OS PRINCIPAIS REMÉDIOS PARA EMAGRECER, QUÍMICOS E NATURAIS: QUAIS SÃO OS MELHORES, INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES
Remédios para emagrecer: quais são os melhores?
Autor(a): Dr. Pedro Pinheiro
Atualizado: 26/10/2022
Introdução
O tratamento da obesidade com medicamentos pode ser uma boa opção quando associado a modificações da dieta, do padrão de atividade física e de hábitos de vida.
No entanto, historicamente, o papel dos remédios para perda de peso sempre foi questionado devido a preocupações com a eficácia, segurança e a observação de que a maioria dos pacientes acabava por recuperar o seu peso quando os fármacos eram interrompidos.
Nos últimos anos, porém, o número de fármacos aprovados para o tratamento da obesidade e do sobrepeso aumentou de forma considerável, vários deles com resultados bastante animadores.
Neste artigo explicaremos quais são as principais opções de remédios para perder peso e quando o seu uso está indicado.
Objetivos do tratamento medicamentoso para a perda de peso
Todo paciente submetido a tratamentos para perda de peso deve ser orientado pelo médico a ter um objetivo factível. O desfecho ideal do tratamento da obesidade é um retorno ao peso corporal normal, mas isso não é realista em muitos casos sem ajuda de medicamentos ou da cirurgia bariátrica. Pelo menos a curto prazo.
Quando pacientes obesos são questionados antes do início do tratamento sobre quantos quilos eles gostariam de perder, e esse valor é comparado com o peso real perdido ao longo do primeiro ano, na maioria dos casos, o peso perdido fica bem aquém daquele desejado.
Portanto, o médico e o paciente precisam chegar a um entendimento mútuo sobre as reais possibilidades de perda de peso para não haver frustrações ao final de alguns meses. O tratamento precisa ser visto como uma maratona e não como uma corrida de 100 metros rasos.
No tratamento medicamentoso da obesidade, perdas de 10 a 25% do peso corporal são considerados excelentes resultados, mesmo que o paciente ainda se encontre longe do peso sonhado. Na verdade, perdas acima de 5% do peso corporal já são suficientes para reduzir substancialmente o risco de diabetes, hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares.
É sempre importante pontuar que existe uma diferença grande entre a perda de peso ideal para melhorar a saúde e a perda de peso necessária para se atingir o atual padrão de beleza imposta pela mídia.
Isso não significa que a longo prazo o paciente não possa continuar perdendo peso e eventualmente alcançar o peso ideal para sua altura (veja: Calculadora online de peso ideal). Significa apenas que o objetivo inicial não deve ser demasiadamente otimista para não gerar frustrações com um resultado bom.
O que o paciente precisa saber antes do início do tratamento?
Ao iniciar a medicação anti-obesidade, várias mensagens importantes devem ser passadas aos pacientes.
Primeiro, nem todos os medicamentos funcionam para todos os pacientes; as respostas individuais variam muito.
Em segundo lugar, quando o efeito terapêutico máximo é alcançado, um platô é atingido e a perda de peso cessa. Isso não significa que o medicamento deixou de funcionar. Significa simplesmente que serão necessárias estratégias adicionais para induzir uma perda de peso adicional. Essa informação é importante porque uma perda de peso sustentada a longo prazo raramente ocorre com apenas um tipo de tratamento.
Finalmente, quando a terapia medicamentosa é descontinuada, pode-se esperar um reganho de peso, principalmente se não houve uma reeducação alimentar e mudanças nos hábitos de vida relacionadas à atividade física.
Indicações para o uso de remédios para emagrecer
Todos os pacientes com excesso de peso devem, antes de iniciarem remédios, estabelecer uma dieta adequada, uma programação de exercícios físicos e mudanças nos hábitos de vida.
No final das contas, perder peso é uma simples conta aritmética: calorias gastas menos calorias consumidas. Se você ingere mais calorias do que gasta, não existe tratamento que o faça emagrecer. Não existe remédio milagroso e não existe perda de peso sem esforço.
Não é boa prática médica indicar fármacos para emagrecer para pacientes que não fazem dietas e/ou exercícios físicos. Medicação anti-obesidade não pode ser vista como um simples atalho até o objetivo.
Atualmente, indica-se o uso de medicamentos para emagrecer em todos os pacientes que já estejam sob dieta, exercícios físicos e se encaixem nos seguintes critérios:
- Indivíduos com IMC maior que 30 kg/m².
- Indivíduos com IMC maior que 27 kg/m² que também apresentem doenças relacionadas ao excesso de peso, tais como diabetes, hipertensão, colesterol elevado, apneia do sono, doenças cardiovasculares, esteatose hepática ou osteoartrite sintomática.
Para saber qual é o seu índice de massa corporal (IMC), acesse: Calculadora online IMC (índice de massa corporal).
Remédios para perder peso
Liraglutida
A liraglutida (vendida sob os nomes comerciais Victoza® ou Saxenda®) é um medicamento antidiabético da classe dos agonistas dos receptores do GLP-1 que deve ser administrado como uma injeção subcutânea de 3 mg, uma vez por dia.
Suas ações incluem:
- Bloqueio da liberação de glicose do fígado.
- Redução da absorção de glicose pelo trato gastrointestinal.
- Estimulo à liberação de insulina.
- Diminuição do apetite.
A liraglutida costuma ser indicada para o tratamento da obesidade em adultos com índice de massa corporal (IMC) maior que 27 kg/m² que tenham pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como, por exemplo, hipertensão, diabetes tipo 2 ou dislipidemia.
A principal indicação do fármaco são os pacientes com obesidade e diabetes tipo 2. Pacientes obesos sem diabetes também podem utilizar o medicamento, mas eles não costumam tolerar doses muito altas por conta de efeitos colaterais, principalmente náuseas e vômitos.
Para reduzir a incidência de efeitos adversos, a dose inicial do medicamento deve ser 0,6 mg na primeira semana, com incrementos de 0,6 mg a cada nova semana até atingir a dose alvo de 3 mg por dia.
A média de perda de peso com a liraglutida é de 4 a 8 kg após 16 semanas de tratamento e de 10 a 13 kg após 6 meses, quando associado a dieta e exercício físico. Mesmo naqueles que não toleram a dose máxima do medicamento, a perda de peso ainda ocorre.
Semaglutida
A semaglutida (vendida sob os nomes comerciais Ozempic®, Rybelsus® ou Wegovy®) é um medicamento da mesma classe da liraglutida. Sua grande vantagem em relação à liraglutida é a posologia de uma administração subcutânea de 2,4 mg por semana.
Para reduzir a incidência de efeitos colaterais, a semaglutida deve ser iniciada com o seguinte esquema:
- Semana 1 a semana 4: 0,25 mg uma vez por semana.
- Semana 5 até a semana 8: 0,5 mg uma vez por semana.
- Semana 9 até a semana 12: 1 mg uma vez por semana.
- Semana 13 até a semana 16: 1,7 mg uma vez por semana.
- Semana 17 em diante: 2,4 mg uma vez por semana.
Se a dose alvo de 2,4 mg por semana não for tolerada, pode-se diminuir temporariamente a dosagem para 1,7 mg uma vez por semana por até 4 semanas adicionais, para só então aumentar novamente para 2,4 mg uma vez por semana.
Quando utilizada com mudanças de estilo de vida, a semaglutida 2,4 mg subcutânea semanalmente resulta em perda de peso média de 10 a 15 kg após 60 semanas. Cerca de 75% referem efeitos colaterais gastrointestinais, mas poucos precisam interromper o tratamento.
Atualmente, a semaglutida é o fármaco de escolha para perda de peso, por ter posologia mais confortável que a liraglutida (uma vez por semana versus uma vez por dia) e por apresentar nos estudos maior eficácia no tratamento a longo prazo.
Temos um texto exclusivo sobre a semaglutida, que pode ser acessado pelo link: Informações sobre Semaglutida (Ozempic, Wegovy e Rybelsus).
Tirzepatida
A tirzepatida, vendida sob o nome comercial Mounjaro®, é um medicamento agonista do receptor GLP-1 e do Peptídeo inibidor gástrico (GIP) administrado por injeção subcutânea uma vez por semana.
Esse novo fármaco é eficaz no tratamento da obesidade em pacientes com e sem diabetes mellitus e apresenta um grande potencial de redução do peso, chegando a 22 kg em um estudo publicado em Junho de 2022. As doses mais utilizadas nos estudos foram de 5 mg, 10 mg ou 15 mg.
Os efeitos adversos mais frequentemente relatados da tirzepatida foram náuseas, diarreia e constipação intestinal. Estes efeitos indesejados foram mais comuns nas doses mais altas do medicamento.
Por ser um fármaco novo, o seu uso exclusivamente para o tratamento da obesidade ainda não foi aprovado pelas principais agências reguladoras de medicamentos do mundo (só para o tratamento do diabetes mellitus). No entanto, devido aos excelentes resultados dos estudos mais recentes, é possível que muito em breve esse medicamento torne-se primeira linha no tratamento da obesidade.
Fentermina-Topiramato
A combinação de fentermina-topiramato em comprimidos de liberação prolongada, vendida sob o nome comercial Qsymia®, é uma opção de tratamento do sobrepeso para homens ou mulheres pós-menopausa que não têm acesso ou que toleram a terapia agonista do receptor GLP-1 (semaglutida ou liraglutida).
A dose inicial recomendada é de fentermina 3,75 mg/topiramato 23 mg uma vez ao dia durante 14 dias. Após as primeiras 2 semanas, aumentar a dose para 7,5 mg de fentermina e 46 mg de topiramato uma vez ao dia por 12 semanas.
Se após 12 semanas uma perda de 3% no peso corporal básico não for alcançada, a dose pode ser aumentada para 11,25/69 mg por 14 dias e depois para 15/92 mg uma vez por dia.
Se o paciente não perder 5% do peso corporal após 12 semanas na dose mais alta, a fentermina- topiramato deve ser descontinuada gradualmente, já que a retirada abrupta do topiramato pode causar convulsões.
A combinação fentermina-topiramato resulta em perda média de 8 a 12 kg após 1 ano de uso.
Os efeitos adversos mais comuns do Qsymia® são aumento da frequência cardíaca, aumento da incidência de eventos adversos psiquiátricos, como depressão ou ansiedade e distúrbio na atenção.
Algumas considerações importantes:
- Porque o topiramato é eficaz no tratamento de enxaquecas, o Qsymia® deve ser usado preferencialmente em pacientes obesos e com histórico de enxaqueca.
- A fentermina-topiramato deve ser evitada em pacientes com histórico de hipertensão mal controlada ou doenças cardiovasculares.
- O topiramato é teratogênico e deve ser evitado em mulheres em idade fértil.
- A pressão arterial e a frequência cardíaca devem ser monitoradas periodicamente durante o tratamento.
- Fentermina-topiramato também é contraindicada durante a gravidez e em pacientes com hipertireoidismo, glaucoma ou tomando inibidores da MAO.
Bupropiona-naltrexona
A combinação de bupropiona-naltrexona, vendida sob os nomes comerciais Mysimba® ou Contrave®, foi aprovada para o tratamento do sobrepeso e da obesidade em 2014.
A bupropiona é um inibidor da dopamina utilizado para o tratamento da depressão e para cessação do tabagismo. Já a naltrexona é um antagonista do opiáceo receptor usado para tratar a dependência do álcool e de opiáceos.
A combinação bupropiona-naltrexona não é geralmente usada como terapia farmacológica de primeira linha para o tratamento da obesidade devido à incerteza sobre a sua segurança cardiovascular, mas pode ser considerada para pacientes nos quais a terapia agonista GLP-1 não é apropriada, acessível ou tolerada.
A associação bupropiona-naltrexona pode, entretanto, ser uma opção razoável para um indivíduo que fuma, tem obesidade e deseja terapia farmacológica para o tratamento de ambos.
Além disso, a combinação pode ter um benefício para pessoas com excesso de consumo calórico por beber álcool, dada a indicação da naltrexona para o tratamento do transtorno do uso de álcool.
A dose inicial recomendada é de um comprimido (8 mg de naltrexona e 90 mg de bupropiona) diariamente. Após uma semana, a dose deve ser aumentada para um comprimido duas vezes ao dia e, na quarta semana, para dois comprimidos duas vezes ao dia.
A combinação de bupropiona-naltrexona demonstrou reduzir o peso em aproximadamente 4 a 5%.
Entre os efeitos adversos mais comuns, podemos citar náuseas, dor de cabeça e prisão de ventre. Outros efeitos adversos incluem insônia, vômitos, tonturas e boca seca.
A segurança cardiovascular da bupropiona-naltrexona ainda não foi estabelecida.
Considerações importantes:
- A associação bupropiona-naltrexona pode ser considerada para o tratamento do excesso de peso ou obesidade em pacientes que estão tentando parar de fumar ou em pacientes com depressão.
- Como a bupropiona reduz o limiar para as crises convulsivas, a associação bupropiona-naltrexona deve ser evitada em pacientes com distúrbios convulsivos e usada com cautela nos pacientes em risco de convulsões.
- A associação bupropiona-naltrexona não deve ser usada concomitantemente com medicamentos opiáceos.
- A pressão arterial e a frequência cardíaca devem ser monitoradas periodicamente enquanto se toma bupropiona-naltrexona, especialmente nas primeiras 12 semanas de tratamento.
Contraindicações incluem gravidez, hipertensão descontrolada, distúrbios convulsivos, distúrbios alimentares, uso de outros produtos contendo bupropiona, uso de opioides, disfunção hepática grave e uso dentro de 14 dias após a ingestão de inibidores da MAO.
Orlistat
O Orlistat é um medicamento que age inibindo a absorção de gordura pelo intestino. O uso contínuo de Orlistat faz com que pelo 1/3 das gorduras ingeridas não sejam absorvidas, sendo assim eliminadas pelas fezes.
Estudos mostram que o Orlistat ajuda a perder em média 3 a 9% do peso após um ano de tratamento. Esse efeito é um pouco menor que os dos fármacos citados anteriormente, motivo pelo qual o último guideline sobre o tratamento farmacológico da American Gastroenterological Association não recomenda o seu uso como fármaco de primeira linha.
O Orlistat apresenta a vantagem de agir nos níveis de colesterol, podendo haver uma redução de até 10% nos valores do LDL, o colesterol ruim.
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão excesso de gases, cólicas abdominais, gotas de gordura nas fezes e incontinência fecal. Geralmente esses efeitos são piores se o paciente não estiver controlando a ingestão de gorduras. Uma dieta com no máximo 30% de gorduras não costuma causar esses efeitos adversos.
Outros efeitos colaterais são a diminuição na absorção de algumas vitaminas, como as vitaminas A, D, E e K (leia: Vitaminas: mitos, carência e superdosagem) e um maior risco de desenvolver cálculos renais.
O Orlistat não altera a absorção da maioria dos medicamentos, incluindo anticoncepcionais, anti-hipertensivos, anticoagulantes, antiepiléticos e digoxina, por exemplo.
Para saber mais detalhes sobre o Orlistat, leia: Orlistat (Xenical): como tomar e como funciona.
Outros remédios que podem ajudar na perda de peso
Os medicamentos de primeira e segunda linha mais indicados pelos guidelines internacionais para o tratamento da obesidade são os 6 abordados anteriormente. Todavia, existem ainda alguns medicamentos, indicados para outras doenças, que podem causar perda peso como efeito secundário.
Os medicamentos listados abaixo não devem ser prescritos unicamente para emagrecimento e não apresentam resultados tão satisfatórios como as drogas descritas anteriormente:
- Antidepressivos: Sertralina e Fluoxetina (leia: Antidepressivos: escitalopram, fluoxetina, sertralina).
- Antiepiléticos: Zonisamida.
- Antidiabéticos: Metformina, Pranlintida, Exenatida.
- Hormônio tireoidiano: Levotiroxina.
Medicamentos não indicados para o tratamento da obesidade
Sibutramina
A sibutramina é um moderador de apetite e auxilia na perda de peso por agir diretamente sob neurotransmissores cerebrais responsáveis pela sensação de saciedade, entre eles, serotonina, dopamina e noradrenalina. A sibutramina faz com que esses neurotransmissores permaneçam mais tempo circulando no cérebro, fazendo com que o paciente consiga permanecer mais tempo sem ter vontade de comer.
Estudos mostram que, se associados a dieta e a exercícios físicos, a sibutramina ajuda a perder em média 10 kg após um ano de tratamento.
No entanto, a venda da sibutramina foi proibida em vários países, incluindo EUA, União europeia, Austrália, Canadá, China, Reino Unido, México, Índia, Filipinas e Tailândia, por estar associada a um aumento de eventos cardiovasculares.
Nos últimos guidelines internacionais sobre o tratamento da obesidade, a sibutramina nem mais é citada como opção de tratamento.
Para saber mais detalhes sobre a sibutramina, leia: Sibutramina (Reductil®): efeitos e contraindicações
Femproporex
O Femproporex é um derivado da anfetamina que age no sistema nervoso central, nomeadamente no hipotálamo, diminuindo a fome. É, portanto, uma droga inibidora do apetite.
Muito utilizado no passado, o femproporex é proibido na maioria dos países (no Brasil desde 2011). O medicamento é muito efetivo, entretanto, o fato de ter propriedades estimulantes, reduzindo o sono e aumentando a sensação de bem-estar, faz com que a mesma seja irresponsavelmente usada como droga recreativa (a famosa bolinha).
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão: boca seca, insonia, tremores e irritabilidade. Os derivados da anfetamina também causam aumento da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos.
Anfepramona (dietilpropiona)
A Anfepramona age de modo semelhante ao Femproporex, porém é um inibidor do apetite menos potente. Ao contrário do Femproporex, a Anfepramona é comercializada legalmente em outros países, como EUA, Canadá, Austrália e Suíça.
A Anfepramona apresenta efeitos colaterais muito parecidos com o Femproporex e também é usada inapropriadamente como droga recreativa.
Mazindol
O Mazindol é mais um medicamento anorexígeno com ação semelhante às anfetaminas (apesar de não ser derivado da anfetamina), estimulando o sistema nervoso central e agindo sobre a saciedade. Possui efeitos colaterais semelhantes às duas drogas descritas acima.
Lorcaserin
Em fevereiro de 2020, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA solicitou ao fabricante da lorcaserin que retirasse voluntariamente o medicamento do mercado americano devido a dados de ensaios clínicos que mostravam um aumento na ocorrência de câncer.
Em um estudo randomizado incluindo 12.000 pacientes acompanhados por cinco anos, mais pacientes que tomaram lorcaserin desenvolveram doenças malignas (incluindo câncer colorretal, pancreático e de pulmão).
Suplementos dietéticos
Suplementos dietéticos de venda livre são amplamente usados por indivíduos que tentam perder peso, mas as evidências para apoiar sua eficácia e segurança são limitadas.
Os médicos devem alertar os pacientes contra o uso de suplementos dietéticos de venda livre específicos para perda de peso e devem monitorar aqueles que optam por usá-los.
Testes de laboratório da FDA em 2017 revelaram a presença de sibutramina, femproporex, fluoxetina, bumetanida, furosemida, fenitoína, rimonabanto, cetilistato e fenolftaleína em produtos para perda de peso vendidos sem receita. Dois suplementos dietéticos compostos importados do Brasil, Emagrece Sim e suplemento dietético Herbathin, mostraram conter na sua fórmula medicamentos prescritos, incluindo anfetaminas, benzodiazepínicos e fluoxetina.
Além disso, um estudo de duas preparações para perda de peso contendo laranja amarga (Citrus aurantium), uma fonte botânica de sinefrina, mostrou um aumento da frequência cardíaca e na pressão arterial. Esses efeitos cardiovasculares foram postulados como relacionados à cafeína e outros estimulantes nas formulações multicomponentes. O uso de Garcinia cambogia foi associado à insuficiência hepática.
A efedra e os alcalóides da efedra (Ma huang) são um grupo de moléculas semelhantes à efedrina encontradas nas plantas. A efedrina estimula a perda de peso, pelo menos em parte, aumentando a termogênese e reduzindo a ingestão de alimentos. Por questões de segurança, a efedrina com ou sem cafeína e os alcalóides da efedrina não foram aprovados para o tratamento da obesidade e foram removidos do mercado.
Gonadotrofina coriônica humana (hCG) para perda de peso
Embora injeções de gonadotrofina coriônica humana (hCG) tenham sido anunciadas para ajudar na perda de peso, os ensaios clínicos não sustentam essa afirmação. Também estão disponíveis gotas dietéticas de hCG por via oral ou sublingual.
Vários estudos randomizados mostraram que a hCG não é mais eficaz do que o placebo no tratamento da obesidade.
Cálcio
Embora os dados epidemiológicos sugiram que a suplementação de cálcio pode estar associada à perda de peso, uma meta-análise de ensaios randomizados avaliando o efeito do cálcio (por meio de suplementação ou ingestão de alimentos lácteos) no peso corporal não relatou nenhum efeito significativo do cálcio na perda de peso.
Remédios naturais ou caseiros para emagrecer
Não existem evidências cientificas que comprovem a eficácia ou segurança dos inúmeros produtos vendidos como “opções naturais” para perda de peso.
As substâncias listadas a seguir são frequentemente vendidas como “remédios naturais para perder peso”, porém não apresentam comprovação científica:
- Pholia magra.
- Pholia negra.
- Gymnema silvestre.
- Ephedra.
- Guar gum.
- Chitosan.
- Ginseng.
- Erva-de-são-joão.
- Chá-verde.
- Hoodia gordonii.
- Psyllium.
- Ácido Hidroxicítrico.
- Glucomannan.
- L-carnitina.
É preciso ter muito cuidado com produtos vendidos como milagrosos emagrecedores. Muitos deles contêm escondidos em sua fórmulas medicamentos como anfetamina, diuréticos, hormônios tireoidianos, fluoxetina, ansiolíticos e efedrina.
Suplementos termogênicos
Suplementos termogênico são substâncias que ajudam a acelerar o metabolismo e a aumentar a temperatura corporal, auxiliando na queima de gorduras e na perda de peso. Historicamente, os termogênicos eram produtos a base de anfetaminas e cafeína, porém, nos últimos anos as substâncias derivadas da anfetamina foram banidas do mercado.
Temos um artigo específico sobre os termogênicos, que pode ser acessado através do seguinte link: Termogênicos – Riscos e efeitos colaterais.
Conclusão
Não existe droga milagrosa, assim como não existe perda de peso sem esforço. Qualquer tratamento que prometa redução do peso de modo rápido e fácil deve ser encarado como fraude. Além de gastar seu dinheiro, você ainda pode estar consumindo substâncias que façam mal.
O tratamento com remédios para perda de peso deve ser realizado somente com orientação médica e nunca sem um programa nutricional e de exercícios físicos associados. Se o paciente não estiver disposto a controlar seu consumo de calorias e a aumentar seu gasto calórico através de atividades físicas, a chance de sucesso é muito reduzida.
Referências
- Pharmacological Management of Obesity Guideline Resources – Endocrine Society.
- AGA Clinical Practice Guideline on Pharmacological Interventions for Adults With Obesity – – World Gastroenterology Organisation.
- Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Interventions for the Treatment of Overweight and Obesity in Adults – Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
- Obesity in adults: Drug therapy – UpToDate.
- Obesity in adults: Overview of management – UpToDate.
- Glucagon-like peptide 1 receptor agonists for the treatment of type 2 diabetes mellitus – UpToDate.
- Once-Weekly Semaglutide in Adults with Overweight or Obesity – New England Journal of Medicine.
- 2013 AHA/ACC/TOS Guideline for the Management of Overweight and Obesity in Adults – American Heart Association.
- Imported compounded diet pill use among Brazilian women immigrants in the United States – Journal of immigrant and minority health.
- Questions and Answers about FDA’s Initiative Against Contaminated Weight Loss Products – FDA.
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
Fonte:https://www.mdsaude.com/obesidade/remedio-para-emagrecer/
16 Remédios para emagrecer: de farmácia e opções naturais
Durante o processo de perda de peso, o médico ou nutricionista pode indicar, além da alimentação saudável e da prática de atividade física, o uso de algum medicamento ou remédio natural que seja capaz de acelerar o metabolismo, queimar a gordura acumulada, inibir a absorção de gordura no intestino, diminuir o apetite, controlar a ansiedade e/ ou combater a retenção de líquidos.
No entanto, é importante destacar que o uso de medicamentos para emagrecer deve ser feito apenas se indicado e orientado por um médico (geralmente endocrinologista), pois podem estar associados a uma série de efeitos secundários e contraindicações, que podem trazer consequências para a saúde, principalmente os medicamentos de farmácia.
O tipo de medicamento a ser utilizado depende das necessidades de cada pessoa, devendo ser recomendado pelo médico especialista. Além disso, seu uso deve ser associado a uma alimentação saudável e baixa em calorias, assim como a prática regular de atividade física.
Medicamentos de farmácia
Os remédios mais utilizados para emagrecer, receitados pelo médico, são:
1. Sibutramina
A sibutramina atua diminuindo a fome e fazendo com que a sensação de saciedade chegue mais rápido ao cérebro, ajudando a controlar a quantidade de comida ingerida. Dessa forma, este remédio pode ser usado como primeiro tratamento em pessoas com obesidade. Conheça mais sobre a sibutramina.
Indicação: é indicado para pessoas que estão fazendo dieta, mas têm muita dificuldade em controlar a fome e vontade de comer alimentos mais gordurosos ou açucarados.
Como tomar: em geral, a recomendação é tomar 1 cápsula de 10 mg pela manhã em jejum, mas se a perda de peso não ocorrer após 4 semanas de uso, o médico deve ser consultado.
Efeitos secundários: o uso desse medicamento pode causar prisão de ventre, boca seca, insônia, taquicardia, palpitações, dor de cabeça, aumento da pressão arterial e do risco de doenças cardiovasculares, depressão e ansiedade. Assim, devido aos efeitos secundários, é fundamental que a sibutramina apenas seja usada sob indicação e orientação do médico.
Contraindicações: este remédio não deve ser usado por gestantes, mulheres que amamentam e em casos de doenças cardíacas, anorexia, bulimia, uso de descongestionantes nasais e antidepressivos.
2. Orlistat
O orlistat é um medicamento que atua impedindo a absorção de gordura no intestino, pois inibe as enzimas gastrointestinais, o que reduz a quantidade de calorias absorvidas a nível intestinal, favorecendo a perda de peso e ajudando a controlar o colesterol alto. Veja mais sobre o orlistat.
Indicação: é indicado para pessoas com obesidade (IMC maior que 30 kg/m2) ou com sobrepeso (IMC maior que 28 kg/m2) que possuem fatores de risco associados. Não deve ser utilizado como solução para consumir mais alimentos com alto teor de gordura diariamente.
Como tomar: é aconselhado tomar 1 cápsula de 60 a 120 mg antes, durante ou até uma hora após cada refeição principal. É indicado que o medicamento não seja tomado caso a refeição não contenha gordura ou caso não seja feita uma refeição.
Efeitos secundários: o uso desse medicamento pode causar dor de cabeça, dor abdominal ou retal, distensão abdominal, flatulência, incontinência e urgência fecal, fezes gordurosas, fezes brancas ou líquidas, aumento da frequência de evacuações, hipoglicemia e fadiga.
Contraindicações: o orlistat está contraindicado para gestantes, mulheres que amamentam e pessoas com problemas de má absorção intestinal ou tendência a ter diarreia.
3. Saxenda (Liraglutida)
O saxenda é um medicamento em forma de injeção que atua no centro da fome e da saciedade fazendo com que a pessoa tenha menos apetite. Além disso, um dos efeitos do medicamento é a mudança no paladar que faz com que os alimentos não tenham um sabor tão agradável. Esse medicamento pode ser encontrado em farmácias, sendo vendido apenas sob prescrição médica. Veja mais sobre o saxenda.
Indicação: esse medicamento é indicado para pessoas com IMC maior que 30 kg/m2 ou com IMC maior que 27 kg/m2 que possuem doenças associadas, como hipertensão arterial ou diabetes do tipo 2. Também pode ser utilizado para controlar o peso em pacientes adolescentes a partir dos 12 anos e que possuem obesidade. Além disso, essas pessoas devem ser acompanhadas por um médico ou nutricionista.
Como tomar: tanto para adultos e adolescentes com 12 anos ou mais, o tratamento deve ser iniciado com uma dose baixa, que deve ir aumentando gradualmente durante as 5 primeiras semanas de tratamento. A dose inicial é de 0,6 mg por dia, devendo aumentar semanalmente em intervalos de 0,6 mg, de forma que na semana 5 de tratamento a dose é de 3 mg uma vez por dia.
Efeitos secundários: as reações adversas mais frequentes deste medicamento são a presença de náuseas, vômitos, diarreia, prisão de ventre, indigestão, gastrite, mal-estar estomacal, dor e ardor no estômago, sensação de inchaço, gases, arrotos, boca seca, fraqueza, cansaço e alteração no paladar.
Contraindicações: este medicamento não deve ser usado por pessoas que não sejam consideradas obesas, durante a gravidez, no período de amamentação ou em crianças, porque os efeitos desse medicamento não foram avaliados nesse grupo de pessoas.
Saxenda: para que serve, como usar e efeitos colaterais
O Saxenda é um remédio injetável utilizado para o emagrecimento de pessoas que sofrem com obesidade ou sobrepeso, pois ajuda a diminuir o apetite e a controlar o peso corporal, podendo causar a redução de até 10% do peso total, quando associado a uma dieta saudável e prática de exercício físico regular.
Esse remédio contém liraglutida na sua composição que age nas regiões do cérebro que regulam o apetite, fazendo com que se sinta menos fome e, por isso, o emagrecimento acontece pela redução do número de calorias consumidas ao longo do dia.
O Saxenda pode ser encontrado em farmácias ou drogarias, na forma de caneta para aplicação sob a pele, contendo 3 mL de solução injetável de liraglutida, vendido com receita médica. Esse remédio deve ser usado nas doses e pelo tempo de tratamento recomendados pelo médico.
Para que serve
O Saxenda é indicado para o tratamento de:
- Obesidade com IMC superior a 30 kg/m2;
- Excesso de peso com IMC superior a 27 kg/m2, associado a doenças como pressão alta, diabetes mellitus, dislipidemia ou colesterol alto.
A classificação do índice de massa corporal (IMC) ajuda a calcular e indicar qual deve ser o peso ideal, podendo auxiliar no planejamento da dieta e da perda de peso. Saiba qual o seu IMC, utilizando a nossa calculadora online de IMC.
Como usar o saxenda
O Saxenda deve ser utilizado conforme a orientação do médico, sendo que a dose recomendada é de 1 aplicação por dia por via subcutânea, ou seja, debaixo da pele do abdômen, coxa ou braço, a qualquer hora, independente dos horários das refeições.
As doses do Saxenda dependem da semana do tratamento e incluem:
Semana de tratamento | Dose por dia em mg | Quantidade em mL utilizado por dose |
---|---|---|
1ª semana | 0,6 mg | 0,1 mL |
2ª semana | 1,2 mg | 0,2 mL |
3ª semana | 1,8 mg | 0,3 mL |
4ª semana | 2,4 mg | 0,4 mL |
5ª semana e seguintes | 3,0 mg | 0,5 mL |
Não deve ser ultrapassada a dose máxima de 3 mg por dia. É importante lembrar que se deve seguir o plano de tratamento indicado pelo médico, sendo que as doses e a duração do tratamento devem ser respeitados e feitas conforme orientação médica.
No caso de esquecer de aplicar uma dose no horário correto, deve-se aplicar assim que lembrar. No entanto, se tiver passado mais de 12 horas de esquecimento, deve-se pular a dose esquecida, e aplicar a próxima dose no horário normal. Não dobrar doses para compensar a dose esquecida.
Durante o tratamento com Saxenda, deve-se seguir um plano alimentar com uma dieta equilibrada, de preferência, associada a exercícios físicos regulares recomendados pelo médico. Confira dicas de emagrecimento saudável e como fazer um programa alimentar.
Como aplicar a injeção
Para aplicar corretamente o Saxenda na pele, devem-se seguir os passos:
- Retirar a tampa da caneta;
- Colocar uma agulha nova na ponta da caneta, enroscando até apertar;
- Tirar a proteção exterior e interior da agulha, jogando fora a proteção interior;
- Rodar o topo da caneta para selecionar a dose indicada pelo médico;
- Inserir a agulha na pele, fazendo um ângulo de 90º;
- Pressionar o botão da caneta até o marcador de doses apresentar o número 0;
- Contar lentamente até 6 com o botão pressionado e, só depois, retirar a agulha da pele;
- Colocar a tampa exterior da agulha e remover a agulha, jogando-a no lixo;
- Colocar a tampa da caneta.
Se houver dúvidas sobre a forma de utilizar a caneta, é importante consultar um profissional de saúde para receber as instruções mais corretas.
Quanto tempo dura 1 caneta de Saxenda?
O tempo de duração da caneta do Saxenda depende da semana de tratamento que está sendo realizada, sendo que a caneta possui uma escala que demonstra quantos mg ainda restam para serem aplicados.
De forma geral, cada caixa de Saxenda contém 3 canetas que são suficientes para 3 meses de tratamento, quando utilizada a dose mínima recomendada e armazenadas corretamente.
O Saxenda deve ser armazenado na geladeira, em temperaturas entre 2º a 8ºC, sendo aconselhado não guardar na porta, para evitar variações de temperatura. Além disso, após iniciado o uso da caneta, o Saxenda é válido por 1 mês, quando armazenado em geladeira ou em temperatura ambiente, abaixo de 30ºC. Após esse período, qualquer quantidade não utilizada deve ser descartada.
Possíveis efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o tratamento com Saxenda incluem náusea, vômito, diarreia, prisão de ventre, dor de cabeça, tontura, cansaço ou perda do apetite.
Embora seja mais raro, pode também ocorrer indigestão, gastrite, desconforto gástrico, dor na região superior do estômago, azia, sensação de empachamento, aumento de arrotos e gases intestinais, boca seca, fraqueza ou cansaço, alterações no paladar, cálculos biliares, reações no local da injeção.
Além disso, o Saxenda pode causar hipoglicemia, que é uma diminuição da quantidade do açúcar no sangue, que pode ser percebido através dos sintomas como aumento da fome, produção excessiva de suor, irritabilidade, tontura, coração acelerado, sensação de ansiedade ou tremores. É importante comunicar ao médico quando a pessoa apresentar esses sintomas, para que seja feita uma avaliação da dose do Saxenda.
O Saxenda também pode causar reações alérgicas graves que necessitam de atendimento médico imediato. Por isso, deve-se interromper o tratamento e procurar o pronto socorro mais próximo ao apresentar sintomas como dificuldade para respirar ou engolir, palpitação cardíaca, tontura, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto, ou coceira intensa. Saiba identificar os sintomas de reação alérgica grave.
Quem não deve usar
O Saxenda não deve ser usado por crianças e adolescentes com menos de 18 anos, mulheres grávidas ou em amamentação, ou por pessoas que têm alergia à liraglutida ou qualquer outro componente presente no medicamento.
Além disso, o Saxenda não deve ser utilizado por pessoas que têm ou já tiveram tumor na tireoide, ou que utilizam outros remédios agonistas do receptor de GLP-1, como o Victoza, por exemplo.
4. Cloridrato de lorcaserina (Belviq)
O cloridrato de lorcaserina é um remédio contra obesidade que atua nos níveis de serotonina do cérebro, diminuindo o apetite e aumentando a saciedade. Com a redução do apetite é possível ingerir menos alimentos, perdendo peso.
Indicação: esse medicamento é indicado para pessoas com obesidade, ou seja, com IMC maior que 30 kg/m2 , ou que possuam sobrepeso com um IMC maior que 27 kg/m2 e que possua alguma comorbidade associada, como hipertensão arterial, diabetes ou dislipidemia. No entanto, só deve ser usado sob prescrição médica.
Como tomar: é indicado tomar 2 comprimidos por dia de 10 mg, um no almoço e outro no jantar, devendo ser avaliado o efeito do medicamento ao fim de 12 semanas. Se a pessoa não perder 5% do seu peso, o tratamento deve ser suspenso.
Efeitos secundários: pode causar reações alérgicas, aumento da prolactina, mudanças de humor, mudança na visão, confusão, priapismo (ereção que dura mais de 4 horas), aumento da frequência cardíaca, sudorese, ideias suicidas, tremores, cansaço, vômitos, náuseas e diminuição dos níveis de glicose.
Contraindicações: esse medicamento não deve ser utilizado por crianças ou adolescentes com menos de 18 anos, durante a gravidez e o período de amamentação. Além disso, não é recomendado para pessoas com insuficiência hepática e renal grave, com doença de Peyronie, fibrose cavernosa ou que está em tratamento com medicamentos para disfunção erétil.
5. Fentermina
A fentermina é um medicamento que pode ser usado para tratar a obesidade, já que atua sobre o sistema nervoso central, suprimindo o apetite e favorecendo a perda de peso.
Indicação: é indicado para adultos e crianças com mais de 12 anos de idade e possuem obesidade, ou seja, IMC igual ou maior que 30 kg/m2.
Como tomar: é recomendado tomar 1 comprimido de 15 ou 30 mg, 30 a 50 minutos antes de comer, sendo recomendado tomar até as 19h. O tratamento com fentermina deve ter duração máxima de 12 semanas.
Efeitos secundários: a fentermina pode causar visão borrada, insônia, boca seca, palpitação, taquicardia, nervosismo, euforia e náuseas.
Contraindicações: este medicamento deve ser evitado por mulheres grávidas, no período de lactância e por crianças com menos de 12 anos. Além disso, não é recomendado que o uso seja feito por pessoas com anorexia, que tenham insônia, personalidade psicótica e astenia. Também não é indicado para pessoas que fazem uso de IMAO (inibidores da monoamino oxidase) para tratar a depressão, pois pode causar crises hipertensivas.
6. Naltrexona e Bupropiona
A naltrexona e a bupropiona são substâncias ativas que atuam nas principais regiões do cérebro, fazendo com que a pessoa diminua a ingestão de alimentos e favoreça a perda de peso.
Indicação: é indicado para pessoas com obesidade, ou seja, com IMC maior que 30 kg/m2 , ou que possuam sobrepeso com um IMC maior que 27 kg/m2 e que possua doenças associadas ao sobrepeso, como dislipidemia, diabetes e hipertensão.
Como tomar: o uso da naltrexona e bupropiona deve ser iniciado com 1 comprimido de 90 mg/ 8mg pela manhã. Essa dose deve ir aumentando progressivamente durante 4 semanas até alcançar a dose máxima de 360 mg/ 32 mg por dia, ou seja, 2 comprimidos pela manhã e 2 comprimidos à noite. Os comprimidos devem ser tomados inteiros e com um pouco de água, de preferência juntamente às refeições.
Efeitos secundários: o uso desse medicamento pode causar náuseas, tremores, alteração da atenção, cansaço excessivo, vertigem, palpitações, tontura, prisão de ventre, vômitos, boca seca, sudorese, alopecia, diminuição dos linfócitos e coceira.
Contraindicações: este medicamento está contraindicado durante a gravidez, lactância e para crianças, além de não ser recomendado para pessoas com hipertensão não controlada, transtornos convulsivos ou antecedentes de convulsão, neoplasia no sistema nervoso central, abstinência de álcool ou benzodiazepínicos e pessoas com antecedentes de transtorno bipolar. Esse medicamento também não é recomendado para pessoas com diagnóstico de bulimia ou anorexia nervosa, insuficiência hepática ou renal grave, pessoas com dependência aos opiáceos ou que estejam em tratamento com IMAO para depressão.
Remédios naturais para emagrecer
Existem também alguns remédios naturais que favorecem a perda de peso, no entanto, é importante mencionar que, apesar de serem naturais, podem causar efeitos secundários e possuem algumas contraindicações.
Por isso, é importante que sejam consumidos de acordo com a orientação do nutricionista, médico ou fitoterapeuta. Alguns remédios naturais são:
1. Chá verde
O chá verde é uma bebida rica em compostos antioxidantes como a cafeína, as catequinas e os polifenois, que ajudam a acelerar o metabolismo, fazendo com que o organismo gaste mais energia e exista a perda de peso. Além disso, facilita a digestão, regula o intestino e combate a retenção de líquidos.
O chá verde pode ser consumido em forma de chá ou pode ser adquirido nas farmácias ou lojas de produtos naturais em forma de cápsula.
Como tomar: consumir de 3 a 4 xícaras do chá por dia. No caso do há verde em forma de suplemento, deve-se tomar 1 cápsula 30 minutos depois das refeições principais.
Efeitos secundários: o excesso de chá verde no dia pode causar insônia, irritabilidade, náuseas, acidez, vômitos, taquicardia e aumento do ritmo cardíaco. Além disso, pode haver interferência na absorção de ferro e cálcio.
Contraindicações: o chá verde deve ser ingerido com precaução em pessoas com problemas na tireoide, insônia, problemas renais ou no fígado, anemia, úlceras gástricas, gastrite e que façam uso de medicamentos anticoagulantes, anti-hipertensivos e estatinas. Além disso, mulheres grávidas ou que estão em fase de amamentação não devem ingerir o chá verde.
2. Glucomanano
O glucomanano é um suplemento obtido a partir das paredes celulares de algumas plantas, sendo considerada uma fibra dietética. Esse suplemento ajuda a aumentar a saciedade, regular o metabolismo das gorduras, controlar o açúcar no sangue e melhorar o trânsito intestinal. Conheça outros benefícios do glucomanano para a saúde.
Como tomar: a dose pode variar dependendo da quantidade de fibra presente no suplemento, sendo importante ler o rótulo do produto. No entanto, a indicação geral é a de que devem ser tomadas 2 cápsulas entre 500 mg e 2 g por dia, 30 a 60 minutos antes das refeições principais, junto com um copo de água.
Efeitos secundários: quando o suplemento não é tomado juntamente com água, pode causar prisão de ventre e, nos casos mais graves, obstrução intestinal, devendo a pessoa ir à urgência médica o mais rápido possível.
Contraindicações: o glucomanano não deve ser tomado ao mesmo tempo que outros medicamentos, já que pode interferir com a sua absorção. Além disso, não deve ser consumido por crianças, durante a gravidez e a lactância materna e nem em caso de obstrução intestinal.
3. Quitosana
A quitosana é um suplemento natural que é obtido a partir das fibras presentes nos esqueletos dos mariscos. Esse suplemento aumenta a saciedade e diminui a absorção de gordura a nível intestinal, ajudando a diminuir os níveis de colesterol.
Como tomar: a dose pode variar de acordo com a concentração presente no produto, sendo importante ler o rótulo do suplemento. De forma geral, é indicado tomar 1 a 2 cápsulas por dia, antes de cada refeição principal. É importante ressaltar que esse suplemento é contra indicado em caso de alergia a frutos do mar.
Efeitos secundários: o consumo em excesso de quitosana pode diminuir a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Além disso, pode causar prisão de ventre, náuseas e distensão abdominal. Como esse produto é obtido a partir do esqueleto de crustáceos, também poderia causar uma reação alérgica grave em pessoas que possuem alergia a mariscos, incluindo choque anafilático.
Contraindicações: a quitosana não deve ser utilizada por pessoas que sejam alérgicas a crustáceos e que estão abaixo do peso. Além disso, também não deve ser consumida por crianças com menos de 12 anos, mulheres grávidas ou em período de amamentação, já que não existem estudos que certifiquem a segurança do uso nesses períodos.
4. Goji berry em cápsulas
As bagas goji possuem diversos compostos bioativos que lhes conferem um alto potencial antioxidante, além de ser rica em fibras, vitaminas e minerais, favorecendo não só a perda de peso, mas também ajudando a fortalecer o sistema imune e prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Como tomar: é recomendado tomar 2 a 3 cápsulas de 500 mg por dia com 1 copo de água. No entanto, a dose pode variar de acordo com a concentração do suplemento, sendo importante a pessoa ler o rótulo do fabricante antes de consumir.
Efeitos secundários: o consumo moderado das bagas goji é considerado seguro. No entanto, em casos muito raros, pode provocar reação anafilática.
Contraindicações: as bagas goji não devem ser ingeridas por pessoas que estão fazendo tratamento com medicamentos para diabetes, hipertensão que utilizem anticoagulantes, como a varfarina e a aspirina. Além disso, também poderia interagir com outros medicamentos, como antibióticos, antifúngicos, antidepressivos, antivirais, medicamentos contra o câncer ou osteoporose, hipolipemiantes e para o controle hormonal. Assim, é importante que o médico seja consultado antes de comer as bagas goji.
5. Spirulina
A spirulina é um tipo de alga utilizada como suplemento nutricional devido ao fato de ser uma excelente fonte de vitaminas, minerais, antioxidantes e proteínas. Esse suplemento pode melhorar o metabolismo das gordura e da glicose, reduzindo a gordura acumulada no fígado e no corpo, além de proteger o coração. Essa alga está disponível em forma de pó ou em cápsula.
Como tomar: a dose recomendada de spirulina varia entre 1 a 8 gramas por dia (1000 mg a 8000 mg por dia), dependendo do objetivo do uso.
Efeitos secundários: o consumo de spirulina em excesso pode causar náuseas, vômitos e/ ou diarreia. Em casos raros, também pode causar reação alérgica.
Contraindicações: a spirulina deve ser evitada por mulheres durante a gravidez e a lactância materna, além de também não dever ser consumida por crianças ou adolescentes devido à ausência de estudos científicos sobre a sua segurança durante essas etapas. Além disso, deve ser evitada por pessoas com fenilcetonúria.
Remédios caseiros para emagrecer
Os remédios caseiros para emagrecer são opções mais fáceis e seguras para serem utilizadas para ajuda na dieta. Dentre os principais, estão:
1. Água de berinjela
A berinjela é um vegetal que possui poucas calorias e é rica em fibras, o que ajuda a aumentar a sensação de saciedade, regular o funcionamento do intestino e diminuir o colesterol.
Como preparar: cortar 1 berinjela em cubos e deixar de molho em 1 litro de água durante a noite. Pela manhã, deve-se bater tudo no liquidificador consumir ao longo do dia, sem adicionar açúcar.
2. Água de gengibre
A água de gengibre possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e compostos bioativos que ajudam a inibir o aumento do peso, favorecer a eliminação das gorduras através das fezes e melhorar a digestão e a metabolização dos nutrientes, além de diminuir a gordura acumulada no fígado e a nível corporal, aumentando o gasto energético. Além disso, também ajuda a combater a retenção de líquidos graças ao seu efeito diurético.
Como preparar: adicionar de 4 a 5 rodelas ou 2 colheres de sopa de raspas de gengibre em 1 litro de água gelada e beber pelo menos 2 copos de 500 mL por dia. Para obter melhores resultados, o gengibre deve ser trocado diariamente.
3. Chá diurético de ervas
Este chá de ervas possui ingredientes como alcachofra, cavalinha, louro e anis, que possuem propriedades diuréticas, ajudando a eliminar o excesso de líquido retido no organismo, melhorando a digestão e o colesterol.
Como preparar: para preparar este chá, deve-se adicionar 10 g de alcachofra, cavalinha, sabugueiro, louro e anis, em 1 litro de água fervente. Desligar o fogo e abafar a panela, deixando descansar por 5 minutos. Beber o chá ao longo do dia e seguir o tratamento durante 2 semanas.
4. Água de limão
A água de limão é uma excelente ferramenta para ajudar a emagrecer, pois contém poucas calorias e é fonte de fibras, ajudando a aumentar a saciedade e a controlar a fome. Além disso, também é uma bebida diurética, o que faz com que o corpo elimine o líquido acumulado no corpo, ajudando a desinchar.
Como preparar: colocar 1 limão cortado em rodelas em uma garrafa com água e beber 1 litro durante o dia.
5. Chá de hibisco
O hibisco é uma planta rica em polifenóis e flavonoides que ajudam a diminuir a absorção de gorduras no intestino e a queimar a gordura acumulada no organismo. Além disso, também pode ajudar a regular o apetite, já que, de acordo com alguns estudos científicos, o consumo desse chá está relacionado com a grelina e a leptina, que são hormônios responsáveis pela regulação do apetite.
Como preparar: acrescentar 1 colheres de sopa de hibisco secas em 300 mL de água fervendo. Deixar descansar por 3 a 5 minutos, coar e beber. Para baixar de peso, deve ser tomada 2 xícaras desse chá por dia: uma xícara após o almoço e outra após o jantar, durante 12 semanas obter os resultados.
Como emagrecer sem usar remédios
Para baixar de peso sem medicamentos, deve-se aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, pois ajudam a aumentar a saciedade e evitar a fome, assim como a controlar o índice glicêmico dos alimentos. O índice glicêmico é a velocidade com que o açúcar ou carboidratos presentes do alimento chegam ao sangue. Saiba mais sobre o índice glicêmico dos alimentos.
O consumo de alimentos com baixo índice glicêmico, que é abaixo de 55, ajuda a aumentar a sensação de saciedade e a reduzir o tamanho das porções consumidas, favorecendo a perda de peso. Alguns alimentos que possuem baixo índice glicêmico são: lentilha, feijão, ameixa, maçã, pêra, leite desnatado, iogurte, morango e frutos secos como amendoim, castanha e amêndoas.
Veja mais detalhes sobre como emagrecer sem precisar de remédios
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