O SEGREDO DAS ZONAS AZUIS DA LONGEVIDADE
As Zonas Azuis são locais do mundo onde a longevidade dos habitantes chega a mais de 100 anos de idade e que ficam a beira-mar. Uma ilha no Mar Mediterrâneo; uma no Mar Egeu; uma no Mar da China Oriental; uma península na Costa Rica e uma cidade no Condado de San Bernardino (EUA).
Durante oito anos, o explorador Dan Buettner e um grupo de investigadores da National Geographic Society identificaram essas Zonas Azuis em suas pesquisas. São elas: Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Loma Linda (Califórnia), Nicoya (Costa Rica) e Icária (Grécia). Nestas cinco zonas do mundo existe uma esperança de vida superior à que se verifica em outros países. Muitos dos seus habitantes atingem idades centenárias e mais importante do que isso vivem repletos de alegria, com imensa energia e com uma enorme qualidade de vida.
Tem-se observado que as pessoas que vivem nessas áreas compartilham características comportamentais e de estilo de vida comuns, apesar das diferentes raças, nacionalidade, e as características regionais. Possuem uma dieta a base de plantas, vegetais, algas, tofu etc; fazem atividades físicas moderadas diariamente; plantam e se alimentam dos frutos da própria horta; cuidam da família; não tem o hábito de fumar; consomem pouca carne; têm um forte senso de comunidade, entre outras características.
Este estudo antropológico e demográfico revelou dados surpreendentes sobre o estilo de vida e os hábitos alimentares das populações locais e que, juntamente com características genéticas e ambientais específicas, contribuem para a sua longevidade. No seu livro “The Blue Zones: Lessons for Living Longer From the People Who’ve lived the Longest”;
Dan Buettner descreve nove lições simples mas poderosas para uma vida longa e feliz:
1 – Mantenha-se em movimento Encontre formas de se movimentar naturalmente. | 2 – Encontre o seu propósito E persiga-o com paixão. | 3 – Vá devagar Trabalhe menos, decanse e tire férias. |
4 – Pare de comer Quando estiver 80% satisfeito. | 5 – Consuma mais vegetais E ingira menos carne e produtos processados. | 6 – Beba vinho tinto Frequentemente mas moderadamente. |
7 – Crie laços afetivos Fomente relações sociais saudáveis. | 8 – Alimente a sua alma Desenvolva atividades espirituais. | 9 – Ame a sua tribo Torne a sua família uma grande prioridade. |
Conheça mais sobre as cinco as zonas onde se concentra um maior número de pessoas centenárias:
Sardenha, Itália | Uma expedição em abril de 2009 na ilha identificou o local com a maior taxa de pessoas que alcançam os 90 anos no planeta — aproximadamente uma em cada três pessoas chegam a essa idade. Constatou-se também que os icarianos têm uma taxa 20% menor de incidência de câncer, 50% menor de doenças cardíacas e praticamente nulas de demência. Bebem leite de cabra, que é hipoalergénico e rico em cálcio, potássio e triptofano, que ajuda a diminuir os níveis de stress. A dieta mediterrânica que seguem é rica em vegetais, frutas, leguminosas, batatas e azeite. Bebem chás de ervas, fonte importante de antioxidantes, em família e com os amigos. Fazem a sesta, que diminuiu o stress e a incidência de doença cardíaca. O calendário cristão ortodoxo pelo qual se regem convida a ocasionalmente jejuar, o que retarda os efeitos do envelhecimento. A longevidade dos sardos pode estar relacionada ao DNA – a ilha da Sardenha fica isolada no Mar Mediterrâneo e tem baixa imigração, então o grupo genético da região é relativamente puro. Mas hábitos sociais de longa data também contribuem. Os habitantes desta ilha italiana também vivem socialmente isolados, o que permitiu a manutenção de um estilo de vida tradicional. Ao longo das suas vidas, mantêm estreitas relações com a família e os amigos, dedicando grande parte do seu tempo à partilha de momentos de alegria e convívio, sempre acompanhados de um bom vinho tinto. A dieta clássica da sardenha consiste em pão integral, leguminosas, vegetais e fruta e em algumas zona da ilha, azeite de mastic. Consomem também queijo pecorino, produzido a partir de leite de ovelha, rico em ácidos gordos e omega 3. A carne apenas é consumida aos fins de semanas e em ocasiões especiais. Os sardenhos possuem fortes valores familiares, o que proporciona baixos índices de depressão, suicídio e stress. |
As ilhas de Okinawa, Japão | Okinawa é o local no planeta onde tem o maior percentual de centenários, e já foi objeto de estudos de vários cientistas que buscam mapear o estilo de vida que os faz viver tanto tempo e de forma plena. Os Okinawanos idosos fazem exercícios físicos e mentais frequentemente. A dieta é maioritariamente vegetariana, baseada em vegetais, algas, batata doce e tofu, ricos em nutrientes e baixos em calorias. Eles têm uma prática chamada hara hachi bu, o que significa “comer até estar 80% satisfeito“. Plantam ervas medicinais que os protegem das doenças. O grande segredo para a longevidade dos habitantes de Okinawa está na dedicação à família e aos amigos e à importância que fornecem ao sentido da vida. |
Loma Linda, Califórnia | Estudos mostraram que os habitantes de Loma Linda vivem até dez anos a mais do que a média dos americanos (79 anos) e chegam à idade avançada com uma saúde bem melhor. Os seus membros bebem água ao invés de bebidas gaseificadas e petiscam frutos secos em vez de batatas fritas. Não bebem nem fumam e todas as semanas praticam o Sabbath, durante o qual se focam na família, na comunidade, em Deus e na natureza. Seguem uma dieta vegetariana, exercício regulares e um compromisso com a celebração do sábado como o dia de descanso. |
Península de Nicoya, Costa Rica | Costa-riquenhos como um todo têm as menores taxas de mortalidade de meia-idade do mundo e a segunda maior convergência de idade do sexo masculino acima de 100 anos. De uma população total de cerca de 4,5 milhões, foram relatados 417 centenários, muitos deles em Nicoya. Tal fato, deve-se à alimentação baseada em frutas tropicais, ricas em antioxidantes e à qualidade da água ingerida, rica em cálcio e magnésio, que previne doenças cardíacas e proporciona ossos fortes. O povo local também tem uma profunda fé em Deus, dormem oito horas por noite e mantém uma dieta saudável com arroz, milho, banana, feijão e frutas locais. Eles também consomem pouca carne. |
Icária, Grécia | Uma expedição em abril de 2009 na ilha identificou o local com a maior taxa de pessoas que alcançam os 90 anos no planeta — aproximadamente uma em cada três pessoas chegam a essa idade. Constatou-se também que os icarianos têm uma taxa 20% menor de incidência de câncer, 50% menor de doenças cardíacas e praticamente nulas de demência. Bebem leite de cabra, que é hipoalergénico e rico em cálcio, potássio e triptofano, que ajuda a diminuir os níveis de stress. A dieta mediterrânica que seguem é rica em vegetais, frutas, leguminosas, batatas e azeite. Bebem chás de ervas, fonte importante de antioxidantes, em família e com os amigos. Fazem a sesta, que diminuiu o stress e a incidência de doença cardíaca. O calendário cristão ortodoxo pelo qual se regem convida a ocasionalmente jejuar, o que retarda os efeitos do envelhecimento. Fonte:https://www.saisquantico.com.br/o-segredo-das-zonas-azuis |
(Foto: Pexels)
Os segredos para ter uma vida longa e feliz, segundo Dan Buettner
Pesquisador foi descobrir o que as pessoas que vivem em cidades com alto índice de longevidade têm em comum. Spoiler: não tem a ver com as idas à academia
A curiosidade sobre essas comunidades com altos índices de longevidade levou Buettner a empreender uma ampla pesquisa que virou capa premiada da National Geographic: "The Secrets of Living Longer". Buettner foi atrás do segredo que envolvia cidades como: Okinawa (Japão), onde há um número expressivo de idosos com mais de 100 anos; Sardenha (Itália), onde foi registrada a porcentagem mais alta de longevidade jamais documentada; Nicoya (Costa Rica) e Loma Linda (Califórnia), onde as pessoas vivem oito anos a mais que a média dos americanos.
A pesquisa de Buettner apontou cinco características comuns na rotina relacionadas ao meio ambiente e ao modo como as pessoas vivem nessas cidades. Os habitantes delas costumam comer de forma inteligente, alimentando-se de cereais integrais, verduras, amendoins e feijão. Eles também fazem várias atividades diárias a pé, como ir à escola ou ao mercado, ao invés de ir à academia e ficar por lá "20 minutos queimando calorias". Eles têm jardins, realizam atividades manuais e costumam fazer as tarefas domésticas sozinhos (sem ajuda de alguém), além de ter um senso de propósito naquilo que fazem e interagir em comunidade.
Viver muito — e feliz
Buettner buscou medir o nível de felicidade durante sua pesquisa. Para isso, criou critérios como satisfação de vida (escala 1 a 10), propósito e emoções diárias (quanto você sorriu hoje, estressou-se ou ficou preocupado). "São estimativas, porque nós só lembramos de uma pequena porcentagem do que acontece nas nossas vidas todos os dias. Tendemos a guardar os pontos altos e baixos e não, por exemplo, aquilo que almoçamos há duas semanas", diz Buettner.
O país mais feliz do mundo, segundo o estudo, não é o Butão, o Japão ou algum nórdico. Na realidade, foi Cingapura. O crescimento econômico da última década teve papel essencial nessas conquistas, de acordo com Buettner, mas foi outro fator que influenciou mais: a arquitetura da cidade. Concebida em grande parte pelo premiado arquiteto Liu Thai Ker, Cingapura valoriza a "segurança, harmonia e respeito", segundo análise de Buettner.
A cidade-Estado também prioriza a livre circulação de pessoas, bem como a diversidade. "O projeto não criou guetos para abrigar as várias etnias que vivem em Cingapura, como os chineses e malawis. Pelo contrário, fez com que todo mundo vivesse junto", diz o pesquisador.
Um homem que assistia à palestra, nascido em Cingapura, questionou Buettner afirmando que o país não era tão cor de rosa assim e que havia muitos problemas e desigualdades. "Cada país tem seus problemas, sempre. E é natural do ser humano falar do copo mais vazio. Na mídia, vão sempre ser destacados os problemas. Mas, na minha pesquisa, os índices de satisfação de vida relatados foram bem altos", respondeu o pesquisador.
Buettner também destacou os níveis de felicidade em Aarhus (Dinamarca), pelo alto nível de igualdade, tolerância e confiança, e em Nicoya (Costa Rica), pelo alto índice de "emoções diárias".
O que fazer
Nem todo mundo pode se mudar para os locais que Buettner citou. Mas há pequenas ações que podem ajudar as pessoas a melhorar o ambiente em que vivem e, assim, serem mais felizes. Para o pesquisador, o índice de satisfação de vida está estritamente ligado à segurança financeira, para poder garantir as necessidades básicas (como moradia, alimentação, educação e saúde) e certos confortos.
É preciso também se cercar de pessoas felizes. Os amigos, diz, fazem uma enorme diferença. Além disso, cultivar a vida em comunidade garante maiores níveis de satisfação. "Um estudo com as comunidades consideradas mais felizes dos EUA mostrou que lá viviam pessoas que tinham fácil acesso à recreação, movimentavam-se a pé ou de bicicleca e interagiam umas com as outras", afirma Buettner.
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/Forum-Economico-Mundial/noticia/2018/01/os-segredos-para-ter-uma-vida-longa-e-feliz-segundo-dan-buettner.html
9 segredos para uma vida longa e feliz
Especialistas mapearam as regiões do mundo onde as pessoas vivem mais e melhor e descobriram os motivos para isso
Você sabe o que são Blue Zones? As Zonas Azuis, em tradução para o português, são regiões em que a população de pessoas com mais de 80, 90 anos e centenários é maior do que no resto do planeta.
Em 2004, o escritor americano Dan Buettner uniu-se à National Geographic e aos melhores investigadores de longevidade para identificar lugares ao redor do mundo onde as pessoas vivem mais tempo e com mais saúde, ou seja, sem doenças ou a necessidade de remédios.
Esse mapeamento identificou cinco lugares incríveis do ponto de vista da longevidade:
- Loma Linda (Califórnia), onde a população vive 10 anos a mais do que qualquer outro lugar da América do Norte;
- Nicoya (Costa Rica), que possui a menor taxa de mortalidade entre adultos da meia idade;
- Sardenha (Itália), a maior concentração de homens centenários;
- Ikaria (Grécia), que possui a menor taxa de demência do mundo;
- Okinawa (Japão), onde mulheres acima dos 70 formam um seleto grupo de pessoas mais velhas do mundo.
Os pesquisadores – depois de encontrar as blue zones – começaram a investigar as razões que levam os habitantes destes locais a viverem tanto e tão bem. Os segredos das pessoas das Zonas Azuis podem nos ajudar a ter uma vida mais longa e também a conquistar uma qualidade de vida melhor a qualquer idade.
A gente divide com vocês estas dicas valiosas!
Se movimente naturalmente
Nada de maratonas ou levantamento de ferro, nas Blue Zones, a população se movimenta de forma natural, fazendo trabalho da casa e sem grandes mordomias tecnológicas.
Propósito
Foto: Pixabay
Em Okinawa, o Ikigai (conceito japonês traduzido como “razão de viver”, simplificando muito); na Nicarágua, o plano de vida; esses instrumentos que nos ensinam que identificar o nosso propósito equivale a sete anos a mais de expectativa de vida.
Equilíbrio
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Não é que eles não tenham estresse, o que os habitantes das Blue Zones fazem de diferente do resto do mundo é que eles têm, em sua rotina, exercícios para aliviar a mente e se divertir: da oração ao happy hour.
Regra dos 80%
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“Hara hachi bu” é o mantra que os habitantes de Okinawa dizem antes das refeições para lembrá-los de se alimentar até o estômago ficar 80% cheio – não mais que isso. Os 20% que restam, não vai matá-los de fome e faz toda diferença na hora de manter o peso.
Mais vegetais
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A alimentação das Blue Zones é praticamente composta por vegetais. Eles se alimentam de proteína animal, no máximo, cinco vezes por mês e em pouca quantidade.
Vinho às 5 horas
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Com exceção dos adventistas da Califórnia, a maioria dos cidadãos das Blue Zones têm como hábito tomar álcool regularmente, porém, com moderação; a dica deles é beber de uma a duas taças de vinho por dia.
“Diga-me com quem andas e te direi quem és”
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Os moradores da Blue Zones acreditam que o meio social que você vive reflete muito na sua longevidade; cigarro, depressão, solidão e até felicidade são contagiosos. Em Okigawa, por exemplo, os “moais” são grupos de aproximadamente cinco amigos que têm o compromisso de se cuidar durante a vida, mantendo hábitos saudáveis.
Mantendo quem ama por perto
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Nas Blue Zones, centenários de sucesso colocam a família em primeiro lugar; isso significa cuidar dos pais e avós, que já estão envelhecendo, por perto ou mesmo em casa.
Pertencimento
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Pesquisas mostram que fazer parte ativamente de uma comunidade religiosa, independente de qual, pode adicionar de 4 a 14 anos na sua expectativa de vida.
Vamos viver mais e mais felizes?
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Os segredos da longevidade – você tem feito isso certo?
por: Mari Dutra
As bactérias não envelhecem. Podem até morrer, caso ocorra algum acidente ou sejam privadas de alimentos, mas não envelhecem nunca. Tanto é que, no ano 2000, cientistas decidiram ressuscitar uma bactéria que havia ficado presa em um depósito de sal há 250 milhões de anos. Depois de reanimá-la e oferecer nutrientes, a bactéria simplesmente voltou a se reproduzir, como se o tempo não houvesse passado.
Outros animais também desfrutam do mesmo dom: é o caso da água-viva turritopsis dohrnii, do peixinho rockfish e de algumas espécies de tartarugas que vivem na América no Norte. Todos vivem sem prazo de validade, ao contrário de nós, humanos – e mortais. Pode até ser que você não resista 250 milhões de anos, como a bactéria ressuscitada, mas a ciência já é capaz de apontar o caminho para quem está em busca da longevidade.
Uma constatação importante sobre o assunto foi feita pelo pesquisador e escritor Dan Buettner, em parceria com a equipe da National Geographic, em 2004, quando se mapearam as cinco regiões do mundo onde a possibilidade de uma pessoa alcançar os 100 anos chega a ser 10 vezes maior que a de um morador comum dos Estados Unidos. Esses locais foram chamados por eles de “Zonas Azuis”.
Mas qual o segredo desses lugares? Dan conta em seu livro The Blue Zones quais características são capazes de explicar a longevidade nestas regiões. São fatores compartilhados por estas zonas azuis que prometem ser o tempero que faltava para obtermos uma vida mais longa. Mas, primeiro, vamos conhecer esses lugares:
Okinawa, Japão – É a província mais ao sul do Japão, composta por 169 ilhas, e também a região com o maior percentual de centenários no mundo inteiro.
Sardenha, Itália – Uma ilha localizada em pleno mar Mediterrâneo, com um total de 1,65 milhões de habitantes, dos quais 371 já haviam completado 100 anos em 2012. A maior taxa de longevidade foi encontrada na região conhecida como Província de Nuoro.
Loma Linda, Estados Unidos – Uma pequena cidade da Califórnia que conquistou uma expectativa de vida dez anos mais alta que a média americana. Cerca de metade dos habitantes locais fazem parte da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que segue regras rigorosas para descanso, alimentação e exercícios.
Península de Nicoya, Costa Rica – Mais de 400 centenários vivem nesta região repleta de praias e montanhas. É o lugar em que existe o maior número de pessoas acima dos 100 anos no mundo.
Icária, Grécia – Estima-se que um terço da população de Icária irá chegar aos 90 anos. A estimativa é fácil de entender quando nos deparamos com taxas de incidência de câncer 20% menores e de doenças cardíacas 50% menores do que em outras regiões. A possibilidade de demência é praticamente nula na população.
Todas estas zonas apresentam algumas características em comum e elas podem ajudar a traçar o mapa de uma vida mais longeva, segundo as pesquisas de Dan Buettner:
Corpo em movimento
Nas zonas azuis, as pessoas não estão acostumadas a fazer exercícios – ou, pelo menos, não da maneira como nós estamos, reservando uma hora específica para realização de alguma atividade física. Ao contrário, eles se mantêm em movimento, sem precisar fazer muito esforço para isso.
Tanto na Sardenha quanto em Icária, por exemplo, grande parte da população é acostumada a pastorear animais, o que faz com que se mantenham em movimento. Manter um jardim em casa, caminhar até o trabalho ou simplesmente o fato de viver em um local com escadas também contribui para se manter em movimento sem precisar pensar muito sobre o assunto.
Alimentação
As dietas aplicadas por estas cinco comunidades possuem muitas coisas em comum. Enquanto o consumo de carnes é raro entre elas – em Loma Linda grande parte da população é vegetariana –, as frutas, vegetais e grãos são item indispensável na mesa. Por sinal, um estudo realizado pela Universidade de Loma Linda, em 2001, demonstrou que dietas pobres ou isentas de gordura animal podem presentear você com dois anos extras de vida, enquanto exercícios diários moderados são responsáveis por um bônus de 6 anos – em compensação, fumar pode subtrair de 10 a 11 anos dessa conta.
Obviamente, cada lugar tem sua particularidade no quesito alimentação: em Okinawa, existe uma prática conhecida como hara hachi bu, que significa comer até ficar 80% satisfeito. O que parece apenas uma tradição sem muito sentido tem mais embasamento científico do que você pode imaginar: diversos cientistas já assumem que uma dieta restrita seja o caminho para a longevidade. A tese é reforçada por experimentos que indicam que, ao comer 50% menos, os ratos são capazes de viver o dobro, e com saúde. Resultados semelhantes foram encontrados em estudos com peixes, aranhas, cachorros, moscas… Há indícios de que, sozinhas, as escolhas alimentares podem somar 13 primaveras à sua vida.
Bebem com moderação
Fora a cidade de Loma Linda, onde a população evita o consumo de álcool graças à religião, todas as outras zonas azuis aceitam sem problemas uma dose de bebida, mas seus habitantes também sabem consumi-la com moderação.
Espiritualidade
Independente da religião ou doutrinas, a fé se mostrou um ponto forte para essas comunidades longevas. É assim que a população de Loma Linda lida com sua religião, com forte apego à Igreja Adventista do Sétimo Dia ou que os habitantes da Península de Nicoya manifestam sua profunda fé em deus.
Frequentar serviços relacionados à fé pelo menos quatro vezes por mês pode adicionar até 14 anos na sua vida, independente da doutrina.
Senso de comunidade
Todas as regiões têm um profundo senso de comunidade: na Sardenha, a família está sempre em primeiro lugar; em Loma Linda, a Igreja é o lugar de reuniões e amizades; enquanto isso, em Okinawa, os habitantes possuem um grupo de amigos que os acompanha desde a infância até o fim de seus dias e com quem podem compartilhar as felicidades e tristezas da vida.
Propósito
Em Okinawa, Dan Buettner questionou aos habitantes qual o motivo que os fazia acordar pela manhã: todos sabiam exatamente o que responder. Na língua local, existe até mesmo uma palavra para definir esse proposto: ikigai. Segundo o pesquisador, ter um propósito pode render um bônus de 7 anos no jogo da vida.
render um bônus de 7 anos no jogo da vida.
Mas, acima de tudo, é importante saber: há grandes chances de você não chegar aos 100 anos. Mesmo que decida começar a seguir amanhã mesmo todas as indicações acima, sua probabilidade de chegar lá é bem baixa. Isso porque a genética também tem seu papel neste jogo – e estudos recentes indicam que apenas 15% das pessoas possuem genes que as predispõe à alta longevidade. E mais da metade dos centenários têm parentes que chegaram aos 100 anos. Mesmo assim, estima-se que o estilo de vida seja responsável por 70% deste cálculo.
Mas… digamos que você possa chegar até os 90 anos com saúde. Infelizmente, o próprio Dan Buettner mostra que apenas força de vontade não é suficiente para aumentar nossa expectativa de vida. Para mudar, é preciso transformar uma comunidade inteira e não apenas os seus hábitos, como ele explicou em uma palestra no TedMed:
[youtube_sc url=”https://youtu.be/waGHi6aMzh8″]
Quem sabe um dia iremos chegar a um futuro próximo ao previsto no livro As Intermitências da Morte, de José Saramago, que inicia com a singela frase “No dia seguinte ninguém morreu”. No caso do livro, a (ir)responsável por isso era uma Morte com M maiúsculo, que havia simplesmente parado de realizar seu trabalho, resultando em um cenário de calamidade, onde os velhos quase imploravam pelo seu “descanso eterno”. Mas a velhice da realidade parece ser bem mais promissora que a encontrada na literatura: cerca de 2 terços dos idosos são completamente independentes para as atividades da vida diária.
Não é por acaso que a faixa da população que mais cresce no mundo é a dos idosos com mais de 100 anos – em 2015, o grupo deverá ser 20 vezes maior do que no ano 2000. Quando voltamos um pouco no tempo, fica fácil perceber os avanços já alcançados nesse sentido: entre os romanos, a expectativa de vida era de 20 anos e 90% da população morria antes de completar seu 46º aniversário. No Brasil, a expectativa média de vida era de 33 anos em 1900, hoje, esse número subiu para 68 anos, mais do que o dobro. Por enquanto, resta esperar e torcer para que, ao menos nesse quesito, estejamos cada vez mais próximos das bactérias.
Fonte:https://www.hypeness.com.br/2015/06/os-segredos-da-longevidade-voce-tem-feito-isso-certo/Blue Zones: médico revela segredos da longevidade para chegar aos 100 anos
As Zonas Azuis são lugares em que os moradores superaram a expectativa média de vida. Os longevos compartilham de práticas em comum
ATUALIZADO 14/07/2020 14:37
Enquanto algumas pessoas concentram os esforços somente na alimentação saudável e na prática de exercícios, há outros ingredientes importantes a serem colocados em ação para completar e ultrapassar os 100 anos de idade, conforme explicou Tim Lebens, médico britânico especialista em otimização da saúde. Em entrevista à revista Tatler, o profissional contou que o grupo pertencente ao Blue Zones (Zonas Azuis, em tradução do inglês) costuma “flexionar os músculos” sociais, mentais e físicos diariamente.
Para chegar à conclusão, Lebens avaliou pontos em comum de moradores de Okinawa, no Japão; Icaria, na Grécia; Sardenha, na Itália; Nicoya, na Costa Rica; e Loma Linda, nos Estados Unidos. Famosas pela longevidade dos habitantes, as cidades receberam o título de Blue Zones. Nesses locais, pequenas comunidades de pessoas superaram a expectativa média de vida.
O médico analisou o estilo de vida dos longevos das Zonas Azuis e percebeu que os ensinamentos deles vão além de hábitos saudáveis, como uma dieta rica em verduras, frutas e legumes. Dotados de experiências, os moradores com mais de 80 anos das cidades descritas são verdadeiras inspirações e referências nos quesitos viver bem e tornar-se alguém melhor (e grato) ao mundo.
O médico Tim Lebens fez uma lista de oito ações para conquistar uma vida longa e satisfatória. Confira!
1 – De acordo com o especialista, o homem é um ser social e, às vezes, a importância do sentimento de intimidade pode ser negligenciada. A realidade descrita não ocorre nessas comunidades, em que há estreitas relações intergeracionais, atualmente deixadas de lado por conta da rotina acelerada.
“Devemos nutrir nosso relacionamento com os outros e reservar um tempo para gastá-lo com crianças pequenas e nossa geração mais idosa”, reforçou o médico.
2 – Espiritualidade ou fé são, aparentemente, pontos pertinentes das comunidades da Zona Azul. Aos agnósticos, uma alternativa para encontrar um propósito na vida pode ser o trabalho, caridade ou descoberta de um interesse pessoal pelo qual se apaixonou ou o fez ingressar em um grupo.
“Trata-se realmente de ancoragem mental, disciplina e apoio social”, explicou Lebens sobre o elo em comum entre os longevos.
3 – Cerque-se de pessoas saudáveis, pois será contagiado com eles. Tenha pelo menos três amigos íntimos com uma influência positiva sobre você e com bons hábitos de vida. Segundo o especialista, estudos comprovaram que ter laços sociais fortes podem proporcionar mudanças positivas no coração, cérebro e imunidade, ajudando a evitar doenças crônicas.
4 – Pode não parecer, mas a expressão “ver o copo meio cheio em vez de meio vazio” tem muito a ensinar e colaborar com o bom funcionamento do organismo, por gerar positividade. Para avaliar os acontecimentos da vida com otimismo, vale começar por meio de várias técnicas que, com o tempo, ativam o cérebro automaticamente (conhecido como neuroplasticidade).
Como estímulo, Lebens indica fazer um exercício simples diariamente: “Todas as manhãs e noites, pense em três razões pelas quais você é grato. Podem ser pequenos ou grandes motivos, como um sorriso trocado com um amigo ou alguma pessoa importante de sua vida”.
5 – Ikigai é uma palavra japonesa que significa “razão de viver”. Os membros da comunidade Okinawa possuem um ikigai e concentram os esforços diários nele. Uma idosa vê o bisneto como uma força motriz, capaz de incentivá-la a acordar todas as manhãs para ver o crescimento do descendente.
6 – Tenha um animal de estimação. O pet é uma ótima companhia e desperta o surgimento do amor incondicional. Mas não só isso. O bichano torna o dono uma pessoa mais ativa. Segundo estudos, ter um cão diminui a probabilidade em 50% do proprietário ser obeso, por incentivar a fazer caminhadas diárias e, consequentemente, adotar uma rotina saudável.
7 – Em alguns países, a jardinagem passou a ser prescrita como uma terapêutica em casos de ansiedade e depressão. Colocar as mãos na terra é um dos hobbies dos longevos. A prática traz benefícios à saúde física e mental, além de ser uma atividade física de baixo impacto. Dados de uma pesquisa australiana comprovaram que homens e mulheres com 60 anos reduzem em 36% o risco de demência se forem jardineiros nas horas vagas.
8 – Fazer o bem sem olhar a quem. A pessoa contemplada tende a ficar contente com a ajuda recebida. Os benefícios se estendem também a quem colabora com os necessitados. Segundo o médico, os voluntários de ações sociais diminuem os riscos de apresentar doenças cardíacas e a pesar menos. A filantropia aumenta os níveis de satisfação com a vida e, indiretamente, reduz os índices de estresse.
Fonte:https://www.metropoles.com/colunas-blogs/claudia-meireles/blue-zones-medico-revela-segredos-da-longevidade-para-chegar-aos-100-anos
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