DICIONÁRIO DE BELEZA SUSTENTÁVEL: GUIA PRÁTICO PARA UMA ROTINA MAIS NATURAL

 

Beleza sustentável (Foto: Getty Images)

Dicionário de beleza sustentável: saiba a diferença entre as expressões deste universo (Foto: Getty Images)

Dicionário da beleza sustentável: guia prático para uma rotina mais natural

Você já confundiu um produto natural com um orgânico? Ou achou que todos os cosméticos cruelty-free eram considerados veganos? Para tirar todas as suas dúvidas, a Marie Claire criou um glossário com as expressões e termos mais usados no universo da beleza sustentável que podem, inclusive, te ajudar a entender melhor os rótulos

Para iniciar uma rotina de beleza sustentável é importante conhecer os produtos que não agridem o meio ambiente nem a saúde humana. Mas, é comum ficar um pouco perdida no começo, já que alguns termos que aparecem nos rótulos das embalagens são bastante parecidos entre si. Por exemplo, você já comprou um cosmético cruelty-free pensando que entre os ingredientes não havia nada de origem animal? Ou não soube entender a diferença entre clean beauty e green beauty?

“As pessoas confundem muito, porque existem termos que foram surgindo sem uma origem específica. Às vezes, é uma expressão que ganhou popularidade ou uma palavra usada em inglês e na tradução literal não faz muito sentido. Além disso, novos termos vão surgindo com frequência e é difícil acompanhar”, explica Marcela Rodrigues, fundadora da plataforma A Naturalíssima, onde há informações sobre beleza sustentável e bem-estar.

Pensando nisso, a Marie Claire reuniu os termos mais usados quando se fala sobre beleza e sustentabilidade e definiu todos eles em um glossário que pode ajudar no seu dia a dia. Dê uma olhada!
 

Artesanal
Você já usou um sabonete ou alguns sais de banho feitos em casa? Pois bem, se a resposta for sim, então você já teve contato com a produção artesanal. Na maioria das vezes, os artesanais são feitos a partir de processos naturais e têm o objetivo de diminuir o uso de itens industrializados. “Eles são feitos a partir de uma produção manual em pequena escala. Se um produto passa a ser produzido e vendido em larga escala e distribuído por terceiros, ele deixa de ser artesanal”, aponta Marcela.

Beleza consciente
“Não vejo beleza consciente como um termo, mas como uma expressão, porque não existe uma definição certa. Na prática, é um conjunto de atitudes responsáveis por uma beleza com transparência, autocuidado, minimalismo e menos impacto ambiental”, acredita Marcela.

Blue beauty
Blue beauty (ou beleza azul, em tradução literal) é um movimento que surgiu recentemente para alertar sobre o impacto dos cosméticos nos oceanos. “Tem como alvo a redução de plástico dentro da indústria e também na rotina de beleza para que haja menos impacto nos oceanos e na vida marinha”, acrescenta a especialista. A participação individual também é necessária para atingir o objetivo, portanto diminuir o consumo excessivo e o descarte de embalagens é importante.

Biodinâmico
O biodinâmico é um “upgrade” do produto orgânico, porque além de não usar compostos químicos ou modificados geneticamente na matéria-prima, também respeita o ciclo natural do plantio e da colheita. “A agricultura biodinâmica respeita os ciclos da natureza, observa as fases da lua e as estações do ano. Então, um produto biodinâmico é aquele que tem insumos dessa agricultura”, diz Marcela.

Clean beauty
“beleza limpa” é um termo usado para definir itens que não tenham ingredientes nocivos ou tóxicos, tanto para a saúde humana, quanto para o meio ambiente. Vale lembrar que, para isso, as fórmulas não precisam ser naturais ou orgânicas. Elas podem ser sintéticas desde que não apresentem nenhum risco. Além disso, é importante que a empresa aja de forma transparente e coloque no rótulo todos os componentes utilizados para a fabricação.

Cruelty-free
“É uma definição para cosméticos que não passaram por testes em animais em nenhuma etapa, sejam em ingredientes isolados, sejam na fórmula final. Não necessariamente são  veganos, porque existem alguns, por exemplo, com cera de abelha orgânica que tem o selo de cruelty free, mas não é vegano porque usa um ingrediente de origem animal”, destaca.

Dicionário da beleza sustentável (Foto: Getty Images)

Dicionário da beleza sustentável (Foto: Getty Images)

Eco-friendly
Em tradução literal, eco-friendly significa “amigável ao meio ambiente”. Na prática, isso significa que a produção não causa danos socioambientais ou que eles são bastante reduzidos. Ela pode ser adotada em nível individual ou geral, incluindo empresas e organizações. “Esse termo diz respeito a uma responsabilidade com o consumo. O eco-friendly é desenvolvido com o mínimo de impacto ambiental, atrelado ao respeito ao meio ambiente em cada etapa da produção”, explica Marcela.

Green Beauty
Surgiu para definir uma beleza com menos impacto ambiental, em que os componentes vêm 100% da natureza e de uma agricultura responsável e respeitosa, além de passarem por poucos processos industriais. “Diz respeito desde os ingredientes até a forma que a gente consome parte da indústria e chama atenção para todo o impacto ambiental que envolve a beleza”, conta Marcela.

Greenwashing
“É o conjunto de práticas que empresas praticam para parecerem mais eco-friendly do que são, a partir de um conjunto de artifícios que podem estar no rótulo, na narrativa, nas cores utilizadas ou na propaganda”, define Marcela. Em tradução, o termo junta a palavra “verde” - que é a cor utilizada para se referir a práticas sustentáveis - com “lavagem”, no sentido de esconder ou ocultar alguma informação. Por isso, as marcas que efetuam o greenwashing, são aquelas que, de alguma forma, fazem com que o consumidor acredite que elas se preocupam com a causa ambientalista, mas na realidade, não cumprem com o discurso. Por exemplo, embalagens verdes que apresentam imagens de flores e folhas remetem a algo natural, porém é preciso analisar os constituintes para verificar se de fato são.

Liberado
Quando um cosmético não utiliza ingredientes que, de alguma forma, são prejudiciais para a saúde, em sua embalagem há a classificação “produto liberado”. “É importante lembrar que este é um termo informal de prática de mercado. Então, ali estão destacados os principais ingredientes nocivos que o produto não utiliza, mas talvez os que são usados sejam agressivos também, por isso é importante analisar o rótulo”, completa Marcela.

Multiuso
Já pensou em comprar um produto que tem várias funções? Nos últimos anos, os multitasking balms têm ganhado espaço no mercado da beleza, porque são práticos e eficientes, além de facilitarem a rotina. Geralmente feitos em formato de bálsamo, é possível aplicar nos lábios, nas bochechas e nas pálpebras.

Natural
Para ser considerado natural, o produto não pode ter aditivos químicos em sua composição. Marcela explica que o Brasil não tem uma certificação oficial que defina exatamente o que são itens naturais, veganos e orgânicos. As regulações surgiram de certificadoras que verificam cada etapa e emitem um selo para as marcas. Por isso, os parâmetros definidos por essas organizações se tornaram modelo, que é usado para qualificar essa categoria.

“Foi estipulado que um cosmético natural é aquele que tem na formulação cerca de 95% de ingredientes naturais e os outros 5% podem ser sintéticos desde que sejam seguros para a saúde e para o meio ambiente. Não são permitidos, na categoria natural, testes em animais, mas acontece de haver insumos de origem animal, como mel e cera de abelha. Existem também aqueles que são naturais, mas não têm a certificação, e aí podem ter essa proporção um pouco diferente”, diz.

Orgânico
“Cosméticos orgânicos são aqueles que têm cerca de 95% de ingredientes orgânicos, sendo que os outros 5% devem ser naturais. Também não permitem testes em animais”, define Marcela. Isso quer dizer que não só a fórmula final é levada em consideração, mas todos os processos feitos com a matéria-prima são analisados. Portanto, ela deve ser extraída a partir de uma agricultura que não faz uso de OGMs (organismos geneticamente modificados), pesticidas, hormônios e fertilizantes sintéticos, além de que todas as etapas de desenvolvimento precisam ser sustentáveis.

Plastic free
O movimento “plastic free'' surgiu para incentivar o abandono do uso de plástico, aos poucos, no dia a dia. Na beleza, pessoas que seguem essa linha optam por consumir cosméticos sem embalagens, como shampoos e sabonetes sólidos, ou que não tenham plástico na formulação.

Skinimalism
Previsto como uma tendência de beleza para 2021 pelo Pinterest, o skinimalism abre portas para uma rotina de skincare minimalista, que demanda menos passos e menos produtos. No ano passado, as buscas por uma pele “com aspecto natural” ou “naturalmente brilhante” ganharam destaque na plataforma, revelando que, especialmente no período de isolamento social, as pessoas preferem apostas em uma beleza mais leve e prática. Essa é uma prática sustentável porque diminui a geração de resíduos e o descarte de embalagens, já que só se usa o essencial durante o dia a dia.

Slow beauty
Esse movimento foca na diminuição de consumo de industrializados, sugerindo sua substituição por algo natural, orgânico ou vegano. Além disso, Marcela aponta que é uma prática de consumo desacelerada. “É uma beleza menos automática. A partir do momento em que você desacelera, você olha para os pontos importantes de uma prática de beleza sustentável. Então, há uma análise maior sobre os componentes e sobre a importância de reduzir o número de recipientes”, descreve a especialista.

Upcycling
O conceito de upcycled beauty se refere ao uso de itens que seriam descartados e inseri-los em novos produtos. Dessa forma, é possível reaproveitar insumos e frear a geração de resíduos e o desperdício. “A indústria da beleza pode reciclar coisas que até então seriam desprezadas. Por exemplo, existem empresas que estão usando sementes de goiaba ou maracujá para fazer a formulação dos cosméticos”, exemplifica Marcela.

Vegano
“Um produto vegano, além de não ter passado por nenhum tipo de teste em laboratório envolvendo animais, também não inclui insumos de origem animal, como mel, cera de abelha, lanolina - que são os mais comuns na indústria”, diz. Dessa forma, ao contrário do que muitas pessoas pensam, um item de beleza vegano não é necessariamente natural ou orgânico, já que pode ser produzido com ingredientes sintéticos, desde que nada seja testado em animais.

Waterless beauty
Você já percebeu que a maioria dos produtos de beleza tem água em sua composição? Pode reparar, seja um gel, um sérum ou uma espuma, a fórmula aquosa está presente em quase todos os cosméticos. Pensando em diminuir o gasto com água no universo de beauté, que é um dos maiores em níveis globais, algumas empresas decidiram disponibilizar produtos que minimizem o uso ou não possuem água em sua fórmula.

Fonte:https://revistamarieclaire.globo.com/Um-So-Planeta/noticia/2021/05/dicionario-da-beleza-sustentavel-um-guia-pratico-para-sua-rotina.html





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