O que é o
aspartame?
A Organização Mundial da Saúde (OMS),
decidiu incluir oficialmente o adoçante aspartame entre as substâncias
'possivelmente cancerígenas'
Por AFP
14/07/2023 12h56 Atualizado há 5 dias
Após análise das evidências disponíveis, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, da sigla em inglês), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiu incluir oficialmente o aspartame no grupo 2B referente às substâncias consideradas "possivelmente cancerígenas". O adoçante artificial é um dos mais utilizados para substituir o açúcar dentro de casa e em produtos “zero”, como refrigerantes e sucos. Confira as principais dúvidas que as pessoas costumam ter sobre o adoçante.
O que é aspartame?
Esse adoçante sintético é derivado da combinação de dois aminoácidos: a fenilalanina e o ácido aspártico, de onde vem seu nome, que fazem parte da composição das proteínas. Foi descoberto por acaso em 1965 por um químico da empresa farmacêutica Searle que procurava um tratamento para úlceras. Este aditivo alimentar é um adoçante artificial de baixa caloria. O seu valor energético é semelhante ao do açúcar (4 kcal/g), mas o seu poder adoçante é 200 vezes superior, o que significa que é necessária uma quantidade muito menor para obter um sabor comparável.
Não é o primeiro adoçante. Seu ancestral, a sacarina, descoberto em 1879, tem o mesmo poder adoçante, mas com sabor amargo.
Onde podemos encontrar o aspartame?
O aspartame é encontrado em milhares de produtos denominados "light", “diet" ou "0%": bebidas, sobremesas, doces, laticínios, gomas de mascar, produtos hipocalóricos ou adelgaçantes.
É também um adoçante de mesa, o pouco "açúcar" que se coloca no café. Além disso, está presente em mais de 600 medicamentos. Atualmente, estima-se que 200 milhões de pessoas em todo o mundo o consumam regularmente.
Quando o aspartame foi lançado?
Sua primeira autorização de comercialização foi concedida nos Estados Unidos pela FDA, agência reguladora de medicamentos do país, em 1974. Devido a possíveis efeitos tóxicos e cancerígenos no cérebro, a autorização foi suspensa alguns meses depois. Mas foi restaurado em 1981 nos Estados Unidos em alimentos sólidos e em 1983 em líquidos. Desde então, mais de 90 países o autorizaram.
A Ingestão Diária Aceitável (IDA) de aspartame foi estabelecida em 1980 em 40 mg/kg de peso corporal pelo Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização Mundial de Alimentos.
Um adulto de 70 kg teria então que consumir entre 9 e 14 latas de refrigerante "light" (com 200 a 300 mg de adoçante) por dia para ultrapassar a dose permitida, desde que não tenha ingerido aspartame contido em outros produtos.
Por que o aspartame é considerado polêmico?
Desde que o aspartame apareceu no mercado, raramente um produto causou tanta polêmica. Em 2010, pesquisadores de Bolonha, na Itália, demonstraram, entre outras coisas, que o consumo desse “açúcar falso” causava um aumento significativo na incidência de cânceres (principalmente de fígado e pulmão) em roedores machos. Outro estudo, realizado por cientistas dinamarqueses, mostrou naquele mesmo ano que o produto aumenta o risco de parto prematuro.
Em dezembro de 2013, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) indicou, após uma revisão detalhada, que o aspartame e seus derivados eram seguros para consumo humano se a dose diária recomendada fosse respeitada.
Dois anos depois, seu equivalente francês, ANSES, indicou que não havia dados disponíveis demonstrando riscos comprovados de câncer, embora alguns estudos sublinhem "a necessidade de aprofundar o conhecimento" a esse respeito. Desde então, a OMS considera, entre outras coisas, que os adoçantes artificiais não permitem a perda de peso e podem representar riscos à saúde a longo prazo.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/07/14/o-que-e-o-aspartame.ghtml
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