Cosméticos podem conter substâncias cancerígenas?
Quanto
realmente sabemos sobre os produtos que usamos diariamente, em contato com a
nossa pele?
Qualquer um
que já olhou para um frasco de shampoo ou vidro de perfume provavelmente ficou
confuso com a quantidade de substâncias químicas presentes na fórmula desses
produtos. A despeito disso, acreditamos que eles sejam seguros para entrarem em
contato com a nossa pele. Mas quanto realmente sabemos sobre os produtos que
usamos diariamente? Para conversar a respeito, convidei a dermatologista
Mariana Picoli Diniz ( @maripicolidiniz ).
Para a comercialização desses
produtos é necessária uma regulamentação e análise criteriosa das substâncias
utilizadas. A fiscalização teve início em 1930 pelo FDA, órgão Americano
semelhante à ANVISA no Brasil. Desde então, existem apenas nove substâncias
proibidas para uso e, em contrapartida, mais de doze mil já estão aprovadas e
em uso no mercado mundial.
É crescente o consumo de cosméticos,
produtos de higiene pessoal, filtros solares e tinturas de cabelos. Um estudo
de 2004 avaliou que diariamente mulheres americanas usam em média 12 produtos
diferentes o que gera uma exposição a aproximadamente duzentas substâncias
químicas. Em contato com a pele e mucosas podem acarretar efeitos locais, como
irritações e alergias, e também efeitos sistêmicos, como intoxicações e aumento
do risco de câncer.
Existem algumas substâncias com
potencial carcinogênico, entre elas estão o formaldeído presente em produtos
para alisamento do cabelo (também apresentado com outros nomes), sabonetes e
esmaltes; Alcatrão presente em tintas para cabelo e shampoos; Metais pesados
como chumbo presente em batons e maquiagens. Produtos com parabenos e ftalatos,
comuns em vários cosméticos, podem alterar o sistema endócrino. Embora o uso
esporádico de produtos contendo estas substâncias pode ser menos preocupante,
temos que lembrar dos cuidados adicionais para os profissionais que os
manipulam com frequência, incluindo avaliação quanto ao uso de luvas, máscaras,
entre outros.
Os efeitos nocivos dessas substâncias
segundo os órgãos reguladores de saúde não são conclusivos e por isso algumas
continuam sendo usadas, porém em doses baixas. Definir uma relação de causa e
consequência de uma substância com determinada doença não é uma tarefa simples.
Apesar de a maioria dos produtos que utilizamos no nosso dia a dia serem
seguros devemos sempre ficar atentos ao que consumimos, a frequência de uso e
sua procedência. Uma boa opção é a utilização de produtos hipoalergênicos e
certificados por dermatologistas.
Conheça os ingredientes nocivos dos cosméticos
Triclosan, formaldeído e parabenos são alguns dos ingredientes nocivos presentes em cosméticos
Ingredientes nocivos em cosméticos
Triclosan
Esse ingrediente pode ser considerado como um potente bactericida e está presente em sabonetes, pastas de dente e desodorantes. Assim, o uso indiscriminado de itens que possuem triclosan pode desregular o sistema de defesa do corpo humano e reduzir as funções musculares, podendo atingir o coração. Além disso, essa substância causa poluição dos corpos hídricos, afetando a qualidade da água.
Triclocarban
Essa substância tem as mesmas funções do triclosan. Ela pode ser encontrada principalmente em sabonetes, antitranspirantes, desodorantes e cremes para limpeza facial. O problema que envolve o triclocarban está relacionado ao processo de bioacumulação em organismos aquáticos, que faz com que ele esteja presente em diferentes níveis da cadeia alimentar até chegar ao ser humano.
Portanto, a ingestão de triclocarban por humanos é muito provável (devido ao ciclo da cadeia alimentar). Em decorrência desse consumo, estudos mostram que o triclocarban é capaz de desregular a produção de hormônios sexuais e aumentar as chances de aparecimento de câncer de mama e de próstata.
Formaldeído
Esse ingrediente é um composto orgânico volátil (VOC) considerado carcinogênico pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e produzido a partir de outra substância muito nociva à saúde. O problema que envolve o formaldeído (formaldehyde – nome que aparece nas embalagens) relaciona-se com a sua alta concentração na atmosfera por emissões antropogênicas e presença em cosméticos, como os esmaltes e produtos para alisamento capilar. Os efeitos na saúde vão desde irritação na garganta, olhos e nariz até câncer de nasofaringe e leucemia.
Liberadores de formaldeído
São substâncias que, em seu processo de fabricação, são contaminadas com formaldeído. O bronopol, diazolidinil uréia, imidazolidinil uréia, quaternium-15 e a DMDM hidantoína liberam constantemente pequenas quantidades de formaldeído, que é muito volátil e facilmente se desprende de produtos, como os sabonetes. Além de liberarem formaldeído, essas substâncias têm função antibacteriana, assim como o triclosan. Desse modo, também podem promover a resistência bacteriana.
Alcatrão de carvão ou alcatrão de hulha
Esssa substância é encontrada principalmente em tinturas permanentes para cabelo, com o nome de alcatrão de carvão. De acordo com um estudo publicado na plataforma PubMed, o alcatrão de hulha está associado ao surgimento de câncer em testes com animais. Esse composto é derivado do processamento do carvão, e nas tinturas auxilia no processo de fixação da cor. O alcatrão de hulha é considerado pela IARC como carcinogênico para os seres humanos (grupo 1). Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs em inglês) podem ser encontrados no alcatrão de hulha – os PAHs estão associados a problemas no coração.
Cocamida DEA
Esse ingrediente é encontrado em produtos de limpeza, como detergentes, e nos cosméticos, como os shampoos. De acordo com a IARC, é possivelmente carcinogênico para os seres humanos. Pode ser absorvido pela pele e acumular-se.
BHA e BHT
O BHA (buthylated hydroxyanisole como se apresenta nas embalagens) e o BHT (butylated hydroxytoluene) são encontrados principalmente em batons, sombras para os olhos, desodorantes e antitranspirantes.
Os compostos são previstos pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos como razoavelmente carcinogênicos para os seres humanos, baseados em experimentos com animais. Da mesma maneira, a IARC coloca o BHA no grupo 2B como uma substância que possui evidências suficientes quanto a sua carcinogenicidade em animais, e que esses resultados podem ser considerados para seres humanos, porém ainda não é possível afirmar devido à falta de experimentos com humanos.
Chumbo
O chumbo é um metal pesado nocivo aos seres humanos e ao meio ambiente em altas doses. Está presente no ambiente por conta de atividades antropogênicas, especialmente por emissão de fundições e fábricas de baterias. Pode ser encontrado na atmosfera na forma particulada — essas partículas podem ser transportadas por longas distâncias e se acumulam por deposição seca ou úmida em outros locais.
O chumbo (Pb) ou lead (em inglês) está relacionado com a ocorrência de câncer, depressão, agitação, agressão, perda de concentração, déficit de QI, hiperatividade, desregulação do ciclo menstrual, nascimento prematuro, Alzheimer, Parkinson, redução das capacidades cognitivas, entre outros distúrbios e doenças.
As vias de exposição ao chumbo são oral, inalatória e pelo contato com a pele. Vários produtos utilizam o chumbo em sua composição, como tintas, cigarros, placas de baterias elétricas e acumuladores, vitrificados, esmaltes, vidros e componentes para borracha.
Outras fontes de exposição ao Pb são os cosméticos e produtos de beleza, como tintura para cabelos e batons. No Brasil, esse metal é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e só pode estar presente na tintura capilar com limite de 0,6%.
Fragrâncias
Fragrâncias são substancias encontradas em perfumes, cosméticos e produtos de limpeza que dão o perfume ao produto. Porém, muitas delas não aparecem no rótulo e podem ser nocivas à saúde. Os ftalatos encontrados juntamente com as fragrâncias causam danos ao sistema endócrino. Essas substâncias são chamadas de disruptores endócrinos. Outro estudo mostrou que alguns perfumes podem causar reações alérgicas e dores de cabeças em algumas pessoas.
Parabenos
Também conhecido como parabens (em inglês), os parabenos são produtos químicos muito utilizados em cosméticos pela sua ação antimicrobiana e antifúngica. Segundo o FDA, entre os produtos que podem conter parabenos, estão maquiagens, desodorantes, hidratantes, loções, esmaltes, óleos e loções infantis, produtos para o cabelo, perfumes, tinta para tatuagens e até mesmo cremes de barbear. Também é possível encontrá-los em certos tipos de alimentos e remédios.
O parabeno interfere no sistema endócrino de humanos e animais — ele possui uma atividade estrogênica — por conta disso ele é considerado um disruptor endócrino. Essas substâncias vêm ganhando relevância, pois mesmo em doses pequenas podem causar malefícios à saúde e ao meio ambiente. Vale a pena conferir o rótulo do produto para se certificar da ausência de parabeno na sua fórmula.
Tolueno
Também conhecido como metilbenzeno (toluene ou methylbenzene, em inglês), o tolueno é uma substância volátil de odor característico, inflamável e altamente danoso à saúde se ingerido ou inalado. O sistema respiratório é a principal via de exposição a essa substância, sendo rapidamente conduzida aos pulmões e à corrente sanguínea.
Dependendo da intensidade da exposição, pode ocorrer irritação dos olhos e garganta. Efeitos de intoxicação como cefaleia, confusão e tonturas podem ocorrer se a exposição for longa. Sabe-se ainda que o tolueno é um depressor do sistema nervoso central (SNC), semelhante ao processo que ocorre com a ingestão de álcool.
E, apesar disso, podemos estar em contato com essa substância sem notar.
O tolueno pode estar presente em colas, gasolinas, solventes, agentes de limpeza e cosméticos. Outros estudos mostram que o ambiente doméstico é uma das formas mais relevantes de exposição ao tolueno. O esmalte de unha pode conter essa substância.
Vale a pena dar uma conferida nos produtos antes de comprar e verificar se não trazem o tolueno na sua composição. Lembre-se que ele pode estar representado como metilbenzeno ou ainda com seu nome em inglês, mencionado anteriormente.
Oxibenzona
A oxibenzona ou benzofenona é um composto orgânico que pode ser encontrado em protetores solares e outros cosméticos que possuem proteção contra raios ultravioletas. A oxybenzone ou benzophenone-3, como é identificada nas embalagens, absorve raios ultravioletas do tipo A (UV-A) e do tipo B (UV-B), que compõem cerca de 95% da radiação UV. Esse tipo de radiação é responsável pelo envelhecimento precoce da pele e pelo bronzeamento rápido, já que penetra nas camadas profundas da pele.
Para proteger a pele, a oxibenzona também penetra nas camadas profundas e causa muitos efeitos nocivos à saúde como reações alérgicas desencadeadas pela exposição ao sol, mutação celular e desregulação de processos hormonais. Pela grande quantidade de oxibenzona que é absorvida por meio da pele, o uso de protetores solares com essa substância deve ser evitado por crianças.
A substância também está ligada a problemas ginecológicos. Pesquisadores da Universidade de Granada e do Hospital Universitário San Cecilio de Granada estudaram o papel de desreguladores endócrinos, como parabenos e benzofenonas, no desenvolvimento da endometriose, uma doença inflamatória caracterizada pelo crescimento anormal do tecido que reveste o interior do útero.
Os cientistas quantificaram os níveis internos de parabenos e benzofenonas entre 124 mulheres (com e sem endometriose) e coletaram informações detalhadas sobre o uso que cada mulher fez de cosméticos e produtos de beleza. Os resultados indicam uma nítida ligação entre a maior utilização de diversos tipos de cosméticos e níveis internos mais elevados de parabenos e benzofenonas.
Ácido Bórico
Conhecido também como boric acid (em inglês), o ácido bórico é um ácido fraco comumente utilizado como antisséptico, inseticida e como retardante de chamas. Ele possui fracas ações bacteriostática e fungistática. Em algumas pessoas, o contado com o ácido bórico pode causar reações alérgicas, irritação nos olhos e sistema respiratório.
Em baixas doses, o ácido bórico não oferece risco à saúde. O boro é um elemento encontrado naturalmente na nossa alimentação e necessário para um bom funcionamento do nosso organismo, contudo em doses altas podem causar problemas. De acordo com estudos, altas doses de boro podem levar a quadros de neurotoxidade, além de afetar o sistema reprodutor em animais machos.
O ácido bórico não é considerado carcinogênico para os humanos. Em altas concentrações no meio ambiente pode ser prejudicial para as plantas e outros seres vivos, por isso é importante minimizar o seu despejo nos corpos hídricos.
Ele pode ser encontrado em antissépticos e adstringentes, esmaltes de unhas, cremes para a pele, algumas tintas, pesticidas, produtos para matar baratas e formigas e alguns itens de uso oftalmológico.
Se você possui algum tipo de alergia a essa substância, fique atento ao rótulo da embalagem para se certificar que não foi empregado o acido bórico na sua composição.
Liberadores de dioxano
Muitos cosméticos, como shampoos, medicamentos e produtos de limpeza, podem conter substâncias que carregam o 1,4-dioxano. São elas: polietilenos glicóis (polyethylene glycols – PEGs), polietilenos (polyethylene), polioxietileno (polyoxyethylene) e ceteareth, sendo que os nomes em inglês são os que aparecem na descrição das embalagens.
O 1,4-dioxano ou 1,4-dioxane (em inglês) é um composto orgânico volátil (VOC) e pode estar presente em grandes quantidades na água já tratada, causando danos ao fígado e rins, câncer de fígado e câncer na cavidade nasal caso ocorra inalação. O composto é considerado pela IARC como possivelmente carcinogênico para seres humanos. As chamadas dioxinas, referem-se a uma classe de substâncias nas quais também estão relacionadas ao 1,4-dioxano.
Lauril sulfato de sódio
Lauril sulfato de sódio é um tensoativo responsável por retirar oleosidade, produzir espuma e permitir a penetração da água na pele ou nos cabelos. Ele pode ser encontrado em produtos de limpeza e em diversos cosméticos, como shampoos, removedores de maquiagem, sais de banho e pastas de dentes. O lauril sulfato de sódio e o lauril éter sulfato de sódio também conhecidos nas embalagens como sodium lauryl sulfate e sodium lauryl ether sulfate, respectivamente, são nocivos à saúde por desencadearem reações alérgicas. Rumores sobre a possibilidade destes compostos serem carcinogênicos ainda não podem ser confirmados, devido à falta de comprovações científicas.
Palmitato de retinol
Palmitato de retinol ou retinyl palmitate (em inglês) é um derivado do retinol. No organismo humano, o retinol é uma forma da Vitamina A. Esse micronutriente é necessário para um bom funcionamento dos olhos, é essencial para o crescimento e para o desenvolvimento de crianças, também participa na defesa do organismo, ajudando a manter úmidas as mucosas, como o nariz, garganta e boca.
A sua deficiência, além de causar cegueira noturna, isto é, a dificuldade de enxergar bem na penumbra, pode causar alterações na pele, aumento da gravidade de infecções e problemas de crescimento em crianças.
Um estudo indicou que o palmitato de retinol (derivado da vitamina A) contido nos protetores solares pode aumentar a taxa de crescimento do câncer pele. O efeito carcinogênico se deve ao fato do palmitato de retinol formar radicais livres na presença da radiação solar, devido aos raios UVA e UVB — esses radicais acabam comprometendo a estrutura do DNA, podendo levar ao câncer.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de alimentos e cosméticos, argumenta que mais estudos são necessários sobre esse tema.
Se tiver qualquer dúvida sobre a segurança de usar algum tipo de protetor solar, consulte um dermatologista e evite marcas que contenham em sua composição o palmitato de retinol e os derivados do retinol.
Ftalatos
Ftalatos são um grupo de compostos químicos utilizados como plastificantes e solventes. Eles estão presentes em cosméticos, vários tipos de plásticos, brinquedos de crianças, capas de chuva, adesivos, esmaltes, perfumes, sabonetes, shampoos e sprays de cabelo.
O contato com os ftalatos pode ocorrer por meio do contato direto ou pelas vias respiratórias. Os efeitos na saúde causados por esse ingrediente envolvem desregulação hormonal e possíveis impactos no sistema reprodutivo. Outros efeitos, como a irritação da pele, foram observados em testes para grandes quantidades de ftalatos.
Testes em animais associaram a presença de ftalatos no organismo ao surgimento de tumores, assim como a proliferação desregulada de organelas chamadas peroxissomos, levando então ao surgimento de câncer. A IARC classifica os ftalatos como possivelmente carcinogênicos para os humanos (grupo 2B).
Vale ressaltar que eles ser encontrados nas embalagens com os nomes: DBP, DEP, fragrance, phthalate, DMP, DINP e DEHP.
Flúor
O flúor ou fluorine (em inglês) é um elemento químico encontrado na natureza na forma de fluoreto. Ele está presente na água tratada, em águas naturais e em todos os alimentos que contêm fluoreto, variando as concentrações dependendo do alimento, como por exemplo os vegetais — eles contêm mais fluoreto por absorverem da água e do solo.
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), além dos vegetais, os peixes contêm altas concentrações de fluoreto. As pastas de dente, gomas de mascar e medicamentos também possuem fluoreto. Quando o flúor é ingerido, parte dele é absorvida pelos ossos e parte pelos dentes. O sucesso do flúor no passado em controlar cáries na população vem se tornando motivo de preocupação por parte de alguns pesquisadores. O longo período de tempo que as águas de abastecimento público foram e ainda estão sendo fluoretadas pode trazer alguns problemas de saúde na população, principalmente em crianças, onde o excesso de flúor pode causar fluorose dentária.
Ineficiência na hidratação
Um experimento realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) dos Estados Unidos comparou a eficiência de utilizar hidratantes à base de plantas e óleos vegetais, como óleo de gérmen de trigo e extrato de Aloe vera. A pesquisa analisou fatores físico-químicos de cada produto e concluiu que as formulações contendo óleo de gérmen de trigo e extrato de Aloe vera produziram maior hidratação da pele em comparação com as formulações que os continham separadamente.
Isso significa que utilizar hidratantes à base de plantas é menos eficiente do que usar óleos vegetais para a hidratação da pele. Dessa maneira, além de conterem substâncias nocivas à saúde em sua composição, os hidratantes químicos não são totalmente eficazes para evitar a perda de água e o ressecamento da pele.
Fonte:https://www.ecycle.com.br/ingredientes-nocivos-cosmeticos/
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