GUIA DOS ÁCIDOS E ATIVOS PARA COMBATER O MELASMA

 

Mulher passando creme (Foto: Getty Images)

Os tratamentos domiciliares para melasma podem ser muito eficazes, mas requerem acompanhamento médico (Foto: Getty Images)

Guia dos ácidos e ativos para combater o melasma


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Dermatologista explica como agem hidroquinona, ácido azelaico, ácido glicólico, vitamina C, ácido tranexâmico e argila branca no tratamento do melasma em casa.

Melasma é um dos problemas de pele que mais incomoda a mulher brasileira. Para ter uma noção, há mais volume de busca por melasma no Google do que rugas ou olheiras. A preocupação com as manchas e a vontade de fazer com que elas desapareçam é tão grande que, muitas vezes, se apela para tratamentos improvisados, sem orientação médica.

Nas farmácias existem muitos produtos que prometem clarear as manchas, os chamados despigmentantes. E na internet sobram dicas, receitas e sugestões de rotinas de cuidado caseiras para acabar com o melasma.

O ideal e mais efetivo, claro, é consultar um dermatologista e combinar tratamentos em consultório com a aplicação de produtos em casa. O tratamento por conta própria pode ser um tiro que sai pela culatra. “São inúmeros os casos que atendemos em consultório com efeitos adversos relacionados ao uso de despigmentantes”, conta a dermatologista Camila Moulin, especialista em Cosmetologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Segundo Camila, a falta de acompanhamento médico pode fazer com que o tratamento domiciliar resulte em alergias, alterações no padrão da cor (como áreas despigmentadas dentro de manchas mais antigas) e até mesmo, em casos raros, ocronose exógena, uma  doença caracterizada por pigmentação assintomática, preto-azulada ou acinzentada, associada ao uso crônico de clareadores tópicos.

Com acompanhamento médico, no entanto, o tratamento em casa pode, sim, ser um sucesso. Hoje em dia, a bionanotecnologia tem conseguido excelentes resultados sem muitos efeitos colaterais. “Produtos com agentes despigmentantes em nanopartículas se mostram uma excelente maneira de  bloquear as reações em cadeia da formação do melasma”, explica Camila.

Mesmo assim, com um tratamento domiciliar receitado por médicos e eficaz, podem acontecer recaídas do melasma. “É uma patologia crônica. Sendo assim, é interessante alternar tratamentos ao longo da vida e acompanhar de perto com o dermatologista para evitar as recaídas, que costumam ser piores a cada episódio”, alerta a médica.

Pesquisamos quais os ativos e produtos mais populares quando o assunto é melasma e pedimos para a Dra. Camila explicar como cada um age e os principais cuidados que devem ser tomados caso a caso.

Hidroquinona

A hidroquinona é uma substância química que, entre outras coisas, atua como um inibidor da enzima tirosinase, que é essencial na síntese de melanina. Por isso que essa substância é tão poderosa e compõe um dos tratamentos tópicos (ou seja, com o medicamento aplicado diretamente na pele) mais eficazes contra o melasma. Mas atenção: apesar de eficaz, a hidroquinona está associada a reações adversas e possíveis complicações em longo prazo. Na Europa a substância foi banida dos cosméticos e medicamentos, e nos Estados Unidos tem uso controlado e limitado a uma concentração de 2%.

Ácido azelaico

O ácido azelaico é um clareador alternativo que age da mesma forma que a hidroquinona: inibindo a enzima tirosinase. Esse ácido é produzido por um fungo chamado Malassezia furfur - o mesmo fungo que causa a doença tinea versicolor (conhecido popularmente como “pano branco” ou “micose de praia”).
A desvantagem do ácido azelaico? O efeito clareador dele é inferior e mais lento do que o da hidroquinona. A vantagem? Ele é mais seguro quanto a efeitos adversos no longo prazo.

Ácido tranexâmico

O ácido tranexâmico pode ser muito útil para quem tem melasma, já tentou outros tratamentos e nada deu certo. Ele é bastante usado em fórmulas prescritas por médicos com ácido fítico e kójico. O ácido tranexâmico funciona diminuindo a síntese de melanina, mas não como a hidroquinona e o ácido azelaico. Ele age na inflamação e na vascularização, reduzindo a vermelhidão da pele. O tratamento pode ser tópico, oral e intradérmico, no consultório.

Ácido glicólico


O ácido glicólico é um potente renovador celular, capaz de remover a melanina da camada córnea - a camada mais externa da epiderme. Além disso, ele melhora a textura da textura da pele, potencializa a penetração de outros ativos e tem um efeito hidratante, com excelente resultado em peles maduras. Quando o assunto é clareamento, ele funciona bem combinado com outros clareadores inibidores da tirosinase.

Vitamina C


Vitamina C é o nome popular do ácido ascórbico, um dos mais poderosos antioxidantes capazes de combater radicais livres e promover o clareamento da pele. A vitamina C trabalha inibindo as etapas oxidativas do processo de formação da melanina, causando assim o clareamento. Mas para funcionar, o uso do produto tem de ser constante e sistemático, por períodos prolongados. Também não adianta usar vitamina C e esquecer do protetor solar, já que a radiação ultravioleta emitida pelo sol, em especial a UVA, é um dos principais fatores para a piora do melasma.

Argila Branca

A argila branca, usada como máscara facial, não tem nenhum efeito sobre a formação da melanina. Mas ela pode esfoliar a camada córnea da epiderme - ou seja, a camada mais superior da pele - removendo o depósito de melanina estocado ali, e também preparando a pele para receber uma medicação com ativos como o ácido azelaico, por exemplo.

Fonte:https://revistamarieclaire.globo.com/Beauty-Tudo/noticia/2020/02/guia-dos-acidos-e-ativos-para-combater-o-melasma.html


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