Vape causa abstinência? Entenda os sintomas de Yasmin Brunet no BBB 24
Modelo relatou efeitos no corpo após parar o uso do dispositivo. Aqui, explicamos o porquê isso pode acontecer
Por Isabella Marinelli (@isabellamarinelli)
10/01/2024 11h31 Atualizado há 2 dias
A modelo Yasmin Brunet, confinada na casa do BBB 24 desde a última segunda-feira (8), relatou que estava sentindo efeitos da abstinência de vape. "Eu estou sem dormir. Estou sem meu vape [cigarro eletrônico]. Estou quase indo ali fumar um cigarro e f*da-se?... [indo] comer um pão", disse em conversa com a cantora Wanessa Camargo.
Seja pelo nome de vape ou pod, ele se trata de um exemplar da nova geração de cigarros eletrônicos, em que uma bateria aquece e vaporiza um líquido com substâncias químicas. O dispositivo pode ser tragado enquanto libera um aroma docinho ou mentolado, a depender do gosto de quem o usa. A dosagem de nicotina varia de acordo com o fabricante – a mais baixa equivale a seis cigarros comuns; e a mais alta, 18.
Apesar de cada vez mais comuns nas mãos de adolescentes e adultos, eles são proibidos pela Anvisa desde 2009. À época, um grupo técnico se manifestou contrário à liberação no País; posição reiterada recentemente quando o debate voltou a borbulhar.
Se em algum momento eles foram visto como substitutos ~saudáveis do cigarro tradicional, a teoria caiu por terra. Especialistas dizem que, na verdade, se troca um vício pelo outro. E este outro não é melhor.
Vapes são prejudiciais, porque liberam nanopartículas de metais pesados, solventes e outros produtos químicos que podem causar danos ao pulmão e às vias aéreas.
"Uma dessas substâncias químicas, por exemplo, é o propilenoglicol, que produz aquela fumaça de palco. Os compostos orgânicos voláteis em certos níveis ainda irritam olhos, nariz, garganta, além de afetarem negativamente fígado, rins e sistema nervoso. Outra substância comum é o formaldeído, sabidamente um carcinogênico. Além disso, a maioria dos cigarros eletrônicos contém nicotina, que vicia”, explica a oncologista Isabella Drumond, de São Paulo.
Em 2019, uma síndrome respiratória aguda exclusivamente atribuída ao uso dos cigarros eletrônicos foi nomeada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC): EVALI, sigla em inglês para doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury). “Tosse, dor torácica e sensação de falta de ar, além de dificuldade para respirar, estão entre os sintomas. Fora isso, dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso são sinais relacionados”, afirma o pneumologista Arthur Feltrin.
Vape vicia? Causa abstinência?
O primeiro contato com os dispositivos é capaz de gerar uma sensação de prazer momentâneo, o que ajuda a indução ao vício.
Os dispositivos eletrônicos permitem que o usuário dê mais tragadas em um curto período e bem mais rápido do que com o cigarro convencional. A nicotina dos e-cigarros atinge o cérebro entre 7 e 19 segundos após uma tragada, liberando substâncias que podem causar impactos em áreas do cérebro responsáveis por regular as memórias e emoções
Por isso, quem tem o desejo de abandoná-los passa por um período de abstinência, assim como qualquer outro vício. “Há a dependência química, que provoca a sensação de prazer no cérebro por meio de receptores, e há também a dependência comportamental. Geralmente, o ato de fumar está relacionado a situações de bem-estar, como aquele encontro dos drinques com os amigos. A partir do momento em que se toma a decisão de largar, as estratégias precisam passar por todos esses lugares”, diz Chin An Lin, pneumologista e acupunturista membro do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.
“Você pode escolher o método abrupto ou gradual e é importante cortar os gatilhos do fumo. Contar com o apoio de familiares e pessoas também vale a pena. Por fim, procure ajuda médica e, se possível, troque experiências em grupos de apoio”, recomenda a médica Isabella Drumond.
Efeito borboleta
Os impactos do cigarro eletrônico também alcançam o rosto. Aos detalhes:
Boca e dentes
As substâncias químicas comprometem a microbiota bucal e aumentam as chances de doenças periodontais, sensação de boca seca, inflamações e até retrações da gengiva. “A diminuição da produção de saliva por culpa da nicotina também aumenta os riscos de cáries, sensibilidade nos dentes e mau hálito”, explica a dentista Fernanda Prado, head de operações da Yappy Odontologia.
Pele
“Há aumento do estresse oxidativo, que acelera o envelhecimento precoce, além do risco de infecções e dermatites causadas pela diminuição da resposta imune do organismo. Feridas e acne também demoram mais a cicatrizar”, explica a dermatologista Maria Eduarda Pires.
Fonte:https://glamour.globo.com/bem-estar/saude/noticia/2024/01/vape-causa-abstinencia-yasmin-brunet-no-bbb-24.ghtml
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