o câncer é o linfócito T. O problema é que quando ela chega no tumor, existe uma substância que desliga o linfócito. O que essa droga faz é se ligar no linfócito e cobrir esse botão de desligar. No entanto, o tratamento não é isento de efeitos colaterais. O sistema imunológico também pode atacar os tecidos saudáveis."
"A área da imuno-oncologia está em franca expansão. Ela não está voltada ao desenvolvimento de drogas contra o câncer, mas em drogas que estimulem o sistema imunológico contra os tumores. Hoje, já temos uma droga deste tipo em uso: a Anti–CTLA-4. Ela já foi aprovada nos Estados Unidos, e está sendo analisada pela Anvisa."2. Medicamento reduz efeitos colaterais no tratamento do câncer de mama
O que diz a pesquisa: Um novo medicamento é capaz de combater o câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo, que atinge até 20% das pacientes, sem atacar as outras células do organismo. Ainda em fase experimental, a droga T-DM1 promete prolongar a sobrevida e retardar a evolução da doença nessas pacientes, sem causar os efeitos colaterais típicos da quimioterapia, como perda de cabelo e diarreia. Ele é formado pela combinação de duas substâncias que já existem no mercado: o trastuzumabe e o quimioterápico emtansine (DM1). O trastuzumabe se liga às células cancerígenas que tenham o reagente HER2-positivo. Logo depois, o emtansine localiza essas células e as destrói.
Como foi feita: O estudo foi realizado com 991 pacientes, sendo que todas já haviam sido tratadas apenas com trastuzumabe. Metade do grupo recebeu o T-DM1, e a outra metade o tratamento padrão. Aquelas que passaram pelo novo tratamento não apresentaram progressão da doença por 9,6 meses, contra 6,4 meses no grupo controle. Das pacientes que tomaram o T-DM1, 43,6% tiveram os tumores reduzidos, enquanto apenas 30,8% do grupo controle apresentaram redução. No grupo que recebeu o medicamento, houve um aumento de 7,1 meses de qualidade de vida (sem progressão da doença). Já no grupo que recebeu os quimioterápicos tradicionais, o aumento foi de 4,6 meses.
Porque é importante: Como a substância não ataca as células saudáveis do corpo, as pacientes conseguem viver por mais tempo com menos efeitos colaterais decorrentes do tratamento.
Opinião do especialista: Solange Moraes Sanches, oncologista clínica do Hospital A. C. Camargo
"Quando falamos no câncer de mama, estamos tratando de várias doenças. Uma delas é o subtipo HER2-positivo. Ele é responsável por cerca até 20% dos casos de câncer de mama, e é bastante agressivo. As pacientes que sofriam com ele eram as que tinham uma maior evolução no câncer. Já há alguns anos essa história começou a mudar, justamente por conta do trastuzumabe."
"Quando você usa o trastuzumabe, ele se liga diretamente a essas células tumorais. O que acontece é que o trastuzumabe tem ação importante, mas pequena, e acabava tendo que ser usado junto com a quimioterapia. O grande problema da quimioterapia é que ela ataca tanto as células corporais quanto as normais."
"Com essa nova medicação, o trastuzumabe é ligado na molécula de um quimioterápico. A grande sacada foi fazer essa ligação entre os dois remédios. Depois de jogado no sangue, ele vai se ligar somente nas células com o HER2, e jogar a substância tóxica ali dentro."
"Esse tratamento aumentou tanto o tempo que o tumor leva para crescer quanto o tempo de vida. É uma grande pesquisa, um dos melhores resultados da ASCO. Essa medicação está sendo aguardada com expectativa pelos oncologistas. Agora, ela está aguardando aprovação pelo FDA, o que não acontece antes de 2 anos."
Fonte:http://veja.abril.com.br/saude/15-milhao-de-mortes-prematuras-por-cancer-poderiam-ser-evitadas-todos-os-anos/
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