APNÉIA DO SONO PODE MATAR? ENTENDA COMO A DOENÇA PODE SER FATAL A AUMENTAR O RISCO DE MORTE SÚBITA, DIZ ESTUDO

 Apneia do sono pode matar? Entenda como a doença pode ser fatal | CPAPS

Apneia do sono pode matar? Entenda como a doença pode ser fatal

Tempo de leitura 3 minutos

apneia do sono é um distúrbio do sono que deve ser levado a sério após o diagnóstico. Além de trazer inúmeros problemas para a saúde a longo prazo, a apneia, quando não tratada, é fatal. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, 33% da população sofre com apneia do sono, e a maioria das pessoas não sabe que tem a doença, o que pode ser um risco e até mesmo matar.

Por que a apneia pode matar?

A apneia do sono é caracterizada pela interrupção da respiração durante o sono. Ela pode ser classificada em três níveis: leve, quando se tem 5 a 14 interrupções; moderada, de 15 a 30; e grave, quando se tem mais de 30 interrupções na respiração por hora de sono.

A interrupção da respiração ocorre porque a apneia obstrutiva fecha a passagem do ar pela garganta durante o sono. Dessa forma, os roncos podem indicar problemas graves. Homens e mulheres (comumente na menopausa) podem ser acometidos pelo problema, que pode ter como sintomas, além da interrupção noturna, a sonolência excessiva durante o dia, a falta de memória, problemas de concentração, irritabilidade e dores de cabeça frequentes.

As interrupções durante o sono podem variar de 10 a 30 segundos, o que dificulta a respiração da pessoa ao dormir. Com isso, os níveis cardíacos ficam elevados e a oxigenação no sangue é interrompida (já que há um problema na respiração). Em longo prazo, uma pessoa com apneia do sono é mais propensa a desenvolver hipertensão, diabetes, dentre outras doenças crônicas. No entanto, em casos mais graves, a apneia do sono pode levar à morte por parada cardíaca.

Como a morte súbita pode atingir pessoas com apneia do sono

A parada cardíaca, popularmente conhecida como “morte súbita” ocorre quando o coração para de bater de forma abrupta, de repente, por conta de alterações dos impulsos elétricos cardíacos (que causam as arritmias). 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), a morte súbita faz 300 mil vítimas por ano no Brasil. A relação entre elas está em que, durante o sono, as arritmias são mais comuns.

3 fatores de risco para a morte súbita cardíaca

A morte súbita cardíaca faz 300 mil vítimas no Brasil todos os anos | CPAPS
A morte súbita cardíaca faz 300 mil vítimas no Brasil todos os anos | CPAPS

Segundo estudo da Journal of the American College of Cardiology, existem 3 fatores de risco relacionados com a morte súbita cardíaca causada pela apneia do sono:

  • Ter 60 anos ou mais;
  • Ter 20 interrupções respiratórias por hora de sono; e
  • Ter níveis baixos de oxigênio no sangue (aAPNbaixo de 78%, sendo que números normais giram em torno de 95% e 100%).

Para a apneia do sono, o tratamento mais indicado é a utilização do CPAP como forma de impedir que a respiração seja interrompida. E, para isso, é necessário fazer o exame de polissonografiapara saber o tipo de apneia e outros dados necessários para o tratamento da apneia do sono. Já os níveis de oxigênio devem ser estudados por um médico especialista, como um cardiologista ou otorrinolaringologista, que pode indicar o tratamento de oxigenoterapia

O paciente diagnosticado ou com suspeita de apneia obstrutiva do sono pode realizar por conta própria uma oximetria. Ou seja, uma checagem dos níveis de oxigênio no sangue. Você pode conferir tudo sobre esse assunto clicando aqui!

Fonte:https://www.cpaps.com.br/blog/apneia-do-sono-pode-matar/?srsltid=AfmBOoq4CCQxvX0U5_CNXg8tZK77lqFkmPM2dOJcrdiuLlyXkvbnVSAc

Apneia obstrutiva do sono pode aumentar o risco de morte súbita, diz estudo

Por Natalie Rosa • Editado por Luciana Zaramela | 12/08/2021 às 08h30

Você sabe o que é apneia obstrutiva do sono? Trata-se de um transtorno crônico em que a pessoa tem a obstrução parcial ou completa das vias aéreas durante o sono, fazendo com que ela pare de respirar. Atualmente, cerca de um bilhão de pessoas  em todo o mundo sofrem com a condição, o que preocupa os autores de um novo estudo sobre o assunto.

De acordo com a pesquisa, realizada por especialistas da Penn State (universidade da Pensilvânia) com mais de 42 mil pacientes, pessoas que sofrem de apneia obstrutiva do sono têm um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca congestiva. Esses indivíduos também correm risco de morte súbita por diversas causas, como a cardiovascular.

Anna Ssentongo, cientista líder do estudo, diz que a pesquisa mostrou que pessoas com apneia obstrutiva do sono tiveram risco duas vezes maior de morte súbita ou cardiovascular do que aqueles sem o transtorno. A pesquisadora diz ainda que estudos futuros precisam ser feitos para identificar tratamentos e intervenções que possam melhorar a chance de sobrevivência nesses casos.

A pesquisa mostra ainda que pessoas que sofrem com a doença podem ter um desequilíbrio dos antioxidantes no organismo, o que é provocado pela falta de oxigênio disponível para as células. Esse processo, então, acelera o envelhecimento e acaba desencadeando novos problemas de saúde.

Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmam que pessoas diagnosticadas com o transtorno não consideram os riscos que ele oferece, e dizem esperar que o estudo acenda um alerta para a conscientização de medidas de prevenção das comorbidades, principalmente do risco de morte súbita.

Você pode conferir o estudo na revista científica BMJ.

Fonte: Futurity

https://canaltech.com.br/saude/apneia-obstrutiva-do-sono-pode-aumentar-o-risco-de-morte-subita-diz-estudo-192367/

Apneia do sono

O que é apneia do sono?

apneia do sono é uma doença caracterizada por interrupções da respiração (“apneia respiratória”) que podem levar o doente a despertar com uma sensação de asfixia (“falta de ar”).

síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) ou simplesmente apneia do sono é dos distúrbios respiratórios do sono mais frequentes em todo o mundo, afetando pelo menos 14% dos homens e 7% das mulheres em Espanha. Não dispomos, até ao momento, de dados fidedignos acerca da prevalência da doença em Portugal, mas pressupomos que seja semelhante. Ou seja, deve existir cerca de um milhão de pessoas em Portugal que padecem da SAOS.

Sintomas na apneia do sono

Na apneia do sono, os sinais e sintomas mais frequentes são a hipersónia (sonolência excessiva durante o dia), a roncopatia (ressonar), despertares com sensação de asfixia, sudorese noturna (transpiração durante o sono), boca seca, sensação de sono não reparador, cefaleias matinais (dores de cabeça), dificuldade em concentrar-se, alterações cognitivas (memória, capacidade de cálculo ou raciocínio) irritabilidade e ansiedade.

Estes sinais e sintomas surgem na sequência do colapso repetitivo das vias aéreas superiores durante o sono, provocando despertares frequentes e consequente fragmentação do sono, levando a que o doente possua uma deficiente ou má qualidade do sono.

Também ocorre hipoxemia (baixa de oxigénio no sangue), aumento do dióxido de carbono (hipercapnia) e intensas oscilações da pressão intratorácica com uma acrescida atividade simpática que estão na origem dos sintomas descritos e das consequências da SAOS.

Causas da apneia do sono

As principais causas de apneia obstrutiva do sono são a obesidade, hipertrofia das amígdalas, alterações crânio-faciais e aumento da circunferência do pescoço. No caso da apneia do sono central, a causa mais comum é a insuficiência cardíaca e mais raramente o acidente vascular cerebral (AVC).

Existem factores que contribuem para um aumento do risco de contrair esta doença, a saber: idade avançada, ser do sexo masculino, obesidade, circunferência do pescoço aumentada, alterações craniofaciais, predisposição familiar (fatores genéticos), obstrução nasal, tabagismo (fumadores) e o consumo de álcool.

No caso da apneia do sono em crianças (apneia infantil) ela é maioritariamente provocada por hipertrofia das amígdalas e dos adenóides.

Diagnóstico da apneia do sono

polissonografia é o exame indicado para diagnosticar a apneia do sono. Este exame para além de permitir o diagnóstico da apneia do sono, permite também conhecer a gravidade da doença.

Para estabelecermos o diagnóstico de apneia de sono, durante o estudo do sono teremos que observar no mínimo cinco eventos respiratórios obstrutivos (apneias, hipopneias, esforço respiratório que provoque o despertar) por hora de sono associados a clínica compatível. Também é suficiente para o diagnóstico da doença, quando ocorrerem quinze ou mais eventos obstrutivos respiratórios por hora de sono, mesmo sem sintomas. Assim, o doente pode nem saber que padece de apneia do sono e padecer da doença classificada como grave (severa).

polissonografia utiliza os seguintes termos, cujos significados passamos a descrever:

Apneia: Estamos perante uma apneia quando ocorre um decréscimo superior a 90% da amplitude do fluxo aéreo de duração igual ou superior a 10s.

Hipopneia: Estamos perante uma hipopneia quando ocorre uma redução superior a 30% da amplitude do fluxo aéreo acompanhada de diminuição da saturação de oxigénio igual ou superior a 3% e/ou microdespertar, durante pelo menos 10s.

RERA (RESPIRATORY EFFORT-RELATED AROUSAL) presença de achatamento da curva de fluxo nasal ou aumento do esforço respiratório que precede um despertar (sem preencher critérios de apneia ou hipopneia).

Índice de Apneia / Hipopneia (IAH): número de apneias e hipopneias por hora de registo.

RDI (Respiratory Disturbance index) é o número de apneias, hipopneias e RERAs por hora de sono.

A classificação da gravidade da SAOS é feita com base no RDI obtido através de polissonografia. Assim, classifica-se como:

  • Ligeira (ou leve)se RDI=5 e <15/h;
  • Moderada se RDI =15 e =30/h;
  • Grave (ou grau acentuado) RDI>30/h.

Saiba, aqui, tudo sobre polissonografia.

Esta avaliação serve de guia para tratar a doença. É possível, ainda, identificar os doentes que possuem um risco acrescido de sofrer complicações de modo a poder agir o mais precocemente possível. Este exame permitirá também avaliar no futuro a eficácia do tratamento subsequente.

A doença deve ser diagnosticada por um médico Pneumologista, especialista em apneia do sono, que deve procurar aos primeiros sinais ou sintomas ou nos casos de possuir alguns fatores de risco atrás mencionados.

Após o diagnóstico, o doente deve ser informado sobre as complicações clínicas da doença, ser alertado para os factores de risco, história natural e sobre os perigos de conduzir ou manobrar equipamentos perigosos com sonolência.

Complicações da apneia do sono

A apneia do sono pode ser um grave problema de saúde cuja gravidade é independente da sintomatologia. A apneia do sono não tratada é um factor de risco acrescido para doenças graves: diabetes, hipertensão arterial, arritmias cardíacas, AVC, insuficiência cardíaca, entre outros. Além disso, a apneia do sono, pode causar disfunção sexual nos homens.

Em alguns doentes, a apneia do sono desencadeia consequências bem mais drásticas, pois pode matar, quer pelo elevado risco de poder levar o doente à morte súbita quer pelo risco acrescido de acidentes de viação e acidentes de trabalho provocados pela sonolência excessiva.

Apneia do sono tem cura?

A apneia do sono é uma doença multifatorial. Dependendo da causa assim vai ser o tratamento e eventualmente a cura.

A cirurgia ao nariz, a remoção de amígdalas e adenóides poderá ser um tratamento curativo em crianças e nalguns adultos muito seleccionados.

Saiba, de seguida, como tratar a apneia do sono.

Tratamento da apneia do sono

tratamento deve ser efetuado de acordo com as causas subjacentes, ou seja, após diagnóstico e conhecida a causa para a alteração do sono, devemos agir de modo a eliminar essa mesma causa. Compete sempre ao médico, especialista em doenças do sono, orientar o tratamento da doença. Até ao momento não existe nenhum medicamento ou remédio eficaz para o tratamento da apneia do sono.

No caso de existir obstrução anatómica que impeça a normal passagem do ar, deve ser considerada a correção cirúrgica. Quando tal não existe, a terapêutica específica depende da gravidade da apneia e das preferências do paciente.

ventilador com pressão positiva contínua da via aérea (CPAP), abreviatura da tradução do inglês (Continuous Positive Airway Pressure) é uma máquina usada no tratamento da apneia do sono e pode ser utilizada em qualquer grau de gravidade da doença. Este aparelho é eficaz no tratamento da apneia do sono ao gerar uma pressão positiva, transmitida à via aérea do doente através de uma mascara nasal, permitindo desta forma a correcção dos eventos respiratórios relacionados com o sono, melhorando em simultâneo algumas características clínicas.

Em Portugal o Sistema Nacional de Saúde (SNS) comparticipa na totalidade o aluguer do CPAP, tornando o preço do CPAP num factor que não dificulta a adesão ao tratamento.

Saiba, aqui, tudo sobre CPAP.

Outra possibilidade de tratamento são as próteses bucais ou aparelhos intra-orais. São aparelhos ortodôntico ou dentários, uma espécie de “placa”, efetuada pelos dentistas para usar apenas durante o sono. Podem ser recomendadas como terapêutica alternativa a doentes que recusem o uso de CPAP e que possuem uma apneia de leve a moderada, uma anatomia das vias aéreas superiores sem alterações significativas e que apresentem predilecção por este tratamento.

Os doentes obesos (excesso de peso) devem tomar medidas para reduzir o seu peso e em caso de necessidade devem procurar ajuda médica ou de um nutricionista.

Deve ser evitado o consumo excessivo de álcool e a utilização de medicamentos sedativos de modo a não agravar a doença.

O médico deve aconselhar os pacientes a adotarem medidas higienodietéticas individualizadas de acordo com as suas características. Estas medidas devem permitir fazer uma melhor higiene do sono, de modo a reduzir os factores que agravam a doença. Veja mais informação em medidas higienodietéticas.

A qualidade do sono noturno é de extrema importância não só em doentes que padecem da SAOS como em qualquer pessoa. Essa qualidade depende de muitas atitudes e deste modo preservar a saúde. Veja quais são as principais recomendações em medidas higienodietéticas do sono, de modo a melhorar a sua qualidade do sono.

Cirurgia na apneia do sono

cirurgia deve ser considerada nos casos em que a apneia do sono é causada por obstrução anatómica que pode ocorrer nos seguintes casos:

  • Hipertrofia das amígdalas (amígdalas aumentadas);
  • Hipertrofia dos adenóides (adenóides aumentados);
  • Anomalias craniofaciais;
  • Retrognatia ou micrognatia.

A operação necessária de modo a corrigir a anomalia depende da variação anatómica de cada indivíduo. Infelizmente o tratamento cirúrgico não é eficaz para a maioria dos doentes graves.

Medidas higienodietéticas do Sono

Todos os doentes que padecem de apneia do sono devem seguir um conjunto de recomendações, uma espécie de tratamento caseiro ou natural denominado por higiene do sono. Trata-se de um conjunto de medidas, maioritariamente efetuadas em casa, que podem permitir atenuar de um modo significativo a gravidade da doença, que passamos a descrever:

  • Dormir horas suficientes. Dormir pouco tempo piora as apneias e o ressonar. A maioria das pessoas, inclusive os adultos, necessitam de dormir entre 7 a 9h por dia;
  • Evitar a obesidade (não engordar). Ressonar e a apneia do sono são mais frequentes em indivíduos obesos ou com excesso de peso. Se existir um controlo de peso, poderá sentir melhorarias significativas. Faça uma alimentação rica e equilibrada e controle o seu peso.
  • Não fumar. O tabaco provoca a irritação dos tecidos das vias respiratórias superiores. Deste modo, pode influenciar a respiração e desenvolver a intensidade do ressonar. Por outro lado, a nicotina também diminui a qualidade do sono dos fumadores. Acresce, que o tabagismo também pode desencadear inúmeras outras doenças. Se é fumador, é importante que pare de fumar imediatamente.
  • Não beber ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas. As bebidas alcoólicas deterioram a qualidade do sono, especialmente quando são ingeridas pouco tempo antes de ir dormir;
  • Evitar a ingestão de bebidas estimulantes, como por exemplo café, coca-cola, chá e chocolate. Estas bebidas, possuem um efeito estimulante e se particularmente consumidas nas horas próximas de ir dormir, alteram a qualidade do sono;
  • Deve associar a cama a dormir. Se por algum motivo não consegue dormir, deve levantar-se e realizar atividades até ter sono. Ou seja, não deve manter-se na cama se não estiver a dormir;
  • Deve dormir na posição lateral. A posição de “barriga para cima” ao dormir, piora as apneias e o ressonar. Existem almofadas (ou travesseiro) desenhadas para este fim, embora sem benefício comprovado;
  • Não usar medicamentos para dormir nem calmantes. Este tipo de medicação possui um efeito relaxante nos tecidos das vias respiratórias superiores, piorando deste modo as apneias do sono e o ressonar;
  • Possuir um horário regular para dormir. Não deve deitar-se ou levantar-se, nem demasiado cedo, nem demasiado tarde. Deve conservar um horário regular de sono, tanto quanto possível.

O doente nunca deve em caso algum tomar medicação sem prescrição médica e deve procurar ajuda o mais rapidamente possível.

Fonte:https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/pneumologia/apneia-do-sono/

PROGRAMA SAÚDE RESPIRATÓRIA – APNEIA DO SONO

Dormir bem é essencial para o bom funcionamento do corpo. O sono é responsável pelo descanso da mente, da musculatura, da respiração e do coração. É durante o sono que são liberados hormônios que interferem no metabolismo do corpo, tais como o hormônio do crescimento e o hormônio da saciedade. Um sono de má qualidade tem várias implicações para a saúde: aumenta sonolência diurna; reduz memória, atenção e raciocínio, aumenta risco de acidentes automobilísticos; reduz crescimento das cartilagens dos ossos e produção de massa muscular; aumenta chance de ganho de peso e depressão reduzindo portanto a qualidade de vida. São duas as principais doenças responsáveis por um sono de má qualidade: insônia e apneia obstrutiva do sono (apneia do sono).

O que é Apnéia obstrutiva do sono?

A apneia do sono é uma condição clínica na qual obstruções repetitivas da garganta ocorrem durante o sono, gerando apneias (pausas respiratórias de no mínimo 10 segundos) e ou hipopneias recorrentes (quase apneias). A nossa garganta é estreita e quando dormimos relaxamos a musculatura, há a queda da língua e deslocamento posterior da mandíbula e, portanto obstrução da garganta impedindo a passagem do ar (apneia). Para que o indivíduo possa sair da apneia ele precisa derpertar e com isso a musculatura da garganta retoma a força que mantém a garganta aberta até que o sono reaparece e a garganta volta a fechar e este ciclo se repete dezenas a centenas de vezes ao longo da noite. Para cada apneia existe um despertar, o sono profundo e reparador não ocorre, o sono é de de má qualidade e a sonolência diurna é grande promovendo graves implicações para a sáude com descrito acima.

Essa doença é freqüente?

A apneia do sono é uma grave problema de sáude pública e os dados de prevalência desta doença são alarmantes. Em estudo na cidade de São Paulo, 26% dos motoristas de caminhão tinham alto risco de ter apneia do sono e a maioria admitiu que já tinha cochilado no volante. Em outro estudo também na cidade de São Paulo, 32,8% da população geral tinha apneia do sono.  Em populações de risco para apneia do sono, tais como, populações de obesos e de hipertensão arterial a prevalência de apneia do sono pode ser ainda maior. Portanto, apneia da sono é uma doença muito frequente embora uma grande parte dos indivíduos que a possue permanece sem o diagnóstico. O conhecimento dos sintomas da doença facilita a reconhecimento da mesma e a procura para diagnóstico e tratamento.

O que posso ter se não tratar?

A apneia do sono além de ser responsável por sono de má qualidade e sonolência diurna, promove múltiplos efeitos deletérios sobre o coração. Quando a apneia ocorre há queda da oxigenação do sangue; aumento do batimento cardíaco e pressão arterial; o despertar que surge após a apneia promove a desobstrução da garganta com retorno da oxigenação para nível normal. As quedas e retomadas súbitas da oxigenação do sangue dezenas a centenas de vezes ao longo da noite são os principais gatilhos para o desenvolvimento das doenças do coração e vasos (aterosclerose, crescimento do coração, hipertensão arterial).  Portanto, pulsos de adrenalina são jogados na circulação do corpo ao longo da noite. O indivíduo está em maratona durante o sono quando deveria estar descansando. Inúmeros são os estudos relacionando a apneia do sono como causa de aterosclerose podendo levar a hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral. Em indivíduos já em tratamento de doenças do coração e hipertensão arterial a apneia do sono não tratada pode contribuir para a piora da função do coração e aumentar o risco de morte.

Como fazer o diagnóstico da Apneia?

O diagnóstico da apneia do sono é baseado na história clínica, exame físico e teste de registro do sono (polissonografia).

Os sinais e sintomas mais comuns da apneia do sono são roncos, apneias testemunhadas e sonolência excessiva diurna. Nos indivíduos com doenças do coração  e hipertensão arterial a busca ativa dos sintomas deve ser realizada. Alguns fatores são de risco para apneia do sono: obesidade, língua grande, amigdalas e úvula grandes, palato redundante, queixo pequeno, grande circunferência do pescoço (sexo masculino > 42,5 cm e feminino > 37,5 cm), sexo masculino e síndromes genéticas com deformidades craniofaciais evidentes.

Os indivíduos com sintomas característicos da doença e fatores de risco devem ser submetidos ao teste de registro de sono (polissonografia) para o diagnóstico definitivo da doença.

O estudo polissonográfico de noite inteira, realizado no laboratório do sono sob supervisão de um técnico habilitado, constitui o método diagnóstico padrão da apneia do sono. O somatório das apneias e hipopneias por hora de sono fornece o índice de apneia-hipopneia (IAH). A gravidade da apneia é determinada pelo IAH, grau leve: 5 < IAH < 15/hora; grau moderado: 15 < IAH < 30/hora, grau acentuado: IAH > 30/hora.

Como tratar a Apneia do sono?

O objetivo do tratamento da apneia do sono é manter a abertura da garganta e, portanto prevenir: apneia, queda da oxigenação do sangue, aumento da pressão arterial e aumento da descarga de adrenalina além de, promover melhora na sonolência diurna e qualidade de vida. O tratamento da apneia do sono é selecionado baseada em vários fatores, tais como: IAH definido pela polissonografia, grau de queda da oxigenação do sangue e presença de outras doenças associadas, especialmente as doenças do coração.

As modificações de fatores de risco devem ser adotadas a todos os portadores de apneia do sono embora não constituem, na maioria das vezes, a única modalidade de tratamento: Evitar o consumo de álcool e sedativos, perder peso, domir em decúbito lateral (a posição barriga para cima aumenta a chance de apneia) e com a cebeceira elevada. Podem ser a única modalidade de tratamento am casos de apneia leve. O uso de aparelhos intraorais para aumentar a passagem de ar pela garganta e o tratamento de fonaudiologia para fortalecimento da musculatura que mantém a garganta aberta também podem ser utilizados para tratamento da apneia leve e em casos selecionados de apneia moderada.

Para apneia moderada a acentuada o uso de gerador de pressão positiva contínua na via áerea (CPAP) durante o período do sono é o tratamento de escolha. O CPAP promove um bombeamento de ar que impede o fechamento da garganta com consequente apneia e suas consequências deletérias descritas anteriormente.

As cirurgias para o tratamento da apneia do sono são precedimentos de exceção, apenas indicadas em casos selecionados.

Há inúmeros centros de saúde distribuidos pelo país que fazem o diagnóstico e tratamento da apneia do sono bem como há centros de saúde na rede pública em algumas capitais que disponibilizam o tratamento para apneia grave de forma gratuita.

Portanto, a apneia do sono é uma doença muito frequente, reduz qualidade de vida,  tem impacto negativo para o coração e o seu tratamento é eficaz. Um busca ativa dos sintomas desta doença deve ser feita para que um maior número de portadores de apneia recebam o diagnóstico e tratamento.

 Fonte:https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/doencas/apneia-do-sono/

Apneia do sono

PorKingman P. Strohl, MD, Case School of Medicine, Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: out. 2022
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A apneia do sono é uma doença grave em que a respiração para repetidamente por tempo suficiente para interromper o sono e, muitas vezes, diminui temporariamente a quantidade de oxigênio e aumenta a quantidade de dióxido de carbono no sangue.

  • Pessoas com apneia do sono frequentemente ficam muito sonolentas durante o dia, roncam alto e ficam ofegantes ou têm episódios de asfixia, interrupções na respiração e despertares súbitos com engasgos.

  • A apneia do sono aumenta o risco de certos distúrbios médicos e morte prematura.

  • Embora o diagnóstico de apneia do sono seja feito, em parte, com base na avaliação médica dos sintomas, os médicos costumam usar a polissonografia para confirmar o diagnóstico e determinar a gravidade.

  • Pressão positiva contínua nas vias aéreas, aparelhos orais desenvolvidos por dentistas e, às vezes, cirurgia, podem ser usados para tratar a apneia do sono.

A apneia do sono é um problema muito comum. Mais de 1 bilhão de pessoas são afetadas em todo o mundo. Existem diferentes tipos de apneia do sono com diferentes causas e fatores de risco.

Tipos de apneia do sono

Existem dois tipos de apneia do sono:

  • Apneia obstrutiva do sono

  • Apneia central do sono

Algumas pessoas têm uma combinação de apneia obstrutiva e central do sono.

Você sabia que...

  • As pessoas que têm sonolência diurna excessiva e que roncam devem discutir esses sintomas com seu médico.

Apneia obstrutiva do sono

A apneia obstrutiva do sono, o tipo mais comum de apneia do sono, é causada pelo fechamento repetido da garganta ou das vias aéreas superiores durante o sono. As vias aéreas superiores incluem a passagem da boca e narinas para a garganta, descendo para a traqueia, e estas estruturas podem mudar de posição enquanto a pessoa respira.

Esse tipo de apneia afeta a saúde e o bem-estar de cerca de 8% a 16% dos adultos. A apneia obstrutiva do sono é mais comum em pessoas com obesidade.

Os médicos diagnosticam a apneia obstrutiva do sono quando ocorre o seguinte:

  • A respiração é interrompida durante o sono

  • Há 5 ou mais interrupções respiratórias por hora

  • Cada interrupção dura mais de 10 segundos

Muitos fatores de risco aumentam a probabilidade de apneia obstrutiva do sono. A obesidade, possivelmente em combinação com o envelhecimento e outros fatores, leva a um estreitamento das vias aéreas superiores. O uso excessivo de álcool e uso de sedativos piora a apneia obstrutiva do sono. Ter uma garganta estreita, pescoço grosso e cabeça redonda, características que tendem a ocorrer em algumas famílias, aumenta o risco de apneia do sono. Níveis baixos de hormônio tireoidiano (hipotireoidismo), ter doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ou angina à noite ou crescimento excessivo e anormal devido à produção excessiva de hormônio do crescimento (acromegalia) podem contribuir para a apneia obstrutiva do sono. Às vezes, um acidente vascular cerebral pode causar apneia obstrutiva do sono. A apneia do sono tende a ser hereditária, de modo que pode haver um risco genético.

Você sabia que...

  • Pessoas com apneia obstrutiva do sono devem evitar álcool e medicamentos sedativos, especialmente antes de dormir.

Apneia obstrutiva do sono em crianças

Em crianças, amígdalas ou adenoides aumentadas, alguns quadros dentários (como uma sobremordida grave), obesidade e algumas deficiências congênitas (como um maxilar inferior anormalmente pequeno) podem causar apneia obstrutiva do sono. As alergias sazonais que causam congestão nasal significativa podem piorar a apneia do sono.

A maioria das crianças afetadas roncam. Outros sintomas podem incluir sono, sono agitado e sudorese noturna. Algumas crianças fazem xixi na cama. Os sintomas diurnos podem incluir respiração bucal, cefaleia matinal e problemas de concentração. Alguns problemas de aprendizado e comportamentais (como hiperatividade) são muitas vezes sintomas comuns de apneia obstrutiva do sono grave em crianças. As crianças também podem apresentar atrasos de crescimento. A sonolência diurna excessiva é menos comum em crianças do que em adultos com apneia obstrutiva do sono.

Apneia central do sono

A apneia central do sono é rara em comparação com a apneia obstrutiva do sono. Ela é causada por um problema no controle da respiração em uma parte do cérebro chamada tronco cerebral. Normalmente, o tronco cerebral é muito sensível a variações no nível de dióxido de carbono arterial (um sub-produto das reações químicas normais do corpo). Quando os níveis de dióxido de carbono estão elevados, o tronco cerebral sinaliza aos músculos respiratórios para respirar mais profunda e rapidamente para remover o dióxido de carbono através da expiração, e vice-versa. Na apneia central do sono, o tronco cerebral não responde apropriadamente às mudanças no nível de dióxido de carbono. Como consequência, durante o sono, as pessoas que têm apneia central do sono podem apresentar pausas na respiração ou podem respirar menos profundamente e de forma mais lenta do que o normal.

Há muitos motivos para o tronco cerebral não enviar sinais respiratórios apropriados. Por exemplo, um acidente vascular cerebral, infecção cerebral (encefalite) ou defeito congênito do cérebro podem afetar o tronco cerebral. Opioides usados para dor e diversas outras substâncias podem causar apneia central do sono. Estar em altas altitudes também pode causar apneia central do sono. A apneia central do sono pode ocorrer em pessoas com insuficiência cardíaca. Tumor cerebral é uma causa muito rara. Ao contrário de apneia obstrutiva do sono, a apneia central do sono não está associada à obesidade.

Em uma forma de apneia central do sono, chamada síndrome de Ondine, que geralmente ocorre em recém-nascidos, as pessoas podem respirar de forma inadequada ou até mesmo não respirar, exceto quando estão completamente acordadas. A síndrome de Ondine pode ser fatal.

Sintomas da apneia do sono

Geralmente os sintomas durante o sono são notados primeiramente por alguém que dorme na mesma cama, um companheiro de quarto ou por alguém que more na mesma casa. Em todos os tipos de apneia do sono, a respiração pode tornar-se anormalmente lenta e superficial, ou pode parar subitamente (às vezes por até 1 minuto) e, em seguida, voltar ao normal.

Em todos os tipos de apneia do sono, os distúrbios do sono podem resultar em sonolência diurna, fadiga, irritabilidade, dores de cabeça pela manhã, lentidão de pensamento e dificuldade de concentração. Pessoas com sonolência excessiva correm um risco maior de lesões ao operar veículos motorizados ou maquinaria pesada ou ao realizar outras atividades durante as quais é perigoso estar com sono. Elas podem ter dificuldades no trabalho e apresentar disfunção sexual. Como os níveis de oxigênio no sangue podem diminuir significativamente, pode haver o desenvolvimento de fibrilação atrial e a pressão arterial pode aumentar.

Apneia obstrutiva do sono

Na apneia obstrutiva do sono, o sintoma mais comum é o ronco, mas a maioria das pessoas que ronca não tem apneia do sono. Na apneia obstrutiva do sono, o ronco tende a ser prejudicial, com episódios de falta de ar ou asfixia, pausas na respiração e despertares súbitos com engasgos. A pessoa pode despertar com asfixia e assustada.

Pela manhã, as pessoas muitas vezes não sabem que acordaram muitas vezes durante a noite. Algumas pessoas acordam com dor de garganta ou boca seca. Quando a apneia obstrutiva do sono é grave, repetidos ataques de engasgo relacionados ao sono e roncos ocorrem à noite e sonolência ou cochilos involuntários ocorrem durante o dia.

As pessoas podem ter dificuldade em permanecer dormindo.

Em pessoas que vivem sozinhas, a sonolência diurna pode ser o sintoma mais visível. Por fim, a sonolência diurna interfere no trabalho e reduz a qualidade de vida. Por exemplo, a pessoa pode adormecer enquanto assiste à televisão, enquanto participa de uma reunião ou, com a sonolência extrema, mesmo quando para em um sinal vermelho ao dirigir. A memória pode ser prejudicada, o desejo sexual pode ser reduzido e as relações interpessoais sofrem, pois a pessoa não é capaz de participar ativamente das relações devido à sonolência e irritabilidade.

No caso de pessoas com apneia do sono que moram com outras pessoas, o sono ruidoso e inquieto pode afetar negativamente o relacionamento com as pessoas que dividem a mesma cama, colegas de quarto e/ou colegas de casa.

Na apneia obstrutiva do sono, o risco de acidente vascular cerebralataque cardíacofibrilação atrial (ritmo cardíaco irregular, anormal) e hipertensão arterial aumenta. Se homens de meia-idade tiverem episódios de apneia obstrutiva do sono com frequência superior a cerca de 30 episódios por hora, o risco de morte prematura aumenta.

Você sabia que...

  • Apenas algumas pessoas que roncam têm apneia obstrutiva do sono (OAS), mas a maioria das pessoas que têm apneia obstrutiva do sono roncam.

Apneia central do sono

Na apneia central do sono, o ronco não é tão proeminente. O ritmo da respiração é irregular e interrompido por pausas.

A respiração de Cheyne-Stokes (respiração periódica) é um tipo de apneia central. Quando ocorre a respiração de Cheyne-Stokes, a respiração torna-se gradualmente mais rápida, desacelera gradualmente, para por um curto período e, em seguida, começa de novo. Então, o ciclo se repete. Cada ciclo dura de trinta segundos a dois minutos.

Síndrome de hipoventilação da obesidade

Pessoas com obesidade extrema podem ter síndrome de hipoventilação da obesidade (denominada síndrome de Pickwick), sozinha ou em combinação com apneia obstrutiva do sono. Na síndrome de hipoventilação da obesidade, o excesso de gordura corporal interfere na movimentação do tórax e o excesso de gordura corporal abaixo do diafragma comprime os pulmões; esses fatores combinados podem causar respiração superficial, menos eficaz. A gordura corporal em excesso em volta da garganta comprime as vias aéreas superiores, reduzindo o fluxo de ar. O controle da respiração pode estar desordenado, causando a apneia central do sono.

Diagnóstico da apneia do sono

  • Avaliação médica

  • Polissonografia

A suspeita de apneia do sono se dá com base nos sintomas da pessoa. Às vezes, os médicos usam questionários para ajudar a detectar sintomas, como sonolência excessiva durante o dia, que pode ser devido à apneia obstrutiva do sono. O diagnóstico é geralmente confirmado, e a gravidade é mais bem determinada pelo monitoramento da respiração da pessoa durante o sono. O primeiro passo é geralmente monitorar em casa com um aparelho portátil que a pessoa usa por várias noites. Esse aparelho pode monitorar a respiração, a frequência cardíaca, o fluxo de ar pelo nariz e os níveis de oxigênio. Um exame mais completo pode ser realizado por meio de uma polissonografia, durante a qual a pessoa dorme durante a noite em um laboratório do sono. Essa avaliação pode ajudar os médicos a distinguir entre a apneia obstrutiva do sono e a apneia central.

Na polissonografia:

  • Um eletroencefalograma (EEG) é usado para monitorar as ondas cerebrais da pessoa para detectar as alterações nos níveis de sono e movimentos dos olhos.

  • Oximetria, na qual um eletrodo é colocado na ponta de um dedo ou no lobo da orelha, é usada para medir o nível de oxigênio no sangue.

  • O fluxo de ar é medido usando-se dispositivos colocados na frente das narinas e da boca.

  • O movimento e padrão respiratórios são medidos com um monitor colocado ao redor do peito.

Os exames de sono determinam o índice de apneia-hipopneia (IAH). O IAH representa o número médio de episódios de não respiração (apneia) e respiração reduzida (hipopneia) que ocorrem por hora de sono. Quanto mais eventos ocorrerem, mais grave será a apneia do sono e maior será a probabilidade de efeitos adversos. Os médicos usam o IAH junto aos sintomas da pessoa para diagnosticar a apneia do sono.

Algumas vezes, testes adicionais são necessários para ajudar os médicos a determinar a causa. As pessoas com apneia do sono podem ser testadas para identificar a presença de complicações, como hipertensão arterial e fibrilação atrial. Se os médicos suspeitam de apneia central do sono, raramente são necessários testes para determinar a causa.

Tratamento da apneia do sono

  • Controle dos fatores de risco

  • Pressão positiva contínua nas vias respiratórias ou protetores de boca ou outros dispositivos ajustados por um dentista

  • Possivelmente, cirurgia das vias aéreas ou estimulação elétrica das vias aéreas superiores

O tratamento é direcionado tanto aos fatores de risco quanto à própria apneia do sono.

As pessoas devem ser advertidas dos riscos de dirigir, operar máquinas pesadas ou se envolverem em outras atividades durante as quais adormecer seria perigoso. As pessoas que são submetidas a cirurgia devem informar seu anestesista de que têm apneia do sono, porque a anestesia às vezes pode causar estreitamento adicional das vias aéreas.

Os grupos de apoio podem fornecer informações e ajudar as pessoas com apneia do sono e seus familiares a lidar com a doença.

Apneia obstrutiva do sono

Se o tratamento for receitado às pessoas, e elas seguirem esse tratamento, o prognóstico geralmente é excelente. O tempo de vida não é afetado e as complicações mais graves podem ser evitadas. A pressão arterial normalmente cai alguns pontos.

Perder peso, parar de fumar e não usar álcool em excesso pode ajudar. Infecções e alergias nasais devem ser tratadas. Hipotireoidismo e acromegalia devem ser tratados. A perda de peso é útil, mas pode ser muito difícil, especialmente para pessoas sonolentas e cansadas. Assim, a cirurgia para perda de peso (bariátrica) é frequentemente recomendada para pessoas com sobrepeso (que têm obesidade grave). Nessas pessoas, a cirurgia bariátrica reduz a apneia do sono e reverte os sintomas em cerca de 85% das pessoas.

Pessoas que roncam intensamente e pessoas que se engasgam muitas vezes durante o sono não devem consumir álcool ou tomar soníferos, anti-histamínicos, sedativos ou outras medicações que causem sonolência. Dormir de lado ou elevar a cabeceira da cama pode ajudar a reduzir o ronco. Dispositivos especiais amarrados nas costas podem impedir que as pessoas durmam de costas. Os vários outros dispositivos e sprays comercializados para reduzir o ronco podem ajudar a tratar ronco simples, mas não demonstraram aliviar a apneia obstrutiva do sono. Existem vários procedimentos cirúrgicos comercializados para o ronco também, mas há pouca evidência do quão bem eles funcionam e por quanto tempo são eficazes.

pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é o principal tratamento para pessoas com apneia obstrutiva do sono, particularmente as que têm sonolência diurna excessiva. Com a CPAP, as pessoas respiram através de uma máscara facial ou nasal conectada a um dispositivo que fornece uma pressão levemente maior nas vias aéreas. Esse aumento da pressão favorece a abertura da garganta conforme a pessoa respira. A CPAP pode ser administrada com ou sem umidificação do ar fornecida. Um acompanhamento cuidadoso por um profissional de saúde é necessário durante as primeiras duas semanas de uso para assegurar um ajuste adequado da máscara e incentivar a pessoa de forma adequada enquanto ela aprende a dormir com a máscara. Se uma pessoa tiver um desvio de septo nasal, os médicos podem recomendar cirurgia para reparar o septo desviado (septoplastia), porque o reparo pode aumentar o sucesso do tratamento com CPAP.

No entanto, muitas pessoas acham difícil tolerar a CPAP e, portanto, param de usá-la ou a usam apenas às vezes. Se os médicos e técnicos ajudarem as pessoas a encontrarem um dispositivo que se ajuste a elas adequadamente e as encorajarem, as pessoas estarão mais propensas a terem sucesso de longo prazo com a CPAP.

Algumas pessoas que usam CPAP ainda têm sonolência diurna excessiva. Essas pessoas podem se beneficiar tomando um estimulante leve usado para tratar sonolência diurna em pessoas com apneia obstrutiva do sono (por exemplo, modafinila ou solrianfetol). Outras medicações também estão sendo testadas para pessoas com apneia obstrutiva do sono.

Aparelhos orais removíveis, desenvolvidos por dentistas, podem ajudar a aliviar a apneia obstrutiva do sono (e o ronco) em pessoas com apneia do sono leve a moderada. Esses aparelhos, que são usados somente durante o sono, ajudam a manter as vias aéreas abertas. A maioria dos aparelhos consiste em duas peças de plástico moldadas ao formato dos dentes superiores e inferiores. As duas peças se ligam e são projetadas para puxar a mandíbula inferior para frente, de modo que a língua não possa se mover para trás e bloquear a garganta.

Como roncar é comum e incômodo, e como o uso da CPAP pode ser difícil, alguns dispositivos alternativos que não foram minuciosamente estudados são comercializados e vendidos diretamente aos consumidores. Antes de iniciar qualquer plano de tratamento, as pessoas devem discutir suas opções de tratamento com um profissional de saúde.

estimulação das vias aéreas superiores é um procedimento no qual um dispositivo elétrico implantado é usado para ativar um dos nervos cranianos que controla a língua (nervo hipoglosso). Estimular esse nervo ativa os músculos que empurram a língua para frente e ajudam a manter as vias aéreas desobstruídas. Esta terapia pode ter sucesso em algumas pessoas com apneia obstrutiva do sono moderada a grave que sejam incapazes de tolerar a terapia por CPAP.

Cirurgia de cabeça ou pescoço como tratamento para a apneia do sono é útil se houver aumento das amígdalas ou uma obstrução óbvia das vias aéreas superiores por outra estrutura. Em crianças, o tratamento mais comum é a cirurgia para remover as amígdalas e adenoides (chamada de adenoidectomia). Esse tipo de cirurgia geralmente alivia a apneia do sono, particularmente se as amígdalas ou adenoides estiverem aumentadas. Cirurgia às vezes é usada em pessoas sem bloqueio óbvio se nenhum outro tratamento tiver funcionado.

A uvulopalatofaringoplastia é um procedimento cirúrgico que abre as vias aéreas superiores removendo um pouco de tecido das vias aéreas superiores (por exemplo, do palato, da úvula, das amígdalas e adenoides). É mais frequentemente útil para pessoas que têm apneia do sono leve. No entanto, esse procedimento foi amplamente substituído por abordagens menos agressivas que, por exemplo, tentam estabilizar as paredes da faringe (a cavidade atrás do nariz e da boca). Outros procedimentos cirúrgicos são utilizados algumas vezes, mas eles não foram estudados tão detalhadamente em relação à previsibilidade e à durabilidade.

traqueostomia (fazer uma abertura permanente na traqueia para inserir um tubo de respiração) é o tratamento mais eficaz para a apneia obstrutiva do sono. No entanto, a traqueostomia é feita apenas como último recurso para pessoas com a pior gravidade da doença que não responderam a outros tratamentos.

Apneia central do sono

Em pessoas com apneia central do sono, a doença subjacente é tratada, se possível. Por exemplo, podem ser administradas medicações para reduzir a gravidade da insuficiência cardíaca. As pessoas também são aconselhadas a evitar ou reduzir o consumo de álcool e quaisquer medicamentos que piorem a apneia do sono. Oxigênio fornecido por cateter nasal (não sob pressão) pode reduzir os episódios de apneia em pessoas cujos níveis de oxigênio no sangue se tornam baixos durante o sono.

Algumas pessoas com apneia central do sono podem se beneficiar de baixos níveis de CPAP. Pessoas com apneia central do tipo Cheyne-Stokes têm menos episódios de apneia e melhor função cardíaca com esse tratamento, mas não sobrevivem por mais tempo.

Pessoas com apneia central do sono causada por altitudes elevadas e algumas com insuficiência cardíaca podem se beneficiar do medicamento acetazolamida.

Algumas pessoas se beneficiam de um procedimento para implantar um dispositivo que estimula os nervos que controlam o diafragma (um estimulador de nervo diafragmático/frênico) para ajudar a pessoa a respirar.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. American Thoracic Society: O que é a apneia obstrutiva do sono em adultos? e American Thoracic Society: O que é a apneia central do sono em adultos? Resumos de duas páginas que respondem a perguntas frequentes, sugerem etapas de ação e listam recursos adicionais

  2. American Academy of Sleep Medicine: Informações detalhadas que explicam a importância do sono saudável e opções de tratamento para distúrbios do sono

Fonte:https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/apneia-do-sono/apneia-do-sono#Tratamento_v728340_pt

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