QUAIS AS DIFERENÇAS DOS ÔMEGAS 3, 6 E 9 E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

   

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Ômega 3: o que é, benefícios, alimentos e como tomar

ômega 3 é um nutriente que ganhou muita popularidade recentemente. Muitos comentários são feitos sobre os benefícios do ômega 3 no nosso corpo. E a grande maioria é verdade. Esse nutriente é essencial para a nossa saúde!

Ficou curioso? Nesse texto, separamos as principais informações para você entender tudo que precisa saber sobre o ômega 3, para que serve e seus 10 principais benefícios comprovados para o nosso organismo.

    O que é ômega 3?

    O ômega 3 é um tipo de gordura definida pela sua estrutura química como um ácido graxo poli-insaturado essencial. De forma simplificada, pode ser entendido como uma gordura necessária ao nosso organismo que só conseguimos consumir através da alimentação ou suplementação. 

    Apenas bactérias, animais microscópicos chamados de zooplânctons e seres pertencentes ao reino vegetal conseguem produzir o ômega 3.

    Agora você pode estar se perguntando: “Mas como assim, os peixes não produzem ômega 3?”  Os peixes não são produtores de ômega 3, mas os zooplânctons são a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, servindo de alimento para peixes e crustáceos.

    Os peixes que vivem em águas profundas e geladas consomem esses animais em maiores quantidades, pois precisam de bastante energia para manutenção da sua temperatura corporal, dessa forma, estocam grandes quantidades de gordura em seu organismo, se tornando as principais fontes de ômega 3 para os humanos.

    Além de peixes gordurosos de águas profundas e crustáceos, o ômega 3 pode ser encontrado em alimentos de origem vegetal como as algas marinhas, sementes como chia e linhaça, e nos óleos como soja, canola e girassol.

    Importante ressaltar que o ômega 3 é o nome dado a uma família de gorduras com características de formação semelhantes, portanto, existem vários tipos de ômega 3, sendo os mais estudados o EPA, DHA e a ALA.

    Tipos de ômega 3: EPA, DHA e ALA

    Os principais tipos de ômega 3 são EPA, DHA e ALA. Eles estão dentro de um mesmo grupo devido a sua estrutura química similar, porém tem diferentes alimentos fontes a ações no organismo.

    Então, é importante lembrar que quando falamos de ômega 3 não estamos nos referindo a apenas um tipo de gordura.

    Veja as principais características de cada uma dessas gorduras:

    • EPA

    O EPA (ácido eicosapentaenoico) é composto por 20 carbonos e é encontrado em alimentos de origem animal, como os peixes gordurosos e crustáceos. Sua ingestão regular promove vários benefícios para a saúde do coração. 

    • DHA

    O DHA (ácido docosa-hexaenoico) é constituído por 22 carbonos e, assim como o EPA, também é mais encontrado em alimentos de origem animal, entretanto, fornece mais benefícios para a saúde cerebral.


    • ALA

    O ALA (ácido alfa-linolênico) é um ômega 3 formado por 18 carbonos e encontrado em alimentos de origem vegetal, porém, apesar de ser encontrado em grandes quantidades nesses alimentos, ele é menos aproveitado pelo nosso corpo.

    Após sua ingestão, nosso metabolismo o transforma em EPA ou DHA, mas a taxa dessa conversão é baixa, e por isso, muitas vezes o consumo apenas de ALA não é suficiente para suprir a demanda necessária de ômega 3 em nosso organismo.

    Para que serve o ômega 3?

    O ômega 3 serve para a produção de substâncias que atuam no combate de processos inflamatórios, formação das células do cérebro, regulação dos níveis de neurotransmissores, controle do colesterol (com redução de LDL e aumento do HDL), redução de triglicerídeos, manutenção da saúde dos olhos e mais.

    Além disso, também desempenha funções comuns a todas as gorduras do corpo humano como construção de membranas que protegem as células, a produção e armazenamento de energia, manutenção da temperatura corporal, e a formação de hormônios esteróides relacionados à reprodução, e não esteróides relacionados à regulação do gasto energético.

    Por isso, ela é considerada uma gordura do bem, pois trabalha minimizando a inflamação do organismo, processo prejudicial as células, e promovendo benefícios.

    Além do consumo excessivo de outros tipos de gorduras, toda interação com o ambiente externo pode gerar perturbações ao nosso organismo e criar um ambiente inflamatório.

    Causas mais comuns dessas perturbações são: o consumo em excesso de açúcares, poluição, prática de exercício físico, microrganismos e vírus prejudiciais presentes no ar e em alimentos.

    Dessa forma, podemos concluir que, por mais cuidadosos que sejamos, sofremos algum tipo de estresse a todo momento, no entanto, um dos motivos que faz não percebermos isso é o nosso sistema de defesa fortalecido pelo ômega 3. 

    10 principais benefícios comprovados do ômega 3

    1. Coração

    As doenças relacionadas ao coração são as que possuem maior número de evidências dos benefícios comprovados do ômega 3, e é por isso que a American Heart Association (AHA) recomenda o consumo de ômega 3 para prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares.

    Com base em um estudo publicado da AHA de 2017, pensando apenas na prevenção de doenças relacionadas ao coração como: parada cardíaca, infarto agudo do miocárdio, doenças vasculares (aterosclerose, trombose e acidente vascular encefálico), o consumo do ômega 3 pode reduzir em até 10 % o risco de morte súbita em indivíduos com alto risco para essas doenças.

    Uma redução de 10% pode até parecer pouco, mas considerando que atualmente doenças do coração são a maior causa de morte no mundo, esse número se torna muito significante.

    Além disso, já foi visto que o consumo regular de ômega 3 durante 3 meses, ajuda a reduzir os níveis de triglicerídeos e de colesterol  LDL, o famoso colesterol “ruim”, e a melhorar o colesterol HDL, considerado “bom”.  Isso também previne riscos de ataques cardíacos e doenças vasculares.

    2. Cérebro e Depressão

    O ômega 3 pode ser um grande aliado na busca por uma melhor saúde mental e combate à depressão.

    Um estudo divulgou que quando o DHA (tipo de ômega 3) é incorporado pelas membranas celulares dos neurônios, o resultado é uma melhora da ligação dos neurotransmissores aos seus receptores, o que na prática, significa uma melhora da comunicação entre as células cerebrais. 

    O DHA também está relacionado com o estímulo da produção de hormônios como serotonina e dopamina, que se encontram em baixas concentrações em pessoas depressivas.

    Foi visto em animais que a suplementação com DHA melhora a atividade do eixo hipotalâmico da adrenal pituitária, que faz parte do sistema neuroendócrino. Na prática, significa uma melhora do humor e diminuição da agressão e respostas de luta ou fuga relacionados com a ansiedade. 

    Sendo assim, é possível que o consumo adequado do ômega 3 melhore o controle das emoções e do humor do indivíduo, reduzindo sintomas depressivos, falta de libido e insônia, que são sintomas encontrados com frequência em pacientes com depressão e ansiedade.

    O ômega 3 foi relacionado com a depressão em 1998, quando cientistas notaram níveis mais baixos da substância no sangue dos pacientes que tinham a doença. Eles também notaram que em países onde o consumo médio de peixe é mais alto, os casos de depressão são menos recorrentes.

    Em um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, foi revelado que idosos com depressão apresentam baixa concentração de ômega 3 no organismo.  Na pesquisa, foram avaliadas 35 idosas diagnosticadas com depressão e em tratamento medicamentoso, e 35 idosas sem depressão, com idade média de 74 e 73 anos, respectivamente. 

    Para referências internacionais como o Pubmed, há uma grande relação entre o consumo de ômega 3 e a depressão, porém ainda há muito espaço para novas descobertas, análises e conclusões.

    3. Diabetes Mellitus Tipo 2

    Se por um lado foi visto que suplementação com ômega 3 não diminuiu o risco de  doenças cardiovasculares em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, por outro, o uso dessa suplementação para esse público por 3 meses serve para reduzir substâncias inflamatórias causadas pelo excesso de glicose no sangue, que são prejudiciais a saúde.

    Dessa forma, o um dos benefícios comprovados do ômega 3 é sua ação como um anti-inflamatório natural, auxiliando assim no tratamento de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. 

    4. Gravidez

    Fase da vida onde tudo começa, a mulher precisa se preocupar não só com a sua saúde, mas também com a do seu bebê. Estudos apresentam uma informação que pode ajudar o desenvolvimento da criança: o uso da combinação de EPA + DHA em forma de suplemento pode melhorar o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê e prevenir doenças mentais e obesidade infantil.

    Em mulheres que enfrentam um aumento da glicemia, a famosa “diabetes gestacional”, a suplementação traz ainda mais benefícios, mas o uso de suplementos nessa fase deve ser feito apenas com acompanhamento de médico ou nutricionista.

    O uso do ômega 3, em especial o DHA, pode ajudar no estímulo dos processos cognitivos, melhorando os processos de aprendizagem e a memória da criança.

    5. Olhos

    Em estudos experimentais já foi visto que a suplementação de ômega 3 ajuda a prevenir a degeneração da retina, parte dos olhos responsável pela visão, sendo uma boa opção para evitar cegueira com o passar da idade.

    6. Epilepsia, Síndrome do Espectro Autista e Câncer

    Os resultados de estudos concluíram que o uso do ômega 3 pode ajudar no tratamento de doenças como epilepsia, transtorno do espectro autista e alguns tipos de câncer, no entanto, ainda é muito discutido pela comunidade científica qual o consumo ideal para cada benefício.

    Estudos mostraram que o uso regular de ômega 3 pode prevenir e até ajudar no tratamento de alguns tipos de câncer, mas é importante considerar que sua eficácia depende do tipo de tumor e do estágio da inflamação da doença.

    Para prevenir a desnutrição causada pela intensa perda de peso da progressão da doença, conhecida como caquexia, foi visto que 2g de ômega 3 ao dia pode ajudar.

    Até o momento vários protocolos de suplementação já foram testados para o tratamento da epilepsia, com o uso de 5g de ALA, combinação de 1,1g de EPA + DHA ou apenas 565 mg de EPA, e em alguns foi visto benefícios e outros não.

    O mesmo vale para a síndrome do espectro autista, em que o uso do DHA isolado pode se destacar em relação aos outros tipos de ômega 3. 

    Lembrando que não existe nenhum nutriente que sozinho seja capaz de trazer uma solução para um problema complexo, e em todos os casos descritos é fundamental a opinião de especialistas para que seja avaliado todo perfil inflamatório do paciente.

    7. Tratamento da Pneumonia

    Um grupo de pesquisadores americanos, publicaram agora em janeiro de 2020, um estudo mostrando como a suplementação de ômega 3 pode ter papel fundamental no tratamento da pneumonia.

    Apesar de ser um estudo inicial, feito com animais, os resultados são animadores para a prática clínica no tratamento de pacientes internados com essa doença. Já que dentre os resultados encontrados pelos pesquisadores, eles viram que a suplementação aumenta a expectativa de vida, diminui a propagação de bactérias além de diminuir a inflamação causada pela pneumonia.

    8. Ganho de massa muscular e força

    Apesar de ainda não ser um consenso, uma revisão recente mostrou que aqueles que suplementam ômega 3 podem ter um melhor desempenho no exercício, aumentando a força. Além disso, com relação ao ganho de massa muscular, a melhora da inflamação corporal ajuda na melhor recuperação e ganho de músculos com a prática de exercícios de força.

    Os pesquisadores afirmam que ainda são necessários outros estudos para afirmar que realmente o ômega 3 ajuda a ganhar massa ou força. Mas, os benefícios são tantos, vá que você seja a pessoa que ainda ganhou esse benefício “bônus”?

    9. Fertilidade

    Já ouviu do uso de ômega 3 para aumento da libido e melhora da fertilidade? Calma, antes de ir desesperado comprar ômega 3, saiba que o estudo que fala sobre esse benefício do ômega 3, na verdade, realizou o estudo com touros. Então o resultado ainda é muito inicial, não podendo ser ainda um efeito explorado por nós, humanos. 

    10. Emagrecimento

    Uma série de pesquisas foram e ainda são publicadas a respeito do uso do ômega 3 para a perda de peso, e os resultados apresentados oferecem um leque para seu uso como ajudante no tratamento de patologias relacionadas à obesidade.

    O fato é que uma alimentação à base de peixes proporciona uma alta dosagem de ômega 3 no corpo, e há várias evidências que relacionam esse nutriente a uma diminuição da produção de compostos inflamatórios, responsáveis por desencadear as doenças relacionadas à obesidade.

    Por si só, consumir ômega 3 não irá te fazer perder peso. Ele auxilia no controle da inflamação causada pelo excesso de peso, porém ele não é um nutriente com propriedade termogênica, ou seja, não acelera o metabolismo.

    As pesquisas mostram que em conjunto com a alimentação equilibrada e atividade física, o ômega 3 equilibra e otimiza os mecanismos celulares envolvidos na queima de gordura, proporcionando benefícios para a saúde em relação a perda de peso.

    Qual é a quantidade recomendada de consumo de Ômega 3?

    A quantidade recomendada de consumo de ômega 3 é de 1200mg ao dia para pessoas saudáveis. Essa informação é baseada nas orientações da Associação Americana do Coração (AHA) e do Instituo de Medicina Americano (IOM).

    A recomendação de consumo de ômega 3 diário pode variar de acordo com as condições de saúde.

    Por exemplo para pessoas que precisam reduzir os níveis de triglicérides ou estão tratando de algum outro fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas é recomendado de 2000 a 4000 mg/dia.

    Consultar um profissional da saúde (médico ou nutricionista) é o mais indicado para te ajudar a saber qual a melhor dose para seu consumo.

    Quais são os alimentos fontes de ômega 3?

    Os principais alimentos fontes de ômega 3 são de origem animal, sendo os peixes e outros crustáceos. Esses alimentos fornecem a forma ativa da gordura, o EPA e o DHA.

    Nos alimentos de fonte vegetal é encontrado apenas ALA.

    1. Peixes

    Os peixes são fontes de proteína e a recomendação de ingestão para alimentos proteicos pode variar entre 80 a 120g, a depender do conjunto do perfil alimentar e características individuais de cada um.

    Pela referência de alimentos fontes de ômega 3,  o consumo de um filé de salmão com pele grelhada todos os dias, seria o suficiente para conseguir as quantidades indicadas do nutriente para nosso organismo.

    No entanto, os peixes não estão na lista dos alimentos consumidos pelos brasileiros diariamente, além disso, é difícil saber a procedência deles em relação a criação (se são de cativeiros ou de águas geladas) e qualidade (contaminação por metais pesados). 

    2. Linhaça

    Sementes como a linhaça pertencem ao grupo dos carboidratos complexos, e a porção recomendada para o consumo é bem menor que para as proteínas, podendo variar entre 10 a 30 g ao dia.

    Sendo assim, pelo consumo de linhaça nas porções indicadas para a classe dos carboidratos, uma pessoa consegue obter de 2 a 6 g de ALA ao dia.

    É importante ressaltar que para quem pretende obter ômega 3 através da linhaça, é necessário que ela seja hidratada por algumas horas antes de ingerir, porque só assim ela consegue liberar as moléculas de ALA presentes em sua composição. 

    3. Nozes e óleos vegetais

    As nozes e óleos são os alimentos que precisamos ter mais cuidado com as quantidades na hora de consumir, pois são fontes de outras gorduras além do ômega 3. 

    A recomendação de consumo para esses alimentos varia muito, mas são geralmente baixas (máximo de 20 g de nozes e 15 ml para os óleos), pois se consumidos em excesso, podem favorecer o ganho de gordura corporal indesejada.

    Por esse motivo, é preciso se atentar ao uso excessivo de óleos. O óleo de soja, por exemplo, já é um alimento bem utilizado em preparações culinárias, não sendo necessário sua adição em saladas e não exagerar no consumo de frituras. 

    A linhaça, nozes e os óleos oferecem o ALA para nosso corpo metabolizar, e como já descrito acima, apesar de ser facilmente encontrado em grandes quantidades nos alimentos, ele é pouco aproveitado pelo nosso organismo.

    Suplementos de Ômega 3

    Os suplementos de ômega 3 são cápsulas a base de óleo de peixe, que oferecem quantidade pré-determinadas de EPA e DHA. Também existem opções veganas a partir de óleos vegetais que ofertam ALA.

    Seu uso se tornou muito comum porque os benefícios que ele promove contam com a sua ingestão regular, e muitas pessoas não conseguem consumir 1,2 g de ômega 3 todos os dias, e, às vezes, nem peixes 2 vezes na semana.

    Por isso, muitos profissionais da saúde orientam o uso do suplemento. É a forma mais confiável e barata de tornar a alimentação rica em ômega 3.

    Bons suplementos de ômega 3 possuem laudos técnicos e selos de segurança garantindo a livre contaminação por metais pesados, um critério de difícil controle nos peixes comprados em feiras e mercados.

    Além de serem mais baratos quando comparados com a ingestão de 1 filé de salmão todos os dias.

    Existem vários tipos de suplementos de ômega 3 disponíveis no mercado, os quais se diferem em origem (óleo de peixe, óleo de sementes, algas, krill) concentração (quantidade de EPA + DHA) e formas de apresentação (cápsula, goma, xarope, pó).

    Entender essas variáveis é importante para escolher um bom suplemento de ômega 3, marcas que se importam em oferecer produtos de qualidade, se atentam em oferecer uma quantidade 1,2 g de EPA + DHA por dose do suplemento e disponibiliza laudos que comprovam a concentração e segurança da livre contaminação de metais pesados.

    Contra indicação de Ômega 3

    As contraindicações para o uso de ômega 3 são indivíduos com problemas de coagulação, portadores de hemofilia, próteses cardíacas, gestantes e lactantes.

    Para essas pessoas é recomendado o uso da suplementação sob orientação médica ou nutricionista.

    Por se tratar de um nutriente, não há muitas contraindicações para o ômega 3mas é preciso ter cuidado com suplementos de baixa qualidade que podem trazer sérios problemas à saúde.

    Ômega 3, 6 e 9 – O que são, diferenças e benefícios

    ômega 3 6 9

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    Ômega é uma denominação genérica para tipos de gordura com estruturas parecidas. Apesar dos ômegas 3, 6 e 9 não serem a mesma coisa, todos têm funções importantes no nosso organismo. Porém, tem diferentes atuações, alimentos fontes e recomendações de consumo.

    Os principais representantes de cada tipo de ômega são:

    • Ômegas 3: ácido eicosapentanoico (EPA), ácido decosahexaenoico (DHA), ácido alfalinolênico (ALA);
    • Ômegas 6: ácido linoleico (LA) e ácido araquidônico (AA);
    • Ômega 9: ácido oleico.

      Qual a função do ômega 3, 6 e 9 no organismo?

      Como toda gordura, os ômegas são responsáveis por fornecer energia ao corpo, pela manutenção de órgãos e nervos em suas devidas posições e regularização da temperatura corporal. 

      No entanto, eles se destacam por promoverem a formação de moléculas que desempenham papéis fundamentais no nosso corpo, como as prostaglandinas e os mediadores lipídicos.

      Essas substâncias com nome estranho conseguem estimular a produção do colesterol HDL (considerado bom), e realizam o transporte de substâncias lipossolúveis (que se dissolvem em gordura) indesejadas pelo organismo, como o colesterol LDL (conhecido por ser o colesterol ruim), por isso essas gorduras estão associadas à diminuição do risco de doenças cardíacas.

      Quais os benefícios do ômega 3, 6 e 9?

      Os principais benefícios dos ômega 3, 6 e 9 são:

      • Atuam na produção de hormônios e células do sistema de defesa do corpo;
      • Auxiliam no combate à infecções e inflamações;
      • Previnem doenças cardíacas;
      • Melhoram o desempenho cerebral;

      A principal diferença entre os ômegas é que enquanto as classes 3 e 9 estimulam a produção de células anti-inflamatórias que ajudam a combater inflamações, o ômega 6 promove um perfil pró-inflamatório, adequado para combater lesões e infecções agudas. 

      Sendo assim, os ômegas desempenham funções opostas dentro do corpo. O ômega 3 é conhecido por ser o melhor anti-inflamatório natural para nosso organismo.

      O que ômega 3, 6 e 9 têm em comum?

      1. Estrutura

      O fator principal que faz com que essas moléculas sejam da mesma família, é a semelhança de suas estruturas químicas.

      Os ômegas 3, 6 e 9 são formados por uma cadeia de 18 a 22 carbonos, então, são denominados de ácidos graxos de cadeia longa.

      Estruturas dos ômegas 9, 6 e 3
      Estruturas dos ômegas 9, 6 e 3

      2. Insaturação

      O termo insaturação se refere à dupla ligação que os carbonos possuem em sua cadeia e, neste caso, todos os ômegas possuem pelo menos uma dupla ligação. Isso faz com que pertençam ao grupo dos ácidos graxos insaturados.

      Quais as diferenças entre os ômegas 3, 6 e 9?

      1. Posição da insaturação

      A posição em que aparece a primeira insaturação determina o tipo de ômega. Ou seja, se ela acontece no terceiro carbono da cadeia, a molécula se chama ômega 3, se aparece no sexto carbono da cadeia ele é ômega 6, se aparecer pela primeira vez no nono carbono da cadeia, ele é um ômega 9.

      2. Número de insaturações

      Dentre os ácidos graxos existe uma última divisão, os poli-insaturados. Esses são aqueles que possuem mais de uma insaturação, e os monoinsaturados, quando possuem apenas 1 insaturação.

      Portanto, os ômegas 3 e 6 são ácidos graxos poli-insaturados, enquanto o ômega 9 é monoinsaturado.

      3. Essencial e não essencial

      Um nutriente é chamado de essencial quando é necessário ser consumido por meio da alimentação, pois o nosso corpo não é capaz de produzi-lo. Neste caso, é preciso ingerir o nutriente e estar atento às quantidades, pois o nutriente realiza a manutenção e o equilíbrio do organismo.

      Os ômegas 3 e 6 não são produzidos pelo corpo, ou seja, são considerados essenciais, enquanto o ômega 9 é produzido pelo nosso próprio corpo, portanto o ômega 9 é um nutriente não essencial.

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      Tabela de resumo das características dos ômegas.

      Alimentos ricos em ômega 3, 6 e 9

      • Ômega 9

      O ômega 9, além de ser produzido pelo nosso corpo, é facilmente encontrado em ingredientes bastante utilizados na culinária brasileira, como o azeite de oliva e óleo de dendê.

      • Ômega 6

      O ômega 6 também é facilmente encontrado nos alimentos e ingredientes utilizados na culinária, como óleos de girassol, milho, canola e em gordura de animais.

      • Ômega 3

      Já o ômega 3 é encontrado na gordura de peixes, crustáceos, algas marinhas e sementes como chia e linhaça. Apesar de serem alimentos conhecidos, eles não são consumidos com a frequência recomendada para se obter o mínimo da necessidade diária de ômega 3.

      Outra maneira de suprir as necessidades do organismo pelo nutriente, é através da suplementação de ômega 3.

      Existe relação de consumo entre os ômegas 3, 6 e 9?

      A principal relação é entre o ômega 6 e 3, pois não são produzidos pelo corpo. Recomenda-se uma proporção de 1:1 (para cada grama de ômega 6, uma de ômega 3) ou 2:1.

      Na alimentação da cultura ocidental, foi visto uma proporção de 16:1 de ômega 6 e ômega 3, muito acima do recomendado. Isso acontece pela facilidade com que o ômega 6 é encontrado nos alimentos mais consumidos pelos ocidentais, somado a dificuldade de consumir os alimentos fontes ômega 3 nas quantidades adequadas.

      Os alimentos ricos em ômega 3 como os peixes gordos, crustáceos e algas, além de não fazerem parte da alimentação diária dos brasileiros, ainda precisam ser consumidos em quantidades maiores para atingir a quantidade de ômega 3 diária necessária para a manutenção da saúde.

      Por isso, é muito difícil adequar consumo de ômega 3 apenas através dos alimentos. 


      Referências:

      Gonçalves-de-Albuquerque CF, Medeirosde-Moraes IM, Oliveira FMdJ, Burth P, Bozza PT, Castro Faria MV, et al. (2016) Omega-9 Oleic Acid Induces Fatty Acid Oxidation and Decreases Organ Dysfunction and Mortality in Experimental SepsisPLoS ONE 11(4): e0153607. 

      Martin Clayton Antunes et al . Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentosRev. Nutr. [Internet]. 2006 Dec [cited 2021 Jan 21] ; 19( 6 ): 761-770. 

      VHITA. Benefícios do ômega 3: Tudo o que você precisa saber.  Blog Vhita. São Paulo, 21 de maio de 2019. Disponível em: https://blog.vhita.com.br/omega-3-tudo-o-que-voce-precisa-saber/

      Ômega 3 e Vitamina E | Entenda essa relação


      ômega 3 e vitamina e
      5 minutos de leitura

      Vários estudos já comprovaram os benefícios do ômega 3 em nosso metabolismo, mas você sabia que em associação com a vitamina E, esses nutrientes podem ser ainda mais vantajosos para a saúde do nosso organismo? Confira agora a relação entre o ômega 3 e vitamina E!

        Ômega 3

        ômega 3 é uma gordura poli-insaturada necessária para manutenção da saúde, ele é responsável por combater processos inflamatórios, prevenindo doenças circulatórias e do coração, alguns tipos de câncer, e melhora a comunicação entre as células do cérebro, desde a infância até terceira idade, além disso, pode auxiliar no tratamento de doenças crônicas como a diabetes mellitus tipo 2.

        Nosso corpo não é capaz de produzir esse nutriente, portanto precisamos obtê-lo através de fontes alimentares. É possível encontrar o ômega 3 em peixes de águas geladas (salmão, anchova, arenque), crustáceos, algas e sementes como chia e linhaça.

        A Associação Americana do Coração (AHA-sigla em inglês), preconiza a ingestão de 1000-1500 mg por dia de ômega 3, é difícil alcançar essa recomendação apenas pela alimentação, por isso, o uso de suplementos de ômega 3 tem se tornado cada vez mais comum.

        Vitamina E

        A vitamina E, também conhecida como tocoferol, é um micronutriente solúvel em gordura com ação antioxidante no organismo, o que a torna responsável por combater os excessos de radicais livres, que podem ser prejudiciais à saúde. A recomendação de ingestão diária é de 15 a 1000 mg, sendo que esses 15g são fáceis de serem alcançados.

        Os alimentos fontes de vitamina E estão muito presente na nossa alimentação, são eles: germe de trigo, óleo de girassol, óleo de cártamo, óleo de canola, azeite, óleo de palma, grãos de cereais integrais, nozes, frutas, legumes e carnes gordurosas. Mas, por se tratar de um nutriente que precisa da gordura para ser absorvido, em alguns casos a suplementação do nutriente é indicada.

        Relação entre Ômega 3 e Vitamina E

        A vitamina E é uma grande amiga do ômega 3, pois previne que ele se rompa por causa da ação dos radicais livres, facilitando o desempenho de suas funções. O ômega 3, por sua vez, é um tipo de gordura e, como dito acima, a vitamina E só é absorvida com o auxílio da gordura, portanto acontece uma relação de troca entre os nutrientes, por isso são considerados aliados.

        A associação da vitamina E e do ômega 3 na suplementação foi exibida em vários estudos, apresentando uma melhora do efeito anti-inflamatório no organismo e no resultado do tratamento de pacientes em hemodiálise.

        Em mulheres, essa relação também pode trazer muitos benefícios. Um estudo comprovou que a suplementação com 1000 mg de ômega 3 + 400 UI (267mg) de vitamina E por 12 semanas, diminui a inflamação em mulheres com ovário policístico. 

        Além disso, outra pesquisa apresentou que a suplementação de 300 mg de ômega + 200 UI (120mg) de vitamina E pode aliviar a cólica e a saúde mental do período menstrual, podendo ser uma substituição ao uso de analgésicos e anti-inflamatórios, que possuem efeitos colaterais característicos.

        Em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, que fazem uso contínuo de glimepirida e metformina, a vitamina E reduz o estresse oxidativo causado pelo excesso de açúcar no sangue, já o ômega 3 ajuda a melhorar o colesterol e a circulação sanguínea.  

        Os resultados desta suplementação conjunta também foram estudados para o tratamento da infertilidade em mulheres e na prevenção do desenvolvimento de demência grave em pacientes diagnosticados com alzheimer, porém não foi visto evidências suficientes para apoiar o uso das substâncias nesses casos. 

        Conclusão: Devo suplementar ômega 3 e vitamina E?

        A resposta é: depende. Caso haja necessidade de ômega 3 na sua dieta, o que é comum para a maioria da população, podemos concluir que suplementar ômeega 3 e consumir alimentos fontes de vitamina E trazem diversos benefícios a saúde.


        Referências:

        PADOVANI, Renata Maria et al. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, 2006.

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        Priscila Gontijo Correa

        Nutricionista e Mestre em Ciências pela UNIFESP.

        Experiência acadêmica em pesquisa científica. Atua como professora convidada em cursos de graduação e pós graduação na área da saúde.

        Profissional com sólida formação em pesquisa e inovação. Atua na interseção entre o desenvolvimento de produtos com base em ciências e inovação para a saúde, e o marketing de conteúdo.


        Fonte:https://blog.vhita.com.br/omega-3-e-vitamina-e/



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