70% dos brasileiros com diabetes só descobrem a doença após complicações
Pesquisa global com 700 diabéticos também mostra que quase todos (90%) os entrevistados no Brasil tiveram uma ou mais complicações; o que mais os preocupa são riscos ao coração
Por Redação Galileu
14/11/2023 09h55 Atualizado há 11 horas
A nova pesquisa foi aplicada online em 700 adultos diabéticos ao redor do mundo, incluindo habitantes do Brasil, Espanha, México, Paquistão, Índia, China e Nigéria. A agência independente de pesquisa de mercado, Arlington Research, foi quem conduziu o estudo, que vem à tona neste 14 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes.
A data foi criada em 1991 pela IDF e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi oficializada pelas Nações Unidas em 2006. Ela é comemorada todos os anos em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting. Juntamente com Charles Best, o médico canadense foi responsável pela descoberta da insulina terapêutica em 1922.
Complicações preocupantes
Quase todos (90%) os entrevistados no Brasil tiveram uma ou mais complicações durante a vida com diabetes. Esses problemas envolvem danos ao coração, aos olhos, aos rins e aos pés, podendo ser graves e até fatais.
Dois terços (66%) dos brasileiros diabéticos entrevistados dizem que se preocupam na maioria dos dias com o desenvolvimento de complicações relacionadas à doença. Danos no coração (53%), olhos (51%) e derrame (47%) são os riscos que causam mais inquietação.
Apesar do assunto despertar aflição nos diabéticos do país, nove em cada dez entrevistados (89%) no Brasil acreditam que poderiam ter feito mais quanto à prevenção; e dois quintos (41%) acham que seu médico poderia ter contribuído mais.
“O fato de a grande maioria das pessoas achar que poderia ter feito mais para evitar complicações destaca a necessidade de apoio adicional”, avalia em comunicado Hermelinda Pedrosa, coordenadora de pesquisa da Unidade de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e vice-presidente da IDF.
Segundo Pedrosa, é realmente preciso mais para melhorar a conscientização e oferecer educação para apoiar a detecção precoce e o gerenciamento das complicações. Ela cita, por exemplo, a importância de pessoas com risco de diabetes tipo 2 aderirem medidas para retardar ou evitar o aparecimento da doença. "É fundamental conhecer seu nível de risco, saber o que você deve observar e saber como responder", afirma.
O diabetes tipo 2 representa mais de 90% de todo o diabetes, e geralmente se desenvolve silenciosamente, com sintomas que passam despercebidos. Como resultado, mais de 50% dos diabéticos em alguns países não são diagnosticados, segundo a pesquisa.
Mas as complicações já estão presentes antes mesmo do diagnóstico. As mais comuns experimentadas entre os participantes do Brasil foram problemas nos olhos (48%), nos pés (40%) e na saúde bucal (25%).
Entre os fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2 estão o histórico familiar, peso, idade, etnia, sedentarismo e diabetes durante a gravidez. Alguns desses perigos podem ser reduzidos por meio de hábitos alimentares saudáveis e atividade física.
“Para aqueles que não têm acesso ao apoio certo, o diabetes e suas complicações podem afetar seriamente a vida cotidiana e até mesmo se tornar uma ameaça à vida", alerta Pedrosa. "É por isso que a IDF tem o compromisso de aumentar a conscientização sobre a melhor forma de controlar a doença, ajudando as pessoas com diabetes a entender seus riscos e melhorando o acesso aos melhores cuidados disponíveis".
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/11/70percent-dos-brasileiros-com-diabetes-so-descobrem-a-doenca-apos-complicacoes.ghtml
Comentários
Postar um comentário