5 DICAS DE UMA DENTISTA PARA REDUZIR A AÇÃO DOS DOCES NOS DENTES DAS CRIANÇAS

  Datas como Dia de São Cosme e Damião e Halloween podem aumentar consumo de alimentos propensos a dar cárie

5 dicas de uma dentista para reduzir a ação dos doces nos dentes das crianças

Datas como dia de São Cosme e Damião e Halloween podem aumentar consumo de alimentos propensos a dar cárie

 

Por 

Alice Callahan 

Em The New York Times

31/10/2023 04h31  Atualizado há uma hora


Apoena Ribeiro é odontopediatra e microbiologista da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (Carolina do Norte, EUA). E além disso, também é mãe. Quando sua filha era pequena e crescia no Brasil, a dentista incentivava a pequena a aproveitar a festa de São Cosme e Damião — que envolve crianças coletando grandes sacos de doces no dia 27 de setembro —, enquanto adotava algumas estratégias para manter os perigos dentários sob controle.


Aqui está o que ela fazia naquela época, e ainda faz hoje, para proteger a saúde bucal de sua família em um feriado repleto de doces:

Minimizar a vigilância

“Uma noite cheia de açúcar não vai sabotar sua saúde bucal”, pensa Apoena. Assim, quando sua filha era pequena, ela permitia que a criança colecionasse e desfrutasse de quantas “gostosuras e travessuras” quisesse nos feriados cheios de doces.

Depois de se fartar, a odontopediatra pedia à filha que separasse os doces em duas pilhas: uma para os favoritos, que ela chamava de “tesouros”, e outra para os rejeitados, que eles doariam. Os “tesouros” seriam guardados em uma “caixa de tesouro” de cartão que só poderia ser aberta uma ou duas vezes por semana (embora uma vez por dia também seja aceitável, avalia a especialista em dentes). Quando a caixa estava aberta, sua filha podia comer quantos doces quisesse. Mas assim que ela terminasse de comer e a caixa fosse fechada, ela ficaria afastada dos doces até que a caixa fosse aberta novamente.

Essas regras impediram que a filha de dentista comesse doces ao longo do dia, o que poderia dar às bactérias causadoras de cáries mais oportunidades de se alimentar de açúcares e criar um ambiente que poderia levar à doença.

— O livre acesso aos doces é o principal problema — afirma Apoena. — Mas se as bactérias só puderem consumir o açúcar uma vez por dia ou uma vez a cada poucos dias, elas ‘morrerão de fome’ — acrescenta.

Cronometrar o consumo de doces nas refeições

A melhor hora para comer doces é durante ou logo após a refeição, de acordo com a microbiologista. Nesses momentos, as bactérias em sua boca podem já estar cheias de carboidratos da refeição, então são menos capazes de aproveitar o açúcar do doce. E você produz mais saliva quando come, o que ajuda a enxaguar o açúcar do doce dos dentes. Ele também neutraliza os ácidos produzidos pelas bactérias que podem desgastar o esmalte dos dentes.

Para a maioria das famílias, comer doces no jantar faz mais sentido, já que é provável que todos os membros estejam em casa e possam escovar os dentes logo depois, segundo a dentista.

Enfatizar a escovação adequada logo após comer doces

Pelo menos duas vezes por dia, Apoena Ribeiro escova os dentes por pelo menos um minuto com creme dental contendo flúor e usa fio dental antes de escovar à noite. Ela ainda diz que, assim como recomendado pela “American Dental Association”, dois minutos de escovação cuidadosa são ainda melhores do que um, e o ideal é que se escove os dentes logo após comer um doce, e sempre antes de dormir.

As crianças devem seguir as mesmas regras: escovar os dentes duas vezes por dia — e depois de comerem doces, se possível — e sempre usar fio dental e escovar os dentes antes de dormir. Para crianças menores de 5 ou 6 anos, os pais devem escovar os dentes e supervisionar a rotina até os filhos terem 8 ou 9 anos.

Tomar cuidado extra com os ‘piores’ doces

Qualquer doce mais ‘pegajoso’ ou mastigável que se aloje nas ranhuras e fendas dos dentes pode causar sérios danos. Um caramelo, por exemplo, pode criar um “banquete” para as bactérias da boca, como afirma Ribeiro. E os doces azedos podem aumentar o risco de danos, tornando a boca mais ácida.

O chocolate é o favorito da dentista, em parte porque é menos provável que permaneça nos dentes. Ela ainda gosta dos doces pegajosos e mastigáveis, mas faz questão de comê-los nas refeições, e escova e passa fio dental logo em seguida para garantir que os restos não fiquem por perto.

Fazer do Halloween — ou outras datas — um momento de ensino

A odontopediatra sabia que seria inútil proibir a filha de comer doces nos feriados ou em qualquer outra época do ano. É mais útil usar o Halloween — ou qualquer outra data “doce” — como uma oportunidade para explicar às crianças como o açúcar dos doces ou de outras fontes populares, como refrigerantes ou sucos, pode contribuir para a cárie dentária e como elas podem proteger os dentes enquanto desfrutam de guloseimas especiais. Esse é um conhecimento que elas levarão consigo para além do Halloween, que bons hábitos dentários podem melhorar a saúde dos seus dentes a longo prazo.

— Este é um conceito para a vida — conclui.

Aqui está o que ela fazia naquela época, e ainda faz hoje, para proteger a saúde bucal de sua família em um feriado repleto de doces:

Minimizar a vigilância

“Uma noite cheia de açúcar não vai sabotar sua saúde bucal”, pensa Apoena. Assim, quando sua filha era pequena, ela permitia que a criança colecionasse e desfrutasse de quantas “gostosuras e travessuras” quisesse nos feriados cheios de doces.

Depois de se fartar, a odontopediatra pedia à filha que separasse os doces em duas pilhas: uma para os favoritos, que ela chamava de “tesouros”, e outra para os rejeitados, que eles doariam. Os “tesouros” seriam guardados em uma “caixa de tesouro” de cartão que só poderia ser aberta uma ou duas vezes por semana (embora uma vez por dia também seja aceitável, avalia a especialista em dentes). Quando a caixa estava aberta, sua filha podia comer quantos doces quisesse. Mas assim que ela terminasse de comer e a caixa fosse fechada, ela ficaria afastada dos doces até que a caixa fosse aberta novamente.

Essas regras impediram que a filha de dentista comesse doces ao longo do dia, o que poderia dar às bactérias causadoras de cáries mais oportunidades de se alimentar de açúcares e criar um ambiente que poderia levar à doença.

— O livre acesso aos doces é o principal problema — afirma Apoena. — Mas se as bactérias só puderem consumir o açúcar uma vez por dia ou uma vez a cada poucos dias, elas ‘morrerão de fome’ — acrescenta.

Cronometrar o consumo de doces nas refeições

A melhor hora para comer doces é durante ou logo após a refeição, de acordo com a microbiologista. Nesses momentos, as bactérias em sua boca podem já estar cheias de carboidratos da refeição, então são menos capazes de aproveitar o açúcar do doce. E você produz mais saliva quando come, o que ajuda a enxaguar o açúcar do doce dos dentes. Ele também neutraliza os ácidos produzidos pelas bactérias que podem desgastar o esmalte dos dentes.

Para a maioria das famílias, comer doces no jantar faz mais sentido, já que é provável que todos os membros estejam em casa e possam escovar os dentes logo depois, segundo a dentista.

Enfatizar a escovação adequada logo após comer doces

Pelo menos duas vezes por dia, Apoena Ribeiro escova os dentes por pelo menos um minuto com creme dental contendo flúor e usa fio dental antes de escovar à noite. Ela ainda diz que, assim como recomendado pela “American Dental Association”, dois minutos de escovação cuidadosa são ainda melhores do que um, e o ideal é que se escove os dentes logo após comer um doce, e sempre antes de dormir.

As crianças devem seguir as mesmas regras: escovar os dentes duas vezes por dia — e depois de comerem doces, se possível — e sempre usar fio dental e escovar os dentes antes de dormir. Para crianças menores de 5 ou 6 anos, os pais devem escovar os dentes e supervisionar a rotina até os filhos terem 8 ou 9 anos.

Tomar cuidado extra com os ‘piores’ doces

Qualquer doce mais ‘pegajoso’ ou mastigável que se aloje nas ranhuras e fendas dos dentes pode causar sérios danos. Um caramelo, por exemplo, pode criar um “banquete” para as bactérias da boca, como afirma Ribeiro. E os doces azedos podem aumentar o risco de danos, tornando a boca mais ácida.

O chocolate é o favorito da dentista, em parte porque é menos provável que permaneça nos dentes. Ela ainda gosta dos doces pegajosos e mastigáveis, mas faz questão de comê-los nas refeições, e escova e passa fio dental logo em seguida para garantir que os restos não fiquem por perto.

Fazer do Halloween — ou outras datas — um momento de ensino

A odontopediatra sabia que seria inútil proibir a filha de comer doces nos feriados ou em qualquer outra época do ano. É mais útil usar o Halloween — ou qualquer outra data “doce” — como uma oportunidade para explicar às crianças como o açúcar dos doces ou de outras fontes populares, como refrigerantes ou sucos, pode contribuir para a cárie dentária e como elas podem proteger os dentes enquanto desfrutam de guloseimas especiais. Esse é um conhecimento que elas levarão consigo para além do Halloween, que bons hábitos dentários podem melhorar a saúde dos seus dentes a longo prazo.

— Este é um conceito para a vida — conclui.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/10/31/5-dicas-de-uma-dentista-para-reduzir-o-impacto-dos-doces-nos-dentes-das-criancas.ghtml

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