ENTENDA O QUE É EMBOLIA PULMONAR, CONDIÇÃO QUE CAUSOU A MORTE DA INFLUENCIADORA LUANA ANDRADE

  Luana Andrade morreu nesta segunda-feira

Influenciadora morreu aos 29 anos – Foto: Internet/Reprodução/ND

Entenda o que é embolia pulmonar, condição que causou a morte da influenciadora Luana Andrade

Representação de como ocorre uma embolia pulmonar.
A embolia pulmonar acontece por causa da oclusão da artéria pulmonar ou de seus ramos.

Mulher de 29 anos morreu na terça-feira (7) após complicações em lipo. Embolia ocorre quando um coágulo de sangue se solta e migra para o pulmão, entupindo os vasos desse órgão.

Por g1

08/11/2023 11h46  Atualizado há 2 dia


A influenciadora Luana Andrade, de 29 anos, ex-Power Couple Brasil, que morreu na terça-feira (7) após passar por uma cirurgia de lipoaspiração, teve uma embolia pulmonar maciça, segundo o Hospital São Luiz, em São Paulo.

Luana deu entrada no hospital na tarde de segunda-feira (6). Depois de duas horas e meias de cirurgia, ela apresentou uma intercorrência respiratória repentina e teve uma parada cardíaca, sendo reanimada pela equipe. A cirurgia foi interrompida e a paciente, transferida para UTI com quadro de trombose maciça, informou o São Luiz. A influenciadora morreu por volta das 5h30 de terça.

O que é a embolia pulmonar?

Trombose é a formação de um coágulo sanguíneo dentro do sistema circulatório. A embolia ocorre quando um coágulo localizado nos membros inferiores se solta e migra para o pulmão, entupindo os vasos desse órgão.

Esse bloqueio não permite a passagem de sangue do coração para o pulmão, comprometendo a oxigenação do corpo e provocando uma queda na função pulmonar.

De acordo com Fernando Faglioni Ribas, cardiologista e clínico médico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, "esse entupimento repercute tanto no pulmão que teve o vaso entupido, pois fica sem a chegada de sangue, pode sofrer um infarto pulmonar, uma necrose no pulmão, gerando uma redução na oxigenação", quanto no coração.

Dependendo da magnitude, também vai influenciar [o entupimento] no coração direito, que é quem recebe e quem envia o sangue para o pulmão, porque ele vai ter que mandar uma mesma quantidade de sangue para menos pulmão.

— Fernando Faglioni Ribas, cardiologista e clínico médico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo

Ele explica que "isso sobrecarrega o órgão, fazendo com que ele possa falhar abruptamente, gerando um choque obstrutivo".

O cardiologista explica que esses coágulos podem ser grandes ou pequenos.

A embolia pulmonar maciça ocorre com esses coágulos são "suficientemente grandes para trazer uma repercussão para o sistema cardiovascular, ou seja, uma queda de pressão, uma disfunção do coração, secundário a essas obstruções".

Quais as causas da trombose?

A trombose ocorre quando há a formação de um trombo (coágulo sanguíneo) e pode ocorrer por uma série de fatores, mas normalmente há uma tríade que traz um risco aumentado:

  • estase sanguínea (diminuição do fluxo sanguíneo porque a pessoa fica muito tempo parada);
  • lesão da parede vascular;
  • e pré-disposição (fatores pessoais, genético, por medicação).

"Quando você junta dois ou três desses fatores, você tem uma situação de maior risco para ocorrência no quadro. E aí para ocorrer a embolia basta esse coágulo migrar para a região dos pulmões", diz o cardiologista.

 Embolia pulmonar e cirurgia: qual a relação?

A cirurgiã plástica Mayara de Castro Nogueira, responsável pelo núcleo de cirurgia corporal da Clínica Facialteam Brasil, explica que todas as cirurgias têm riscos, em maior ou menor escala, de trombose e embolia de "coágulos".

Os fatores são diversos: tempo de cirurgia, imobilização intra e pós-operatória prolongada, queda de temperatura do corpo durante a cirurgia e fatores individuais.

Na lipoaspiração, especificamente, além desses riscos, ocorre a manipulação de gordura (aspiração, enxertia), e essa gordura manipulada pode penetrar nos vasos sanguíneos e embolizar, o que é um acontecimento raro, mas descrito na literatura médica.

— Mayara de Castro Nogueira, cirurgiã

Fernando Menezes, cardiologista e líder de Cardiologia Regional da Rede Dasa, explica que a incidência de embolia pulmonar por lipoaspiração é estimada em 0,02% a 0,06% dos casos, mas que o número pode ser subestimado, visto que a condição nem sempre é diagnosticada em casos de embolia de menor severidade.

"É muito importante que todo procedimento de lipoaspiração siga as medidas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para reduzir risco de embolia, que incluem: avaliar fatores risco para trombose (histórico familiar, uso de anticoncepção, tabagismo ativo), avaliar a necessidade de medicamentos anticoagulantes durante e após o procedimento e avaliar a necessidade de meias de elásticas ou compressão. Também é importante informar ao paciente os riscos da embolia pulmonar", completa Menezes, que é especialista em UTI Cardiológica pelo Incor HCFMUSP.

O que provoca um quadro de embolia pulmonar?

Segundo o Ministério da Saúde, são fatores de risco para a embolia pulmonar:

  • Imobilidade prolongada;
  • Cirurgias extensas;
  • Câncer;
  • Traumas;
  • Anticoncepcionais com estrógeno;
  • Reposição hormonal;
  • Gravidez e pós-parto;
  • Varizes;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • Covid-19;
  • Distúrbios na coagulação do sangue.

 Fonte:https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/11/08/entenda-o-que-e-embolia-pulmonar-condicao-que-causou-a-morte-da-influenciadora-luana-andrade.ghtml


Embolia Pulmonar

27 de janeiro de 2023|Distúrbios da CoagulaçãoTrombose

O que é embolia pulmonar

Embolia pulmonar é o bloqueio de uma ou mais artérias dos pulmões por diversos materiais. Na maioria das vezes, a embolia pulmonar é causada por coágulos de sangue que viajam até os pulmões a partir das pernas ou, raramente, de outras partes do corpo (trombose venosa profunda).

Sintomas de embolia pulmonar

Os sintomas da embolia pulmonar podem ser muito variáveis, dependendo de quanto seu pulmão foi envolvido, o tamanho dos coágulos e seu estado geral de saúde-especialmente a presença ou ausência de uma doença pulmonar ou cardíaca subjacente.

As embolias podem ser maiores ou menores. Quando coágulos grandes migram para os pulmões, artérias maiores são obstruídas e o doente apresenta:

 Embolia maior

  • Desmaio
  • Ansiedade
  • Sudorese excessiva
  • Queda de pressão
  • Sensação de morte iminente
  • Intensa e súbita falta de ar
  • Taquicardia (> 100 bpm)

 Embolia menor – os coágulos se alojam em artérias menores, mais próximas da pleura, havendo:

  • Súbita falta de ar
  • Dor para respirar
  • Escarros com sangue

Fatores de risco

 A maioria dos pacientes que tem embolia tem uma ou mais condições que facilitam a formação de coágulos nas pernas (fatores de risco). Estas incluem:

  • Imobilidade prolongada
  • Viagens longas
  • Uso de hormônios e pílulas
  • Gravidez.
  • Cirurgia recente
  • Parto recente
  • Câncer
  • Doença cardíaca
  • Fatores hereditários
  • Tabagismo

Diagnóstico da embolia pulmonar

 Os exames pedidos podem ser um ou mais dos seguintes:

Exames de sangue

Após avaliação de cada caso, o médico estima a probabilidade de tratar-se ou não de embolia pulmonar e solicita exames para confirmar ou excluir o diagnóstico. Um exame de sangue que mede um produto da dissolução de coágulos, denominado dímero D é frequentemente pedido no pronto-socorro. Níveis elevados são quase sempre presentes em embolia pulmonar, mas podem ser encontrados por outras causas. O teste tem valor quando é normal. Isto, associado com uma baixa/moderada probabilidade de embolia pulmonar (determinada por escores que os médicos usam), afasta a possibilidade de embolia pulmonar, e mais exames não são necessários.

Ultrassom venoso das pernas

A obstrução das veias das pernas pode ser diagnosticada por um aparelho de ultrassom, denominado duplex Doppler. Se coágulos são detectados na presença de suspeita de embolia pulmonar, o tratamento será iniciado imediatamente.  Entretanto, se o ultrassom das pernas é negativo, a embolia pulmonar não é descartada.

A realização de uma tomografia de tórax com injeção de contraste (angiotomografia) é o teste preferido para o diagnóstico de embolia pulmonar em doentes estáveis. Os aparelhos modernos têm elevada capacidade para visualização de êmbolos pulmonares, de uma maneira rápida.

Uma cintilografia pulmonar pode ser solicitada se a tomografia não é disponível ou se o paciente tem uma contraindicação à tomografia ou ao uso de contraste.

Angiografia pulmonar- Este teste mostra a circulação de sangue nos pulmões. É a maneira mais precisa para fazer o diagnóstico de embolia pulmonar, mas precisa de pessoas bem treinadas para sua realização e não é isenta de riscos.

Tratamento

A finalidade do tratamento é impedir o crescimento e a formação de novos coágulos. Há necessidade de internação na maioria dos casos, com anticoagulação imediata.

Anticoagulantes (“afinadores do sangue”)

Estes medicamentos impedem a formação de novos coágulos enquanto o corpo trabalha para dissolver os coágulos. Heparina é um anticoagulante frequentemente usado, que pode ser usado através de uma veia ou injetado sob a pele. Ela atua rapidamente e é frequentemente dada junto com um anticoagulante tal como a varfarina, até que este se torne efetivo, o que pode demorar alguns dias.

Uma nova classe de anticoagulantes foi testada e aprovada nos últimos anos para tratamento da tromboembolia venosa. Estas medicações têm a vantagem de serem dadas por via oral, sem a necessidade de uso conjunto inicialmente com a heparina. Estes medicamentos tem início rápido de ação e têm menos interações com outros medicamentos. Além disso, não necessitam de frequentes exames de sangue para ajuste de dose. Os novos anticoagulantes incluem: dabigatrana (Pradaxa), rivaroxabana (Xarelto) e Apixaban (Eliquid). A varfarina (Marevan), ao contrário, precisa ser monitorizada com frequência, e sofre interferência de diversos medicamentos e mudanças na ingestão de certos alimentos. O uso da varfarina deve ser abandonado em breve.

Medicações que dissolvem os coágulos (terapia trombolítica) são indicadas em casos de embolia extensa em pacientes com queda de pressão ou com reserva cardiopulmonar pobre, onde nova embolia pode ser fatal. Os trombolíticos não são usados em todos os casos de embolia pulmonar pelo maior risco de causarem hemorragias.

Tempo de uso do anticoagulante oral

Pacientes com o primeiro evento tromboembólico, ocorrendo na situação de um fator reversível tal como imobilização, cirurgia ou trauma, devem receber anticoagulante oral por 3-6 meses.

O tratamento deve ser prolongado ou mesmo por tempo indefinido em pacientes com:

  • Embolia recorrente.
  • Fator de risco contínuo
  • Presença de alterações na coagulação do sangue que facilitam a formação de trombos

Prevenção

A formação de trombos nos membros inferiores pode ser prevenida evitando-se repouso prolongado na cama, movimentação ativa das pernas e uso de meias elásticas ou dispositivos de compressão para facilitar o fluxo de sangue e deambulação precoce após cirurgias.

Anticoagulantes são frequentemente prescritos para pessoas com maior risco antes e depois de uma cirurgia, bem com para pessoas admitidas no hospital com certas condições, tais como ataque cardíaco ou complicações de câncer.

Movimentar-se logo que possível após a cirurgia pode ajudar a prevenir a embolia pulmonar e apressar a recuperação. Este é o motivo pelo qual a enfermagem insiste para você se levantar logo, mesmo no dia depois da cirurgia, e caminhar apesar da dor no local da incisão da cirurgia.

Elevação das pernas: elevando as suas pernas quando possível e durante a noite também pode ajudar quando no hospital.

Como prevenir embolia em viagens prolongadas?

Permanecer sentado durante longas viagens aéreas ou de automóvel ou ônibus aumenta o risco de formação de coágulos. Se você tem fatores de risco para formação de coágulos de sangue e está preocupado sobre a viagem, fale com seu médico – se você tem alto risco para formação de coágulos, o seu médico pode recomendar que você use uma injeção preventiva de heparina subcutânea antes de partir.

Alguns cuidados podem reduzir de trombose venosa:

  • Dê uma caminhada. Ande pela cabine do avião uma vez por hora ou faça uma parada e ande e faça flexões das pernas. Se você está dirigindo, pare a cada hora e caminhe em torno do carro algumas vezes. Faça algumas flexões das pernas.
  • Exercício quando sentado – flexione e rode os tornozelos ou pressione os pés contra o assento da frente, ou tente levantar e abaixar seus tornozelos. Nunca sente com as pernas cruzadas por muito tempo.
  • Use meias elásticas –estas promovem uma melhor circulação do sangue. Meias elásticas são hoje disponíveis em diversas cores e texturas.
  • Tome bastante líquido antes e durante a viagem. A desidratação favorece a formação de coágulos. Evite álcool, que contribui para a perda de líquidos.
Fonte:https://drpereira.com.br/?page_id=53


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