Fatores
de risco para o câncer
Última revisão/alteração completa jul 2018|
Última modificação do conteúdo ago 2018
Muitos fatores genéticos e ambientais aumentam o risco de
desenvolvimento de câncer. Porém, nem todas as pessoas que são expostas aos
carcinógenos ou que têm outros fatores de risco desenvolvem câncer.
Histórico
familiar
Algumas famílias têm um
risco significativamente maior de desenvolver certos cânceres. Por vezes, esse
risco maior deve-se a um único gene e, por vezes, a vários genes que interagem.
Os fatores ambientais, comuns à família, podem alterar essa interação genética
e provocar câncer.
Genes
e cromossomos
Um cromossomo
adicional ou anômalo pode aumentar o risco de câncer. Por
exemplo, pessoas com síndrome de Down, que têm três cópias do cromossomo 21 em
vez das duas habituais, apresentam um risco 12 a 20 maior de desenvolver leucemia aguda, mas, paradoxalmente, um risco menor
de desenvolver carcinomas.
Acredita-se que as
anormalidades (mutações) que afetam genes críticos, contribuam para o
desenvolvimento do câncer. Estes genes produzem proteínas que regulam o
crescimento e alteram a divisão celular, e outras propriedades celulares
básicas.
As mutações genéticas que
causam câncer podem resultar dos efeitos danosos de produtos químicos, luz do
sol, medicamentos, vírus ou outros agentes ambientais. Em algumas famílias,
esses genes anormais causadores de câncer são herdados.
As duas principais
categorias desses genes envolvidos no câncer são os oncogenes e os genes
supressores tumorais.
Os oncogenes são formas ampliadas e que sofreram
mutação dos genes que, em seu estado normal, regulam o crescimento das células.
Esses oncogenes incluem HER2, que
causa câncer de mama e EGFR, que causa alguns cânceres de pulmão. Alguns oncogenes sinalizam
inadequadamente às células para se multiplicarem de maneira descontrolada,
levando a um câncer. A mutação de genes normais em oncogenes não é totalmente
compreendida, mas existem muitos fatores que podem contribuir para tal,
incluindo
·
Radiografias
·
Luz do sol
·
Toxinas no trabalho, no ar ou em produtos químicos (por
exemplo, na fumaça do tabaco)
·
Agentes infecciosos (por exemplo, certos vírus)
Normalmente,
os genes supressores tumorais impedem o
desenvolvimento de cânceres através da codificação das proteínas que reparam
DNA danificado e suprimem o crescimento de células cancerosas. O câncer é mais
provável quando o dano do DNA prejudica a função do gene supressor do tumor,
permitindo que as células afetadas se multipliquem continuamente. As mutações
de gene supressor, herdado de um pai ou mãe, pode sustentar uma pequena
porcentagem de casos de câncer de mama, geralmente ocorrendo com pouca idade e
em vários membros da família.
Idade
Alguns
tipos de câncer, como o tumor de Wilms, o retinoblastoma e o neuroblastoma afetam quase exclusivamente
crianças. Esses cânceres resultam da mutação herdada do gene supressor ou que
ocorre durante o desenvolvimento fetal. No entanto, a maioria dos outros
cânceres são mais comuns em adultos, principalmente em pessoas mais idosas. Nos
Estados Unidos, mais de 60% dos cânceres ocorrem em pessoas com mais de 65
anos. A maior incidência de câncer é provavelmente devido a uma combinação de
exposição maior e mais prolongada a carcinógenos e ao enfraquecimento do
sistema imunológico do corpo.
Fatores
ambientais
Numerosos fatores ambientais
aumentam o risco de desenvolver câncer.
Fumaça de tabaco contém
carcinógenos que aumentam bastante o risco de desenvolvimento de câncer do
pulmão, boca, garganta, esôfago, rins e bexiga.
Poluentes
do ar ou da água, como o amianto, resíduos industriais, ou a fumaça do cigarro,
podem aumentar o risco de câncer. Sabe-se com certeza que várias substâncias
químicas causam câncer e suspeita-se o mesmo de muitas outras. Por exemplo, a
exposição ao amianto pode causar câncer de pulmão e mesotelioma (câncer da pleura). A exposição a
pesticidas está associada a um risco mais alto de alguns tipos de câncer (por
exemplo, leucemia e linfoma não Hodgkin). O tempo decorrido entre a
exposição às substâncias químicas e o desenvolvimento do câncer pode ser de
muitos anos.
A
exposição à radiação é um fator de risco para o
desenvolvimento de câncer. A exposição prolongada à radiação ultravioleta,
sobretudo a do sol, provoca câncer da pele. Radiações ionizantes são
especialmente carcinogênicas. As radiografias (incluindo a tomografia
computadorizada [TC]) utilizam radiações ionizantes, e pessoas submetidas a muitos
exames com altas doses de raios-X têm um risco maior de câncer.
A exposição ao gás
radioativo radônio, emitido pela terra, aumenta o risco de desenvolvimento de
câncer do pulmão. Geralmente, o radônio se dispersa rapidamente para a
atmosfera e não causa danos. No entanto, se um edifício foi construído sobre um
solo com elevado teor de radônio, este pode acumular-se dentro do edifício,
produzindo por vezes níveis no ar suficientemente altos, capazes de causar
problemas. O radônio é respirado para dentro dos pulmões, onde pode, por fim,
causar câncer do pulmão. Em pessoas expostas que também fumam, o risco de
câncer de pulmão aumenta ainda mais.
Muitas outras substâncias
foram investigadas como possíveis causas do câncer, mas mais estudos são
necessários para identificar esses produtos químicos que aumentam o risco de
câncer.
Geografia
O risco de câncer varia
de acordo com o lugar onde se vive, embora as razões para as diferenças
geográficas sejam complexas e mal-entendidas. Essa variação geográfica no risco
de câncer é provavelmente multifatorial: uma combinação de genética, dieta e
ambiente.
Por
exemplo, o risco de câncer de cólon e de câncer de mama é baixo no
Japão, mas nos japoneses que emigraram para os Estados Unidos o risco aumenta
até se igualar, finalmente, ao do restante da população norte-americana. Por
outro lado, a população japonesa apresenta percentagens de câncer do estômago extremamente elevadas. Quando
essas pessoas emigram e passam a ter uma dieta ocidental, o risco diminui para o
valor da população que os acolhe, ainda que esta diminuição possa não ser
evidente até a geração seguinte.
Dieta
As
substâncias consumidas na dieta podem aumentar o risco do desenvolvimento de
câncer. Por exemplo, uma dieta com alto teor de gorduras insaturadas, e a
obesidade em si, foram relacionadas a um maior risco de câncer de cólon, mama
e, possivelmente, câncer de próstata. Pessoas que consomem bebidas
alcoólicas em excesso têm um risco mais elevado de sofrer de câncer de cabeça e
pescoço e câncer de esôfago. Uma dieta rica em alimentos
defumados e em conserva ou em carnes de churrasco aumenta o risco do
desenvolvimento de câncer no estômago. As pessoas que estão acima do peso ou
são obesas têm um risco mais alto de câncer da mama, do revestimento do útero
(endométrio), do cólon, dos rins e do esôfago.
Medicamentos
e tratamentos médicos
Certos
medicamentos e tratamentos médicos podem aumentar o risco de desenvolvimento de
câncer. Por exemplo, estrogênios em contraceptivos orais
podem aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, mas esse risco diminui
ao longo do tempo. Os hormônios estrogênio e progestina que podem
ser dados a mulheres durante a menopausa (terapia de reposição hormonal) também
aumentam o risco de câncer de mama.
Dietilestilbestrol (DES)
aumenta o risco de câncer de mama em mulheres que tomaram o medicamento e em
filhas dessas mulheres que foram expostas antes do nascimento. DES também
aumenta o risco de câncer de endométrio em mulheres que tomaram o medicamento,
além do risco de câncer cervical e vaginal em filhas de mulheres que tomaram o
medicamento. Tamoxifeno, um fármaco usado para tratar de câncer de mama,
aumenta o risco de câncer do endométrio.
O
uso prolongado de testosterona, danazol ou
outros hormônios masculinos (androgênios) pode aumentar ligeiramente o risco de
câncer do fígado.
O tratamento de câncer
com certos fármacos quimioterápicos (agentes alquilantes) e com terapia de
radiação, pode aumentar o risco que as pessoas desenvolvam um segundo câncer
anos depois.
Infecções
Sabe-se
de vários vírus que provocam câncer em humanos e existe suspeita de que muitos
outros também causem câncer. O papilomavírus humano (HPV, que causa
úlceras genitais) é uma importante causa de câncer do colo do útero nas mulheres e de câncer peniano e câncer de ânus nos homens. O HPV também
causa alguns cânceres na garganta. O vírus da hepatite B ou vírus da hepatite C pode causar câncer do
fígado. Alguns retrovírus humanos, como HIV,
causam linfomas e outros cânceres do sangue. Alguns vírus causam tipos de
câncer em certos países, mas não em outros. Por exemplo, o vírus de
Epstein-Barr causa o linfoma de Burkitt (um tipo de câncer) na
África e câncer do nariz e faringe na Ásia.
Algumas
bactérias também podem causar câncer. Helicobacter
pylori, que causa úlcera de estômago, pode aumentar o risco de câncer de estômago e linfomas.
Alguns
parasitas podem causar câncer. Infecção pelo Schistosoma haematobium pode
causar inflamação crônica e formação de cicatrizes da bexiga, que pode levar ao
câncer. Outro tipo de parasita, Clonorchis
sinensis, pode ser vinculado ao câncer de pâncreas e câncer de
dutos biliares.
Distúrbios
inflamatórios
As
doenças inflamatórias aumentam frequentemente o risco de câncer. Entre essas
doenças inclui-se a colite ulcerativa e a doença de Crohn (que pode resultar em
câncer de cólon e cânceres do duto biliar).
Comentários
Postar um comentário