HOME OFFICE: OS 3 BENEFÍCIOS E OS MALEFÍCIOS DE TRABALHAR EM CASA, SEGUNDO ESTUDO

  Funcionários e empregadores estão preocupados com o impacto da sobrecarga digital na  produtividade

Home office: os 3 benefícios e os 3 malefícios para a saúde de trabalhar de casa, segundo estudo

Funcionários tiveram melhor alimentação, menos estresse e redução da pressão arterial; no entanto, tenderam a beber e fumar mais e ganhar peso

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

18/02/2024 04h01  Atualizado há 3 semanas

Uma revisão de estudos conduzida por pesquisadores da da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) e do instituto britânico King’s College London buscou avaliar o impacto na saúde do home office, a prática de trabalhar de forma remota. O trabalho foi publicado na revista científica Journal of Occupational Health.


Os cientistas analisaram 1.930 artigos acadêmicos sobre o tema e outros seis artigos que também foram de revisão. De forma resumida, concluíram que há benefícios, como principalmente uma alimentação mais saudável, menor carga de estresse e uma pressão arterial mais baixa. Por outro lado, o estudo apontou que trabalhadores remotos são mais propensos a beber mais álcool, fumar mais e ganhar mais peso.


Ainda assim, aqueles que aderem ao home office tendem a se ausentar menos por causa de uma doença e costumam trabalhar mais horas e mais frequentemente durante a noite e os fins de semana do que de modo presencial, também mostrou o estudo.

Ao jornal britânico The Guardian, o professor Neil Greenberg, psiquiatra do King’s College London e um dos autores do trabalho, explicou os resultados e pontuou que há muitos fatores que influenciam como o home office repercute em cada indivíduo.

— No geral, as pessoas se sentiram mais produtivas em casa. Foi particularmente bom para coisas criativas, mas muito mais difícil para lidar com assuntos tediosos. Muitas pessoas se preocupam com as perspectivas de carreira, essa sensação de que, se você não estiver presente no escritório, será esquecido — disse Greenberg.

Além disso, os resultados dos estudos analisados foram variados, o que demonstra a necessidade de mais trabalhos sobre o tema, escreveram os autores no estudo. Um dos efeitos mais claros, porém, foi o na alimentação.

Os pesquisadores afirmaram que a transição para o trabalho remoto durante a pandemia foi associada “a um aumento na ingestão de vegetais, frutas, laticínios, lanches e refeições caseiras; os trabalhadores mais jovens e as mulheres foram os mais beneficiados em termos de uma alimentação mais saudável”.

No entanto, a revisão também mostrou um ganho de peso entre aqueles que passaram a trabalhar de casa, algo possivelmente atrelado ao momento da pandemia com a restrição das opções de atividade física.

Um trabalho mostrou que 46,9% dos funcionários remotos viram o número na balança subir, enquanto outro artigo estimou esse percentual em 41%. A maioria dos estudos revisados apontaram que os funcionários de fato ficaram mais sedentários.

Mas, Greenberg defende que tudo é uma questão de estratégia do funcionário e do empregador para garantir o bem-estar. — A nalisamos uma enorme quantidade de evidências dos anos e o que nossa análise mostra é que existem maneiras de fazer com que a abordagem do trabalho em casa realmente funcione bem para a organização e também para o funcionário — disse Greenberg ao Guardian.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2024/02/18/home-office-os-3-beneficios-e-os-3-maleficios-para-a-saude-de-trabalhar-de-casa-segundo-estudo.ghtml

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