Câncer de próstata: resultados alterados de testes crescem 23% em 2023; entenda
Exames PSA indicam anomalias que ajudam no diagnóstico do tumor; procura foi apenas 7% mais alta
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— Rio de Janeiro
10/11/2023 04h30 Atualizado há um dia
Os números, obtidos com exclusividade pelo GLOBO, apontam que, de janeiro a outubro deste ano, foram realizados 7% mais exames PSA nas mil unidades diagnósticas da Dasa do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os resultados com anomalias, porém, cresceram mais: 23%.
O dado diz respeito ao exame PSA que, junto ao toque retal, indicam ao médico se há uma alteração que precise ser investigada pela possibilidade de significar um câncer.
Enquanto o toque permite a identificação de alterações físicas na próstata, como uma textura diferente ou um inchaço, o PSA mede os níveis da enzima de mesmo nome no sangue. Ela é produzida naturalmente mas, em pacientes com câncer de próstata, tende a estar elevada.
As anomalias nos exames não indicam necessariamente um diagnóstico de câncer – o PSA pode estar aumentado em indivíduos saudáveis. Mas ajudam o médico a avaliar se é necessária uma biópsia, procedimento em que é retirado um pequeno fragmento do órgão para ser investigado em laboratório.
Para Felipe Kitamura, diretor de Inovação Aplicada e Inteligência Artificial da Dasa, o aumento dos resultados alterados pode ser associado ao maior volume de testes, junto ao uso de IA na análise dos resultados.
Ele explica que a rede passou a usar tecnologias de processamento de linguagem aplicadas aos laudos, o que leva a uma maior eficiência na hora de mapear aqueles que apresentam alterações.
— Nós temos um algoritmo de IA que rastreia na base de dados todos os resultados de PSA e busca aqueles com valores acima da faixa esperada, que são os com maior risco de câncer de próstata. Com isso, temos resultados melhores e fazemos ações com esses pacientes, como o envio de comunicados específicos sobre cuidados de saúde do homem — diz.
O crescimento da procura pelos testes foi mais significativo nas regiões Sul, onde foi de 30%. No Centro-Oeste e no Nordeste o aumento foi, respectivamente, de 12% e 11%. Já no Rio de Janeiro e em São Paulo, a busca cresceu de forma inferior à média nacional: mais 5% e 2%, respectivamente.
— Essa detecção do aumento nos testes de PSA na minha compreensão é positiva, mostra que as pessoas estão entendendo melhor a importância de cuidar da sua saúde e perdendo o medo dos diagnósticos, já que os tratamentos estão muito melhores — avalia o diretor da Dasa Oncologia, Gustavo Fernandes.
Em relação às alterações, o crescimento foi também maior na região Sul, onde foram 58% mais anomalias identificadas do que no ano passado, e no Centro-Oeste, onde foram 28% mais altas. No Rio de Janeiro, houve 33% mais resultados acima do normal em 2023, o que chama atenção já que foram apenas 5% mais testes no estado.
Quem deve fazer os exames?
A realização dos exames de toque retal e PSA regularmente por homens assintomáticos para identificar de forma precoce o câncer de próstata deve ser uma decisão individual compartilhada com o médico, orientam especialistas.
O chamado rastreamento não é indicado de forma ampla pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que citam a falta de benefícios relatados em estudos, já que não foi observada uma redução na mortalidade em decorrência da estratégia.
Porém, médicos da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) orientam que os homens conversem com o urologista a partir dos 50 anos para decidir de forma informada.
Aqueles que pertencem a grupos de risco, que podem ser mais beneficiados, devem começar o monitoramento antes, aos 45 anos. É o caso de homens negros ou aqueles com parentes de primeiro grau com histórico da doença.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2023/11/10/cancer-de-prostata-resultados-alterados-de-testes-crescem-23percent-em-2023-entenda.ghtml
Prevenção do câncer de próstata: confira os sintomas
Entre os diversos tipos de câncer que costumamos trazer em nossos artigos, há aqueles com maior incidência e que causam mais preocupação. Esse é o mais comum entre a população masculina, que pode ter grande chance de cura se tratado adequadamente. Por essa razão, é muito importante estar atento à prevenção do câncer de próstata.
Neste artigo, trazemos detalhes sobre os sinais e quais pessoas podem estar mais propensas ao desenvolvimento desta doença, com orientações desde o momento de procurar um especialista, fazer o diagnóstico e como funciona o tratamento. Continue lendo para saber mais sobre o assunto.
O que é o câncer de próstata?
O câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Pode ocorrer em homens mais jovens, mas a maior incidência ocorre a partir dos 50 anos.
A doença se caracteriza por um desenvolvimento acelerado e fora do normal das células da próstata, formando um tumor. Para esclarecer, a próstata é uma glândula masculina que faz parte do sistema reprodutor, responsável por produzir parte do sêmen.
Em alguns casos, os tumores podem crescer rapidamente, com tendência a se espalhar para outros órgãos. Assim, se não for tratado a tempo — e adequadamente — ele pode levar à morte. Atualmente, o Brasil registra quase 16 mil mortes por câncer de próstata todos os anos, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer.
Quais os fatores de risco para o câncer de próstata?
Assim como acontece em outros tipos da doença, a forma de prevenção do câncer de próstata é um conjunto de hábitos e autocuidados. Isso porque a origem dos tumores pode ser multifatorial. Ou seja, não se sabe exatamente qual a causa exata do câncer de próstata, o que sabemos é que ele pode se originar através de uma predisposição genética ou até pelo estilo de vida.
Com isso, podemos destacar alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de homens terem esse tipo de câncer. Entre os principais estão:
- Histórico familiar: Pessoas com familiares de primeiro grau que já tiveram a doença possuem, pelo menos, duas vezes mais chances de desenvolvê-la;
- Idade: A incidência do câncer de próstata é maior após os 50 anos. Ademais, cerca de 60% dos casos da doença acontecem depois dos 65 anos;
- Raça: homens com ascendência africana e da América Central têm mais chances de desenvolver o câncer de próstata;
- Síndrome de Lynch: A ocorrência dessa doença aumenta o risco para alguns tipos de câncer, entre eles, o de próstata;
- Obesidade: Homens obesos não têm chances aumentadas em desenvolver o câncer de próstata em si. Porém, quando a doença ocorre em pessoas com obesidade, tende a se desenvolver para formas mais graves;
- Exposição química: Pessoas que trabalham expostas a alguns produtos tóxicos de uso industrial (como arsênio, aminas aromáticas, derivados de petróleo, HPA e fuligem) podem estar mais propensos ao câncer de próstata.
Quais os sintomas do câncer de próstata?
A maioria dos tumores relativos ao câncer de próstata se desenvolve de forma lenta ao longo de anos. Em alguns casos, pode levar mais de 15 anos e até décadas para se manifestar. Deste modo, muitos pacientes convivem com a doença por muito tempo sem nem ter o conhecimento que possuem a enfermidade.
Entretanto, quando se desenvolve de forma rápida, tende a ser mais agressiva e desencadear alguns sintomas. Em estágio avançado, alguns dos sinais são a hematúria, que é a presença de glóbulos vermelhos — ou, para simplificar, — a presença de sangue na urina. Podem também surgir sintomas de obstrução do colo vesical (dificuldade de urinar, jato de urina fraco ou intermitente, sensação de esvaziamento incompleto, gotejamento terminal). Ainda é comum acontecer manifestações de obstrução ureteral, como cólica renal, dor no flanco e disfunção renal.
Além — ou antes — disso, o câncer de próstata pode provocar leves sinais de sua presença. Neste sentido, vale ficar atento se apresentar:
- Vontade frequente de urinar, inclusive à noite;
- Sangue na urina ou sêmen;
- Fluxo da urina interrompido ou sensação de bexiga cheia, mesmo após urinar;
- Dor ao urinar;
- Disfunção erétil e
- Dor nos ossos (quadril, coxa e costas).
Como se dá a prevenção do câncer de próstata?
Ainda que tenhamos apontado alguns sinais da doença, manifestá-los não significa, necessariamente, a presença de câncer de próstata. Alguns deles também são comuns a outras doenças. Por essa razão, consultar-se com um especialista, especialmente a partir dos 40 a 50 anos, é sempre a melhor alternativa tanto para a prevenção quanto para o diagnóstico do câncer próstata e seu tratamento.
Por ser uma doença que está relacionada, em sua grande maioria, a fatores imutáveis como a predisposição genética, a prevenção do câncer de próstata é referenciada ao estilo de vida saudável e aos cuidados regulares com a saúde.
Se estiver à procura de um(a) médico(a) qualificado(a), pode contar com a busca de especialistas aqui mesmo, em nosso site. Sempre que tiver dúvidas sobre este e outros tipos de câncer, não hesite em entrar em contato com a SBCO. Estamos sempre ao seu lado.
Fonte:https://sbco.org.br/prevencao-do-cancer-de-prostata-confira-os-sintomas/
Câncer de próstata
O câncer de próstata é uma condição que afeta a glândula prostática, parte do sistema reprodutivo masculino, situada logo abaixo da bexiga. Essa pequena glândula, com formato semelhante ao de uma maçã, desempenha um papel essencial na produção do sêmen, o fluido espesso que contém espermatozoides e é liberado durante a atividade sexual.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam cerca de 71 mil novos casos diagnosticados em 2023.
Sintomas do câncer de próstata
O câncer de próstata é reconhecido por sua fase inicial de evolução silenciosa, na qual muitos pacientes não manifestam sintomas aparentes. Entretanto, quando os sinais surgem, podem incluir:
· dor ao para urinar
· necessidade de urinar com maior frequência durante o dia ou à noite
· presença de sangue na urina ou no sêmen
· dor na região pélvica, nas costas ou nos quadris
· dor durante a ejaculação
· em casos raros, dor óssea
Diagnóstico
Para realizar o diagnóstico do câncer de próstata, o (a) médico (a) se baseia na avaliação clínica, que inclui o toque retal e a medição dos níveis de antígeno prostático específico (PSA) no sangue. Além disso, a ressonância magnética multiparamétrica (RMmp) é uma ferramenta valiosa na avaliação de eventual área suspeita na próstata e pode ajudar a evitar biópsias (remoção de uma parte do tecido para análise em microscópio).
A confirmação do diagnóstico é obtida por meio da biópsia da próstata. Nesse contexto, a biópsia transperineal, realizada através da pele na região próxima ao ânus (perineal), trouxe avanços significativos na redução do risco de infecção e sepse.
A idade para iniciar os exames de rastreamento varia, mas geralmente começa por volta dos 40 ou 50 anos, especialmente para indivíduos com histórico familiar de câncer de próstata.
Para avaliar a extensão do câncer de próstata e auxiliar na escolha do tratamento adequado, principalmente em tumores de maior risco, existem tecnologias avançadas, como o PET PSMA. O exame utiliza uma substância que se liga a uma molécula com afinidade pelo PSMA (antígeno específico da próstata) nas células cancerosas. Isso possibilita a detecção precisa de metástases (evolução do câncer no organismo) em outros órgãos, auxiliando na determinação do estágio da doença e na terapia. Além disso, marcadores de risco, como o Oncotype, PCA3 e 4K score, estão sendo cada vez mais usados na avaliação do risco e na tomada de decisão no que diz respeito ao tratamento.
Esses testes fornecem informações importantes sobre a agressividade do câncer e ajudam os médicos a escolher a abordagem mais adequada para cada paciente.
Tratamento do câncer de próstata
O tratamento do câncer de próstata varia conforme o estágio da doença e as características individuais do paciente. Quando o câncer está localizado, as opções de tratamento comuns incluem cirurgia de remoção (prostatectomia radical), radioterapia e, em algumas situações, vigilância ativa.
A terapia hormonal é frequentemente utilizada quando o câncer surge em outras partes do corpo (metástase). Estudos recentes incluem o desenvolvimento da cirurgia robótica e de novos agentes hormonais, quimioterapias e intervenções para tratamento de metástases ósseas (tipos de câncer que afetam os ossos e têm origem em outras partes do corpo).
É muito importante que a escolha do tratamento seja personalizada e decidida após uma conversa detalhada com o médico, levando em consideração os riscos e benefícios.
Prevenção
A prevenção do câncer de próstata envolve a adoção de hábitos saudáveis, como por exemplo:
· manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, com restrição de gorduras, especialmente de origem animal
· praticar pelo menos 30 minutos diários de atividade física
· manter um peso saudável
· evitar o consumo de álcool
· evitar o hábito de fumar
· realizar exames de rotina e consultas médicas periodicamente
Procure discutir com o médico sobre o câncer de próstata, especialmente se você apresentar fatores de risco, e lembre-se de que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores estratégias contra essa doença.
O câncer de próstata em estágio inicial geralmente não provoca sintomas, enquanto em estágio avançado pode causar alguns:
- Micção frequente.
- Fluxo urinário fraco ou interrompido.
- Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria).
- Sangue na urina ou no sêmen.
- Disfunção erétil.
- Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou.
- Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
A maioria desses problemas pode ser provocada por outras condições clínicas, além do câncer de próstata. Por exemplo, o aumento da frequência urinária é muito mais comumente causado por hiperplasia prostática benigna (crescimento benigno da próstata). Dessa forma, é importante manter o médico informado sobre qualquer um desses sintomas para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Fonte:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sinais-e-sintomas-do-cancer-de-prostata/1188/289/
Novembro Azul: mês mundial de combate ao câncer de próstata
O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O que é a próstata?
É uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Sintomas:
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são:
• dor óssea;
• dores ao urinar;
• vontade de urinar com frequência;
• presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Fatores de risco:
• histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio;
• raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer;
• obesidade.
Prevenção e tratamento:
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Urologia
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