Sinal do Wi-Fi pode causar câncer?
A todo momento rodeado de aparelhos que emitem e recebem sinais. Nossos celulares, roteadores, computadores, smart speakers, smartwatches, e todos os demais aparelho que estiverem conectados a uma rede de telefones ou de internet, juntam-se às mais antigas transmissões de rádio e TV nos expõem à radiação de todos os lados.Fica sempre o questionamenbo: se ondas de rádio curam, interferem no funcionamento de células podem também causar doenças?
Muito tem se ouvido que a prolongada exposição ao sinal emitido pelos roteadores Wi-Fi pode causar câncer. Os defensores dessa teoria afirmam que, por causa disso, é necessário desligar o aparelho sempre que não se estiver usando-o — e, se possível, não utilizar roteador Wi-Fi, preferindo conectar todos os equipamentos da sua casa na internet via cabo. Mas por que se acredita que o Wi-Fi é tão perigoso assim para a saúde?O motivo principal é o modo como os roteadores Wi-Fi enviam o sinal de internet para os aparelhos: eles utilizam sinais de Radiação Eletromagnética (EMF), o mesmo tipo de radiação emitida pelos celulares para se comunicar com as torres de telefonia e efetuar ligações, e por conta disso esses equipamentos representariam uma série de perigos para o corpo humano.
Os críticos do uso de sinal Wi-Fi citam como prova um estudo realizado em 2013 pelo Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Melbourne, que revelou que a exposição prolongada a sinais EMF pode afetar nossa qualidade do sono. A causa disso estaria na glândula pineal (glândula responsável pela produção de melatonina, hormônio que atua na organização dos ritmos biológicos e regula nosso período de sono), que, de acordo com o estudo, reconheceria os sinais EMF e os traduziria não como um sinal de telefonia, mas como presença de luz. Isso faria com que ela não produzisse a quantidade necessária de melatonina para o corpo, causando um sono mais leve e que faria a pessoa acordar ainda cansada.
Mas, apesar de ainda não há estudos que comprovem efetivamente que estas radiações causem câncer, outra corrente de pesquisadores acredita que um desequilíbrio metabólico causado pela radiação dos dispositivos sem fio pode ter ligação com alguns riscos para a saúde, tais como várias doenças neurodegenerativas e até mesmo câncer, sugere um estudo publicado recentemente.
Esse desequilíbrio, também conhecido como estresse oxidativo, é definido como um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e de defesa antioxidante.
O estresse oxidativo devido a exposição à radiofrequência poderia explicar não só casos de câncer, mas também outras doenças menores, tais como dor de cabeça, fadiga e irritação da pele, o que pode ocorrer depois de uma exposição a longo prazo. Segundo esta corrente, estes dados são um sinal claro dos riscos reais que este tipo de radiação apresenta para a saúde humana .
Pelo sim, pelo não, não custa desligar o roteador de sua wifi quando for dormir e deixar seu celular o mais longe possível de sua cama.
É verdade que o sinal do Wi-Fi pode causar câncer?
Por Rafael Rodrigues da Silva | Editado por Luciana Zaramela | 05 de Maio de 2019 às 21h00Link copiado!
Nos últimos trinta anos, o telefone e o acesso à internet deixaram de ser itens de luxo para se tornar tão necessários quanto luz elétrica e água encanada em qualquer residência ou prédio comercial. Assim, estamos a todo momento rodeado de aparelhos que emitem e recebem sinais a todo momento: celulares, roteadores, computadores, smart speakers, smartwatches, e praticamente qualquer aparelho que estiver conectado a uma rede de telefones ou de internet. Esse sinais se somam às já mais antigas transmissões de rádio e TV na atmosfera, e fazem com que, a todo momento, em qualquer lugar, estejamos expostos a radiação de todos os lados. Mas será que toda essa exposição pode fazer mal para nossa saúde?
O inimigo da vez
Temos visto o surgimento de um novo debate entre aqueles que desconfiam das inovações tecnológicas: o de que a prolongada exposição ao sinal emitido pelos roteadores Wi-Fi pode causar câncer. Os defensores dessa teoria afirmam que, por causa disso, é necessário desligar o aparelho sempre que não se estiver usando-o — e, se possível, não utilizar roteador Wi-Fi, preferindo conectar todos os equipamentos da sua casa na internet via cabo. Mas por que essas pessoas acham que o Wi-Fi é tão perigoso assim para a saúde?
O motivo principal é o modo como os roteadores Wi-Fi enviam o sinal de internet para os aparelhos: eles utilizam sinais de Radiação Eletromagnética (EMF), o mesmo tipo de radiação emitida pelos celulares para se comunicar com as torres de telefonia e efetuar ligações, e por conta disso esses equipamentos representariam uma série de perigos para o corpo humano.
Os críticos do uso de sinal Wi-Fi citam como prova um estudo realizado em 2013 pelo Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Melbourne, que revelou que a exposição prolongada a sinais EMF pode afetar nossa qualidade do sono. A causa disso estaria na glândula pineal (glândula responsável pela produção de melatonina, hormônio que atua na organização dos ritmos biológicos e regula nosso período de sono), que, de acordo com o estudo, reconheceria os sinais EMF e os traduziria não como um sinal de telefonia, mas como presença de luz. Isso faria com que ela não produzisse a quantidade necessária de melatonina para o corpo, causando um sono mais leve e que faria a pessoa acordar ainda cansada.
Outro dano dos quais os sinais EMF são acusados é de interferir nas atividades de reprodução celular do corpo. Isso porque cada célula hemácia (aquelas vermelhas responsáveis pelo transporte de nutrientes e oxigênio para as outras células do organismo) possui uma espécie de “receptor Wi-Fi” usado para a comunicação das células umas com as outras, e estudos sugerem que o EMF seja captado por esses receptores. Entres as interferência causadas por essa captação estariam a criação de células redondas e perfeitas (o que acaba interferindo na quantidade de nutrientes e oxigênio que pode ser transportado por ela) e interfere também na capacidade delas de se livrar de toxinas e radicais livres, o que no longo prazo comprometeria praticamente todas as funções orgânicas do corpo humano.
E claro, há sempre a ameaça do maior inimigo quando falamos de radiação: o câncer. Os críticos da EMF costumam sempre citar o BioInitiative Report, um documento publicado em 2012 (e atualizado em 2014 e 2017) que reúne os resultados de mais de 1800 pesquisas acadêmicas que sugerem que a constante exposição ao EMF de telefones celulares pode aumentar a incidência de tumores cerebrais nos usuários. Assim, como os sinais de roteadores WI-Fi seriam os mesmos usados pelos aparelhos celulares, eles também seriam um risco para a saúde. E como esses problemas são causados não apenas pela simples exposição, mas pela exposição prolongada a esses sinais, desligar o roteador sempre que possível ajudaria a diminuir essa exposição e, em longo prazo, as chances de se desenvolver algum tipo de câncer.
E, nos últimos anos, a preocupação desses críticos aos roteadores Wi-Fi está sendo “vingada” por algumas decisões tomadas na esfera governamental. Em 2015, a França aprovou uma série de leis que limitam o uso de roteadores Wi-Fi, proibindo o uso desses equipamentos em pronto-socorros e limitando o uso em escolas primárias para somente quando absolutamente necessário para propósitos educacionais.
Entendendo radiação
Você então pode pensar: “Nossa, mas se o sinal do Wi-Fi é um tipo de radiação, é claro que ele é perigoso! Toda radiação é perigosa!” e a resposta para esse pensamento será: depende. É claro que radiação é perigosa, como o desastre de Chernobyl já nos provou, mas isso não quer dizer que todo tipo de radiação é perigoso. Muito pelo contrário.
Isso porque não são apenas os celulares, roteadores Wi-Fi e reatores de fissão nuclear que emitem radiação: o seu rádio emite radiação sempre que está ligado, e caso você possua uma antena na sua TV (e não apenas os canais a cabo), ela também emite radiação. Ora, até os raios solares são um tipo de radiação, e são a prova de que as pessoas não entendem o que quer dizer essa palavra, já que muitas vezes a mesma pessoa que fica alertando sobre os perigos do sinal do Wi-Fi também te encoraja a sair da frente do computador ou videogame e ir “lá fora” para aproveitar o Sol.
Isso acontece porque as pessoas não costumam ter conhecimento sobre a divisão dos tipos de radiação, que podem ser classificadas em ionizantes e não-ionizantes. Quando ouvimos falar em “radiação”, automaticamente o que nos vem na cabeça é a radiação do tipo ionizante, que é aquela que é realmente perigosa para o corpo humano, como raios-x, radiação gamma e a radiação ultra-violeta (UV). Enquanto isso, os sinais de rádio, TV, celular e internet estão na aspecto não-ionizante, que são os tipos de radiação que não trazem nenhum risco para o corpo humano.
O nome desses dois tipos de radiação já deixa bem claro sobre o perigo de cada uma delas: a ionizante possui a capacidade de ionizar um elétron — ou seja, possui energia suficiente para excitar os elétrons de um átomo e tirá-los de suas órbitas —, e por isso a exposição constante a esse tipo de radiação pode causa diversos problemas ao corpo humano, incluindo a geração de tumores cancerígenos e até mesmo a falha generalizada do funcionamento dos órgãos. Já as radiações não-ionizantes, como já fica claro pelo nome, não possuem energia o suficiente para influenciar os elétrons de um átomo, o que a torna inofensiva.
A diferença entre estes tipos de radiação está na forma de onda pela qual ela é propagadas: radiações que possuem formas de onda mais longas (ou seja, são propagadas em menor frequência) são consideradas do tipo não-ionizado, e neste padrão estão não apenas os sinais de rádio, TV, celular e Wi-Fi, como também as conhecidas microondas e os raios visíveis de luz. Já aquelas radiações que possuem um comprimento de onda mais curto (ou seja, são propagadas em uma frequência maior) são as realmente perigosas, e é onde se encontram os raios-x, a radiação gamma e os raios UV.
Por isso que nosso Sol é um sistema complexo: ao mesmo tempo em que a radiação que nos ilumina e esquenta nosso planeta é do tipo inofensivo, o astro também emana em menores quantidades raios UV, que são uma radiação do tipo perigosa, e é por isso que a longa exposição ao Sol pode influenciar o desenvolvimento de células cancerígenas.
Outro ponto importante para definir o “estrago” que uma radiação pode fazer é a potência na qual ela é emitida. Por exemplo, a radiação conhecida como microondas é inofensiva, mas ao mesmo tempo pode ser usada para esquentar alimentos — e esse resultado é conseguido unicamente por conta da potência com a qual essas microondas são utilizadas. Para conseguir esquentar os alimentos, um aparelho de microondas padrão utiliza um núcleo com potência de 700W, e com essa potência demora cerca de um minuto, em um ambiente totalmente selado e desenvolvido, para concentrar e amplificar os efeitos da radiação, conseguindo então ferver um litro de água rapidamente. Em comparação, mesmo os roteadores mais potentes — aqueles que possuem cinco antenas e conseguem emitir sinais de internet Wi-Fi numa área de centenas de metros — dificilmente possuem mais de 1W de potência, que é dissipada praticamente apenas na área em contato direto com o aparelho.
Isso acontece por causa de outra propriedade dos sinais de radiação: eles perdem força exponencialmente não apenas quanto mais longe se está da fonte, mas também para cada barreira que exista no caminho deles. Como a radiação desses aparelhos é propagada na forma de ondas, elas acabam se dispersando quanto mais se afastam da origem do sinal — e, em casos de equipamentos de pouca potência como um roteador, é necessário apenas alguns centímetros de distância para que essa radiação esteja tão dispersa que se torna praticamente nula.
Por isso que, ainda que os transmissores das torres de telefonia celular sejam muito potentes (o que poderia tornar o sinal emitido por eles não tão inofensivo), o fato de eles serem instalados em grandes alturas e, quando possível, em áreas afastadas dos centros urbanos, permite que qualquer radiação danosa que possa ser emitida por essas torres já esteja tão dispersada ao atingir uma pessoa no nível do solo que os efeitos negativos a essas pessoa serão nulos.
Recomendação médica
Um dos organismos oficiais com maior influência mundial na criação de leis e decretos que visam a saúde da população, a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece claramente em um documento publicado em 2006 que as ondas EMF não oferecem nenhum risco à saúde da população — posicionamento esse que é compartilhado por diversas figuras da medicina, principalmente no campo da oncologia.
De acordo Gary Larson, oncologista diretor do ProCure Proton Therapy Center (uma clínica médica dos Estados Unidos especializada no tratamento de câncer), a maior prova de que a radiação EMF não é nociva para o corpo humano é o fato de não existir nenhum surto de câncer cerebral nos últimos anos.
Isso porque, de acordo com as pesquisas feitas com grandes grupos de pessoas sobre os perigos da exposição à radiação ionizante, é necessário um período de sete anos de contínua exposição para que o organismo comece a sentir os efeitos desta radiação caso ela não esteja sendo irradiada de forma concentrada (como aconteceu em praticamente todos os grandes desastres radioativos da história, como a bomba atômica, o vazamento da usina de Chernobyl ou a descoberta de Césio 137 descartado de uma máquina hospitalar por crianças em um aterro sanitário de Goiás).
Considerando que estamos, pelo menos nos últimos vinte anos de nossas vidas, expostos durante o dia inteiro à radiação EMF — seja de telefones celulares, sinais de rádio ou roteadores de internet —, se essa radiação fosse mesmo algo perigoso deveríamos ter um aumento da incidência de gliomas cancerígenos no sistema nervoso central.
O fato é que esse aumento não ocorreu, e o número de casos de câncer do sistema nervoso de manteve praticamente estável durante todo o último século. E, mesmo que existam casos relatados de gliomas que foram sim provocados, ou cujo desenvolvimento foi incentivado, por radiação, das bilhões de pessoas que são irradiadas o tempo todo por esse tipo de radiação, há apenas 73 casos encontrados de pessoas cujo câncer foi provocado por eles. O número é tão pequeno (73 pessoas entre os atuais 6 bilhões de habitantes do planeta) que não só é irrelevante estatisticamente (0,000001% da população mundial) como é tão raro que funciona mais como um indício de que essas pessoas possam ter algum tipo de mutação que as torna suscetíveis a este tipo de radiação.
Ainda assim, todos esses casos foram provocados por radiação ionizante de baixa potência (por exemplo, a utilizada em exames de raios-x ou em radioterapia para tratamento de células cancerígenas) e ainda não foi encontrada nenhuma relação onde a irradiação à frequências não-ionizantes (como as dos roteadores Wi-Fi) possa ter provocado o mesmo tipo de comportamento.
De qualquer maneira, alguns médicos alertam que uma exposição muito concentrada a equipamentos cujo nível de radiação é seguro pode causar problemas futuros, principalmente em crianças. O doutor David Carpenter, diretor do Instituto da Saúde e do Meio Ambiente da Universidade de Albany (EUA), lembra que, por ainda não estar totalmente desenvolvido, o corpo das crianças em idade escolar é mais suscetível a variações no nível de radiação do que o corpo adulto, e mesmo que a radiação a que ela é sujeita no dia-a-dia (sinais de celulares da cidade e tudo aquilo que já conversamos sobre) não deverá afetar o desenvolvimento delas, colocá-las em um ambiente fechado onde existem muitos equipamentos eletrônicos funcionando — por exemplo, uma sala de aula onde funcionam roteadores, computadores e celulares capazes de atender 40 alunos — pode criar um concentração de frequências não-ionizadas com potência suficiente para interferir no desenvolvimento do organismo dessa criança.
Apesar do alerta, Carpenter avisa que isso é apenas uma conjuntura baseada nas teorias da física sobre como a concentração e a potência de sinais não-ionizados pode ser utilizada para interferir sobre um organismo (como já explicamos que acontece no forno de microondas), e que ainda não há nenhum estudo que comprove ou refute essa possibilidade.
Soluções simples
Mas, se mesmo assim você ainda está preocupado sobre como a radiação EMF pode influenciar sua vida, há coisas bem simples que você pode fazer para diminuir a incidência dela sobre o seu organismo.
A principal delas é, se possível, não utilizar nenhum tipo de conexão Wi-Fi em casa e cabear todos os seus equipamentos que acessam a internet. Por menos potente que seja o seu roteador, ele sempre irá emitir radiação EMF (afinal, é o modo como a tecnologia funciona) e, se você está mesmo paranóico sobre isso, o melhor jeito de se livrar da “ameaça” é simplesmente não utilizar um desses equipamentos.
Outra coisa possível de ser feita é evitar usar o telefone celular próximo da cabeça — principalmente se você estiver numa área com pouco sinal (apenas uma barrinha), pois o aparelho tenta a aumentar a radiação emitida por ele na tentativa de melhorar a qualidade da ligação. Assim, se você tem mesmo muito medo dos efeitos da radiação EMF, é recomendável atender e executar ligações apenas no viva-voz e deixar o celular a pelo menos um palmo de distância do seu corpo (a distância necessária para que a radiação emitida se propague o suficiente para ser praticamente nula). Também é possível usar fones de ouvido se você não gostar (ou não puder) atender uma ligação no viva-voz, mas sempre fones de ouvido com fio, já que os fones sem fio emitem até mesmo mais EMF do que um smartphone.
Apesar dessas dicas, é preciso reiterar sempre: não há nenhuma pesquisa científica séria que certifica com toda certeza que usar telefones celulares ou roteadores Wi-Fi aumenta a incidência de câncer. As pesquisas normalmente citadas pelos propagadores do medo da radiação EMF apresentam resultados de correlação (um grupo que usou telefones celulares durante todos os dias apresentou uma maior incidência de câncer do que o grupo que não usou o celular todos os dias), e não de causalidade (o grupo teve uma incidência de câncer maior porque usou o celular todos os dias). Isso quer dizer que mesmo as pesquisas que alertam para o perigo do celular não conseguem estabelecer com absoluta certeza que o aparelho é o único motivo para que a doença tenha se manifestado, e que não existiram outros fatores externos ou genéticos para a manifestação da doença.
Assim, ainda que não exista nenhuma prova de que a radiação EMF seja mesmo responsável por causar câncer, o melhor indicador é a projeção estatística dos casos de câncer no mundo nessas últimas três décadas onde somos bombardeados diariamente por esse tipo de radiação por nossos celulares, e o fato de a quantidade de casos de câncer se manter estável durante todo este tempo é a maior evidência atual de que roteadores de internet Wi-Fi e telefones celulares são completamente seguros para a saúde (claro, desde que nenhum celular exploda no seu bolso ou pegue fogo enquanto estiver carregando).
Fonte: EMF Academy, BioInitiative.org, Consumer Reports, Forbes, Organização Mundial da Saúde, How To Geek
https://canaltech.com.br/saude/e-verdade-que-o-sinal-do-wi-fi-pode-causar-cancer-138337/
Estudantes descobriram uma verdade sombria sobre o Wi-Fi usando sementes de Agrião
12 de setembro de 2018
Postado por Eliza Inaê
Você costuma dormir com o celular na cama? E na mesa de cabeceira? Tem um roteador no seu quarto? Alguma vez já se perguntou se isso pode trazer algum malefício à sua saúde?
Em uma escola de Jutland, norte da Dinamarca, alunas do 9º ano realizaram um experimento baseado em suas experiências pessoais. Uma das alunas do grupo, Lea Nielsen, explicou:
“Todas nós achamos que quando dormimos com os celulares próximo de nossas cabeças, temos dificuldades de concentração na escola. Também percebemos que algumas vezes, temos dificuldades para pegar no sono.”
O experimento com agrião
Curiosas por dividirem a mesma experiência, o grupo resolveu realizar um experimento. Investigaram o impacto da radiação Wi-Fi em células vivas, utilizando 400 sementes de agrião em 12 bandejas.
Dividiram os tabuleiros em 2 grupos e colocaram cada grupo — com 6 bandejas — em uma sala diferente (com a mesma temperatura e quantidade de luz solar).
Em uma das salas, as bandejas foram posicionadas próximas a 2 roteadores Wi-Fi (transmitem o mesmo tipo de radiação que os celulares), permitindo que as alunas recriassem nas sementes o mesmo impacto de dormir com os aparelhos eletrônicos próximos a cabeça, ou mesa de cabeceira.
Após 12 dias, o resultado chocou o grupo. As sementes da bandeja da sala controle (que não foram expostas a radiação) cresciam saudáveis e florescendo em seu ambiente.
Sementes da sala controle:
Contudo, as sementes colocadas ao lado dos roteadores, não apresentaram nenhum crescimento real. Algumas mostraram até sinais de mutação e morte.
Sementes expostas ao Wi-Fi:
O experimento conscientizou os alunos sobre o uso de celulares, principalmente na hora de dormir. Nielsen contou que o grupo ficou realmente assustado:
“Nenhuma de nós dorme mais com o celular ao lado da cama. Ou ele é deixado longe, ou em outra sala. E o computador está sempre desligado.”
A experiência foi bem recebida por todos da escola. Posteriormente, quando a notícia se espalhou e os resultados começaram a ter atenção internacional, biólogos e especialistas em radiação reconheceram a importância da descoberta realizada pelas meninas.
Especialistas replicaram a experiência
Olle Johansson, professor no instituto sueco Kraolinska em Estocolmo, ficou muito impressionado e elogiou o grupo de meninas. De acordo com Johansson:
“As garotas definiram seus objetivos, realizaram a experiência com muita habilidade, e de forma muito elegante. A riqueza nos detalhes e precisão é exemplar, e a escolha do agrião foi muito inteligente.”
Logo depois, Johansson resolveu unir forças com sua colega, a especialista belga Marie-Claire Cammaerts, e replicar a experiência do grupo dinamarquês. O experimento foi publicado na revista argentina de botânica experimental Python em dezembro de 2015, e confirmou o teste realizado pelas estudantes.
O professor ainda afirmou que podem ocorrer danos ao DNA por meio da radiação do Wi-Fi. E não descartou a probabilidade de no futuro, desenvolver tumores cerebrais e esterilidade no indivíduo.
Controvérsias no campo de pesquisa
Apesar dos resultados acima, o diretor do Centro de Terapia Procure Proton, Dr. Gary Larson, ao conceder uma entrevista para a revista Forbes, demonstrou ter outra opinião em relação a associação da radiação do Wi-Fi com o câncer.
Conforme Larson: “o Wi-Fi opera na mesma frequência de ondas de rádio. Não há evidências confiáveis de que a radiação não ionizante tenha efeitos adversos à saúde. Não há mecanismo radiobiológico que possa explicar tal associação”.
Contudo, o prestigiado professor de radiação oncológica da Faculdade de Medicina do Wisconsin, John Moulder, não concorda com a colocação de Larson. Em uma entrevista para a revista TIME, o professor contou que em 2013 foi co-autor de uma pesquisa sobre a saúde e o Wi-Fi.
A pesquisa estudou fatores ocorridos nos anos 50. Naquela década, havia preocupação com militares da marinha expostos a radares de bordo potentes. Segundo Moulder, existem quase 70 anos de pesquisa sobre o tipo de radiação associada ao Wi-Fi.
Posteriormente, as pesquisas mostraram que em altas frequências, a radiação eletromagnética pode promover o crescimento de tumores cancerígenos.
Da mesma forma, Kenneth Foster, professor de bioengenharia na Universidade da Pensilvânia e co-autor de Moulder no estudo, também concedeu entrevista para a TIME. Foster contou que atualmente, com o conhecimento dos riscos das ondas de rádio na saúde, padrões de segurança foram estabelecidos.
De acordo com o professor, a maioria das pessoas acredita que o roteador está constantemente enviando e recebendo informações. Entretanto, tais aparelhos transmitem apenas 0,1% do tempo. E completa:
“na maioria das vezes, seu roteador fica parado esperando que algo aconteça. […] a exposição que você recebe do Wi-Fi é muito abaixo dos limites de segurança exigidos”.
A verdade sombria sobre o Wi-Fi
Em 2011, a Organização Mundial de Saúde (OMS) associada a Agência Internacional de Pesquisa ao Câncer, classificaram os celulares como possivelmente cancerígenos para seres humanos, baseando-se no risco aumentado de desenvolver glioma (tumor cerebral maligno).
Um dos especialistas com graves preocupações pelo assunto é Joel Moskowitz, diretor do centro de saúde familiar e comunitária da Universidade da Califórnia.
Moskowitz reuniu muitas das pesquisas relacionadas aos danos que o Wi-Fi pode realizar à saúde e disponibilizou na seguinte página. Ele menciona problemas como câncer, danos a fertilidade em homens e mulheres, além de malefícios a grávidas e crianças.
Inclusive, o SOS já fez um artigo alertando aos homens que evitem colocar os smartphones no bolso, próximo a bolsa escrotal (vulgo saco), exatamente por esse motivo; veja aqui.
Efeitos da radiação no cérebro humano
O diretor James Russell realizou um documentário chamado Ressonância: seres de frequência. O longa-metragem apresenta estudos que comprovam desde a descoberta da frequência-base do planeta Terra (7,83 Hz) até os perigos que corremos quando esta frequência é modificada artificialmente.
No filme, a diretora do Instituto Nacional Sobre Abuso de Drogas, Dra. Nora Volkow, informou que, ao conduzir um experimento para analisar mudanças cerebrais durante o uso do celular, foi constatado que o cérebro humano reage metabolicamente na presença de micro-ondas emitidas pelo aparelho.
Apesar de a maioria dos aparelhos respeitarem os limites da S.A.R.— Taxa de Absorção Específica — (grau de absorção de radiação emitido pelo celular ao usuário), de 2 W/kg (padrão europeu, o mesmo adotado no Brasil), danos ainda podem ocorrer.
O estudo que limitou os padrões foi realizado em adultos de porte médio. Entretanto, nenhuma pesquisa foi conduzido em crianças, pois, provavelmente, a exposição seria muito maior que o limite permitido.
Ainda no documentário, o biólogo especialista em ondas bio eletromagnéticas, Dr. Roger Coghill, explica que durante o dia perdemos mais de meio milhão de células. Contudo, durante a noite, a glândula pineal — localizada no cérebro — secreta o hormônio melatonina, responsável por reparar danos nas células do corpo e cérebro, e produzir novas.
O Wi-Fi e as ondas produzidas por aparelhos celulares, afetam a produção dessa melatonina. Isso atrapalha a produção de novas células, e o reparo das danificadas, elevando o risco para tumores, envelhecimento precoce, diabetes, impotência, obesidade e acidente vascular encefálico (AVE).
Por fim, mesmo com estudos relacionados e resultados claros da verdade sombria sobre o Wi-Fi e radiações eletrônicas, as indústrias de telefonia ainda parecem não demonstrar preocupação e respeito à saúde dos usuários a longo prazo. Infelizmente por conta disso, o tema acaba entrando na lista das teorias da conspiração.
Segundo o doutor em comunicação, André Barbosa Filho:
“a bem da verdade, União Internacional de Telecomunicações (UIT) com sede em Genebra, Suíça tem um grupo permanente de estudos sobre as emissões de radiação de terminais sem fio, especialmente os raios gama e sua interferência na saúde humana.
Há varias recomendações que, entretanto, não foram adotadas pelos países, em razão de sua soberania. A UIT só pode recomendar. O Brasil e a Anatel (estão) sob pressão dos fabricantes de celulares e das companhias telefônicas.”
Portanto é preciso ter mais consciência e analisar o tempo de exposição aos aparelhos diretamente, principalmente em relação as crianças.
Atualizando: Há poucos dias (28/01/19) saiu uma resolução sobre o tema no Diário Oficial da União, veja aqui.
Awareness Act, Forbes, Consciência universal, TIME
https://www.almanaquesos.com/estudantes-descobriram-uma-verdade-sombria-sobre-o-wi-fi-usando-sementes-de-agriao/
Wi-Fi faz mal à saúde?
O Wi-Fi, utilizado para rotear o sinal de internet para diversos aparelhos, está em todos os lugares, seja em casa, no trabalho, nos parques ou comércios.
Com o maior uso de aparelhos eletrônicos que precisam de internet, como smartphones, tablets, computadores e até mesmo TVs, é difícil imaginar uma vida sem essa técnica.
A expansão da tecnologia, no entanto, fez crescer também os boatos e mitos urbanos que relacionam as ondas do Wi-Fi a possíveis danos à saúde, como câncer. Tudo não passa de um mito.
O sinal do Wi-Fi é proveniente de ondas eletromagnéticas geradas pelos dispositivos eletroeletrônicos, para haver comunicação entre eles. A frequência utilizada é bastante baixa e, por isso, não apresenta riscos, mesmo em crianças e grávidas.
“O Wi-Fi opera numa escala de até 6GHz e, consequentemente, a energia que essa onda possui não é capaz de promover quebras moleculares. Portanto, não apresenta riscos diretos à saúde, diferentemente das radiações ionizantes, como os raios-x, que possuem frequências mais de um milhão de vezes maiores que as do Wi-Fi”, explica Alexandre Nagao de Sousa, físico da radioterapia do Hospital Sírio-Libanês.
A mesma lógica se aplica ao aparelho de micro-ondas, que também já foi considerado um risco no passado. A frequência das ondas emitidas por esses aparelhos é muito baixa, não sendo capaz de promover alterações nas células do organismo.
O que possivelmente fez com que esse mito ganhasse força é que há sim alguns tipos de radiações que prejudicam a saúde, como a ultravioleta e o raio-x, que podem ocasionar riscos quando há exposição prolongada e sem a proteção correta.
“Micro-ondas e as frequências de telecomunicações como o Wi-Fi são classificadas como radiações não ionizantes, aquelas que não possuem energias suficientes para arrancar elétrons dos átomos. Somente com radiações ionizantes o processo ocorre e está relacionado à produção de danos biológicos e à transformação de células saudáveis em células cancerígenas”, explica o físico.
Para se ter uma ideia, o Wi-Fi tem uma frequência de ondas menor até que a do rádio, equipamento que acompanha a humanidade há décadas, sem nunca ter sido associado a danos ao homem.
Mas de onde surgem esses mitos? O especialista tem uma explicação.
“Tendo em vista a grande acessibilidade de novos aparelhos eletroeletrônicos à população, o uso excessivo dos mesmos e a falta de conhecimento sobre o funcionamento dessas novas tecnologias, é justificável a preocupação do impacto delas à sociedade e à saúde”, esclarece Sousa.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo
Fonte:https://coracaoevida.com.br/wi-fi-faz-mal-a-saude/
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