Droga derivada do azeite de oliva avança nos testes para um câncer cerebral agressivo; entenda
Pesquisadores esperam que nova alternativa, tomada de modo semelhante a um chá, aumente a sobrevida dos pacientes, que hoje não ultrapassa dois anos após o diagnóstico
Por O GLOBO — Rio de Janeiro
23/02/2024 09h27 Atualizado há 9 horas
Um medicamento inédito derivado do ácido oleico, substância encontrada em algumas gorduras animais e vegetais, especialmente no azeite de oliva, se mostrou promissor para o tratamento de uma forma avançada de glioblastoma – câncer cerebral mais comum e agressivo que leva a uma sobrevida de apenas, em média, 1 a 2 anos após o diagnóstico.
Em testes de fase 1/2 conduzidos por pesquisadores da Fundação The Royal Marsden, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), e do Instituto para Pesquisa em Câncer britânico, um quarto dos pacientes respondeu ao tratamento, e um deles apresentou uma resposta considerada excepcional, que durou mais de três anos. Os resultados foram publicados no periódico British Journal of Cancer.
“O glioblastoma é uma doença incrivelmente difícil de tratar e os pacientes com doença avançada têm resultados muito ruins, geralmente vivendo apenas um ano após o diagnóstico. Não há um novo tratamento eficaz para esse grupo de pacientes há quase duas décadas, portanto, o desenvolvimento de medicamentos precisa ser acelerado com urgência”, explica a líder do estudo, Juanita Lopez, oncologista do The Royal Marsden e chefe de desenvolvimento de medicamentos em fase inicial do Instituto para Pesquisa em Câncer britânico, em comunicado.
A perspectiva ainda não é de cura, mas a droga pode trazer uma boa alternativa que aumente a sobrevida e que seja de fácil administração, já que o medicamento vem em um sachê, como um chá, e é tomado com água três vezes ao dia. Hoje, o tratamento do glioblastoma varia a depender de cada caso, mas geralmente envolve cirurgia seguida de quimioterapia e radioterapia.
“Isso reforça a importância vital da pesquisa de novos medicamentos, como o 2-OHOA, que foi desenvolvido a partir dos mesmos blocos de construção do azeite de oliva. O medicamento funciona remodelando as paredes das células cancerosas, bloqueando os sinais de crescimento cruciais que impulsionam o câncer”, continua Lopez.
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