O QUE SÃO OS NOOTRÓPICOS E COMO POTENCIALIZAM NOSSA INTELIGÊNCIA: TUDO SOBRE PÍRULAS QUE TURBINAM O CÉREBRO
O que são os nootrópicos e como potencializam a nossa inteligência?
Os nootrópicos também são conhecidos como “fármacos inteligentes” pelos benefícios que prometem, que não são poucos: aumentar o desempenho mental e agir como potencializadores cognitivos. A sua popularidade nos últimos anos disparou a tal ponto que milhares de pessoas já incluem no seu café da manhã essa pílula dourada com a qual ser mais produtivo no trabalho.
Para contextualizar um pouco os nootrópicos, basta lembrar da série “Limitless”. Nela, Bradley Cooper tomava uma droga experimental chamada “NZT-48”. Logo depois de consumi-la, o seu mundo se tornava mais vívido, seus sentidos ficavam mais aguçados e o seu potencial cognitivo passava a 200%, a tal ponto que era capaz de aprender diversos idiomas com fluidez, ser um gênio nas finanças em Wall Street ou se lembrar de tudo que tivesse visto, lido e ouvido.
“Supostamente, o cérebro humano é algo parecido a um caderno que a gente compra na papelaria: pouco mecanismo e muitas folhas em branco”
-Alan Turing-
Algo assim nos permitiria – aparentemente – sermos mais produtivos que Stephen King escrevendo livros, memorizar um documento na metade do tempo ou ativar as estruturas neurológicas capazes de despertar o gênio musical ou matemático que existe em cada um de nós. E digo “aparentemente” porque a realidade é outra, uma realidade sem dúvida mais adequada, mais limitada e menos reluzente mas ainda assim, interessante.
A indústria farmacêutica, por exemplo investe a cada ano quantias milionárias no desenvolvimento de novos nootrópicos, e o faz por uma razão muito simples: a demanda se multiplica.
A pressão profissional é cada vez mais elevada, sabemos disso, é preciso estar alerta, é preciso melhorar a concentração, ser mais ágeis mentalmente, mais criativos, mais produtivos… Todo mundo deseja dar mais de si mesmo sem ter que recorrer a substâncias perigosas, e é aí que entram em ação os nootrópicos ou as “drogas inteligentes”.
Atualmente sabe-se que estes fármacos são muito consumidos pelos universitários, pilotos militares, programadores de informática ou criativos de empresas de publicidade que procuram neles um recurso aparentemente inócuo com o qual expandir a sua mente, focar a atenção e dar o melhor de si nos seus objetivos.
Mas… os nootrópicos realmente funcionam?
Os nootrópicos: uma descoberta acidental que deu lugar a “drogas inteligentes”
Há quem chame os nootrópicos de “a droga do futuro”, um produto de uma sociedade acelerada que deseja ir além das suas próprias possibilidades. Contudo, este termo incomoda, não agrada e não é aceito porque – em geral – não possuem efeitos colaterais e não são “psicoestimulantes”. Por isso são classificados de uma forma muito mais inspiradora: “potencializadores cognitivos”.
Por outro lado, há quem também se aventure a dizer que os nootrópicos serão muito em breve o nosso menu evolucionista, e que graças a eles levaremos o nosso desenvolvimento cerebral a outro nível.
Por mais curioso que pareça, este é justamente o propósito de grandes empresas e conhecidas entidades. De fato, Silicon Valley – capital mundial da indústria de tecnologia – já está há anos trabalhando com os nootrópicos, a ponto de descobrir novos mecanismos por meio dos quais intensificar suas propriedades, seus efeitos, sua duração e até aplicação.
Não apenas servirão para melhorar a atenção e a criatividade, mas também já é possível vivenciar sonhos lúcidos ou atingir um nível de relaxamento semelhante ao que se alcança depois de vários anos de meditação. No entanto, sabemos que para muitos de nossos leitores alguns dados possam parecer pura ciência-ficção e por isso é preciso irmos passo a passo. Vejamos primeiro a sua origem.
Dos indutores do sono aos ativadores da atenção
Estamos nos anos 60 e, em um laboratório belga chamado “Union Chimique Belge”, o neurofarmacologista romeno Corneliu Giurgea trabalha na síntese de diversos compostos químicos com um finalidade muito específica: induzir o sono.
Contudo, ele acabou descobrindo um tipo de molécula muito especial que lhe permitiu criar o primeiro nootrópico da história: o Piracetam. Essa droga, longe de reduzir a excitabilidade neurológica e propiciar o descanso, fazia na verdade justamente o contrário: colocar a mente em alerta e melhorar funções cognitivas como a memória e a concentração.
- Isso era possível graças à modulação química de neurotransmissores como a acetilcolina e o glutamato, e além disso, sem efeitos colaterais muito adversos.
- O Piracetam de Corneliu Giurgea não demorou a ser comercializado, permitindo que pouco a pouco chegassem outras propostas, como o Oxiracetam, o Aniracetam, o Pramiracetam e o Fenylpiracetam.
O mecanismo de ação dos nootrópicos varia entre eles. Contudo, a maioria deles tem efeitos na vasodilatação, isto é, melhoram o fluxo sanguíneo para o cérebro, proporcionando-lhe mais oxigênio, mais nutrientes e glicose, a fonte de energia essencial que o cérebro usa para nos garantir longos períodos de concentração.
De forma semelhante, e como dado curioso para refletir, sabe-se que o Vale do Silício trabalha com os nootrópicos combinando-os com o biohacking, isto é, procuram “hackear” certas funções cerebrais através de diversos químicos para potencializar assim as funções do pensamento.
Parece que a porta para o salto evolutivo do cérebro humano está começando a abrir a sua maçaneta…
Quais são os efeitos dos nootrópicos? São mesmo tão benéficos quanto parecem?
O objetivo das indústrias farmacêuticas com os nootrópicos é duplo. Por um lado, e como já sabemos, a procura da melhoria dos processos cognitivos básicos, algo que na maioria dos casos, conseguem fazer. O segundo aspecto é que funcionem como neuroprotetores e que seus possíveis efeitos secundários sejam mínimos, para não dizer inexistentes.
Mas, um dos maiores problemas que os especialistas da saúde estão descobrindo é que tanto os estudantes universitários quanto os empresários e demais pessoas com um estilo de vida caracterizado pelo estresse, adquirem os nootrópicos através da internet, sem se preocupar com a sua procedência ou, o que é pior, a forma como devem ser consumidos.
Vejamos um exemplo. A cafeína é um nootrópico natural, assim como os ácidos graxos ômega 3. Se eu consumir 10 xícaras de café em uma noite, é bem provável que eu tenha cefaleias, tonturas e pressão arterial elevada. Do mesmo jeito, o estudante que compra um nootrópico pela internet sem conhecer a sua composição e forma de administração, com o único fim de passar na prova de depois de amanhã, possivelmente irá sentir antes os efeitos adversos dessa melhora na atenção e na memória.
Portanto, é necessário saber que os nootrópicos ajudam, mas não são um milagre. Além disso, estes benefícios serão percebidos se forem consumidos adequadamente e com orientação médica.
Por outro lado, e a título de curiosidade, cabe dizer que os laboratórios russos criaram uma nova família de nootrópicos derivados todos eles da corticotropina, o hormônio do estresse e dos agonistas dos receptores GABA como o Phenibut ou o Tolibut. Estes fármacos tem ultimamente uma grande demanda pelo seu efeito ansiolítico e redutor do estresse, mas cabe dizer que seus efeitos colaterais são sem dúvida os mais perigosos do mercado, já que a longo prazo provocam dependência.
Como usar os nootrópicos
Os especialistas dizem que existem alguns cuidados básicos que é preciso seguir na hora de consumir algum tipo de nootrópico:
- Encontre o nootrópico que melhor se adeque a suas necessidades
- É preciso consultar um especialista que oriente cada pessoa sobre as opções que existem no mercado.
- Cada pessoa tem um tipo de neuroquímica, e em geral, é comum começar com doses muito baixas, experimentando uns e outros até encontrar o adequado.
- Ao sentir qualquer tipo de mal-estar, como cefaleias ou tonturas, é preciso interromper imediatamente o uso desse tipo de nootrópico.
- De forma semelhante, é preciso lembrar que estes fármacos não são de ação imediata. O cérebro precisa se acostumar a eles; de fato, o seu efeito começará a ser notado depois de alguns dias ou semanas.
Só funcionam se forem acompanhados por uma dieta adequada, evitando o sedentarismo
Se quisermos modular a nossa química cerebral para que funcione no melhor nível, será necessário obter uma série de nutrientes adequados para ativar o mecanismo de ação destas drogas inteligentes. Portanto, uma dieta equilibrada rica em frutas frescas, vegetais, ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 é fundamental para que os nootrópicos possam agir.
- De forma semelhante, se levarmos uma vida sedentária teremos um metabolismo mais lento, menos eficiente e, além disso, a função hepática também não conseguirá processar da melhor forma os componentes dos nootrópicos.
A atividade física e a alimentação variada e pobre em gorduras saturadas é fundamental para que estes fármacos cumpram o seu objetivo.
“O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, mas sim a imaginação.”
-Albert Einstein-
Tipos de nootrópicos
É importante apontar aqui que nem todos os nootrópicos são fármacos. Muitos deles não estão sujeitos a receitas médicas porque têm componentes naturais, e porque é muito fácil encontrá-los nas lojas de produtos naturais. Apesar disso, antes de começar a consumir estimulantes cognitivos é sempre melhor consultar um especialista.
Para isso, é preciso definir qual o objetivo, porque como vimos, a oferta de nootrópicos é bastante ampla, e tudo indica que será ainda maior nos próximos anos.
- Nootrópicos para melhorar o estado de ânimo.
- Nootrópicos para melhorar a concentração.
- Nootrópicos para combater a ansiedade.
- Nootrópicos para melhorar a memória.
- Nootrópicos para melhorar o descanso, recuperação e o sono.
- Nootrópicos com foco anti-idade ou longevidade.
Para concluir, cabe lembrar apenas que os nootrópicos não são suplementos alimentares. Não é recomendável fazer uso dos mesmos de forma leviana, especialmente porque cada vez a oferta é mais ampla e a eficácia dos mesmos menos confiável. Portanto, mesmo sabendo que todos desejamos otimizar as próprias capacidades cognitivas para nos adequar às demandas atuais do mercado de trabalho, será sempre melhor procurar antes outras estratégias, outros caminhos.
Apesar disso, continuaremos atentos à evolução destes potencializadores cognitivos e do seu impacto em nosso futuro.
Referências bibliográficas:
- Ruiz Franco, J. (2005). Drogas Inteligentes. Editorial Paidotribo.
- Evan Brand (2016) The Everything Guide To Nootropics. Berkley Books
O QUE SÃO NOOTRÓPICOS? A MULTI RESPONDE!
MultiFórmulas Farmácia de Manipulaçãojul. 26, 2021
Também conhecidos como drogas inteligentes, os nootrópicos podem melhorar a memória e o desempenho cognitivo em indivíduos saudáveis. Eles também são elogiados por seus benefícios neuroprotetores. Em outras palavras, não só afirmam aumentar o poder do cérebro, mas podem ainda proteger as funções cerebrais da deterioração ao longo do tempo.
O termo nootrópico foi usado pela primeira vez em 1972 pelo psicólogo e químico romeno Corneliu Giurgea. Para se referir a uma droga que aumentava capacidades intelectuais sem causar efeitos colaterais, ele recorreu ao grego nou, que significa “mente”, e tropo, que pode ser traduzido como “direção”. Essa droga, sintetizada por ele, era o Piracetam, hoje usado como um suplemento e também no tratamento de condições cognitivas debilitantes.
Os nootrópicos são usados pelos homens há milhares de anos, sendo que atualmente inúmeros novos compostos com maior eficiência foram descobertos. Alguns exemplos de nootrópicos utilizados desde a antiguidade são o café, o chocolate e o tabaco.
Conheça alguns nootrópicos
CAFEÍNA
Um dos mais antigos, mais usados e piores nootrópicos. A cafeína é conhecida pelo seu efeito estimulante ao sistema nervoso central (SNC), promovendo aumento do estado de alerta no cérebro. Suas ações sobre o SNC ocorrem primordialmente, sobre os principais centros superiores do cérebro, decorrendo dessa atuação, um estado de alerta e de atividade mental aumentada.
Após longo período de uso PODE SE se desenvolver tolerância, isto é , não perceber mais efeitos com a mesma dose e ter que aumentá-la.
Não indicado para pacientes com depressão, transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, arritmias ou outras doenças psiquiátricas.
VEJA MAIS EM: https://www.multiformulas.com.br/cafeina-100mg-capsulas.html
DHA
Proveniente do óleo de peixe – o Ômega-3 é um tipo de gordura essencial uma das mais saudáveis que podemos ter. Ele auxilia no desenvolvimento cerebral em crianças e na manutenção da função cerebral normal em adultos. Dos componentes ativos do Ômega-3 o EPA e o DHA, o DHA é incorporado nas membranas das células do cérebro (bainha de mielina). Alguns autores têm mencionado que problemas comportamentais em crianças, principalmente com o distúrbio do déficit de atenção e hiperatividade, podem estar relacionados com uma deficiência de ácidos graxos poli-insaturados, principalmente DHA, na alimentação e nas células cerebrais.
VEJA MAIS EM: https://www.multiformulas.com.br/omega-3-dha1000-epa400.html
GINSENG (PANAX GINSENG)
Como o ginseng ajuda na dilatação dos vasos sanguíneos, ele faz com que mais sangue chegue ao cérebro, o que pode até melhorar a concentração. Além disso, a planta diminui as inflamações dos neurônios, evitando assim a degeneração cerebral e doenças como o Parkinson e o Alzheimer.
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GINKO BILOBA
Ginkgo Biloba promove aumento da produção de fatores de crescimento neural e glial, aumentando a ação de neurotransmissores ligados à memória, à sensação de conquista e à concentração: acetilcolina, dopamina e GABA. Ele melhora o metabolismo de enzimas antioxidantes e de radicais livres e bloqueia o declínio cognitivo.
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NEURAVENA
Neuravena® é o extrato da parte aérea da Avena sativa L., uma variedade específica de aveia verde silvestre, composto por bioativos, como avenantramidas, saponinas e flavonoides (vitexina e isovitexina), que garantem a melhora na concentração, desempenho da memória, aptidão mental e performance cognitiva principalmente em situações de estresse.
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COGNIZIN
Cognizin® é uma forma patenteada de citicolina que estimula a produção de substâncias essenciais à formação dos neurônios. Além disso, é precursor da acetilcolina, neurotransmissor importante para concentração e memória, e aumenta a produção de serotonina e dopamina, que influenciam o aprendizado e o humor.
COGNIGRAPE
Cognigrape® é o extrato padronizado de uvas Sicilianas com rica composição em proantocianidinas e antocianina especifica M3G (Malvidin-3-Glucoside) – que favorece a redução do estresse oxidativo cerebral, contribuindo para o aumento da performance cognitiva e neuroproteção.
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ENXTRA
EnXtra® é o primeiro e único ingrediente botânico, extraído da Alpinia galanga, livre de cafeína, clinicamente comprovado na melhora do estado de alerta e foco por um período de até 5 horas sem o efeito negativo da cafeína. Similar a cafeína, Enxtra bloqueia a ligação da adenosina aos seus receptores e estimula a liberação de dopamina. Entretanto, a cafeína promove a vasoconstrição a nível cerebral o que acarreta na redução do fluxo sanguíneo enquanto que o Enxtra é responsável por promover a vasodilatação e portanto, mantém o fluxo sanguíneo com ou sem a cafeína. A homeostase do fluxo sanguíneo evita o efeito de “cafeína crash”.
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LIPO PS 20
LIPO PS 20 é derivado da soja, contém fosfatidilserina, o principal fosfolipídio encontrado no cérebro e fosfatidilcolina que exerce significativo benefício na função cognitiva, especialmente as funções que tendem a diminuir com o envelhecimento, incluindo a memória, o aprendizado, as habilidades de vocabulário e a concentração. Por apresentar essas características LIPO PS 20 é capaz de aumentar a motivação, aprendizagem, concentração, interesse e a memória, é indicado para estudantes com idade superior a 18 anos e idosos.
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NOOPEPT
Tem ação semelhante ao Piracetam, mas com ação superior e imediata na cognição. Ele otimiza a comunicação entre os neurônios e melhora o fluxo sanguíneo cerebral, demonstrando efeito na cognição, age como ansiolítico e neuroprotetor. Sua ação neuroprotetora se dá pelo aumento da acetilcolina, melhorando a memória em longo prazo.
PHENIBUT
Phenibut aumenta a concentração de GABA. É utilizado como tranquilizante e como agente nootrópico. Reduz o estresse, a insônia, a ansiedade e melhora a memória e a função intelectual.
ALFA GPC
Alfa GPC atua com maior disponibilidade de acetilcolina no organismo fazendo com que a resposta do hormônio de crescimento (GH) aos exercícios físicos se torne mais significativa, as células dos tecidos musculares esqueléticos sejam estimuladas e sua ação sob o SNC, a memória e aprendizados se tornem otimizados (entre eles melhora da função cognitiva, além do controle da perda de memória e demência).
CREATINA
A creatina é uma velha favorita entre os praticantes de academia, que a utilizam para melhorar seus desempenhos esportivos. Mas, ao longo da última década, novas funcionalidades vêm sendo descobertas. Estudos revelaram que o suplemento teve um efeito positivo sobre a memória de trabalho e inteligência, em particular no que diz respeito a tarefas que exigem velocidade de processamento.
VEJA MAIS EM: https://www.multiformulas.com.br/creatina-potencialize-seus-treinos.html
VIMPOCETINA
A Vimpocetina é considerada um neuroprotetor natural e um poderoso ativador da memória. Estudos comprovam sua ação na memória de curto e longo prazo e na capacidade de coordenação motora.
PIRACETAM
Agente nootrópico, caracterizado por elevar o rendimento energético dos neurônios, facilitando, desta forma, a restauração do funcionamento das células corticais submetidas a estresse ou hipóxia. O piracetam eleva também a resistência à hipóxia neuronal e facilita a recuperação e a vigilância pósanoxia. Ativa as funções cognitivas cerebrais (atenção, memória), especialmente em idosos.
TEANINA
A teanina afeta os níveis de neurotransmissores como a GABA. Em combinação com a cafeína, tem um efeito sinérgico e pode melhorar o desempenho cognitivo, em particular promovendo foco, estado de alerta e endurance cognitivo.
VEJA MAIS EM: https://www.multiformulas.com.br/l-teanina-200mg.html
RHODIOLA ROSEA
A Rhodiola rosea contêm compostos fenólicos estruturalmente relacionados com as catecolaminas, substâncias que atuam no SNC aumentando a habilidade de concentração e a capacidade física e mental. Assim, diminui os níveis de estresse e depressão, pois estimula a produção de determinados neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, além de inibir a MAO, aumentando a atividade desses neurotransmissores.
VEJA MAIS EM: https://www.multiformulas.com.br/rhodiola-rosea-300mg-capsulas-da-raiz-de-ouro.html
MENT’ACTIVE
Ment’Active é um extrato padronizado de Mentha spicata constituído por mais de cinquenta compostos fenólicos, incluindo os ácidos rosmarínico, salvianólico e litospérmico, que são responsáveis pelos seus efeitos fisiológicos. Dentre suas principais funções, pode-se destacar melhora da memória, melhora do foco e concentração na execução de atividades diárias, bem como prevenção e tratamento coadjuvante para doença de Alzheimer.
Gostou de saber sobre nootrópicos e como eles podem ajudar na memória e concentração? Lembre-se sempre de consultar seu médico e/ou farmacêutico antes de iniciar o uso de qualquer medicamento, ok?
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“As informações fornecidas neste site destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para o profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. Procure sempre o aconselhamento do seu médico, farmacêutico ou outro prestador de cuidados de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter a respeito de sua condição médica. As informações contidas aqui não se destinam a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Evite a automedicação.”
Nootrópicos: conheça substâncias que prometem turbinar seu cérebro
30/11/2021
Já ouviu falar em nootrópicos? Também chamadas de “drogas da inteligência”, essas substâncias são pílulas que agem no cérebro e prometem turbinar capacidades como memória, concentração e raciocínio.
Apesar de ter ganhadoo destaque nos últimos tempos, o termo nootrópico não é algo recente. Ele foi usado pela primeira vez em 1972 pelo psicólogo e químico romeno Corneliu Giurgea para diferenciar algumas substâncias que pretendiam aumentar as capacidades intelectuais sem causar efeitos colaterais.
Isto é, a classe dos nootrópicos surge para se diferenciar dos já conhecidos psicotrópicos, drogas como a Ritalina e Modafinil, que atuam sobre a mente afetando-a de modo quantitativo ou qualitativo, provocando alterações de humor, cognição e comportamento.
Para Bruno Pereira de Castro, farmacêutico e doutorando em Saúde Coletiva, quando falamos em nootrópicos estamos falando em uma forma de uso para aprimoramento cognitivo, não em substâncias específicas com características e efeitos farmacológicos bem estabelecidos.
“Se os nootrópicos vieram para se diferenciar dos psicotrópicos, não faria muito sentido falar de nootrópicos a partir de Ritalina e alguns medicamentos que são, de fato, psicotrópicos”, diz o farmacêutico.
Atualmente, os nootrópicos são encontrados no comércio como suplementos alimentares, na maioria complexos vitamínicos com sais minerais que teoricamente teriam alguma atividade para otimização cognitiva. Alguns medicamentos disponíveis para manipulação são Fenilpiracetam, Homotaurina, Noopept, entre outros.
Contudo, a eficácia farmacológica das chamadas “drogas para a inteligência” é questionável, no Brasil ainda nãohá estudos clínicos, em pessoas saudáveis, que comprovem o ganho cognitivo a partir do uso dessas substâncias.
Depoimento
“Eu comecei a tomar Piracetam a partir da recomendação de um colega de uma comunidade na internet”, conta o estudante de Geografia Paulo Caikoski. “Eu estava passando por um período em que sentia que não estava conseguindo me concentrar na leitura de artigos e pesquisas”, completa.
O estudante fez uso do nootrópico ao longo de um mês e confessa que não viu resultados práticos. “Teve uma vez em que eu tomei e esperei duas horas para o efeito ser mais perceptível, e depois tomei café, ali eu senti uma mudança na minha capacidade de concentração, mas não tenho como afirmar que foi devido ao nootrópico combinado com cafeína”, confessa.
Após a recomendação de um colega para interromper o uso do medicamento sem acompanhamento médico, Paulo abandonou o Piracetam, mas revela que gostaria de voltar a fazer uso da substância depois de compreender melhor sobre o assunto.
“Hoje eu gostaria de voltar a tomar, acredito que tenho problema de memória e concentração, não consigo lembrar direito de coisas que li e estudei há mais de 48 horas. Talvez eu volte a tomar, mas aí vou fazer isso direito, não seguindo conselhos de qualquer pessoa na internet”, fala Paulo.
Mais dano do que ganho
Com o passar dos anos, o meio acadêmico e o mercado de trabalho têm exigido um alto rendimento e rápido desenvolvimento por parte dos indivíduos, o que causa muita pressão e demandas.
Devido à sobrecarga de trabalho constante, muitas pessoas têm recorrido aos nootrópicos e até mesmo aos psicotrópicos, como Ritalina e Adderall, para aprimorar o funcionamento do cérebro.
Contudo, segundo o pesquisador Bruno Aislã Gonçalves, que estuda a abordagem consequencialista do uso dessas drogas, esses medicamentos não são eficazes naquilo que eles propõem a pessoas saudáveis, que possuem um padrão de funcionamento normal do cérebro.
“Drogas como Adderall e Ritalina dão sim alguma melhora, mas mesmo que você tenha um ganho cognitivo a curto prazo, em questão de semanas você vai perder esse ganho e ter um dano a médio e longo prazo”, explica o pesquisador.
Acontece que, com o uso dessas substâncias, para aumentar uma capacidade cognitiva, é preciso “pagar” essa capacidade com outra. Ou seja, não é possível ter uma memória excelente de curto prazo e, ao mesmo tempo, a melhora da memória de longo prazo, pois as duas coisas se excluem. Além disso, o usuário também pode ficar viciado nas substâncias, uma vez que elas são altamente viciantes.
“No final das contas, do ponto de vista das consequências, você só estará gerando dano ao usar essas substâncias”, diz Bruno. “Mesmo que o medicamento tenha te ajudado a fazer um trabalho durante a primeira semana de uso, em dois meses a droga para de funcionar e prejudica outras capacidades”, explica.
Devido a essas consequências, o pesquisador conclui que, do ponto de vista moral, não parece ser permissivo usar esse tipo de medicamento para melhoramento cognitivo, afinal, no fim, a pessoa estará causando danos às capacidades cerebrais.
E se todos usassem nootrópicos?
Suponha que seja desenvolvido um medicamento que aprimore as habilidades cognitivas, não cause efeitos colaterais e esteja disponível para qualquer pessoa. Qual o problema moral que permanece no uso dessa droga?
Bruno Aislã Gonçalves explica que o uso em massa dos nootrópicos pode causar uma homogeneização das capacidades cognitivas que estão sendo valorizadas no mercado de trabalho. Ou seja, se a sociedade preferir pessoas que tenham uma boa memória, todos irão fazer uso de medicamentos para desenvolver essa habilidade.
“Vamos perder a pluralidade de forma de pensamentos para encarar problemas, o que é muito prejudicial, porque alguns problemas precisam de pessoas com capacidades diferentes para serem solucionados”, diz o pesquisador.
Outro efeito prejudicial da disseminação do uso de nootrópicos é a perda da plasticidade cerebral. Essa perda já ocorre naturalmente com o envelhecimento, mas com o uso em larga escala o processo ocorre muito mais rápido.
“No nosso cérebro aprendemos coisas novas o tempo todo, desfazemos conexões neurais e fazemos novas. Se nós perdermos a plasticidade cerebral, perdemos também a capacidade de desenvolver novas habilidades mentais”, conta Bruno.
Se todos fizerem uso dos nootrópicos em larga escala, a sociedade irá se transformar em um único borrão de qualidades cognitivas iguais, além de diminuir consideravelmente a habilidade de adquirir novos aprendizados, impactando diretamente no desenvolvimento social.
Fonte:https://jornalcomunicacao.ufpr.br/nootropicos-conheca-substancias-que-prometem-turbinar-seu-cerebro/
Por WGSN
Última moda no mundo da saúde, os nootrópicos são suplementos funcionais que agem no cérebro para melhorar a memória, o humor e a energia mental. Marcas de beleza, tomem nota.
O mercado
Publicado em dezembro de 2016, um estudo da consultoria Credence Research prevê que o mercado mundial de suplementos funcionais alcance os US$ 6 bilhões até 2024, expandindo-se a uma taxa anual de 17,9%. O interesse dos consumidores por nootrópicos tem crescido de forma exponencial – o mercado mundial atingiu cerca de US$ 1 bilhão em 2015.
Os principais fatores a estimular a demanda são as informações sobre os benefícios dos nootrópicos, a demanda crescente de suplementos nas áreas de saúde e bem-estar e a chegada dos nootrópicos ao mercado de massa.
As pesquisas no Google sobre esse termo têm aumentado desde 2011. Foi nesse ano que o filme “Sem limites” foi lançado, uma história sobre um homem que descobre novos poderes após ingerir uma droga inteligente chamada NZT-48.
A popularização do “hacking biológico” nos últimos anos tem levado ao aumento no interesse pelos nootrópicos entre os consumidores que desejam estimular o desempenho cerebral.
De acordo com o Google, os EUA, o Canadá, a Rússia e a Austrália são os países que mais fazem pesquisas no mecanismo de busca sobre o assunto. Mas quando se trata de desenvolvimento de nootrópicos, a liderança é da Rússia.
O acesso à informação on-line está dando mais informações aos consumidores. Os sites estão criando comunidades nas quais os usuários podem tirar dúvidas e participar de discussões. Sites populares, como o thenootropics.subreddit, o Bluelight forums e o Bulletproof Exec, dão conselhos sobre os diferentes tipos de suplementos funcionais para melhora do desempenho cognitivo.
A América do Norte continua sendo o maior mercado de nootrópicos do mundo. A grande população, aliada ao crescimento do “consumo por conta própria” e à consciência sobre a saúde cognitiva e de prevenção, estimula a demanda. A Ásia está se aproximando, já que Índia e China surgem como os mercados regionais que mais crescem em termos de consumo de nootrópicos. O histórico da região no uso de remédios naturais e a base de ervas que auxiliam no desempenho cognitivo está muito bem documentado.
O consumidor
As exigências da vida moderna estão levando os consumidores a buscarem meios de “hackear biologicamente” seus cérebros e corpos. Sabe-se que os nootrópicos podem ser usados para otimizar as funções cognitivas e as pessoas estão utilizando esses medicamentos para ter mais foco, pensar melhor e trabalhar de modo mais eficiente.
Extremamente populares no Vale do Silício, os nootrópicos estão ganhando aceitação no mercado de massa e já contam com grupos de usuários, desde programadores, fundadores de start-up e pessoas que precisam trabalhar por longos períodos até pacientes de depressão que obtiveram sucesso usando os nootrópicos de modo autônomo.
O uso de suplementos funcionais entre jovens e estudantes está crescendo, à medida que essas pessoas buscam melhorar sua performance no trabalho e seu desempenho na universidade. O Modafinil é um exemplo de nootrópico que faz sucesso entre os estudantes.
Acredita-se que a droga ajuda o cérebro a focar nas atividades por longos períodos e inibe o cansaço.
Acelerador cerebral
Acredita-se que os nootrópicos são capazes de alterar a forma como a mente trabalha. Eles são usados desde os anos 60, quando o químico e psicólogo romeno Corneliu E. Giurgea criou um coquetel de drogas chamado Piracetam com o intuito de aumentar a atividade cerebral. O termo vem da junção das palavras gregas “noons”, que significa “mente”, e “tropein”, que pode ser traduzida como “virada” ou “mudança”.
Alguns estudos demonstraram uma ligação entre os ingredientes encontrados nos suplementos nootrópicos e melhorias específicas na performance do cérebro. Um estudo publicado no jornal científico Frontiers in Neuroscience, por exemplo, comprovou que a função cerebral de pacientes idosos que tomam Piracetam regularmente melhorou.
Outras pesquisas sugerem que esses suplementos psicoativos inteligentes, ao aumentar a quantidade de neurotransmissores, podem melhorar o desempenho cognitivo e as funções mentais, o que possibilita o aprimoramento das memórias de curto e longo prazo, da capacidade de aprendizado e do déficit de atenção.
Os cientistas que pesquisam os nootrópicos descobriram que os tabletes de Bhāvita Śaṇkhapuṣpī (uma droga inteligente produzida a partir da erva tradicional Convolvulus pluricaulis) é um caminho promissor para aumentar e melhorar a memória.
Outras substâncias comuns encontradas nesses aceleradores cerebrais são a Ginkgo biloba, a Bacopa monnieri e a L-teanina.
Esses suplementos foram usados em caráter experimental para propósitos farmacêuticos em alguns países. Um estudo de 2015 realizado em Taiwan apontou uma melhora na expectativa de vida de pessoas que sofriam de demência quando os nootrópicos foram incorporados à rotina diária.
As marcas
Está surgindo uma nova categoria de bebidas e suplementos funcionais, com nootrópicos que afirmam ser capazes de resolver problemas como “névoa cerebral”, falta de memória e perda de foco.
Quem lidera esse movimento é a HVMN (conhecida antes como Nootrobox). Esta empresa de San Francisco oferece uma linha de produtos que são entregues todo mês diretamente na casa do cliente. Há três produtos: o Rise, o Sprint e o Yawn, que estimulam diferentes funções, da performance ao sono, além do Go Cubes, conhecido como “café mastigável”. As principais substâncias desses produtos são cafeína, vitamina B e L- teanina, que dão energia, além de ervas como Bacopa monnieri e Rhodiola rosea que podem melhorar o funcionamento da memória. Os consumidores podem escolher entre diversas opções quais atendem às suas necessidades.
A TruBrain, fundada por um antigo executivo da área de alimentos e bebidas da Unilever, Chris Thompson, oferece uma linha de bebidas, barras e cápsulas funcionais e produtos à base de café, formulados com neuropeptídeos poderosos, capazes de “turbinar” o cérebro.
Durante o processo de desenvolvimento, os produtos são enviados para uma avaliação conduzida pelos neurocientistas da empresa, que usam testes de ondas cerebrais para garantir a performance deles.
A start-up Qualia também conta com uma equipe de cientistas para testar a eficiência dos produtos. O suplemento da marca é desenvolvido pelo coletivo Neurohacker, uma organização formada por especialistas em neurociência.
A Bulletproof oferece uma linha de produtos que vão de café a alimentos e suplementos de proteína. As cápsula do Unfair Advantage trazem duas coenzimas – CoQ10 e PQQ – que podem ajudar as células do corpo a gerarem energia. O Brain Octane Oil vem com ácidos graxos extraídos do óleo de coco para “metabolizar a energia”.
Produzindo o mesmo efeito, a Nootro é uma cápsula para ser tomada diariamente. Com um combinação de ingredientes, o produto afirma ser capaz de dar foco e energia por mais de seis horas.
Importância no futuro
O cérebro é um órgão complexo e fascinante, que consome cerca de 20% da energia do corpo. À medida que a vida moderna fica cada vez mais corrida, os consumidores estão buscando nootrópicos para melhorar o desempenho cerebral e a performance. Esses produtos estão começando a ganhar força no mercado de massa.
De acordo com a Nootrobox, os nootrópicos estarão “amplamente disponíveis em lojas de conveniência, salas de aula e locais de trabalho em poucos anos”.
Os nootrópicos também podem ser explorados pelos segmentos de beleza e bem-estar em um futuro próximo. Esses aceleradores cerebrais poderiam ser incorporados a sucos, suplementos e alimentos, não apenas para estimular o cérebro, mas também para trazer benefícios à pele, cabelos e funções corporais.
Há também oportunidades em potencial para combinar os nootrópicos com apps de celular e dispositivos usáveis, criando uma abordagem personalizada para diferentes tarefas e para manter a performance por longos períodos.
Fonte:https://cosmeticinnovation.com.br/nootropicos-ultima-moda-no-mundo-da-saude/
Nootrópicos: tudo sobre as pílulas que turbinam o cérebro
Entenda como funcionam as pílulas que prometem estimular a criatividade, a memória e a capacidade cognitiva e decida se elas são mesmo para você
Por Jay Willis
24/03/2019 08h05 Atualizado há 10 meses
Engula uma pílula e turbine o seu cérebro. Sendo bastante simplista, é isso que os nootrópicos – um termo genérico para suplementos que visam estimular a criatividade, a memória e a capacidade cognitiva – prometem. Mas não parece bom demais para ser verdade? O ressurgimento da popularidade dos nootrópicos tem muito a ver com a recente obsessão induzida pelo Vale do Silício de ser disruptivo em literalmente tudo o que se faz. Já não basta fazer bem, é preciso fazer mais, melhor, de forma mais criativa e, claro, mais rápida. Mas aumentar o desempenho exponencialmente não é algo simples de se fazer. Aí está o maior apelo das smart drugs, como são chamadas, e a simplicidade é sua premissa: tome a pílula certa e você pode se tornar uma versão melhor, mais inteligente e ainda não revelada de si mesmo.
Mas funciona mesmo?
A lei federal norte-americana classifica a maioria dos nootrópicos como suplementos alimentares (da mesma classe do Whey Protein, por exemplo), o que significa que a FDA (Food and Drug Administration) não regula as declarações dos fabricantes sobre seus benefícios. Como os suplementos alimentares também não precisam passar por estudos farmacológicos controlados, eles podem não cumprir as promessas grandiosas anunciadas na embalagem. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu em 2011 a venda de boa parte das metanfetaminas (substância presente na maioria dos nootrópicos), mas outras substâncias que também estão no guarda-chuva dos nootrópicos, como anfetamínicos emagrecedores, anfepramona, femproporex e mazindol, foram liberadas em 2017 para venda sob prescrição médica.
Ficou confuso? Nós explicamos: alguns nootrópicos são usados para tratar doenças como Parkinson, Alzheimer e transtornos, como TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade). Cada país legisla de forma independente sobre a venda e o uso desse tipo de substância. O que não muda é o crescimento no número de pessoas saudáveis que utilizam os nootrópicos apenas para “turbinar o cérebro”. Um estudo realizado em 15 países e publicado no The International Journal of Drug Policy em 2018 apontou que os Estados Unidos são os que mais concentram indivíduos saudáveis consumidores de nootrópicos (21,6% deles). As maiores altas aconteceram na Europa. Na França, por exemplo, o uso foi de 3% em 2015 para 16% em 2017. No Reino Unido, o número subiu de 5% para 23%. Especialistas ainda dão o alerta sobre as smart drugs vendidas no mercado ilegal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 15% dos remédios vendidos no mundo são falsificados.
Teste de fogo
Depois de consultar um guia de nootrópicos para iniciantes, comecei a programar o “empilhamento”: forma como os usuários chamam a prática de tomar diferentes quantidades de substâncias nootrópicas variáveis com a finalidade de encontrar a combinação ideal para a tal “melhor versão de si mesmo”. Primeiro foi uma combinação de L-teanina e aniracetam, um composto sintético prescrito na Europa para tratar doenças neurológicas degenerativas. Testei-o diminuindo as doses recomendadas e, em seguida, trabalhando em uma matéria que eu havia terminado há alguns dias, quando o café era minha única droga para “turbinar”. Eu editei o documento com vigor renovado. Foi uma hora produtiva, claro. Mas também senti uma notável semelhança com o processo normal de edição. Imaginava que o elixir mágico criaria imensas nuvens de tempestade no meu cérebro que, ao serem rebentadas, lançariam adjetivos cinematográficos na página com a rapidez que meus dedos poderiam digitá-los. Infelizmente, a única coisa que choveu foram as pesquisas no Google que começaram com as palavras “sinônimo de” – meu processo criativo usual. Na manhã seguinte, quatro pílulas gigantes da popular combinação de piracetam e colina me deixaram... um pouquinho mais alerta, talvez? (Ou talvez tenha sido apenas o fato de eu ter dormido muito bem na noite anterior. Foi difícil dizer.) Modafinil, que muitos militares usam como sua pílula de “controle de fadiga”, ostenta na internet avaliações brilhantes de usuários satisfeitos. Tomar adrafinil (substância semelhante, mas que pode ser comprada sem receita) em vez de café só me fez lembrar que eu não tinha tomado café.
Nootrópicos: você deveria tomar? (Ilustração Marcelo Calenda) — Foto: GQ
Efeito placebo
Depois que minha combinação autoral pareceu não funcionar, experimentei algumas prontas – coquetéis nootrópicos de marcas que se oferecem para ajudar os novatos. Eles eram tão úteis. E muito mais caros. O Braindust, da Goop, deixou meu rosto quente por 45 minutos; as pílulas da Brain Force Plus só me fizeram sentir culpa por ter colocado cerca de R$ 80 no bolso de um idiota. Quando falei com Jesse Lawler, que hospeda o podcast Smart Drugs Smarts, sobre avanços na saúde do cérebro e na neurociência, ele não se surpreendeu ao saber da minha decepcionante experiência. Muitos nootrópicos devem levar tempo para se acumular no corpo antes que os usuários comecem a sentir seu impacto. Mas, mesmo assim, diz Barry Gordon, professor de neurologia do Johns Hopkins Medical Center, os resultados positivos não necessariamente constituem evidência de um benefício farmacológico. Simplificando: “Certas pessoas podem se beneficiar de algumas combinações”, ele me disse. “Mas ainda não há provas conclusivas de que substâncias dessa classe melhorem as funções cognitivas.” E sem nenhuma maneira confiável de medir o impacto de uma determinada substância sobre a acuidade mental, as crenças sinceras sobre “o que funciona” provavelmente têm muito a ver com o quão exigente foi o seu o dia ou quão suscetível você é ao efeito placebo.
O que realmente funciona
A promessa infinita de melhorar sem esforço suas capacidades cognitivas persistirá mesmo sem evidência de sua eficácia e os nootrópicos nunca irão embora por um simples motivo: com milhões de potenciais de fortalecimento do cérebro lá fora, há sempre a possibilidade tentadora – a que os buscadores se apegam – de que eles simplesmente não encontraram a combinação perfeita e elusiva de pílulas que funcionará sob medida. Felizmente, existem alguns hábitos de melhoria de desempenho que se sustentam em estudo científico rigoroso. Eles são livres e fáceis de pronunciar. Infelizmente, também são os hábitos que talvez você esperasse abandonar usando nootrópicos. “De todas as coisas que são ‘boas para o cérebro’”, diz a professora de neurologia de Stanford, Sharon Sha, “há mais evidências de exercícios físicos do que qualquer outra coisa.” Então, da próxima vez que estiver enfrentando um longo dia e precisar melhorar seu desempenho, em vez de tomar um pílula e esperar sentado para ver o que acontece, economize seu dinheiro, deixe o telefone de lado e saia para uma caminhada. Essa é a minha receita para você.
Fonte:https://gq.globo.com/saude/noticia/2019/03/nootropicos-o-que-voce-precisa-saber-antes-de-tomar-pilulas-que-turbinam-o-cerebro.ghtml
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